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Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET/RJ Campus Angra dos Reis Daniel Bebiano da Costa Gustavo da Silva Correia Lucas Casagrande Monteiro Renato dos Santos Ferreira Renato Soares Cruz Simulação de usinagem CNC utilizando código G Angra dos Reis 2018 1 Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET/RJ Campus Angra dos Reis Curso: Engenharia Mecânica Daniel Bebiano da Costa Gustavo da Silva Correia Lucas Casagrande Monteiro Renato dos Santos Ferreira Renato Soares Cruz Simulação de usinagem CNC utilizando código G Angra dos Reis 2018 Trabalho avaliativo, apresentado ao Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET/RJ, para compor a nota da primeira avaliação -do período 2018.1- da disciplina Máquinas Operatrizes do curso de Engenharia Mecânica. 2 Resumo Este trabalho tem como objetivo explicar, detalhadamente, uma simulação de usinagem do tipo CNC, utilizando o código G. Mostrar-se-á, também, os métodos utilizados para determinação dos parâmetros de corte. Para realizar tal simulação, utilizou-se o software CNC Simulator Pro. Palavras-chave: Usinagem, CNC, Código G, Fresa, Fresamento, Máquinas Operatrizes. 3 Sumário 1. Introdução .......................................................................................... 5 2. Revisão Literal ................................................................................... 6 2.1 Fresamento ...................................................................................... 6 2.2 Fresamento CNC ............................................................................. 7 2.3 O código G ....................................................................................... 8 2.4 Parâmetros de Usinagem ............................................................... 10 3. Objetivo ............................................................................................ 12 4. Desenvolvimento .............................................................................. 13 4.1 O Programa (CNC Simulator PRO) ............................................. 13 4.2 Iniciando uma Nova Operação de Usinagem ............................... 14 4.3 Seleção da Ferramenta de Corte .................................................. 18 4.4 O Código de Programação e o Processo ...................................... 20 5. Resultado .......................................................................................... 22 6. Referências Bibliográficas: .............................................................. 23 4 Lista de Figuras Figura 1 - Fresas ............................................................................................................... 6 Figura 2 - Movimentos de Corte ...................................................................................... 6 Figura 3 - Fresadora CNC ................................................................................................ 7 Figura 4 - Lista de Caracteres de Comando ..................................................................... 8 Figura 5 - Comandos Funções G ...................................................................................... 9 Figura 6 - Comandos Funções M ................................................................................... 10 Figura 7 – Peça Usinada ................................................................................................. 12 Figura 8 - Interface CNC Simulator PRO ...................................................................... 13 Figura 9 - Iniciando Nova Tarefa ................................................................................... 14 Figura 10 - Seleção do Tipo de Programa ...................................................................... 15 Figura 11 - Seleção da Biblioteca de Ferramentas ......................................................... 15 Figura 12 - Criação de Uma Nova Peça ......................................................................... 16 Figura 13 - Dimensões da Peça ...................................................................................... 16 Figura 14 – Posicionamento Inicial da Ferramenta ........................................................ 17 Figura 15 - Opção de Uso de um Subprograma ............................................................. 17 Figura 16 - Selecionando uma Nova Ferramenta ........................................................... 18 Figura 17 - Adicionando uma nova ferramenta .............................................................. 18 Figura 18 - Parâmetros da Ferramenta de Corte ............................................................. 19 Figura 19 - Peça e Ferramenta ........................................................................................ 19 Figura 20 - Peça Após Usinagem ................................................................................... 22 5 1. Introdução Muito antes de Cristo, o homem já possuía o hábito de trabalhar com materiais brutos. As principais ferramentas utilizadas, como armas ou objetos para trabalho, eram modeladas a partir do ferro. E desde o século XVII, com o avanço da siderurgia e do processo de fabricação do ferro, novas formas visando melhorar o processo de fabricação de metais vêm sendo estudadas. Então, no início do século XIX, com a descoberta do aço rápido (material que possui alta temperabilidade, tenacidade, resistência ao desgaste e excelente propriedades de corte) por F. W. Taylor, deu-se início ao marcante desenvolvimento tecnológico da usinagem. A usinagem é um processo largamente utilizado nas industrias, atualmente, para criar e dar novas formas a objetos de metais. Durante o processo de usinagem, o trabalhador corta a superfície de determinado material, utilizando uma ferramenta de material mais duro, para alterar a forma de um produto, conforme o requisito previamente estabelecido. O processo de usinagem é um dos métodos mais eficazes na produção de peças muito finas, com muitos detalhes, e com acabamento apurado. Pode ser utilizada para fazer quase todas as operações envolvendo metais, desde pequenas operações como criação de rosca em parafusos e furos de precisão apurada, até objetos maiores como ferramentas manuais e componentes automotivos. As principais classes de usinagem são: tornearia, fresamento e moagem. Neste trabalho abordaremos o processo de usinagem por fresamento, e utilizaremos o método de fresamento por CNC (Controle Numérico Computadorizado), aliado a um software, para realizar a simulação de usinagem de uma peça. 6 2. Revisão Literal 2.1 Fresamento O fresamento é o processo de usinagem que, através de uma ferramenta de corte rotativa e de avanço lento, é capaz remover superfícies de materiais, dando novas formas aos mesmos. A ferramenta utilizada nesse processo, chamada fresa, possui inúmeros “dentes” que, ao rotacionarem, fazem a remoção do material - na forma de cavaco. Figura 1 - Fresas Essa ferramenta é capaz de se movimentar em todas as direções, o que possibilita a obtenção de superfícies em inúmeros formas. Os movimentos que promovem a remoção do material podem ser discordantes ou concordantes Figura 2 - Movimentos de Corte 7 Dentre os movimentos de corte, o fresamento discordante (onde a rotação da ferramenta de corte é oposta à direçãode avanço da ferramenta) é mais o indicado, pois evitam movimentos de levantada da peça da mesa, confere melhor acabamento ao trabalho e aumenta a vida útil da ferramenta. Dentre as principais diferenças que o processo de fresamento possui com os outros métodos de usinagem, podemos citar: o corte pode ser interrompido a qualquer momento; os cavacos, gerados pelos cortes, são relativamente pequenos; o avanço pode acontecer simultaneamente na peça e na ferramenta; a espessura do cavaco é variável. 2.2 Fresamento CNC O fresamento realizado por CNC possui o mesmo método de funcionamento de um fresamento convencional, porém, utiliza comando numéricos para realizar a tarefa de usinagem. Esse método é muito utilizado para realizar operações de desbaste, furos e mandrilhamento. O método CNC oferece extrema precisão, qualidade e oferece automatização na produção. A linguagem utilizada por essas fresadoras é a G-code (código G). Figura 3 - Fresadora CNC 8 No geral, as fresadoras CNC são muito utilizadas na indústria para produção de peças que necessitam de alta precisão, produção em série e na confecção de peças que possuem extrema complexidade, tornando a sua produção impraticável em fresadoras comuns. 2.3 O código G Com o surgimento do controle numérico, houve a necessidade do desenvolvimento de uma linguagem padronizada que fosse interpretada pelas máquinas. Daí então surgiu o código G, utilizado nas máquinas de fresamento CNC. Um programa de fresamento CNC é um texto de instruções em códigos que detalham a usinagem a ser feita na peça, através de uma combinação “Caractere” + “numeral”. Cada linha desse texto é chamada de bloco, e são executados na ordem que estão escritos. A figura 4 fornece uma lista de caracteres que vão estar presentes em um programa CNC, dentre os quais podemos destacar os comandos G e M. Figura 4 - Lista de Caracteres de Comando 9 Funções G Fazem com que as máquinas CNC adotem comportamento previamente determinados quando acionadas. Exemplo de alguns comandos de Função G: Figura 5 - Comandos Funções G 10 Funções M Agem como botões liga e desliga de certos dispositivos. Exemplo de alguns comandos de Função M: Figura 6 - Comandos Funções M 2.4 Parâmetros de Usinagem Velocidade de corte (Vc) Velocidade com que o material é removido pela aresta de corte. 𝑉𝑐 = 𝜋 × 𝑑 × 𝑛 1000 Onde: Vc = Velocidade de corte (m/min); d = Diâmetro da ferramenta (mm); n = Rotação da fresa (rpm) 11 Logo, de acordo com uma tabela, de padrão de velocidades de corte para fresas, podemos selecionar a rotação da ferramenta utilizada em nossa operação. Utilizando uma ferramenta de aço rápido, operação de desbaste, e uma velocidade de corte de 50m/min, teremos: 𝑛 = 𝑉𝑐 × 1000 𝜋 × 𝑑 = 50 × 1000 𝜋 × 10 ≅ 1600 Logo, a rotação utilizada no processo de usinagem da peça será de 1600 rpm. Profundidade de Corte (ap) É a quantidade que a ferramenta penetra na peça, medida perpendicularmente ao plano de trabalho. 12 3. Objetivo O trabalho tem como objetivo apresentar a simulação de uma operação de usinagem – desbaste nas laterais (Figura 1) – a partir de um bloco retangular (de medidas iniciais 100mm x 50mm x 30mm), com uma fresa CNC, utilizando código G. Figura 7 – Peça Usinada 13 4. Desenvolvimento 4.1 O Programa (CNC Simulator PRO) O software utilizado para realizar a simulação foi o CNC Simulator Pro. O software, que na verdade é um freeware, também possui funções CAD (Desenho Assistido por Computador), possui licença grátis, sendo necessário apenas o cadastro no site do desenvolvedor. Figura 8 - Interface CNC Simulator PRO 14 4.2 Iniciando uma Nova Operação de Usinagem Para iniciar uma nova tarefa, devemos abrir o software, e em seguida abrirmos aba “File” e selecionarmos “New CNC Program Wizard”. Figura 9 - Iniciando Nova Tarefa 15 Para continuar, devemos selecionar o tipo de programa que usaremos. Selecionamos então a opção “Milling program” (Programa de fresamento), e clicamos na opção “Next”. A opção “Turning program” refere-se ao programa de torneamento. Figura 10 - Seleção do Tipo de Programa Nessa etapa, devemos selecionar se vamos, ou não, trabalhar com as ferramentas da biblioteca do software. Selecionamos a 2ª opção, pois, futuramente, dimensionaremos a nossa ferramenta. Figura 11 - Seleção da Biblioteca de Ferramentas 16 Agora, iremos criar uma nova peça, selecionamos a primeira opção e avançamos. Figura 12 - Criação de Uma Nova Peça Descrevemos as medidas da peça e o material. Em seguidas clicamos no botão “Next” para avançarmos para a próxima etapa. Figura 13 - Dimensões da Peça 17 Nos próximos passos o programa nos pede para selecionarmos as coordenadas do posicionamento inicial da ferramenta. Devemos configurar os seguintes parâmetros: X offset = 0; Y offset = 0; Selecionar a ponta da peça como ponto 0 da coordenada Z. Dessa forma, uma das quinas da peça usinada passará a ser o “ponto 0” do sistema de coordenadas da máquina. Figura 14 – Posicionamento Inicial da Ferramenta Como última etapa desse processo de criação de um novo processo de usinagem, o programa nos oferece a opção de utilizar um subprograma. Selecionaremos não, pelo fato de estarmos realizando uma operação simples. Figura 15 - Opção de Uso de um Subprograma 18 4.3 Seleção da Ferramenta de Corte Nessa próxima etapa, devemos selecionar a ferramenta de corte a ser utilizada no processo de usinagem. Para realizar tal procedimento devemos clicar sobre a aba “Settings” e selecionar a opção “Inventory Browser...”. Figura 16 - Selecionando uma Nova Ferramenta Uma nova janela que contém a biblioteca de ferramentas da máquina irá se abrir, então clicamos na opção “Add”. Após adicionadas as ferramentas, podem ser verificados suas posições e parâmetros aqui, nessa mesma janela. Figura 17 - Adicionando uma nova ferramenta 19 Aqui damos um nome a ferramenta e definimos os seus parâmetros. Clicamos em “OK” e ela estará disponível para ser analisada e modificada na biblioteca de ferramentas da máquina. Figura 18 - Parâmetros da Ferramenta de Corte Podemos observar então, no interior da máquina, a peça e a ferramenta posicionadas. Figura 19 - Peça e Ferramenta 20 4.4 O Código de Programação e o Processo Código Operação O0001 Nome do programa. N010 G90 G21 G17 G94 Seleciona o sistema de coordenadas absoluta, a entrada de dados em mm, o plano de trabalho XY e o avanço em mm/min. N020 G53 G40 Cancela a compensação de raio da ferramenta. N030 G92 X0 Y0 Z30 Estabelece uma nova origem na coordenada citada. N040 T1 M6 Seleciona a ferramenta do slot 1 e autoriza a sua troca. N050 S1600 M03 Seleciona a rotação da máquina e o sentido de rotação da máquina (horário). N060 G43 H1 D1 Ativa a compensação do comprimento da ferramenta. N070 G00 X-25 Y-25 Posiciona a máquina rapidamente no ponto referido. N080 G00 Z5 Posiciona a máquina rapidamente no ponto referido. N090 G01 Z-10 F10 Transferea ferramenta ao ponto com avanço igual a 10(mm/min). N100 G01 X0 Y0 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N110 G01 X100 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N120 G01 Y50 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N130 G01 X0 Interpolação linear indo para o ponto indicado. 21 N140 G01 Y5 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N150 G01 X95 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N160 G01 Y45 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N170 G01 X5 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N180 G01 Y0 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N190 G01 Z10 Interpolação linear indo para o ponto indicado. N200 G00 X50 Y25 Z20 Posiciona a máquina rapidamente no ponto indicado, ação de retirada da ferramenta da peça. N210 G49 G53 G40 Cancela a compensação de comprimento e do raio da ferramenta. N220 M30 Fim do programa. 22 5. Resultado Após realizar todas as etapas dos processos citados nos tópicos anteriores, foi possível chegar ao resultado esperado. A figura 20 mostra a peça em sua versão final, após passar pelo processo de usinagem. Figura 20 - Peça Após Usinagem 23 6. Referências Bibliográficas: [1] Autor desconhecido, FRESAMENTO. Disponível em: <http://tudosobreusinagem.blogspot.com.br/>. Acesso em: 07 de abril de 2018. [2] Autor desconhecido, O QUE É USINAGEM?. Disponível em: < https://www.mecanicaindustrial.com.br/420-o-que-e-usinagem/>. Acesso em: 07 de abril de 2018. [3] Krelling, Anael, PARÂMETROS DE CORTE NO PROCESSO DE USINAGEM: FRESAMENTO. Disponível em < http://joinville.ifsc.edu.br/~anael.krelling/Tecnologia%20em%20Mecatr% C3%B4nica/PFB64/11%20%20Parametros%20de%20Corte%20no%20Pro cesso%20de%20Usinagem%20Fresamento.pdf>. Acesso em: 07 de abril de 2018. [4] Autor desconhecido, FUNÇÕES G & FUNÇÕES M. disponível em < http://www.mundocnc.com.br/basic4.php>. Acesso em: 07 de abril de 2018.
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