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Programação de torno CNC

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PROCESSOS DE USINAGEM 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marcelo Staff 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Anteriormente, trabalhamos os processos de fabricação por usinagem. 
Agora vamos aprender a criar programas para Torno CNC. 
Nesta aula, conheceremos os principais tipos de comando CNC, os eixos 
de movimentação do torno CNC por intermédio dos sistemas de coordenadas 
identificando o seu ponto inicial. Além disso, aprenderemos os códigos de 
programação CNC, que são fundamentais à programação. Ainda, veremos como 
é a estrutura de um programa CNC com a realização de exemplos práticos de 
peça usinada no torno CNC. 
Após termos abordado alguns conceitos fundamentais, daremos início à 
programação no software de simulação CNC, estruturando o programa passo a 
passo até chegarmos ao resultado final: um programa capaz de executar a 
usinagem das peças dos mais variados perfis. 
TEMA 1 – INTRODUÇÃO AO PROGRAMA CNC PARA TORNEAMENTO 
Os eixos da máquina são comandados por um comando numérico de 
máquinas de Comando Numérico Computadorizado (CNC), responsável pela 
parte mecânica e eletrônica das máquinas CNC. Esse comando apresenta uma 
interface para controlar todas as características por meio de códigos ISO que 
vamos conhecer adiante. 
Essa programação é realizada por meio de programas em linguagem da 
máquina, que é regulamentada pela Norma ISO DIN 66217 (DIN 1975). 
Figura 1 – Painel de controle CNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Dmitri Pridnnikov/Shutterstock. 
 
 
3 
1.1 Tipos de comando CNC 
O controle de todo o funcionamento de uma máquina CNC é realizado 
praticamente via cabos, servo motores, drives, painel, CLP e o comando 
propriamente dito. 
Quadro 1 – Principais comandos de máquinas CNC 
Siemens 
 
Fanuc 
 
Fagor 
 
Heidenhain 
 
Mitsubishi 
 
Créditos: Tanibond/Adobestock; Brett/Adobestock; PPart/Shuterstock; Digital 
Photo/Shutterstock; FotograFFF/Shutterstock. 
Existe uma particularidade da programação CNC para cada fabricante de 
comando, embora a linguagem seja de código ISO. Os comandos sempre terão 
atualizações e novas versões. Por isso, é importante saber qual comando a 
máquina tem para fazer o programa CNC, embora os movimentos descritos 
sejam os mesmos. 
Temos os sistemas de programação manual e de software de CAM. A 
programação manual pode ser: 
• programação manuscrita. 
• programação na máquina. 
A programação manuscrita e na máquina dependem exclusivamente da 
habilidade em criá-la linha por linha para a usinagem de peças mais simples. Já 
 
 
4 
a programação do sistema CAM é realizada para peças mais complexas. A 
nossa proposta para esta aula é fazer a iniciação da programação manuscrita 
para entender os princípios básicos da linguagem CNC. Usamos os mesmos 
conceitos para a realização da programação na máquina. 
1.2 Sistema de coordenadas dos eixos de programação do torno CNC 
O torno CNC é composto por dois eixos de programação: 
• eixo X, responsável por fazer os diâmetros da peça; 
• eixo Z, responsável por fazer os comprimentos da peça. 
Figura 2 – Eixos do Torno CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
A peça a ser usinada no torno CNC é disposta em sistemas de 
coordenadas definindo sempre uma origem de onde partiram todas as medidas. 
Na programação CNC, temos dois sistemas de coordenadas: 
• sistemas de coordenadas absolutas; 
• sistemas de coordenadas incrementais. 
As coordenadas absolutas são as mais usadas para fazer a programação 
CNC da peça e referem-se a um ponto de referência (ponto zero). Elas são 
relacionadas com as cotas da peça a ser torneada. 
 
 
 
5 
Figura 3 – Coordenadas absolutas 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
As coordenadas incrementais referem-se sempre a uma posição anterior 
e consideram apenas o deslocamento relativo entre dois pontos na peça. 
Figura 4 – Coordenadas incremental 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Temos que fixar uma origem nos eixos X e Z para determinar o ponto zero 
peça. Significa que todas as medidas saíram desse ponto obedecendo os sinais 
do sistema cartesiano conforme Figura 5. 
 
 
 
 
6 
Figura 5 – Sistema cartesiano 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Agora vamos mostrar como as coordenadas numéricas absolutas da 
peça. Na Figura 6, elas são apresentadas nos eixos do torno CNC dentro do 
programa. 
Figura 6 – Sistema de coordenadas absolutas 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
P1 = X20 Z0 
P2 = X20 Z-15 
P3 = X30 Z-15 
P4 = X30 Z-25 
P5= X40 Z-32 
P6= X40 Z-47 
 
Peça 
 Placa do torno 
CNC 
 
 
 
7 
1.3 Ponto zero do torno CNC 
No torno CNC, temos um ponto zero do qual partem as coordenadas dos 
eixos X e Z chamado de zero máquina, indicado pela letra M, conforme Figura 
7. Esse ponto é indicado como X0 e Z0, que são estabelecidos pelo fabricante 
da máquina. 
Para a programação CNC, o importante é identificar o ponto zero da peça 
conforme o desenho, chamado de zero peça, indicado pela letra W conforme a 
Figura 7, geralmente criado na face da peça. 
Figura 7 – Ponto zero 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
O ponto zero pode ser mudado conforme a necessidade da peça. A 
finalidade de criá-lo é em razão da facilidade de fazer a movimentação dos eixos 
da máquina para usinar o perfil da peça a ser fabricada. 
 
 
 
 
 
8 
TEMA 2 – FUNÇÕES DOS CÓDIGOS ISO NA PROGRAMAÇÃO DO TORNO 
CNC 
A estrutura de um programa CNC é composta por letras e números. 
Quando lidos, o comando acionará as funções da máquina. Essas letras e 
números obedecem a uma codificação conforme a norma ISO DIN 66217. 
2.1 Funções do código G no programa CNC 
A seguir, apresentaremos o que significam as funções de cada letra G 
dentro do programa CNC. 
Quadro 2 – Funções de cada letra G 
 
Crédito: o autor. 
Essas funções são classificadas em dois tipos: 
• funções modais; 
• funções não modais. 
Nas funções modais, permanecem ativas até que sejam substituídas por 
uma outra função, também modal, de efeito contrário. 
• Quando ativada, a função G00 só desativa com a função G01 e vice-
versa. 
• Quando ativada, a função G40 só desativa com a função G41 ou G42 e 
vice-versa. 
• Quando ativada, a função G20 só desativa com o G21 e vice-versa. 
➢ G00/01 Interpolação linear com avanço rápido/programado 
➢ G02/03 Interpolação circular (sentido horário/anti-horário) 
➢ G04 Tempo de espera 
➢ G17/18/19 Plano de trabalho XY / XZ / YZ 
➢ G20/21 Unidade em polegada/milímetro 
➢ G40 Cancela compensação automática do raio da ferramenta 
➢ G41/42 Compensação do raio da ferramenta à esquerda/direita 
➢ G43 Compensação do comprimento da ferramenta 
➢ G49 Cancela a compensação automática do comprimento da ferramenta 
➢ G54-59 Zero-peça 
➢ G90/91 Programação em coordenadas absolutas/incrementais 
➢ G92 Ponto zero peça 
➢ G94/95 Avanço da ferramenta (mm/min/mm/rot) 
➢ G96/97 Velocidade de corte constante/rotação constante (torneamento) 
 
 
 
9 
• Quando ativada, a função G54 só desativa com a função G53 e vice-
versa. 
• Quando ativada, a função G90 só desativa com a função G91 e vice-
versa. 
Já nas funções não modais, não ficam memorizadas e são atuantes 
apenas nos blocos que as contêm. 
• G02, G03 permanecem somente na linha. 
Mostraremos a seguir um exemplo de como é a estrutura de um programa 
CNC usando os códigos G na movimentação dos eixos X e Z. Temos um 
exemplo de programação usando os códigos G e o deslocamento linear, 
conforme Figura 8. 
Figura 8 – Exemplo de programação usando código G 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Toda a linha do início do bloco do programa CNC é nomeada com a letra 
N. 
• N10 G21 G90 G54; 
• N20 G00 X21 Z5 (ponto P0); 
• N30 GO1 X20 Z0 (ponto P1); 
• N40 Z-15 (ponto P2); 
• N50 X30 (ponto P3); 
• N60 Z-25 (ponto P4); 
• N70 X40 Z-32 (ponto P5, interpolação linear); 
• N80 Z-47 (ponto P6); 
 
 
10 
• N90 G00 X50; 
• N100 Z5; 
• N110 X21 (volta para o ponto inicial). 
2.2 Funções do código M no programa CNC 
As funções M controlam as funçõesda máquina, como a rotação do fuso, 
refrigeração, entre outras. 
Quadro 3 – Funções M 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
2.2 Funções relacionadas à ferramenta de corte na usinagem do torno CNC 
Como visto anteriormente, os parâmetros de corte são de extrema 
importância para a usinagem da peça. Veremos quais os códigos responsáveis 
para ativar a rotação, bem como o avanço e a ferramenta para a usinagem da 
peça. 
Quadro 4 – Códigos para ativar a rotação 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Para acionar a rotação do eixo árvore temos dois modos. Quando a 
função G96 estiver ativa, a letra S seguida de um número (150) significa que a 
velocidade de corte é de 150 m/min, ou seja, S150. Por intermédio da velocidade 
de corte e o diâmetro da peça, o comando CNC calculará a rotação da placa da 
máquina usando a expressão: 
➢ M00 Parada do programa (Aguarda Start para continuar); 
➢ M03 Aciona eixo-árvore no sentido horário; 
➢ M04 Aciona eixo-árvore no sentido anti-horário; 
➢ M05 Desliga o eixo-árvore; 
➢ M06 Habilita troca de ferramenta; 
➢ M08 Aciona fluido refrigerante; 
➢ M09 Desliga fluido refrigerante; 
➢ M30 Fim de programa; 
➢ M98/99 Chamada/Fim de subprograma. 
➢ S ➔Rotação da Placa do torno RPM. 
➢ F ➔Avanço da Ferramenta. 
➢ T ➔Ferramenta. 
➢ H ➔Comprimento da ferramenta. 
 
 
11 
𝑁 =
Vc x 1000
D
 (Rpm) 
Agora, quando a função G97 estiver ativa, a letra S seguida de um número 
(1000) significa que a velocidade da placa é de 1000 RPM, ou seja, S1000. 
O avanço também pode ser expresso de dois modos. Quando a função 
G94 estiver ativa, a letra F seguida de um número (200) significa que o avanço 
é de 200 mm/mim, ou seja, F200. Entretanto, quando a função G95 estiver ativa, 
a letra F seguida de um número (0,25) significa que o avanço é de 0,25 mm/rota, 
ou seja, F.25. 
As ferramentas são nomeadas pela letra T mais um número, conforme 
pode ser visto no exemplo a seguir: 
• T1 – Ferramenta para torneamento externo; 
• T2 – Ferramenta para torneamento interno; 
• T3 – Broca. 
TEMA 3 – ESTRUTURA PADRÃO DE PROGRAMA CNC PARA TORNEAMENTO 
Nesse momento, veremos como estruturar o programa CNC composto por: 
• cabeçalho do programa; 
• tipos de sistemas de medida de coordenadas; 
• parâmetros de corte; 
• troca das ferramentas; 
• ponto zero peça; 
• funções da máquina; 
• usinagem da peça. 
3.1 Características da peça para a realização do programa do torno CNC 
Agora, realizaremos o programa CNC da peça da Figura 9. O material da 
peça é um aço 1045 da classe P20. Conforme a Tabela 1 a seguir, escolheremos 
os dados de corte para a usinagem dessa peça. 
 
 
12 
Tabela 1 – Dados de corte 
TABELA DE PARÂMETROS DE CORTE - TORNEAMENTO 
MATERIAL Velocidade de corte Avanço 
ISO CMC CLASSE VC 
(m/min) 
Av 
(mm/Z) 
P Aço P10 250-350 0,25 
P20 120-300 0,20 
P30 180-260 0,15 
P40 150-200 0,10 
M 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Conforme a Tabela 1, temos o valor da velocidade de corte entre 120 a 
300 m/min. Logo, vamos escolher a Vc. de 180 m/min e o avanço de 0,20 mm/z. 
Figura 9 – Eixo para fazer o programa CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
3.2 Cabeçalho do programa Torno CNC 
O cabeçalho é fundamental e permanece igual para todos os programas 
CNC. Altera-se somente a ferramenta e os dados de corte. Para colocar textos 
de informação, temos que escrevê-lo entre parênteses – (...). Vamos descrever 
passo a passo as informações necessárias para a realização do programa CNC. 
 
 
13 
Vamos utilizar o software CNC Simulator PRO para fazer o programa 
CNC. 
• Etapa 1: clicar no ícone para determinar a máquina. 
• Etapa 2: selecionar a pasta Turning e escolher o modelo do torno. 
As etapas foram representadas conforme a Figura 10. 
Figura 10 – Início do software CNC Simulator PRO 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Nessa fase, é necessário clicar no botão Next. Em seguida, selecionar o 
Turning program conforme a Figura 11. 
 
 
14 
Figura 11 – Seleção do programa de torno CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Agora, devemos determinar as dimensões e o tipo da matéria-prima para 
a usinagem da peça conforme Figura 12. 
Figura 12 – Determinar o material bruto 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Após, deve-se determinar o ponto zero para o lado direito na face da peça. 
Para esse programa não vamos usar um subprograma, portanto, é necessário 
fazer as seleções conforme mostrado na Figura 13. 
 
 
15 
Figura 13 – Determinar o ponto zero e não utilizar o subprograma 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Vamos agora colocar o nome e o número do programa do torno CNC. 
Ainda é possível determinar a unidade de medida para trabalhar. Vamos 
escolher o milímetro conforme a Figura 14. 
Figura 14 – Definição do nome e número do programa CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Agora começaremos a fazer o cabeçalho propriamente dito: 
 
 
16 
 
 
➔ Configuração do Software 
 
 
 
%1 ➔ nome do programa 
N10 G92 Z28; ➔ ponto de troca de ferramenta. 
N20 T1 M6; (Desbaste) ➔ seleção /Troca de ferramenta. 
N30 G96 S180; ➔ velocidade de corte. 
N40 S180 M4; ➔ liga a placa do torno. 
Figura 15 – Cabeçalho do programa CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
3.3 Movimentação dos eixos dentro do programa no Torno CNC 
Vamos fazer o caminho da ferramenta conforme o perfil da peça da Figura 
9. Nessa peça, faremos o ciclo de desbaste da peça e, por último, o ciclo de 
acabamento. As dimensões da matéria-prima são 50 mm de diâmetro e 80 mm 
de comprimento total conforme a Figura 16. 
($Lathe) 
($Millimeters) 
($AddRegPart 15) 
(Eixo) 
 
 
17 
Figura 16 – Matéria-prima fixada na placa do torno CNC 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Vamos utilizar o software CNC Simulator PRO para fazer o programa CNC. 
 
 
18 
Figura 17 – Programa CNC 
 
Lathe) 
($Millimeters) 
($AddRegPart 15) 
(Eixo) 
 
%1 
N10 G92 Z58 
N20 T1M6 (desbaste externo) 
N30 G96 S180 
N40 S180 M04 
N60 G0 X47 Z2 
N70 G1 Z-44,9 F.25 M8 
N80 G0 X48 Z2 
N90 X44 
N100 G1 Z-44,9 
N110 G0 X45 Z2 
N120 X41 
N130 G1 Z-44,9 
N140 G0 X45 Z2 
N150 X39 
N140 G1 Z-24,9 
N150 G0 X40 Z2 
N170 X36 
N180 G1 Z-24,9 
N190 G0 X37 Z2 
N200 X33 
N210 G1 Z-24,9 
N220 G00 X34 Z2 
N230 X30 
N240 G1 Z-24,9 
N250 G00 X31 Z2 
N240 X29 
N250 G1 Z-24,9 
N260 G00 X30 Z2 
N280 X27 Z2 
N290 G01 Z-24,9 
N300 G00 X50 Z58 M9 
N310 T2 M6 (acabamento externo) 
N310 S180 M4 
N320 G00 X26 Z2 F.1 M9 
N330 G01 Z-25 
N340 X40 
N350 Z-45 
N360 X50 
N380 G00 Z58 M9 
N390 M30 
Crédito: Marcelo Staff. 
 
 
19 
Figura 18 – Início do software CNC Simulator PRO 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
TEMA 4 – INTERPOLAÇÃO LINEAR E CIRCULAR NA ESTRUTURA PADRÃO 
DE PROGRAMA CNC PARA TORNEAMENTO 
Vamos aprender agora sobre a interpolação linear e circular dos eixos 
para a usinagem da peça com chanfros e raios nos perfis. Assim como a 
interpolação linear, a interpolação circular ocorre com os avanços programados. 
4.1 Interpolação linear dos eixos dentro do programa no Torno CNC 
Para se familiarizar com essa linguagem, faremos o programa CNC em 
um único passe, desconsiderando o sobremetal da peça. O objetivo é somente 
para aprender a movimentação dos eixos na interpolação linear e os comandos 
da máquina. 
 
 
20 
Figura 19 – Interpolação linear 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
Figura 20 – Percurso da ferramenta 
 
%2 
N10 G92 Z58 
N20 T1 M06 (acabamento do 
perfil) 
N30 G96 S180 
N40 S180 M04 
N50 G00 X34 Z2 M8 
N60 G01 Z-12 F.2 
N70 X36 
N80 Z-22 
N90 X40 Z-30 
N100 X44 
N110 Z-50 
N120 G00 X100 Z128 M09 
N140 M30 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
4.2 Funções da máquina e troca de ferramenta no programa do Torno CNC 
 As funções M são chamadas de funções miscelâneas. Elas são 
responsáveis por ativar ou desativar os comandos da máquina. No exemplo 
 
 
21 
anterior do programa (%001) na linha N40, temos o comando M04 que possibilita 
ligar a placa no sentido de rotação anti-horário. 
Já na linha N60, o comando M08 ativa a refrigeraçãoda máquina. Para 
usar a ferramenta utilizamos a chamada da ferramenta T1 mais a função M06, 
fazendo a troca automática da ferramenta de corte. 
No final do programa, na linha N140, o comando M09 desativa a 
refrigeração; para finalizar o programa usamos o comando M30. 
4.3 Interpolação circular com as funções G02 e G03 dentro do programa 
no Torno CNC 
A função G02 faz a interpolação no sentido horário, já a Função G03 faz 
a interpolação no sentido anti-horário. Ambas são usadas para que a realização 
do perfil da peça tenha raios. Em seguida, indicaremos o ponto final que 
determina o arco por meio das coordenadas X e Z. Em seguida, indicamos o 
valor do raio da peça, ou os pontos iniciais do raio por meio das letras I e K. 
Vamos então verificar na prática conforme o programa do torno CNC da 
Figura 21. Esse programa está realizando o acabamento do perfil da peça. 
Figura 21 – Programa com a interpolação circular 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Usando o comando R ➔ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Usando o comando I e K ➔ 
 
%3 
N10 G92 Z58 
N20 T2 M6 (Acabamento do perfil) 
N30 G96 S180 
N40 S180 M04 
N50 G00 X0 Z2 
N60 G01 Z0 F.15 M8 
N70 X20 
N80 G03 X30 Z-5 R5 
N90 G01 Z-25’ 
N100 G02 X40 Z-30 R5 
N100 G01 Z-45 
N120 X50 
N130 G00 Z58 M09 
N140 M30 
‘ 
%3 
N10 G92 Z58 
N20 T2 M6 (Acabamento do perfil) 
N30 G96 S180 
N40 S180 M04 
N50 G00 X0 Z2 
N60 G01 Z0 F.15 M8 
N70 X20 
N80 G03 X30 Z-5 I0 K-5 
N90 G01 Z-25 
N100 G02 X40 Z-30 I5 K0 
N100 G01 Z-45 
N120 X50 
N130 G00 Z58 M09 
N140 M30 
 
 
23 
Figura 22 – Simulação da interpolação no CNC Simuletor 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
TEMA 5 – SUB-ROTINAS E SUBPROGRAMAS NA ESTRUTURA PADRÃO DE 
PROGRAMA CNC PARA TORNEAMENTO 
Para facilitar a programação, temos as sub-rotinas e os subprogramas 
dentro do programa CNC, cujo objetivo é facilitar as sequências de comandos 
repetidos conforme visto no programa %1. Com isso, ganhamos tempo e 
economia na digitação liberando mais espaço ocupado na memória da máquina. 
As sub-rotinas são ciclos de usinagem criadas dentro do programa CNC, 
já os subprogramas podem ser criados pelo programador. 
Os ciclos fixos de usinagem das sub-rotinas são: 
• ciclo de furação simples (G81); 
• ciclo de furação profunda com quebra cavacos (G74/G83); 
• ciclo de desbaste de torneamento externo; 
• ciclo de rosqueamento. 
5.1 Ciclo fixo de furação simples G81 
Esse ciclo fixo de furação simples é programado com a função G81. O 
exemplo a seguir faz a utilização desse ciclo de furação, no qual o torno CNC 
fará a usinagem de um furo de diâmetro 10 mm e a profundidade de 15 mm 
conforme a peça da Figura 23. 
 
 
24 
Figura 23 – Peça com furo diâmetro de 10 mm 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
%4 
N10 G92 Z58 
N20 G40 G90 G94 
N30 T17 M06 (BROCA DIA 10) 
N40 S800 M03 
N50 G00 X0 Z2 
N60 G81 Z-15 F100 M08 
N70 G80 G00 Z58 M9 
N80 M30 
 
5.2 Ciclo fixo de furação profunda G74/G81 
Temos dois tipos de ciclo fixo de furação profunda, programado com a 
função G74/G81. 
A função G74, quando acionada, possibilita que a broca faça uma parada 
no avanço de corte por alguns segundos durante a usinagem do furo da peça e 
depois continue furando. Justamente por essa ação, os cavacos quebram, 
facilitando a usinagem do furo profundo. Podemos ainda programar quantas 
paradas necessita essa usinagem por meio da função Q. 
Já na função G83, temos a mesma situação de parada da broca quando 
estiver sendo usinado o furo na peça, somente com uma diferença: recuar a 
broca para fora da peça, trazendo consigo os cavacos. Essa operação recebe o 
Avanço da broca em mm/min 
G81 Ativar o ciclo de furação 
mm/min 
G80 desativar o ciclo de furação 
Rotação da broca em 800 rpm 
furação mm/min 
 
 
25 
nome de pica-pau. Também é possível programar as quantidades de saída da 
broca de dentro do furo profundo no momento de usinar a peça. 
Observe o exemplo do programa %5 da peça conforme Figura 24. Nela, 
permanece o mesmo diâmetro de 10 mm, mas a profundidade agora é de 40 
mm. Nota-se que os ciclos G74/G83 facilitam muito o escoamento do cavaco, 
impossibilitando o travamento da broca durante a usinagem da furação profunda. 
Figura 24 – Peça com furação profunda 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na sub-rotina G74, é interessante observar que a função Q é o valor 
incremental para a usinagem da furação profunda, nesse caso, a cada 10 mm 
temos a parada de alguns segundos no avanço de corte da broca. 
Já na sub-rotina G83, a função Q determina que a cada 10 mm a broca 
recue para fora da peça. 
G74 Parada da broca 
%5 
N10 G92 Z58 
N20 G40 G90 G94 
N30 T17 M06 (BROCA DIA 10) 
N40 S800 M03 
N50 G00 X0 Z2 
N60 G74 Z-40 Q10 M08 
N70 G80 G00 Z58 M9 
N80 M30 
 
G83 PICA-PAU 
%5 
N10 G92 Z58 
N20 G40 G90 G94 
N30 T17 M06 (BROCA DIA 10) 
N40 S800 M03 
N50 G00 X0 Z2 
N60 G83 Z-40 Q10 M08 
N70 G80 G00 Z58 M9 
N80 M30 
 
 
 
26 
5.3 Ciclo de torneamento de desbaste G74 
Também podemos utilizar o ciclo G74 para outra função, alterando alguns 
parâmetros de programação. Vimos no programa %1 que, para fazer a redução 
do diâmetro de um eixo em vários milímetros, usamos muitos blocos de 
programação. Entretanto, temos esse ciclo de programação, utilizado para fazer 
a redução dos diâmetros com repetição dos passes de usinagem em diferentes 
profundidades de corte. Na Figura 25, temos um exemplo de como fazer a 
programação de desbaste. 
Figura 25 – Ciclo de desbaste 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
 
%6 
N10 G92 Z58 
N20 G40 G90 
N30 T17 M06 (Desbaste dia.30) 
N40 G96 S800 M03 
N50 G00 X55 Z5 
N50 G01 X48 Z0 M08 
N60 G74 X30 Z-40 P2500 Q40000 R2 P2500 F0.2 
N60 G0 X50 Z58 M09 
N70 M30 
 
 
27 
 
Em que: 
• G74 ➔ ciclo de desbaste; 
• N50 G00 X55 Z5 ➔ ponto inicial P1; 
• N60 G74 X30 Z-40 ➔ diâmetro final do desbaste. 
• N60 P2500 ➔ profundidade de corte em milésimos de milímetro; 
• N60 Q40000 ➔ comprimento total de corte (valor incremental) em 
milésimos de milímetro; 
• N60 R2 ➔ recuo da ferramenta no eixo X após a usinagem de cada passe. 
O desbaste será realizado em quatro passes da ferramenta de corte para 
atingir o diâmetro final de 30 mm. 
5.4 Subprogramas 
Os subprogramas são blocos de comando separados do programa 
principal com a finalidade de simplificar a programação, reduzindo os caracteres 
utilizados. 
Dentro do programa principal podemos ter vários subprogramas em 
situações como: 
• repetição de perfil, variando a sua profundidade; 
• repetição de movimento. 
 Na Figura 26, há um exemplo de como é feito o subprograma de 
desbaste da peça variando a sua profundidade de corte. Nessa situação, 
fazemos o subprograma em outra interface, e somente colocamos a chamada 
do subprograma no programa principal. 
 
 
28 
Figura 26 – Subprograma do eixo 
 
Crédito: Marcelo Staff. 
 
 
 
. 
 
 
 
• Função M98 ➔ chamada do subprograma dentro do programa. 
• Letra P001 ➔ indica o número do subprograma. 
• Função auxiliar L4➔ número de repetições que o subprograma será feito 
dentro do programa principal. 
• Função M99 ➔ encerra o subprograma e volta para o programa principal, 
na linha N70. 
Com a função G91, os valores são incrementais, portanto, a cada parada, 
seu ponto zero será sempre o último ponto. 
Programa 
%7 
N10 G90 G92 Z58 
N20 G40 G90 
N30 T17 M06 (Desbaste dia.30) 
N40 G96 S800 M03 
N50 G00 X48 Z2 
N70 G01 Z0 F.2 M08 
N60 M98 P001 L4 
N70 G00 G90 X55 Z58 M09 
N90 M30 
 
 
Subprograma 
P01 
G01G91 Z-40 
G00 X0.5 
Z41 
X-3 
G01 Z1 
M99 
 
 
29 
O subprograma P01 está sendo repetido por quatro vezes, reduzindo o 
diâmetro da peça de 50 mm para 30 mm, com a profundidade de corte de 2,5 
mm, totalizando 10 mm no raio da peça. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, proporcionamos a aprendizagem dos conceitos básicos 
necessários à programação do Torno CNC, por meio de sua estrutura. Além 
disso, conhecemosos principais fabricantes de comandos numéricos 
computadorizados. 
Aprendemos também que os blocos de programação são compostos por 
blocos contendo o número da linha, função, movimentos dos eixos e função final. 
Abordamos ainda quais são os códigos na linguagem G e as funções do 
comando M aplicados nos programas do torno CNC. 
Conhecemos os movimentos dos eixos nas interpolações lineares e 
circulares, aplicando-os na prática, por intermédio da simulação 3D no software. 
Vimos os conceitos importantes dos subprogramas e das sub-rotinas 
pertencentes aos ciclos fixo de programação do torno CNC. 
Podemos destacar as inúmeras vantagens associadas ao CNC, entre 
elas, a maior versatilidade do processo, interpolações lineares e circulares, 
sistemas de posicionamento de grande rapidez e precisão, compactação de 
ciclos de usinagem obtendo o menor tempo, entre outros. 
Futuramente, teremos a oportunidade de aprender a programar máquina 
CNC de três eixos, denominada Fresadora CNC. 
 
 
 
30 
REFERÊNCIAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6175. Usinagem: 
processos mecânicos. Rio de Janeiro, 2015. 
BIGATION, C. Apostila automação CNC. Piracicaba: Centro Paulo Souza, 2009. 
DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C; COPPINI, N. L. Tecnologia da usinagem dos 
metais. 7. ed. São Paulo: Artliber, 2010. 
FERRARESI, D. Fundamentos da usinagem dos metais. São Paulo: Blücher, 
1970. 
FRACARO, J. Fabricação pelo processo de usinagem e meios de controle. 
Curitiba: InterSaberes, 2017. 
MEGATON, S. A. Manual de programação e operação CNC Mitsubishi Meldas 
520. São Paulo: Sociesc, 2014. 
MITSUBISHI TOOLING TECHNOLOGY. Tooling Technology. RR Donnelley, 
mar. 2007. 
SANDVIK COROMANT. General Turning Operations. Disponível em: 
<https://www.sandvik.coromant.com/en-gb/knowledge/general-turning/pages/def 
ault.aspx>. Acesso em: 18 fev. 2022.

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