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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: O PAPEL DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA ESCOLARIZAÇÃO Francéli Brizolla1 Eliete Cristina Berti Zamproni2 NEPIE – Núcleo de Estudos em Políticas de Inclusão Escolar PPGEdu – Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS RESUMO Este artigo consiste num relato de uma pesquisa-ação desenvolvida com professores que trabalham nas Salas de Recursos da rede estadual de educação em Curitiba, PR. Tal investigação é fruto de formação e orientação das autoras no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, visando à formação continuada dos professores da Rede Estadual de Ensino. Teve como foco de estudo a deficiência intelectual e os desafios da escolarização dos alunos com esta deficiência, assim como o debate sobre as respostas educacionais alternativas e/ou diferenciadas de atendimento das suas necessidades. Este artigo está estruturado em fundamentação teórica sobre o Atendimento Educacional Especializado e os pressupostos teóricos da atual concepção desta deficiência. Em seguida, apresenta-se a sistematização do desenvolvimento da intervenção pedagógica realizada, um panorama da caracterização dos serviços especializados desenvolvidos nas Salas de Recursos de Curitiba e uma discussão sobre possíveis diretrizes pedagógicas para o atendimento especializado na perspectiva inclusiva na escolarização do aluno com deficiência intelectual, reveladas pelo grupo de professores. Palavras-chave: Deficiência intelectual. Atendimento educacional especializado. Escolarização. INTRODUÇÃO A educação inclusiva fundamentada em um paradigma que busca a superação de preconceitos e de práticas excludentes e na defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos na escola impulsionou o sistema educacional brasileiro a recomendar a 1 UFPR Setor Litoral / Paraná. 2 SEED/DEEIN (Secretaria de Estado da Educação; Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional) / Paraná. 2 matrícula obrigatória de alunos com deficiências3, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação em estabelecimentos de rede regular de ensino, principalmente, a partir da normatização realizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96) e pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (SEESP/MEC, 2008). Nessa perspectiva inclusiva, a Educação Especial é considerada legalmente como uma modalidade que está inserida nos diferentes níveis da educação escolar – educação básica e superior - e deve ofertar serviços e recursos especializados para complementar e/ou suplementar o processo educacional realizado na escola comum. Considera-se importante registrar que, para a efetivação de uma escola inclusiva que atenda a todos os alunos com equidade, não basta apenas garantir vagas, através da força da lei, ou seja, apenas a presença física do aluno em sala de aula, sendo essencial que a escola esteja preparada para atender as suas necessidades educacionais especiais. No cerne dessa questão está posto o desafio de buscar respostas pedagógicas para enfrentamento dessa realidade e alcance do objetivo inclusivo proposto. De acordo com o MEC/SEESP (2008), o atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Na perspectiva da política de educação inclusiva vigente para alunos com deficiência intelectual, deve ser organizado como um trabalho pedagógico complementar aos serviços educacionais comuns, com vistas à autonomia e independência do aluno, na escola e na sociedade. Isto posto, os resultados em tela neste artigo são oriundos de uma intervenção pedagógica realizada como parte da mediação e formação no PDE - Programa Plano de Desenvolvimento Educacional, curso de formação continuada ofertado aos professores da rede estadual de educação do Paraná em parceria da Secretaria de Estado da Educação com as instituições públicas de Ensino Superior. Um dos eixos do curso prioriza as atividades voltadas para a integração teórico-prática, estando nele contemplado o “Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola”, elaborado pelo professor PDE sob orientação do professor da IES, com o objetivo de atender às dificuldades diagnosticadas na rede básica a respeito da temática estudada e pesquisada. 3 Conforme os objetivos propostos foi abordada a escolarização dos alunos com deficiência intelectual. 3 1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE FUNDAMENTAÇÃO 1.1 A concepção atual de deficiência intelectual A concepção de deficiência intelectual foi diferentemente conceituada, ao longo da história, com terminologias e classificações que foram modificadas e atualizadas de acordo com o contexto de cada época, com interesses econômicos e ideológicos (sociais religiosos e políticos); um fator aglutinador desta evolução histórico-conceitual está demarcado pela atribuição de “incapacidade” e “improdutividade”, isto é, está sempre ligado a uma imagem negativa das pessoas que compõe este segmento. Segundo Pletsch (2009), sob influência da medicina e da psicologia, diferentes terminologias foram utilizadas para a designação das pessoas com esta característica, a saber, idiota, débil mental, infradotado, imbecil, retardado mental e, nos últimos anos, deficiente mental. Atualmente, sob o reflexo de correntes que defendem a escola inclusiva, propõe-se a substituição deste último por deficiência intelectual. A expressão deficiência intelectual foi oficialmente utilizada em 1995, no simpósio ‘Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento’, promovido pela Organização das Nações Unidas, em Nova York. Mas, somente em 2004, após a publicação da “Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual” pela Organização Pan-Americana de Saúde e a Organização Mundial de Saúde que está terminologia foi divulgada. Outro marco na substituição dos termos foi a modificação do nome da respeitada American Association of Mental Retardation (AAMR) para American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD), recomendando o uso da expressão deficiência intelectual. No Brasil, o novo termo está sendo mencionado nos documentos pedagógicos do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, entre outros. No momento histórico atual, marcado pela busca de uma sociedade inclusiva, a deficiência intelectual não é mais vista como uma condição única e própria do sujeito, ela deve ser analisada amplamente considerando-se suas dificuldades e potencialidades e a forma que este se relaciona no ambiente em que vive. A dimensão intelectual não é mais elemento suficiente para caracterizar a deficiência intelectual, posto que outros fatores devam ser analisados, tais como funcionamento adaptativo, os fatores psicológicos, emocionais, ambientais, físicos, etiológicos e de saúde. Assim, o conceito de deficiência intelectual adotado atualmente foi instituído pela Associação Americana 4 de Retardo Mental – AARM (2006) e apresenta-se da seguinte maneira: “Incapacidade caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo e está expresso nas habilidades práticas, sociais e conceituais, originando-se antes dos dezoito anos de idade” (PAN, 2008, p. 63). Assim, esta deficiência deve ser compreendida como uma interação entreo funcionamento intelectual e as suas relações com o contexto social, isto é, as limitações deixam de ser observadas somente como dificuldade exclusiva da pessoa deficiente intelectual, numa perspectiva quantitativa de inteligência, passando a ser consideradas como limitações do contexto social em ofertar os apoios que ela necessita, ou seja, adota-se uma perspectiva de compreensão e definição entre o sujeito e seu meio. A partir deste conceito, a deficiência intelectual passa a ser entendida como um modo particular de funcionamento com especificidades e diferenças no desenvolvimento e aprendizagem. Assim, surge a necessidade de adoção de novas práticas educacionais, tanto no ensino regular como na educação especial, as quais acompanhem a evolução conceitual, sob pena de mudarem as terminologias e permanecerem as mesmas práticas consideradas defasadas. 1.2 O atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência intelectual no Paraná A política de educação especial no estado do Paraná, dentro desta perspectiva de inclusão, tem investido na ampliação do atendimento educacional a alunos com necessidades educacionais especiais, no contexto da escola regular, principalmente àqueles em situação de deficiência intelectual. Dados estatísticos da SEED/DEEIN - Secretaria de Estado da Educação/ Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional, contidos no Relatório Anual/2008, mostram que, entre os anos de 2004 e 2008, foram autorizadas 812 salas de recursos para apoio especializado a esses alunos. Esta situação exige novas práticas pedagógicas na sala de recursos, sala de aula comum e em toda escola. Segundo dados da mesma Secretaria, nos últimos anos ocorreu um aumento significativo do número de alunos com deficiência intelectual frequentando a escola regular no Estado do Paraná; a maioria destes chega a 5ª série do Ensino Fundamental apresentando um histórico de reprovações sucessivas, defasagem idade-série e pouca apropriação dos conteúdos acadêmicos. Desta forma, muitos não conseguem atingir os 5 objetivos estabelecidos para o Ensino Fundamental – 2ª etapa. Assim sendo, as políticas públicas de atendimento especializado destacam prioritariamente o trabalho pedagógico desenvolvido nas denominadas Salas de Recursos – séries finais, para alunos com deficiência intelectual e transtornos funcionais específicos, normatizada pela Instrução 013/2008 – SEED/SUED. A Sala de Recursos em questão difere do atendimento das Salas de Recursos Multifuncional propostas pelo MEC quanto ao público alvo de atendimento. De uma maneira geral, o trabalho pedagógico realizado nessas salas se diferencia completamente da escolarização da classe comum, não deve ser uma atividade que tenha como objetivo desenvolver conteúdos acadêmicos, tais como língua portuguesa e matemática, tampouco ser confundido como reforço escolar, mas deve propiciar condições para o desenvolvimento de habilidades cognitivas básicas para a aprendizagem dos conteúdos disciplinares trabalhados na escola, bem como de habilidades práticas, sociais e conceituais. O professor que atua na Sala de Recursos deve ter especialização adequada em nível médio ou superior, conforme preconiza a Lei de Diretrizes e Base para a Educação - LDB nº 9394/96, no Capítulo V, art. 59, inciso III. Necessita ainda, receber formação sobre as práticas que possibilitem identificar e atender as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência intelectual, saber como ele aprende e de que modo pode ensiná-lo. Na literatura acadêmica não encontramos ‘receitas prontas’ de práticas pedagógicas para atender as especificidades desse alunado, pois cada aluno é único, com possibilidades e dificuldades que devem ser consideradas pela escola em todo o processo de ensino e aprendizagem. 2 DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA A PARTIR DO PROJETO “DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: O PAPEL DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA ESCOLARIZAÇÃO” 2.1 Desenvolvimento da intervenção pedagógica na rede básica A intervenção pedagógica desenvolvida constituiu-se numa das fases da formação continuada que dá origem a este estudo, sendo o momento destinado à implementação e operacionalização de ações planejadas do referido programa. Esta 6 etapa tem a finalidade de mesclar a formação dos alunos professores estaduais com a promoção da melhoria qualitativa do ensino na escola pública do Paraná. Assim, diante da natureza do estudo, optou-se pela dinâmica de Grupo Focal, que se caracteriza como uma técnica de pesquisa ou de avaliação qualitativa, de caráter não-diretivo, que coleta dados por meio das interações grupais; formou-se um curso de formação continuada para professores das Salas de Recursos – séries finais para alunos com deficiência intelectual, implantadas em escolas de rede estadual de Curitiba. Tal grupo foi constituído por 39 (trinta e nove) professores de Salas de Recursos, divididos em 3 (três) subgrupos, visando discutir as bases teóricas referentes ao tema abordado no Projeto. A temática abordada no curso foi o papel do Atendimento Educacional Especializado na escolarização do aluno com deficiência intelectual, com o objetivo central de orientar e fundamentar teoricamente a ação pedagógica dos professores que trabalham com alunos que apresentam esta deficiência, tendo em vista a proposição de princípios e diretrizes de orientação para o trabalho pedagógico4. O curso foi realizado durante o segundo semestre de 2010, no Colégio Estadual Tiradentes – EFM, Curitiba. Os participantes totalizaram 39 (trinta e nove) profissionais, sendo 31 (trinta e um) professores das Salas de Recursos; 5 (cinco) técnicos pedagógicos do Núcleo Regional de Educação de Curitiba; 2 (dois) profissionais do Centro Estadual de Orientação e Avaliação Pedagógica de Curitiba e 1 (um) professor de Classe Comum. Para efetivação do curso, os profissionais foram divididos em 3 (três) grupos, que reuniram-se mensalmente em 6 etapas de 4 horas cada, totalizando 24 horas. 2.2 Sistematização e análise dos dados coletados Por uma questão didática organizou-se a apresentação dos dados em 3 (três) vertentes: � formação inicial e continuada do professor; � concepção teórica considerada necessária à prática do professor da SR; e � atribuições pedagógicas do professor da sala de recursos, conforme segue. 4 As temáticas estudadas e investigadas foram: “Conhecendo as práticas de atendimento educacional especializado”, “Deficiência intelectual: definição atual”, “Teorias psicológicas de desenvolvimento e aprendizagem”, “Atendimento educacional especializado e sua potencialidade para o processo de inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual”, “Atendimento pedagógico do aluno com deficiência intelectual na classe comum” e “O trabalho colaborativo entre educação especial e ensino regular”. 7 2.2.1 Formação inicial e continuada do professor Após análise dos dados obtidos no questionário situacional, aplicado na primeira etapa do curso, constatou-se que todos os profissionais que participaram do trabalho possuem formação superior, sendo 18 (dezoito) professores com graduação em pedagogia; 3 (três) professores graduados em cada uma das áreas da educação física, educação artística, história e psicologia; 2 (dois) professores com formação em geografia e, 2 (dois), em letras. Nas áreas da sociologia, ciências e biologia, ciências, matemática e fisioterapia, apenas 1 (um) professor em cada. Entre os participantes do trabalho apenas 1 (um) nãoinformou sua graduação. A pós-graduação destes mesmos profissionais configura-se com 25 (vinte e cinco) professores com especialização em educação especial; 6 (seis), com estudos adicionais; 2 (dois) professores em educação fundamentada em artes; 2 (dois) professores em inclusão educacional; 1 (um) professor em Arte como princípio educacional para inclusão e 2 (dois) professores não informaram sua especialização. Neste universo trabalhado, apenas 1 (um) professor com mestrado na área da educação. Conforme preconiza a lei estadual (Deliberação CEE-PR 02/03), todas as professoras tem especialização, em cursos de Pós-Graduação em Educação – Especialização - e/ou habilitação específica em nível Médio, na extinta modalidade de Estudos Adicionais e, atualmente, na modalidade Normal. No mesmo questionário situacional, as professoras informaram que não receberam formação continuada para o trabalho com o aluno deficiente intelectual, no entanto, buscam respostas pedagógicas para trabalho na troca de experiências com outros profissionais, bem como em leituras realizadas por iniciativa própria. Um significativo número de professoras respondeu que necessita e recebe apoio da equipe pedagógica, direção, de outros professores e pais para desenvolverem um bom trabalho pedagógico na Sala de Recursos. Quanto ao tempo de experiência na docência em sala de recursos, pode-se descrever que 10 (dez) professores têm experiência inferior a um ano; 25 (vinte e cinco) professores tem até 5 anos de experiência; 4 (quatro), de 6 a 10 anos de experiência; e 1 (um) professor com mais de 10 anos de docência na Sala de Recursos. 2.2.2 Concepções teóricas consideradas necessárias à prática do professor da Sala de Recursos Na discussão do conceito da deficiência intelectual em uma perspectiva 8 inclusiva, pode-se afirmar que existe um consenso entre as professoras sobre a concepção atual da deficiência em pauta; todas entendem que esse sujeito possui potencialidades e limitações cognitivas e devem ser atendidos em suas especificidades para sucesso no seu processo de aprendizagem. Defenderam que esse grupo de alunado não pode ser definido em um quadro único, isto é, não se pode traçar um perfil típico de desenvolvimento, muito menos de características padronizadas de seu comportamento ou aprendizado. Para ilustrar esta afirmação, citaram como exemplo que alguns alunos dominam a leitura e escrita mas apresentam grandes dificuldades nos conceitos básicos da matemática, enquanto outros, ao contrário, solucionam problemas de matemática mas não realizam atividades de construção de textos; existem aqueles que apresentam dificuldades generalizadas na apreensão dos todos os conteúdos do ensino fundamental; registra-se, ainda, um grupo de alunos que se destacam na área artística, como pintura e música; um outro pequeno grupo, por sua vez, necessita de orientação em todas as atividades acadêmicas e da vida prática. A ação pedagógica da Sala de Recursos deve respeitar todas as particularidades possíveis, pois cada aluno é único e suas características dependem de uma série de fatores que envolvem o desenvolvimento físico, psicológico e principalmente as relações sociais; no entanto, é possível observar algumas características que lhe são peculiares em diferentes níveis que variam de aluno para aluno comparado a seus pares da mesma faixa etária. Entre as características comuns dos alunos que compõe este segmento, destacam-se as limitações na área intelectual que interferem de maneira substancial na aprendizagem acadêmica, pois seu desenvolvimento se processa de maneira diferente no que se refere à apropriação e elaboração de conceitos mais elaborados, com ritmo mais lento comparado ao desenvolvimento de colegas que não apresentam essa condição. As dificuldades para adaptar-se a novas situações, para se comunicar, controlar emoções e estabelecer vínculos afetivos com colegas de escola e professores, contribuem para a baixa auto-estima que, consequentemente, comprometem o processo de aprendizagem. Ficou evidenciado, também, que o respeito ao ritmo e às necessidades do aluno permite ao professor da Sala de Recursos desenvolver um trabalho individualizado, com avaliação e metodologia diferenciadas. Para realização da ação pedagógica no serviço de atendimento especializado, as 9 professoras afirmaram que é de suma importância a fundamentação teórica sobre o processo de desenvolvimento cognitivo e de aprendizagem do aluno com deficiência intelectual e na oportunidade defenderam as duas abordagens interacionistas: a teoria sócio-histórica abordada por Vygotsky e a o construtivismo abordado por Piaget. Com Vygotsky, apontam a questão da mediação da aprendizagem como um atributo do profissional da Sala de Recursos e a idéia de compensação dos déficits decorrentes da deficiência, além da questão do contexto e das relações sociais como importante para o desenvolvimento do aluno. Nesta perspectiva, destacou-se que é essencial oferecer possibilidades de aprendizado para esse alunado, sendo a Sala de Recursos um espaço privilegiado de desenvolvimento das funções psicológicas superiores: memória, linguagem, percepção, abstração, atenção e linguagem e de ampliação da zona de desenvolvimento proximal. Da teoria cognitiva de Piaget, o grupo apontou a necessidade da oferta de estratégias de desenvolvimento das estruturas mentais e estimulação do funcionamento intelectual. Assim, o prognóstico educacional - aluno em situação de deficiência intelectual - depende dos estímulos e de sua interação com o meio; logo, o papel do professor é propor situações de aprendizagem que estimulem a atividade intelectual, pois a inteligência se estrutura a partir de seu próprio funcionamento. Assim, as intervenções pedagógicas na Sala de Recursos devem: • possibilitar a evolução de um estágio de desenvolvimento para o subseqüente; • facilitar a aquisição de conceitos defasados, respeitando o nível cognitivo de cada um; • propor atividades através de jogos, vivências e materiais concretos que provoquem a aprendizagem; • partir do conhecimento prévio do aluno e investigar suas necessidades. Em síntese, neste bloco de discussões, concluíram que o aluno com deficiência intelectual apresenta dificuldades de aprendizagem que não podem ser ignoradas pelo professor, escola e família, já que a aprendizagem do mesmo depende das condições que lhe são proporcionadas. 2.2.3 Atribuições pedagógicas do professor da sala de recursos Nesta temática as professoras reafirmaram que este serviço especializado não se constitui em ensino particular, nem mesmo reforço escolar ou repetição de conteúdos 10 programáticos da classe comum, considerado um trabalho distinto e diferente que complementa a escolarização do aluno, objetivando: • a independência e autonomia na escola, família e sociedade; • o desenvolvimento e a superação das dificuldades acadêmicas e conteúdos defasados de leitura, escrita e conceitos matemáticos; • a melhoria da auto-estima e criatividade; • o desenvolvimento das habilidades cognitivas e adaptativas. Afirmaram, também, que o professor de Sala de Recursos, para trabalhar em uma perspectiva inclusiva, deve ousar propondo diferentes formas de trabalho pedagógico na escola, ou seja, não ficar restrito apenas ao trabalho individual com o aluno. Este professor deve permear todas as instâncias da escola, estabelecendo cumplicidade de trabalho com a direção, equipe pedagógica, professores de áreas/disciplinas e família. Logo, definiram que as atribuições pedagógicas do professor devem contemplar 3 (três) eixos detrabalho: � atendimento individual ao aluno; � trabalho colaborativo entre os professores da Sala de Recursos e classe comum; e � trabalho colaborativo entre escola e família. (a) Atendimento individual ao aluno Para as componentes do grupo de discussão, o ponto de partida do trabalho na Sala de Recursos é o resgate da auto-estima dos alunos. Incluídos na classe comum, devem readquirir confiança em sua capacidade de aprender e consequentemente, ampliar suas possibilidades de aprendizagem acadêmica, uma vez que, na maioria das vezes, os alunos se encontram em situação de dificuldade no processo de aprendizagem, reprovações sucessivas e defasagem idade-série. Foi destacado que, apesar do fracasso na escola, os alunos com deficiência intelectual trazem conhecimentos de vida bastante valiosos, que precisam ser respeitados e valorizados; por esse motivo, o professor deve acreditar na potencialidade do seu aluno, provocar o conhecimento acadêmico e intervir positivamente para o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e adaptativas. Para proposição de intervenções pedagógicas, o professor deve identificar as especificidades das necessidades educacionais especiais do aluno, através de avaliação pedagógica e observações pautadas em uma concepção teórica de desenvolvimento humano e aprendizagem. As intervenções pedagógicas na Sala de Recursos devem, primeiramente, contribuir para desenvolver o potencial cognitivo do aluno com deficiência intelectual 11 e consequente para a superação de suas dificuldades. Neste trabalho considera-se o conceito de cognição como a “maneira pela qual os seres humanos adquirem, interpretam, organizam e empregam o conhecimento” (PARANÁ, p. 31, 1999), dito em outras palavras, cognição é o ato ou processo de conhecer e de aprender, envolve processos mentais como percepção, atenção, memória, raciocínio, abstração, juízo, pensamento e linguagem. Para a operacionalização dessa proposta, citou-se como exemplo o trabalho com diferentes materiais didáticos como jogos pedagógicos, vídeos ilustrativos dos conteúdos, computador, software, fotos, cartazes, esquemas, mapas, desenhos, jornais, revistas, dramatização, teatro, mímica, coral, músicas, poesias, manuseio de diferentes livros de literatura, passeios, visitas a museus, maquetes e o favorecimento de outras atividades lúdicas, relacionadas aos objetivos a serem alcançados por meio de situações desafiadoras, sempre de acordo com os objetivos propostos para cada aluno. Além dos processos cognitivos que são fundamentais para o êxito nas atividades acadêmicas, em um segundo plano, durante o trabalho individual com o aluno, foram unânimes as opiniões sobre o trabalho com conteúdos defasados de leitura, escrita e conceitos matemáticos, pois dificuldades nestas áreas trazem consequências negativas para aprendizagem de outras disciplinas, sendo que o domínio destas é requisito essencial na aquisição dos conteúdos da série atual. Os conteúdos escolares deverão ser trabalhados com estratégias e metodologias diferenciadas. De acordo com a Secretaria de Educação Especial, “esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente do currículo do ensino comum e que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência” (BRASIL, 2007, p. 22). Enfim, os professores da Sala Recursos e da classe comum desempenham um papel indiscutível, uma vez que devem mediar e avaliar a construção do conhecimento a ser elaborado pelo aluno, através de situações pedagógicas significativas que despertem o seu interesse em aprender. (b) Trabalho colaborativo entre os professores da Sala de Recursos e os professores da classe comum As professoras das Salas de Recursos que compuseram o grupo de discussões afirmaram que, atualmente, no âmbito escolar os professores do ensino comum entendem que o direito do aluno com deficiência intelectual de frequentar escolas 12 comuns junto às demais crianças é indiscutível; entretanto, alertam que a inclusão educacional ainda se constitui numa preocupação, em decorrência de preconceitos e estereótipos pautados na incapacidade intelectual dessas pessoas, os quais foram construídos socialmente ao longo dos séculos. A inclusão desse grupo de alunos é um grande desafio e alvo de resistência dos professores da classe comum que alegam, muitas vezes, desconhecimento para o atendimento pedagógico desse aluno, apoiados em um discurso de que não foram preparados para ensinar alunos com necessidades educacionais especiais. É fundamental que este professor seja orientado na busca de novas práticas educativas. Neste sentido, os professores da educação especial, por terem uma especialização específica e por acumular conhecimentos e vivência de trabalho pedagógico com alunos deficientes, devem atuar como apoio ao ensino regular no atendimento de alunos incluídos. Na defesa do sucesso escolar do aluno com deficiência, Brizolla (2009) destaca que a educação especial e o ensino regular devem estabelecer um trabalho de cooperação, pois se de um lado a educação especial dispõe de serviços e recursos especializados para atendimento das especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais, por outro lado, o ensino regular responsabiliza-se pela escolarização desses alunos. “Nesse sentido, estabelece-se uma relação de parceria e colaboração entre os níveis educacionais e a modalidade de educação especial, na qual uma categoria depende da outra para a realização do trabalho pedagógico, ou seja, co- operam”. Nesta perspectiva, o trabalho colaborativo deve integrar a rede de apoio aos professores da classe comum, ou seja, deve ser estabelecida uma parceria entre o professor da classe comum e o professor da educação especial, especificamente neste estudo o professor da sala de recursos, com o objetivo de desenvolver práticas pedagógicas inclusivas. Correia e Martins (2000 apud Correia, 2008) consideram que a “colaboração é um processo interativo, através do qual intervenientes com diferentes experiências encontram soluções criativas para problemas mútuos”. Para que o trabalho colaborativo ocorra com sucesso é necessário que os profissionais envolvidos mantenham um diálogo constante, somem suas responsabilidades quanto ao processo de ensino e, após conhecer as necessidades e potencialidades do aluno, estabeleçam objetivos a serem alcançados. 13 Para efetivar essa ação de parceria entre os professores da Sala de Recursos e das diferentes disciplinas e para que as barreiras pedagógicas sejam superadas na aprendizagem dos conteúdos acadêmicos, foi sugerido no grupo de discussões alguns caminhos para auxiliar a prática pedagógica adotadas na classe comum, como: • estudar o acesso curricular para alunos com deficiência intelectual; • propor estratégias de ensino e avaliação diferenciadas; • estudar as características de aprendizagem do aluno em questão. (c) Trabalho colaborativo entre escola e família E, finalmente foi discutido o trabalho colaborativo entre escola e família, onde as professoras afirmaram que esta relação é necessária e fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno deficiência intelectual. A escola e a família devem ser parceiras no que diz respeito ao desenvolvimento do aluno/filho, pois muitas das respostas às necessidades educacionais especiais surgem a partir do diálogo e de ações coordenadas entre estes dois segmentos. Relações claras sobre a responsabilidades que competem a cada um dos segmentos possibilitarão traçar intervenções pedagógicas específicas relevantes na área cognitiva, afetiva e emocional e, consequente, para aaprendizagem dos conteúdos acadêmicos. A escola deve estabelecer compromissos com a família quanto as suas responsabilidades no processo de aprendizagem, como por exemplo, mostrar interesse pelo que eles aprendem; acompanhar as tarefas da escola e de casa; cobrar dos filhos a assiduidade e frequência deste na classe comum e na sala de recursos; verificar se o material escolar está em ordem, participar de reuniões na escola, mostrar ao filho a importância de cumprir as regras da escola, entre outras. Por sua vez, a escola deve envolver a família na elaboração da proposta pedagógica; assumir a responsabilidade de prover uma rede de apoio a escolarização do aluno com deficiência intelectual; elaborar projetos educativos em parceria com a família e comunidade em geral; promover reuniões, palestras, grupos de estudos com temas de interesses aos pais. Finalizando, a colaboração entre escola e família se resume em uma cumplicidade de responsabilidades, onde cada uma das partes assume seu papel para formar uma rede de apoio à superação das necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência intelectual. 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da oportunidade de se realizar um estudo investigativo a respeito dos desafios da escolarização de alunos com deficiência intelectual na perspectiva inclusiva, tivemos como objetivo geral observar e refletir sobre a ação pedagógica desenvolvida por professores que atuam nos serviços de Atendimento Educacional Especializado, nos espaços denominados Salas de Recursos, tendo como amostra a rede estadual de educação do município de Curitiba. O curso buscou conjugar a oferta de formação com reflexão - participação reflexiva sobre as práticas pedagógicas nestes espaços. No decorrer da implementação da formação e da investigação deste estudo foi possível constatar as expectativas e as percepções dos professores, as quais eram reveladas pela participação dos mesmos nas discussões e estudos. No geral, revelaram dúvidas e inquietudes referentes à sua ação pedagógica mas, também, esforço e profissionalismo, no sentido da busca por fundamentação teórica e práticas compatíveis e exeqüíveis à perspectiva inclusiva no que diz respeito à aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual. Neste artigo, portanto, estão descritas apenas algumas conclusões sistematizadas, mas que não revelam a totalidade das discussões realizadas durante a implementação do projeto de formação. As constatações realizadas ao longo da intervenção na rede básica reafirmaram que a complementação pedagógica oferecida pela Sala de Recursos é fundamental para o atendimento das necessidades educacionais especiais dos alunos que compõe o grupo da deficiência em questão. Para os professores que atuam neste atendimento, existe uma demanda reprimida e eminente de capacitação e formação continuada, uma vez que mencionam que os cursos de graduação e pós-graduação cursados não ofereceram subsídios teóricos e práticos para trabalhar com as particularidades do aluno com deficiência intelectual. Outro pressuposto básico evidenciado durante o trabalho foi a necessidade de fundamentação da ação pedagógica do professor em teorias psicológicas do desenvolvimento e da aprendizagem. Considerou-se a teoria sócio-histórica de Vygotsky e o construtivismo de Jean Piaget como um referencial que ainda respalda satisfatoriamente a atual concepção de deficiência intelectual e as práticas pedagógicas que tangenciam a perspectiva inclusiva. Importante destacar que, após as discussões realizadas, o grupo de professores que participou do trabalho concluiu que as atribuições pedagógicas do professor de Sala de Recursos devem “ir além das paredes 15 de uma sala de aula”. Em um momento histórico em que a escola vive mudanças de paradigmas e consequente reflexão sobre sua função e prática, o professor especializado em Educação Especial deve ampliar o atendimento do aluno com deficiência intelectual, para atendê-lo em todas as suas necessidades e peculiaridades, com o oferecimento de condições de aprendizagem para uma inclusão educacional e social de fato. A ação pedagógica do professor da Sala de Recursos deve ser efetivada em 3 (três) eixos, de acordo com o grupo: primeiro, o atendimento individual ao aluno, que compreende o desenvolvimento das habilidades cognitivas e afetivas, assim como o trabalho com conteúdos acadêmicos defasados, principalmente os desenvolvidos nas séries iniciais do ensino fundamental, de língua portuguesa e conceitos matemáticos. O segundo eixo de trabalho seria o estabelecimento de parceiras com os demais professores das diferentes áreas/disciplinas da classe comum. O trabalho colaborativo entre estes professores deve objetivar a superação das dificuldades de aprendizagem desse alunado. Por fim, o terceiro eixo de trabalho apontado é o trabalho colaborativo entre escola e família, pois estes dois segmentos, embora com funções diferenciadas, objetivam o pleno desenvolvimento do aluno. Isto posto, encerramos este relato de pesquisa concluindo que a temática da escolarização do aluno com deficiência intelectual é, ainda, um imenso desafio às redes de ensino, tanto no que diz respeito à atuação quanto à formação dos docentes que assumem o atendimento educacional especializado destes alunos e os professores que compartilham da educação deste alunado nas classes comuns. Além disso, conforme temos observado em outros locais e situações de escolarização de alunos com deficiência, fica posto o grande desafio ao avanço das reflexões, qual seja, a evidência de que sob o tema da “perspectiva inclusiva” ocorre uma multiplicidade de situações em termos de atendimento educacional especializado – coexistência de vários paradigmas de interpretação, situação esta que justifica todos os arranjos político-administrativos de cada localidade. Por exemplo, em relação aos espaços de atendimento segregados, no caso, classes especiais e escolas especiais, a manutenção, ampliação e/ou transformação dos mesmos estão diretamente relacionadas ao sentido que os municípios e os Estados agregam ao que entendem como “educação especial”, “educação inclusiva” e à “escola para todos”, muito embora exista uma concepção e um posicionamento político- pedagógicos de âmbito nacional em franca discussão. Outro ponto importante para discussão está relacionado à flexibilidade de concepção a respeito da função e do 16 trabalho a ser realizado nas salas de recurso; neste caso, pensando em termos de paradigma educacional especial, registra-se a ocorrência de diferentes práticas pedagógicas (inclusive, antagônicas) nas salas de recurso dos municípios, principalmente, quando comparadas às salas das redes estaduais com as das redes municipais e, ainda, com a proposição nacional. Ou seja, há uma pluralidade de experiências em jogo, que são determinadas pelas questões mencionadas e, desta forma, discutir e (re)arranjar espaços, serviços e recursos para a escolarização de alunos com deficiência intelectual ainda é uma decisão feita a partir da experiência primeira da localidade com os alunos “especiais” e da constituição histórico-política local. Mesmo que o atendimento deva ocorrer “preferencialmente” nas classes comuns do ensino e que isto iniba, de certo modo, implantação de novas classes especiais, ainda há uma pré-disposição de exceção para casos específicos de determinados grupos de alunos. Por fim, há uma tendência explícita de que os espaços públicos especializados continuem desempenhando uma função importante na escolarização dos alunos com deficiência, agregando matrículas próprias, mas com um sentido de “apoio”e de “complementaridade” à educação comum, especialmente após as diretrizes nacionais divulgadas nos últimos dois anos (conforme as Diretrizes operacionais da educação especial para o atendimento educacional especializado na educação básica e o Decreto Nº 6.571, ambos de 2008). Este ponto continua sendo nevrálgico na questão da infra-estrutura e dos recursos a serem providenciados para a escolarização, por exemplo, mas isto não parece ter garantido que novas concepções e práticas sejam desenvolvidas, dando margem à complicada situação de que o atendimento educacional especializado, enquanto função e espaço diferenciado na educação de alunos com deficiência, possa simbolizar um “reformismo” mascarado de “mudança”, ou, de “roupa nova em corpo velho” (BRIZOLLA, 2007). REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE RETARDO MENTAL. Retardo mental: definição, classificação e sistemas de apoio. 10 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2006. BRASIL. Diretrizes operacionais da Educação Especial para o atendimento educacional especializado na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2008. ______. Educação Inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. Brasília: MEC/SEESP, 2007. 17 ______. Formação continuada à distância de professores para o atendimento educacional especializado: deficiência mental. Brasília: MEC/SEESP, 2007. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9394/96). 20 de dezembro de 1996. ______. Parâmetros curriculares nacionais: adaptações curriculares: estratégias de ensino para educação de aluno com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/SEF/SEESP, 2002. ______. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Brasília: MEC/SEESP, 2008. ______. Sala de Recursos Multifuncional: espaço para Atendimento Especializado. Brasília: MEC/SEESP, 2006. ______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007. Brasília: 2008. BRIZOLLA, F. Para além da formação inicial ou continuada, a form(a)cão permanente: o trabalho docente cooperativo como oportunidade para a formação docente dos professores que atuam com alunos com necessidades educacionais especiais. Universidade Federal do Paraná, setor litoral, 2009, V Seminário Nacional de Pesquisa em Educação Especial: formação de Professores em foco, São Paulo, SP. ______. Políticas públicas de inclusão escolar: “negociação sem fim”. 2007. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós- Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. MONTREAL. Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_inclu.pdf >. Acesso em: mar. 2009. PAN, M. A. G. de S. O direito à diferença: uma reflexão sobre a deficiência intelectual e a educação inclusiva. Curitiba: IBPEX, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de Educação Especial. Recursos pedagógicos na aprendizagem. Curitiba: SEED/DEEIN, 1999. ______. Relatório Anual SEED/DEEIN/2008. Curitiba: SEED/DEEIN, 2008. PLETSCH, M. D. Repensando a inclusão escolar de pessoas com deficiência mental: diretrizes políticas, currículos e práticas pedagógicas. 2009. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
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