Buscar

Relações étnico raciais no brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL: “compreensão e crítica”.
 Giovana Ferreira Laranja RA: D400AE-6
Larissa Lapresa			 RA: D3924J-0
Thalyne Beatriz da Silva RA: D20965-5
Campinas/SP
2018
UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Larissa Lapresa RA: D3924J-0
 Giovanna Ferreira Laranja RA: D400AE-6 
 Thalyne Beatriz da Silva RA: D20965-5 
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL: “compreensão e crítica”.
Trabalho realizado como exigência parcial para o cumprimento da disciplina Relações Étnico-Raciais no Brasil, ministrada pela Prof.ª Rosemary Assis, para o 4º semestre do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP.
Campinas/SP
2018
RESUMO
A disciplina de Relações Étnico-Raciais no Brasil tem como objetivos gerais: contribuir para a formação de uma consciência crítica em relação às questões étnico-raciais no Brasil; contribuir para o estudo das principais correntes teóricas brasileiras acerca dos temas de história e cultura indígena e afro-brasileira. E por fim, contribuir para uma futura prática profissional e pedagógica a partir da perspectiva do respeito ao multiculturalismo, bem como da promoção da igualdade étnico-racial na escola e na comunidade.
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................................5
Compreensão crítica sobre as Questões: R.E.R.B........................................7
Justificativa do artigo: “Projeto Pombalino”
Justificativa do Livro (resenha) “O Povo Brasileiro”
Justificativa da música “Ruas da Cidade”
Justificativa do filme “Xingu”
Conclusão.....................................................................................................16
Referências Bibliográficas............................................................................17
	
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma compreensão e reflexão crítica sobre assuntos com o intuito de abordar a questão das relações étnico-raciais no Brasil em especial na cultura indígena.
De maneira geral, quando nós nos referimos ao racismo, temos em mente quase sempre apenas as pessoas de pele negra. Nunca relacionamos de primeira o racismo contra pessoas de pele vermelha.
Entre as várias dificuldades da atualidade, a desconstrução do racismo ainda é uma das mais debatidas, apesar de ser combatido em vários lugares e ter ingressado na agenda política do país por meio de conquistas, tais como: a lei n. 10.639/2003, que inseriu o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares; a lei n. 11.645/2008, que inseriu o ensino de história e cultura indígena nos currículos escolares; a lei n. 12.711, de 29 de agosto de 2012, que dispõe sobre o ingresso na maioria das universidades e institutos federais no Brasil, estabelecendo o sistema de cotas; entre outras.
Apesar da naturalização em negá-lo, o racismo existe, segundo Antônio Olímpio de Sant’Ana afirma no livro superando o racismo na escola como no tempo primitivo, até por volta da Idade Média, a discriminação baseava-se em fatores religiosos, políticos, nacionalidade e na linguagem e não em diferenças biológicas e raciais como acontece hoje. Além disso, o racismo não surgiu de uma hora para outra, ele é o produto de um longo processo de amadurecimento, objetivando usar a mão-de-obra barata através da exploração dos povos colonizados.
Há 500 anos, os indígenas eram milhões e viviam em relativa paz - guerreavam entre tribos inimigas – em todo território brasileiro, a que denominavam “Pindorama”, terra de buritis e palmeiras. A conquista desse território pelos povos europeus, com predomínio dos portugueses, praticamente dizimou essa população. É impressionante constatar como as pessoas indígenas brasileiras, tornaram-se invisíveis para uma grande parte do povo brasileiro. E esse fenômeno contribuiu para sua desumanização. 
Cada um dos assuntos abordados dos artigos, filme e música, tem como finalidade fazer reflexões sobre o passado e como tudo vem acontecendo desde então. Percebemos que, para alguns, é um dever pôr fim ao preconceito da diversidade étnico-racial no Brasil, enquanto, para outras pessoas, isso não passa de algo que é indiferente, ou, até mesmo, um fardo.
Para que possamos fazer a compreensão crítica, estaremos tendo como base os seguintes materiais:
•O artigo “Projeto Pombalino” de Eliza Garcia;
•A resenha do livro “O Povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro;
•A música de Milton Nascimento, “Ruas da cidade”;
•E, o filme direcionado por Cao Hamburger, “Xingu”.
JUSTIFICATIVAS
Crítica do artigo “Projeto Pombalino”:
O Período Pombalino corresponde aos anos em que o Marques de Pombal exerceu o cargo de primeiro-ministro em Portugal (1750 a 1777), durante o reinado de Dom José I.
Em meados do século XVIII, Portugal passava por um período de forte crise econômica. O Marques de Pombal adotou várias medidas administrativas, visando melhorar as condições de Portugal. Muitas destas medidas estavam relacionadas à sua principal colônia, o Brasil. Seria função do Brasil, dentro deste objetivo pombalino, suprir as necessidades materiais e comerciais da metrópole, a fim de transformar Portugal numa potência europeia. Esse período, não foi tão satisfatório para as Colônias, pois o projeto tinha de explorar para aumentar o nível econômico do País. 
Sobre Marques: seu governo ficou marcado por aquilo que se convencionou chamar de despotismo esclarecido. Em outras palavras, um governo absolutista que buscava adotar medidas sociais e culturais como forma de amenizar os impactos das medidas autoritárias e, desta forma, perpetuar as bases do Antigo Regime com uma nova roupagem.
O objetivo do Diretório era integrar os índios à sociedade portuguesa, buscando o fim das discriminações e a extinção das diferenças entre índios e brancos. Eles pensavam que dessa forma seria possível diferenciar uns dos outros: em termos comportamentais, através da homogeneização cultural e também em aspectos físicos, por meios de miscigenação biológica. Para dimensionar, porém, o sucesso do projeto pombalino, não só em relação à língua, mas também no seu aspecto principal de transformação dos índios em vassalos iguais aos de origem lusitana, não se devem apenas considerar os objetivos claramente expostos no texto da lei, como ainda confrontá-los com as repetidas queixas dos administradores e colonos. Estes sempre reclamavam, na correspondência oficial e nas suas memórias, da permanência dos costumes tidos como característicos dos índios, principalmente a língua, a vestimenta e a falta de disciplina para o trabalho, que passaram a funcionar como sinais diacríticos na diferenciação entre os índios e os não índios. Uma crítica relevante seria que: O rei de Portugal que veio para o Brasil já estava degradado em seu país e exatamente por isso o enviaram, ou seja, o mentor dessa dominação já havia sido deposto lá. Talvez se houvesse outro rei, poderia ter resultado em outra postura, outros entendimentos e atitudes.
Outro assunto extremamente relevante é sobre a lei 11.645 de 10 de março de 2008, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Essa lei foi um grande passo para os indígenas, pois ela impõe a educação formal para eles, sendo que, até pouco tempo eles não tinham escola, universidade e nenhum tipode suporte para estudo.
Há um fato não muito discutido sobre esse assunto que gostaria de trazer a vocês: a quem diga que este período consolidou ou regrediu a educação brasileira. Segue trecho abaixo que fala sobre a educação no Brasil: “No ano de 1759 os jesuítas são expulsos, seus bens são apreendidos e seus livros e manuscritos destruídos. O ensino regular não é substituído por outra organização escolar de imediato e Marquês de Pombal só inicia a reconstrução do ensino uma década mais tarde, provocando o retrocesso de todo nosso sistema educacional brasileiro” (ARANHA, 1996) Nesse trecho podemos visualizar o enfoque retrocesso sofrido na educação no Brasil. Logo após, é citado o sistema da educação: “Com o movimento iluminista ocorreu um processo de secularização da educação no mundo ocidental, logo após implantar o Ensino Público Oficial, Marquês de Pombal realiza reformas (Reformas Pombalinas) retirando os Jesuítas do monopólio da educação e substituindo os professores régios”.
O curso de humanidades era ministrado pelos missionários ao longo dos 210 anos de doutrina religiosa. Logo após foram alteradas pelo sistema de Aulas Régias. Os professores portugueses organizavam planos de ensino diversos e fragmentados. É importante notar que esses Professores que aplicavam os estudos, muitas vezes apresentavam despreparo em relação aos conteúdos ensinados, distantes de seu próprio contexto educacional, visualmente e completamente leio às aulas ministradas. De acordo com o mapeamento e regimento ordenado das aulas régias, também conhecido como “estudos menores”, foram criadas em toda a colônia, dezessete aulas de escrever e ler, quinze de gramatica, seis de retórica, três de grego e três de filosofia. Total de quarenta e quatro aulas ministradas, sendo que o restante da educação era dado em escolas religiosas, seminários e aulas particulares, especialmente (ARANHA, 1996).
Nota-se que o novo sistema imposto, não impediu o oferecimento de estudos nos seminários e escolas de diretrizes religiosas criadas pelos antigos missionários. 
Neste momento, a coroa portuguesa denota impostos conhecidos como subsídios literários para o pagamento dos educadores com intuito de custear o ensino e gerar mais recursos. Mas outro fato não muito mencionado, é que nem sempre esses impostos eram aplicados na manutenção das aulas; ora era cobrado inadequadamente, ora era desviado para Portugal. Esses impostos desviados para outras finalidades ficam evidentes que causaria dificuldades econômicas para a remuneração dos educadores naquele período. Desta forma, os melhores Professores não ficavam nesses postos por razão dos baixos salários oferecidos, o que aqui, vale ressaltar, que além de serem incompetentes e leigos na ministração da educação, como foi dito anteriormente, ganhavam mal, e não recebiam nenhum entusiasmo do governo para aprimorarem os seus conhecimentos. 
É nesse período que a educação brasileira, experimenta, pela primeira vez, um ensino promovido pelo Estado, porém, com o desmantelamento do ensino jesuíta, à educação não foi reservado organização ou sistema de ensinos elaborados oficialmente que assegurassem os estudos da população brasileira. Portugal não consegue oferecer na mesma instância, aulas providas de meios que direcionassem o trabalho cotidiano dos Professores. Há de se observar que não tem uma fiscalização por parte do Estado ou continuação dos estudos depois do ensino inicial ou primário, somente a partir dos anos 1799. 
No geral, com o fim do ensino jesuíta a uniformidade de ensino e a formação de educadores foram reduzidas. O ensino caracterizava-se por ser extremamente clássico, ou seja, focando apenas em literatura. 
No que diz respeito ao sistema de ensino nesse período, não houve grandes modificações, já que as reformas pombalinas ocorridas ansiavam em garantir o futuro da América Portuguesa, trazer a educação para o controle do Estado e destruir o domínio dos religiosos com o objetivo de preparar homens capazes de assumir funções de comando no Estado Absolutista. 
Podemos perceber que o Brasil neste século, encontra-se distante das principais conquistas científicas da Idade Moderna e de seus avanços.
Vale ressaltar que o Brasil não é contemplado com as novas propostas de ensino pela introdução da filosofia moderna e das ciências da natureza. Restam no Brasil, na educação, as aulas régias para formação mínima. 
Ainda no século XIX não houve uma pedagogia brasileira, uma política de educação brasileira, uma política de educação sistemática e planejada. Na verdade, Marquês de Pombal aproveitou bem as ideias iluministas representativas naquele momento histórico, para romper com o modelo estipulado dos jesuítas justificando-se em um processo educacional cujo qual deveria livrar-se da formação livresca e formal, o que infelizmente não ocorreu, na tentativa de centralizar o seu poder na colônia brasileira não só destrói o único sistema de ensino no País, como também, desacelera os avanços da democratização de educação. 
“A reforma pombalina foi desastrosa para a educação brasileira e, em certa medida, também para o sistema educacional português.” Tal afirmação está fundamentada na seguinte questão – destruição de uma organização educacional já consolidada e com resultados seculares dos padres da Companhia de Jesus, ainda que contestáveis do ponto de vista social, histórico, científico, sem que ocorresse a implantação de uma nova proposta educacional que conseguisse dar conta das necessidades sociais. Portanto, a crítica que se pode formular, nesse sentido, e que vale para o momento atual de nossa sociedade, está relacionada às frequentes descontinuidades das políticas educacionais. No entanto, torna-se necessário enfatizar que a substituição da metodologia eclesiástica dos jesuítas pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica marca o surgimento do espírito moderno na sociedade.  
Crítica à resenha do livro “O Povo Brasileiro”:
Para Ribeiro, o surgimento de uma etnia brasileira, inclusiva que possa envolver e acolher a gente variada que aqui se juntou, passa tanto pela anulação das identificações étnicas de índios, africanos e europeus, como pela indiferenciação entre as várias formas de mestiçagem, como os mulatos (negros com brancos), caboclos (brancos com índios) ou curibocas (negros com índios). 
Ribeiro destaca a estratificação de classes que marcou a história do Brasil, com uma grande desigualdade entre as classes ricas e as pobres, a concentração de riqueza na mão de poucos e a desumanização das relações de trabalho. Algo que continua sendo extremamente relevante hoje em dia, já que, a distância de uma classe para outra continua sendo significativa, pois em nossa sociedade existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões, rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias, enquanto outros não possuem nem o que comer durante o dia. 
A obra, para Ribeiro, tinha o objetivo de entender o porquê o Brasil não deu certo, tendo a oportunidade de ser um país criado de acordo com a vontade de seu povo miscigenado. Afinal, uma identidade não definida permite que um país se invente. Mas que país nós fomos capazes de inventar? 
O Brasil é um dos países mais miscigenados do mundo. Essa diversidade é resultado da contribuição de vários povos na formação da nossa identidade, como os índios, os primeiros colonizadores (portugueses), imigrantes (franceses, holandeses, italianos, japoneses, alemães, entre outros), e os negros vindos da África.
Darcy Ribeiro é responsável por essa obra considerada das mais importantes para se compreender a formação étnica e cultural do povo brasileiro. Na obra, o autor quis responder à pergunta “por que o Brasil não deu certo?” e debruçou-se sobre a formação do povo brasileiro. No estudo, ele defendeu a miscigenação como fator preponderante da diversidade que caracteriza o Brasil. Essa fusão biológica e cultural teria se iniciado logo que os primeiros portugueses desembarcaram na América, e a gestação étnicado brasileiro se prolongou por todo o período colonial. 
Em tese, Darcy Ribeiro indica um conjunto teórico a partir do nosso contexto histórico. Ele reúne um conjunto de pesquisas que culminam em uma teoria do Brasil até então inédita. Subjacente à descrição desta teoria, está sua preocupação em entender por quais caminhos passamos, que nos levaram a diferenças sociais tão profundas no processo de formação nacional.
Ele descreve como foi acontecendo a “gestação do Brasil” e dos brasileiros como um povo. Nessa reconstituição ele fala da união ocorrida entre portugueses, índios e negros, matrizes étnicas do brasileiro. Darcy desenvolve sua visão sobre as condições em que os brasileiros foram se formando, o que denominou cunhadismo. Segundo ele, o cunhadismo era a prática indígena que incorporava estranho ás comunidades. Consistia em se oferecer uma moça índia como esposa aos recém-chegados. A partir de então, o estranho estabelecia uma relação de parentesco com os índios dessa família. Esse processo acabou influenciando decisivamente no processo de formação do brasileiro. A função do cunhadismo na sua nova inserção civilizatória foi fazer surgir os mestiços que efetivamente ocuparam o Brasil. Porém, o defeito dessa prática foi que: qualquer europeu poderia acessar desembarcando junto ás aldeias indígena. 
A medida que aumentou a demanda de mão-de-obra, tiveram de trocar o cunhadismo pelas guerras de captura dos índios. Conforme Darcy relata que a condição de vida do negro é espantosa. Relata também, a violência permanente pela qual foram obrigados a viver. Não dá nem para se pensar como eles conseguiam permanecer humanos sobrevivendo sobre tanta pressão, trabalhando dezoito horas por dia todos os dias do ano. Os negros possuíam uma situação de vida extremamente desumana. 
Darcy assinala lamentando que “nossos patrícios negros” sofreram e ainda sofrem o drama de sua penosa ascensão de escravo a assalariado e a cidadão, sobre a dureza do preconceito racial, que ainda persiste em nossa sociedade atual. 
Para encerrar, um povo novo que, se enfrentam e se fundem, fazendo surgir, “num novo modelo de estruturação societária”. Para ele, essa mestiçagem fez nascer um novo gênero humano, mestiça na carne e no espírito.
Crítica da música “Ruas da Cidade”:
A música “Ruas da Cidade” de 1978 é parte do álbum “Clube da Esquina 2”, e tem como autor Milton Nascimento e Lô Borges, dois membros do clube da esquina. Para melhor compreensão da letra dessa canção usamos como grande contribuição o filme “A Missão”, que conta em detalhes a história presente na música, na qual podemos retratar cada trecho com seu contexto histórico.
Não é difícil imaginar a dificuldade que os primeiros europeus encontraram quando chegaram ao continente sul-americano, ao se deparar com os povos nativos da região. Imagina-se também o choque cultural provocado nestes povos, ao perceberem que não estavam sozinhos e serem invadidos por pessoas de culturas tão diferentes. Resumidamente, após a descoberta do Novo Mundo, os habitantes do paraíso só podiam ter três destinos: ou perder seus costumes e crenças para uma nova cultura, em nome de Deus; ou serem escravizados como animais selvagens; ou serem dizimados pelos colonizadores.
Ruas da Cidade, Milton Nascimento: LETRA.
“Guiacurus Caetés Goitacazes
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
Guajajaras Tamoios Tapuias
Todos Timbiras Tupis
Todos no chão
A parede das ruas
Não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial
Passa bonde passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
Guajajaras Tamoios Tapuias
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial.”
O Autor inicia a música citando várias nações indígenas que foram dizimadas para que surgissem os arraiais e fossem fundadas as vilas, que futuramente formariam cidades, que atualmente formam o nosso país, onde se iniciou o processo de sociedade e civilização. É possível perceber esse retrato no trecho “Horizonte perdido no meio da selva/ cresceu o arraial/ passa bonde passa boiada/ passa trator, avião/ ruas e reis”; que basicamente descreve o nosso país como encontrado, selva, e o que se tornara, onde os portugueses possibilitaram a formação do arraial, ou seja, formação de sociedade, dizimando dezenas de tribos que ali habitavam, e que depois da formação destes, por essas ruas passavam boiada, trator, avião, e principalmente os reis, bem ali, onde antes estiveram centenas de índios no chão, estirados mortos com total crueldade, apenas para tomar seu espaço.
Posteriormente, no trecho “a cidade plantou no coração/ tantos nomes de quem morreu”, o autor ressalta que muitas dessas cidades que foram formadas, receberam o nome de tribos, e de indígenas, e é assim até hoje, com muitas palavras, nomes, comidas e expressões, muitas derivadas do tupi-guarani e que desconhecemos. No Brasil, temos nomes de cidades dessa origem, como por exemplo: Butantã, Caxambu, Ibirapuera, Iguatemi, Itapemerim, Paranapanema... entre outros; todos com significado, e representatividade.
Em tese é isso, Milton faz uma crítica a um contexto histórico vivido pelo nosso país na época, e sempre com seu jeitinho de enquadrar diversos assuntos delicados em cação, ele retrata esse acontecimento não com muita clareza, e para compreender é preciso saber um pouco do contexto da história.
Crítica do filme “Xingu”:
Em meados do século passado o Brasil pouco conhecia suas entranhas. Éramos um país com os olhos voltados para o atlântico e de costas para nosso vasto interior. Em 1943, a Expedição Roncador-Xingu, organizada pelo governo federal, quis mudar essa realidade. Não que a ideia de interiorizar o Brasil fosse nova, mas pela primeira vez foi colocada em prática de fato.
 A aventura abriu uma janela pela qual assomou um país isolado e mudou radicalmente a vida de três homens, os irmãos Cláudio, Leonardo e Orlando Villas-Bôas, largando o conforto da cidade grande para viver no meio do mato e em companhia dos índios. Se houve nesse nosso Brasil quem defendesse o direito dos índios de viverem ao seu jeito, esses foram os irmãos Villas-Bôas. Desbravaram as matas ainda virgens daquele Brasil dos anos 50 e tiveram o primeiro contato com inúmeras tribos indígenas, sendo assim, eles logo perceberam que somente mantendo seu habitat e culturas próprias, as nações indígenas poderiam sobreviver dignamente. Desse ponto é que parte essa competente obra dirigida por Cao Hamburger: trazer a devida importância da militância dos Villas-Bôas para a criação do Parque Indígena do Xingu, que nele até hoje encontram-se protegidos a parcela de brasileiros que pagaram mais caro por essa integração: os índios. 
Uma das frases relevantes do filme é sobre o governo chamar de terra desocupada aquela que tem dono. E, aos poucos, os portugueses foram se aproximando dos índios mostrando coisas que eles nunca tinham visto na vida. Porém, os índios acabam pegando uma gripe que matou metade da aldeia, sendo que, quem trouxe isso foram os próprios portugueses. Além disso, os indígenas foram atacados em suas aldeias, havendo muitos outros mortos.
Os irmãos seguem rumo ao norte e vão conquistando cada vez mais terras. Logo o governo traz a ideia de adaptar os índios à civilização. Mesmo seguindo ordens do governo, os irmãos não concordavam com todas as proposições que os superiores propunham, já que, os Villas-Bôas constatavam que civilizar iria destruir os índios e defendiam a ideia de que uma "fronteira", paradoxalmente, seria a única salvação para eles. Lembrando que, as terras chamadas de “desocupadas” eram ocupadas pelos indígenas que foram os primeiros a chegarem, porém, os portugueses tomaram as terras sem mais nem menos. Logo, o governo passa a utilizar a floresta para a produção de alimentos, sem nem sequer pedir a autorização dos índios (como se eles realmente pudessem opinar em algo).
Para que os índios pudessem viver em paz, os irmãosprometeram um território à eles, que seria chamado de “Projeto Parque Indígena do Xingu”, porém o governador fala para tirar o “indígena” porque – em suas palavras- “no Brasil ninguém gosta de índio”. Essa atitude é extremamente discriminatória contra os índios, pois, além de os portugueses tomarem terras que já haviam sido ocupadas pelos índios, tratam os mesmos como se nem fossem seres humanos. 
 Inevitável não dizer que Xingu tem todos os aspectos de um épico nacional, até porque se meter a explorar uma historia tão grandiosa só poderia gerar uma realização do mesmo porte. O território brasileiro habitado pelos povos indígenas surge como uma nação dentro de outra nação.
Os Villas-Bôas eram mesmo sujeitos destemidos, uma abordagem diferente ou mais incisiva poderia ter sido muito mais prejudicial do que foi a feita por eles. E mesmo com a melhor das intenções, os irmãos também trouxeram sofrimento ao povo indígena e eles tinham essa noção.
No final do filme, há uma frase bem relevante: “andar por terras que ninguém andou, chegar a terras que nenhum homem branco chegou, porque não há lugar em que o branco não chegue”; realmente, o homem branco tirou tudo que os índios possuíam, matando grande parte deles e procurando destruir suas culturas e crenças os civilizando. 
CONCLUSÃO
No presente trabalho pudemos concluir que o Brasil foi dominado pelos portugueses da forma mais triste e violenta possível. Esses discriminavam os índios, inferiorizando-os, não havendo sequer nenhuma empatia para com os mesmos. A única preocupação dos portugueses era de civilizar os índios para distinguir uns dos outros, em aspectos físicos por meios de miscigenação biológica e também em termos comportamentais, através da homogeneização cultural. Outro interesse, como informado no Projeto Pombalino, era a reconstrução da economia Portuguesa naquela época. Fazendo a compreensão e crítica de cada um desses temas, pudemos observar todo tipo de discriminação e negação que os povos indígenas sofreram e como os dominadores tentaram moldá-los de acordo com o resto da sociedade. 
Sugere-se então, que os Educadores, devam assumir uma posição as diferenças e não ocultá-las, pratica hoje atualmente dominante, pois aliada ao medo de explicitá-las e ter que reconhecer que existe sim, racismo e preconceito e que, na circunstância escolar como um micro social universal, o reproduz em suas formas diárias. Preparar Educadores para tal forma e desafio que aqui relatamos, exige mais do que uma formação na base curricular de ensino superior em conteúdos, mas demanda-se de convencê-los de que a solidariedade e a tolerância são os princípios para uma educação consolidada, anti-racista e anti-preconceitos a qualquer assunto que seja diferente de nossas ideologias construídas ao longo de nossas vidas. Se o universo cultural do negro não for tratado com equidade, continuará marginalizando e condenará os negros à marginalidade social e cultural. 
Não se sabe com exatidão o número de indígenas que habitavam o Brasil antes da chegada dos colonizadores (1500), porém, estima-se que houvesse entre 4 e 5 milhões de índios em terras brasileiras. Esse número foi drasticamente reduzido em consequência dos massacres realizados pelos colonizadores e, posteriormente, os conflitos com fazendeiros e garimpeiros que invadiram terras indígenas.
Deve haver respeito e o fim do preconceito contra as comunidades indígenas, preservando suas tradições culturais e religiosas, não havendo mais interferência nos seus costumes. Que o índio seja lembrado todos os dias, e não somente no dia 19 de abril (dia nacional do índio).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, João Lúcio. O Marquês de Pombal e a sua época. 1ª edição. Brasil. Editora Alameda, 2004.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 3ª edição. Brasil. Editora Global, 2015.
VILLAS BÔAS, Cláudio e Orlando. Histórias do Xingu. 1ª edição. Brasil. Editora Companhia das Letras, 2013.
MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o Racismo na escola. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. (SANT’ANA, Antônio Olímpio. História e Conceitos Básicos sobre o Racismo e seus Derivados, p. 39).
ARANHA, M, L. História da Educação. 2. ed. Rev. E atual. São Paulo: Moderna, 1996.

Continue navegando