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Max Weber, tratava de um acirrado debate que ocorria na Alemanha, que era sobre a corrente ou pensamento filosófico dominante, que na época era a corrente filosófica positivista, o objetivo das discussões eram as especifidades das Ciências, no caso as Ciências da Natureza e as Ciências de Espirito, e os valores destas na sociedade. Segundo Weber, os maiores pensadores de seu tempo, foram Marx e Nietzsche, que foram os sociólogos que mais impactaram as obras do sociólogo alemão. A influência de Karl Marx, veio através dos seus estudos sobre O Capitalismo Ocidental, pois ambos, tanto Karl Marx quanto Weber, estudaram as principais características desta economia. Já a influência de Friedrich Nietzsche, veio através da luta entre valores antagônicos, que é o que torna as realidades compreensíveis. Quando um cientista estuda um tema ou assunto, ele leva em conta seus próprios valores e ideais, pelos quais ele está disposto a lutar e defender até o fim. Porém, se torna essencial para um cientista separar a os seus interesses políticos da ciência, e considerar que ela está isenta de valores. Enquanto que a ciência é uma reflexão de quem a estuda ou estudou, a política, é de vontade a ação dos próprios indivíduos, ou seja, dentro do ramo da política, existem certos tipos de interesses, enquanto que nos estudos científicos, isso não deve existir. Se torna preciso, divergir entre os julgamentos morais e de valor, e os saberes empíricos, já que o saber julgamentos morais e de valor, surgem das necessidades e das considerações historicamente colocadas em forma de problemas, cujo o propósito deve ser o de selecionar e sugerir medidas, afim de solucionar esses tais problemas. Enquanto que o saber empírico tem por objetivo, procurar respostas através do uso de instrumentos, meios e métodos mais adequados. Portanto a ciência é um procedimento altamente racional, que tenta de uma forma simples, explicar a consequências de determinados atos, enquanto que a política, se vincula a convicções, interesses particulares e deveres. Os valores de vem se incorporados a pesquisas e controlados através de diversos procedimentos rigorosos de analise, os caracterizando como esquemas de explicação, a ação dos cientistas deve ser seletiva. E é a partir daí que os cientistas vão definir uma certa linha de raciocínio para as suas explicações e serão capazes de estabelecer os limites de suas pesquisas, as hipóteses por eles feitas deveram constituir um esquema lógico e objetivo. E o próprio cientista irá definir, quais são os fatos reais e o que é apenas mais uma parte da história, e examina a ordem em que os fatores ocorrem. Conclui-se que a atividade cientifica deve ser altamente racional com relação as suas finalidades propostas, e tem a obrigação de dizer sempre a verdade, independente dos interesses particulares dos indivíduos que elas estudaram, pois isso é uma questão de ética. Na complexidade das discussões realizadas na Alemanha por Max Weber, a objetividade das ciências sociais merece uma consideração mais cuidadosa que as demais ciências, ele lista quatro fatores que ser devem ser levados em consideração no momento em que se estuda a sociedade: Fator um: devem ser estabelecidos leis e fatores hipotéticos que servirão como meios de observação e de estudo. Fator dois: deve-se analisar e expor ordenadamente os agrupamentos individuais de fatores historicamente dados e sua combinação concreta e significativa, procurando tornas inteligível a causa e a natureza deste fato. Fator três: deve-se remontar o passado para analisar e observar como se desenvolveram as diferentes características individuais daqueles pequenos grupos de indivíduos, que possuem importância para o presente e procuram fornecer uma explicação histórica para tais agrupamentos de indivíduos. Fator quatro: Analisar as possíveis tomadas de decisões futuras, a partir da realização dos outros três fatores. O objetivo destes quatro passos é captar as especifidades dos fenômenos estudados e interpretar seus significados, para prever o que ocorrerá futuramente. Através das ciências sociais, nós, indivíduos da sociedade, queremos compreender as diferenças da vida que nos rodeia, composta de uma diversidade infinita de elementos. Procuramos entender uma individualidade sociocultural formada de componentes historicamente agrupáveis, cujo, montamos o passado, para tentar explicar o presente. A sociologia é uma ciência generalizadora, que constrói conceitos mais significativo que pretendem ser fórmulas explicativas para explicar a realidade dos fatos de forma racional, e consequentemente empírica. O que dá valor a uma reconstrução de fatos que será usada para interpretar o presente, é a concordância entre a adequação dos sentidos e a prova dos fatos, caso isso não ocorra, essa reconstrução de fatos não terá utilidade alguma e acabará sendo esquecida. Uma reconstrução teórica dos fatos se baseia em que um certo processo siga na forma esperada, a um outro determinado processo. Segundo Max Weber, apenas as ações compreensíveis são objeto de estudo da sociologia, e para que as regularidades da vida em sociedade possam ser chamadas de fatos ou leis sociológicas é necessário que seja comprovada a probabilidade estatística de que ocorram da forma como foram esperados. As construções elaboradas por Marx sobre o desenvolvimento do capitalismo, são para Weber o caráter de tipos de ideais, e mesmo que sejam corretas, não se deve atribuir validez empírica a elas. Um exemplo da aplicação do tipo ideal encontra-se na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo. Weber parte de uma descrição provisória que lhe serve como guia para a investigação empírica, “indispensável à clara compreensão do objeto de investigação”, do que entende inicialmente por “espírito do capitalismo”, e vai construindo gradualmente esse conceito ao longo de sua pesquisa, para chegar à sua forma definitiva apenas no final do trabalho. O tipo ideal é utilizado como instrumento para conduzir o autor numa realidade complexa. O autor reconhece que seu ponto de vista é um entre outros. (BARBOSA; QUINTANEIRO. Um toque de clássicos, p. 108). Segundo Weber, cabe a sociologia e a história, como parte das ciências culturais, reconstruir os atos humanos e compreender seus distintos significados, e por fim, encontrar regras gerais dos acontecidos. Para Weber, a definição de ação se restringe a toda conduta humana dotada de um significado subjetivo, que geralmente é dado por quem executa e orienta essa ação. A sociologia, é a ciência que tenta entender as coisas interpretando-as, e desta maneira as explicar casualmente. Entretanto, algumas ações não interessam a sociologia por serem reativas, sem um sentido, como a de retirar à mão ao se levar um choque. As explicações feitas pela sociologia, buscam compreender e interpretar os sentidos, o desenvolvimento e os efeitos das condutas de cada indivíduo nas sociedades. Para compreender uma ação, é necessário captar algo e interpretar seu sentido individual, para depois, entende-lo e encaixa-lo na sociedade. As atitudes tomadas pelos indivíduos em uma sociedade são mais racionalizadas se for menor a submissão do indivíduo aos costumes e afetos da sociedade em que ele vive, e quanto mais ele se orientar e planejar suas ações mais racionalizadas as suas atitudes serão. Podemos então dizer que as ações, serão mais intelectualmente compreensíveis quanto mais racionais elas forem. Para compreender as ações através de métodos científicos, os sociólogos trabalham com a elaboração de limites, que são essenciais para os estudos sociológicos, estes limites são chamados de tipos puros ou ideais, estes, são vazios de realidade concreta e estranhos ao mundo, ou seja, abstratos e conceituais. Existe uma escala classificatória sociológica que coloca esses tipos em seus devidos lugares, está escala, abrange desde a racionalidade mais pura, até a não racionalidade, ou irracionalidade. Os sociólogos captam intelectualmente as conexões que alcançam os grais mais altose mais baixos de pureza. E então, a partir de um modelo de conduta racional, os sociólogos interpretam outras conexões de sentido menos evidentes. Logo, com base no reconhecimento de que, durante o desenvolvimento da ação, podem ocorrer condicionamentos irracionais, obstáculos, emoções, equívocos, incoerências etc., Weber constrói quatro tipos puros, ou ideais, de ação: a ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores, a ação tradicional e a ação afetiva. Sem dúvida, são muitas as combinações entre a maior ou a menor nitidez com que o agente percebe suas próprias finalidades, os meios de que deverá servir-se para alcançá-las, as condições colocadas pelo ambiente em que se dá sua ação, assim como as consequências advindas de sua conduta. (BARBOSA; QUINTANEIRO. Um toque de clássicos, p. 115). Portanto, somente as ações com sentido podem ser compreendidas e estudadas pela Sociologia, onde se constroem modelos explicativos, e levam em conta a racionalidade, onde as interpretações se dão com maiores evidencias. A ação de um indivíduo será classificada como racional quando para se atingir um objetivo previamente definido, ele vai atrás dos meios necessários e adequados, um procedimento cientifico e uma ação econômica são exemplos de racionalidade. Sendo assim, é muito mais racional investir ou aplicar em ações da bolsa de valores, com dicas e uma avaliação de um especialista, do que ceder a um impulso, e decidir com base num jogo de dados ou até mesmo aceitar os conselhos de algum membro da igreja. Então, uma conduta será racional, em relação aos valores de cada indivíduo, quando estes deixarem de agir segundo impulso e agirem segundo aquilo que acreditam ser correto, de acordo com suas convicções, como por exemplo, ser honesto, ser casto, não se alimentar de carne... Este está, portanto, cumprindo algo de acordo com aquilo que acredita, seja inspirado em sua conduta, religião, moral, ou por valores como justiça, honra, honestidade e etc. Porém, em alguns casos existe uma certa irracionalidade no que diz respeito as atitudes, pois muitos indivíduos, não fazem algo pensado em ser racional, mas sim porque o grupo de indivíduos que ele convive abomina aquele tipo de ação, está é a irracionalidade dentro da própria racionalidade. As condutas individuais, podem também não ter qualquer motivação racional, mesmo que sem perceber, como nos casos acima, como é o caso das condutas de tipo afetivo e tipo tradicional. Os sujeitos agem de modo afetivo quando suas ações correspondem as suas emoções de momento, como por exemplo, raiva, desespero, orgulho, inveja... As ações do tipo afetivas podem ter resultados não esperados, não pretendidos, resultados desastrosos. Já as ações tradicionais, são aquelas que se age em função de tradições, algo que sempre foi feito, tais como o batismo de filhos recém-nascidos em algumas religiões, ou cumprimentar as mulheres as beijando nas mãos, o comprimento automático de pessoas que se cruzam em ambientes de trabalho, entre outros. Weber compara os estímulos das ações tradicionais com a imitação reativa. Os sociólogos procuram entender os sentidos que os indivíduos atribuem as suas ações aos seus significados. Segundo Weber as relações sociais são a probabilidade de que uma determinada forma de conduta realizada por algum indivíduo tenha, em algum momento, seu sentido partilhado por alguns indivíduos em algum momento em uma sociedade qualquer. Alguns exemplos de relações sociais são: a hostilidade, a amizade, as trocas feitas comercialmente... Em cada uma dessas atitudes ou ações as pessoas percebem o que está acontecendo e dão um significado para isso, ou seja, elas partilham seus significados entre as pessoas. Porém isso não ocorre quando os indivíduos são de sociedades distintas, pois o que faz sentido para os indivíduos de uma sociedade, pode, e normalmente não vai fazer sentido para os indivíduos de outra sociedade. Quando os indivíduos de uma sociedade agem, eles orientam as suas condutas levanto em conta a probabilidade de que os outros indivíduos agirão socialmente de um modo corresponde ao da ação dele, estamos então diante de uma relação social. Existem diversos tipos de relações sociais, com conteúdos diversos, como por exemplo: prestação de serviços, poder, amor, respeito, entre outras, e existe na maioria um caráter reciproco, ou seja, todos os indivíduos tem a capacidade de compreender o sentido da ação dos outros indivíduos. O caráter de reciprocidade de uma relação social, quer dizer que uns e outros partilham a compreensão do sentido das ações, e todos sabem do que se trata, mesmo que não haja correspondência. Cada indivíduo, ao envolver-se nessas ou em quaisquer relações sociais, toma por referência certas expectativas que possui da ação do outro (ou outros) aos quais sua conduta se refere. O vendedor que aceita um cheque do comprador, o desportista que atua com lealdade com o adversário e o político que propõe a seus futuros eleitores a execução de certos atos estão se baseando em probabilidades esperadas da conduta daqueles que são o alvo de sua ação. (BARBOSA; QUINTANEIRO. Um toque de clássicos, p. 119). Segundo Weber, quanto mais racionais forem as relações sociais, mais chances elas terão de serem impostas em forma de regras ou normas, seja por meio de contratos ou acordos. As relações associativas, sustentam-se num acordo de interesses, motivado racionalmente, como o que ocorre entre os participantes de um contrato matrimonial, ou de um sindicado, ou até mesmo de organizações religiosas, e ONG´S (Organizações não governamentais). Em uma dada sociedade, a maioria das condutas são regulares, porque a maioria das pessoas repetem o que veem as outras fazendo, e dando a essas condutas o mesmo sentido, e isso interessa muito os Sociólogos. A moda é um exemplo disso, é o uso que se contrapõe ao costume, por ser uma novidade, todos a repetem-na. Portanto, segundo Max Weber o que caracteriza as relações sociais, é que o sentido das ações sociais a ela associadas pode ser (mais ou menos claramente) compreendido pelos diversos agentes de uma sociedade. Um dos maiores problemas estudados pela Sociologia é o das diferenças Sociais. Na concepção de Marx Weber, as diferenças sociais podem ter várias explicações, uma das mais relevantes é dada pela dominância em um certo período histórico. Enquanto que em algumas sociedades, como por exemplo a chinesa, o poder é atribuído a quem tem as melhores qualificações, para assim poder ocupar os melhores cargos no mercado de trabalho, e não a quem tem os maiores acúmulos de riquezas. Nas sociedades capitalistas modernas, o poder é atribuído a quem tem mais propriedades privadas, e certos bens materiais e possibilidade de usá-los, e não a quem tem as melhores qualificações profissionais. Deste modo o predomínio das esferas econômicas das sociedades capitalistas se tornou status social, enquanto que nas sociedades feudais valorizavam-se as origens e as linhagens dos indivíduos, no modo de produção capitalista, isso não é levado em consideração. As concepções de sociedades para Max Weber, é constituída por esferas, que são separadas entre si, alguns exemplos destas esferas podem ser citados, como a economia, a política, a religião, dentre muitas outras que existem, cada uma dessas esferas tem suas particularidades especificas de funcionamento. Porém, mesmo com as suas particularidades, todas estão dentro de uma mesma sociedade, só que em esferas diferentes. São nas ações e nos sentidos que ela tem que os indivíduos se atualizam na lógica de cada uma das esferas da vida em sociedade, e é a partir do contexto em que o indivíduo vive que os sociólogos conseguem compreender sociologicamente o significado de das ações de cada um desses indivíduos em determinada sociedade. Sendo assim, a forma pela qual a “honra social” é distribuída dentro de uma sociedade ou comunidade, e entre grupos típicos diferentes, mas pertencentes a mesma comunidadeé chamada de ordem social. Embora pareça, os indivíduos das sociedades não estão restritos a uma única esfera, eles podem fazer parte de diversas delas ao mesmo tempo, como por exemplo: ser membro de um partido político, este indivíduo não está restrito só a esfera política, ele pode fazer parte de uma religião, e então automaticamente ele estará em duas esferas distintas, ou seja, uma possibilidade não anula a outra, a não ser que as duas estejam presentes na mesma esfera, como por exemplo: ser membro de dois partidos políticos. Partindo de um princípio geral, Max Weber estabeleceu conceitos referentes ao plano coletivo, dentre eles estão: a) Classes; b) Estamentos ou grupos de status; e c) Partidos. Estas esferas nos permitem entender os diferentes mecanismos de distribuição de poder. Está separação de esferas feita pelo sociólogo, nos permite entender que pessoas que tem a mesma posição no que se refere a propriedade de bens, encontram-se numa mesma situação de classe. Pessoas que têm a mesma posição no que se refere à propriedade de bens ou de habilitações encontram-se numa determinada situação de classe. Nesse contexto, as ações sociais vão ter a sua racionalidade e o seu significado definidos pelo mercado no qual os indivíduos lutam para adquirir poder econômico. É nessa esfera que Weber identifica os elementos para elaborar seu conceito de classes. (BARBOSA; QUINTANEIRO. Um toque de clássicos, p. 123). Weber cita alguns exemplos de classes, tais como, os proprietários de terras, proprietário de escravos, proprietários de indústrias. Todos esses possuem um grupo de privilegiados, pois eles possuem algo que tem algum tipo de valor para o Capitalismo, seja moeda, terra, maquinas e até mesmo o conhecimento se torna uma mercadoria no capitalismo. Já os trabalhadores não qualificados, formaria uma classe não privilegiada, porém, é entre eles que se veem com mais frequência, algumas ações comunitárias, que envolvem um sentimento de pertença mútua. Mas os critérios das ações formariam seriam definidos segundo alguns critérios vigentes, e nela o conteúdo das relações sociais se dá baseado em regras de status de diferentes grupos. Segundo Max Weber, os estamentos expressam sua honra por meio de um estilo de vida típico, que é constituído pelo consumo de certos bens, e por alguns determinados comportamentos e modos de expressão, dois desses comportamentos são, o uso de um tipo especifico de vestimenta e a celebração de matrimônios endogâmicos. Enquanto que essas camadas tendem a basear sua posição numa qualidade especial, os estamentos negativamente privilegiados, se afirmam com base em algumas crenças e missões que devem cumprir, e assim sustentam as suas honras e seus sentimentos comunitários. O sociólogo Max Weber, concebe a sociedade dividida por instancias, ou esferas, que são diferenciadas umas das outras, por isso ele vê na consciência da classe um caráter contingente, ao contrário de Karl Marx, que via a sociedade com uma correlação entre dois planos. Quando se pertence a uma determinada classe, você pode possuir qualquer tipo de sentimento de comunidade ou de consciência. Mesmo que tendencialmente, estamentos positivamente privilegiados, sobreponham-se as classes menos privilegiadas, não é sempre que isso ocorre, um exemplo disso é a aristocracia feudal da Europa, que embora estivesse decadente economicamente ela nunca deixou de ser socialmente valorizada. Por fim, as diferenças entre o interior da ordem econômica das classes e o interior da ordem de distribuição de honra aos estamentos, geram na esfera do poder social os partidos, cuja ação tenta influir sobre a direção que toma uma associação ou uma comunidade. Os partidos são organizações que lutam especificamente pelo domínio, embora estes só adquirem caráter político se puderem lançar mão de sua ameaça. Uma das questões colocadas á sociologia é a que se refere a persistência das relações sociais. O conceito de poder é, do ponde de vista de Max Weber, amorfo, pois, significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro das relações sociais, mesmo com qualquer tipo de resistência. Portanto, não se limita a nenhuma circunstância social específica, dado que a vontade de impor pode surgir a alguém por inúmeras circunstâncias. A probabilidade de se encontrar algum grupo que obedeça a um mandato é de extremo interesse para a sociologia, pois, possibilita a explicação das ações sócias. As submissões podem ser explicadas por três motivos de submissão: Racionais, Tradicionais e Afetivos. Existem, portanto três tipos de dominação legitimas segundo Max Weber: A legal, a tradicional e a Carismática. Há que se atentar para o fato de que as categorias de luta e seleção, que poderiam dar margem a uma interpretação darwinista da Sociologia weberiana, não se referem à luta dos indivíduos por suas probabilidades de vida, mas pela seleção das relações sociais, por impedi-Ias, estorvá-las, favorecê-las ou organizá-las num certo padrão que convém ou atende aos valores ou interesses e crenças daqueles que tratam de impô-los. A luta para estabelecer uma forma de dominação legitima, marca a evolução de uma das esferas da vida. Weber se interessou pelas estruturas de dominação, a burocrática e a carismática. A primeira corresponde ao tipo especificamente moderno de administração, racionalmente organizado, ao qual tendem as sociedades ocidentais e que pode aplicar-se tanto a empreendimentos econômicos e políticos quanto àqueles de natureza religiosa, profissional etc. Nela a legitimidade se estabelece através da crença na legalidade das normas estatuídas e dos direitos de mando dos que exercem a autoridade. Em oposição a ela, as duas outras formas (tradicional e carismática) fundamentam-se em condutas cujos sentidos não são racionais. Em comparação com a carismática, a tradicional é mais estável. Mas, em certas circunstâncias, cada uma dessas formas de dominação pode converter-se na outra ou destruí-la. Há que se atentar para o fato de que as categorias de luta e seleção, que poderiam dar margem a uma interpretação darwinista da Sociologia weberiana, não se referem à luta dos indivíduos por suas probabilidades de vida, mas pela seleção das relações sociais, por impedi-Ias, estorvá-las, favorecê-las ou organizá-las num certo padrão que convém ou atende aos valores ou interesses e crenças daqueles que tratam de impô-los. (BARBOSA; QUINTANEIRO. Um toque de Clássicos, p. 130). Em alguns momentos, a dominação carismática tendeu-se a se tornar tradicional ou racional, o que chama de cotidianização do carisma. Como participante ativo da produção cultural de sua época, Weber compartilhava de que a visão de a racionalidade tinha também como resultado o caimento da cultura clássica, em especial da alemã sentido em que o processo de evolução vem ocorrendo . Estes não só têm poucas alternativas como vão se tornando cada vez mais medíocres. Tudo isso é consequência do que se chama de desencantamento do mundo. A humanidade saiu de um universo habitado pelo sagrado, pelo mágico, excepcional e chegou a um mundo racionalizado, material, manipulado pela técnica e pela ciência. O mundo de deuses e mitos parou de existir e sua magia foi substituída pelo conhecimento científico e pelo desenvolvimento de formas de organização racionais. Portanto, a história não é apenas progresso linear em direção aos mundos burocráticos: há descontinuidades e estados de crise. E esta é uma brecha perfeita para o surgimento de lideranças carismáticas, que geralmente serão ligadas a religião ou a politica. Apesar de e talvez graças ao seu caráter renovador e irracional, o carisma é engolido pela lógica das instituições e obrigatoriamente é roteirizado ou adaptado ao cotidiano, sendo retomado o caminho da institucionalização tradicional ou racional. Como nas demais esferas, na ordem ou esfera religiosa existe uma luta na imposição do seu domínio, podendo ocorrer algumas mudanças tidas como decisivas, tanto quando se diz respeito a religião, quanto emoutras áreas da vida em sociedade. Segundo Max Weber, assim como na economia e na política, também se tem assistido na vida religiosa, especialmente em algumas seitas ocidentais, e o estabelecimento de um conjunto de valores que dizem respeito à racionalização das condutas dos seus seguidores, também conhecidos como fiéis. Weber considerou este um fenômeno fundamental para a transformação das práticas econômicas e para a constituição da estrutura das sociedades modernas. Portanto, o estudo da religiosidade é essencial para a compreensão das distintas formas de vida social, assim como de sua evolução, sendo a racionalização das relações sociais a mais clara tendência presente nas sociedades ocidentais - questão de grande centro no conflito sociólogo político internacional mais atual. A autonomia da instância religiosa é o ponta pé, para que se considere o desenvolvimento das doutrinas e dos sistemas de explicação religiosos a partir da lógica de funcionamento do seu próprio campo. Não há elementos materiais ou psicológicos que sejam de terminantes desse processo: as relações entre os diversos agentes religiosos são o a base principal de toda causalidade nessa área. No caso de algumas seitas protestantes, as tensões entre os campos econômico e religioso são superadas, e podemos dizer que a afinidade eletiva entre os elementos dominantes em cada um deles reforça o desenvolvimento da ética ascética e do capitalismo enquanto uma forma de orientar a ação econômica. Weber identifica as sociedades ocidentais contemporâneas, de forma que para estas seria de que o mundo tende inexoravelmente à racionalização em todas as esferas da vida social. O próprio estudo que elabora sobre a Sociologia da religião visa a “contribuir para a tipologia e Sociologia do racionalismo”, e por isso “parte das formas mais racionais que a realidade pode assumir”, ou seja, as típico-ideais. Procura, assim, “descobrir até que ponto certas conclusões racionais, que podem ser estabeleci das teoricamente, foram realmente formuladas. Com o surgimento e desenvolvimento do capitalismo não se destacam o incremento da população nem a afluência de metais preciosos. Tal processo ocorrera por meio da empresa permanente e racional, da contabilidade racional, da técnica racional e do Direito racional. A tudo isso se deve ainda adicionar a ideologia racional, a racionalização da vida. Weber adverte ter analisado apenas uma das possíveis relações entre o protestantismo ascético e a cultura contemporânea e que não pretendeu contrapor sua análise ao materialismo de Marx, mas evidenciar as outras conexões causais possíveis que contribuem para a realização de uma individualidade histórica concreta: o capitalismo ocidental. Para iniciar o exame dessas relações, elaborou um modelo abstrato, um tipo ideal, do que chamou de espírito do capitalismo, composto dos elementos que considerou serem seus aspectos de definição. Entender estruturas sociais como um conjunto de múltiplas lógicas oferece ricas perspectivas de análise para as sociedades, que estão cada vez mais complexas. A informatização dos comércios, indústrias, no Estado, sistema financeiros, entre outros, pode ser analisada com os conceitos de racionalização. A dificuldade e o leque de possibilidades que existem na Sociologia de Max Weber, tornam difícil resumir toda a sua obra, porém ela ainda continua instigante. O livro é recomendado para estudantes que estão iniciando seus estudos na área da sociologia, pois as obras originais desses autores abordam temas muito complexos e difíceis de serem entendidos. O intuito das autoras, além de apresentar essas obras, era apresentá-las de maneira mais simples, de maneira com que o leitor iniciante na sociologia possa compreender a complexidade dos assuntos ali mencionados.