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5. Ação civil - resumo

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Direito Processual Penal I – Prof. Renato Fanin
AÇÃO CIVIL
1. Considerações preliminares
Finalidade: reparação do dano causado pela infração penal.
Direito à indenização:
Art. 5º, V, da CF: assegura o direito de indenização por dano material, moral ou à imagem.
Art. 186 do CC: ação ou omissão que causa dano constitui ato ilícito
Art. 927 CC: obrigação de indenizar o dano causado por ilícito.
Art. 91, I, CP: efeito genérico sentença – dever de indenizar o dano (automático e obrigatório).
A sentença criminal transitada em julgado é título executivo judicial e vincula o juízo cível (art. 63 CPP e 475-N, II, do CPC)
Ação civil				ação de execução ex delicto (com sentença condenatória irrecorrível)
ação civil ex delicto (sem sentença condenatória)
2. Execução civil ex delicto (art. 63 CPP)
Pressuposto: sentença penal condenatória transitada em julgado (título executivo judicial)
Sentença penal estrangeira: se homologada pelo STJ (art. 105, I, “i”, CF) pode ser executada (art. 788 CPP).
2.1 Valor da indenização 
Pode executar o valor da indenização fixada pelo juiz criminal (art. 387, IV, CPP).
Se o valor do dano for maior, o exequente deverá proceder a liquidação (art. 63, § único, CPP).
2.2 Legitimidade ativa e passiva
Ativa: ofendido, representante legal ou herdeiros (art. 63 CPP).
Exequente pobre (art. 68 CPP): ocorre a substituição processual pelo Ministério Público ou Defensoria Pública (art. 144 CF) – STF: inconstitucionalidade progressiva do art. 68 do CPP.
Passiva: só o autor do crime – não cabe contra o responsável civil.
3. Ação civil ex delicto (art. 64 CPP)
Ação de conhecimento proposta antes ou durante a ação penal.
Simultaneidade: o juiz cível pode suspender a ação civil até a decisão da ação penal (art. 64, pu, CPP).
Prazo de suspensão: 1 ano (art. 265, § 5º, CPC).
3.1 Legitimidade ativa e passiva
Ativa: ofendido, representante legal ou herdeiros (art. 63 CPP).
Exequente pobre (art. 68 CPP): ocorre a substituição processual pelo Ministério Público ou Defensoria Pública (art. 144 CF) – STF: inconstitucionalidade progressiva do art. 68 do CPP.
Passiva: autor do crime e o responsável civil (art. 932 do CC) - pode ser legal ou contratual.
3.3 Independência relativa da ação penal e da ação civil
Sentença penal vincula o juízo cível quanto à autoria e a existência do crime (art. 935 CC).
Condenação: torna certa a obrigação de indenizar e vincula o juiz cível.
A ação civil ex delicto perde seu objeto (já tem o título executivo, salvo contra o responsável civil, cuja ação prosseguirá).
Absolutória: depende do fundamento da absolvição. Pode inviabilizar a propositura.
Art. 386 do CPP: hipóteses de absolvição
I – estar provada a inexistência do fato: impede a ação civil.
II – não haver prova da existência do fato: não impede a ação civil (art. 66 CPP) – fragilidade de provas
III – não constituir o fato infração penal: não impede. Poode ser ilícito civil (art. 67, III. CPP)
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal: impede a ação civil.
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal: não impede (fragilidade probatória).
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência:
Excludentes de ilicitude impedem a ação civil (art. 65 CPP), salvo:
a) Se o lesado não foi o causador do perigo no estado de necessidade (art. 929 CC).
b) Legítima defesa putativa (o lesado inocente não agredia o autor).
c) Legítima defesa real em erro de execução (aberratio ictus) ou resultado diverso (aberratio criminis). Indeniza o lesado inocente. Cabe ação regressiva contra o agressor ou contra quem defendeu.
Excludentes de culpabilidade não impedem a ação de reparação de dano.
Fundadas dúvidas sobre as excludentes: fragilidade de provas – não impede.
VII – não existir prova suficiente para a condenação: não impede (fragilidade de provas)
Não impedem (art. 67 CPP): despacho de arquivamento (I) e decisão de extinção de punibilidade (II).
4. Competência: juízo cível do domicílio da vítima ou local do fato (art. 100, § único; art. 575, IV, CPC). Pode propor no domicílio do réu.
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