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Radioatividade Prof. Thiago S. Fernandes AULA DE RADIOBIOLOGIA BREVE HISTÓRIA DO USO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES Como chegamos desta imagem... Até esta? Roentgen (1895) Mão da Sra. Roentgen. Descoberta dos Raios-X Primeiro exame médico por raios-X 1896 Aplicações médicas Primeiras Radiografias Descoberta da radioatividade • 1896 – Antonie Henri Becquerel Minério uranita (sulfato de urânio e potássio) Descoberta da radioatividade 1898 – o casal Curie estudando Polônio e Rádio observou a mesma emissão espontânea de radiação. Casal Curie RADIOATIVIDADE Becquerel (1895) Descoberta da radiação natural (raios gama) Evidências de dano biológico Bomba “A” (1945) Chernobyl (1986) Goiânia (1987) “Os sintomas foram confundidos com intoxicação alimentar”. Introdução à Radioatividade O homem sempre conviveu com a radioatividade: Na superfície terrestre pode ser detectada energia proveniente de raios cósmicos (H-3, Be-7, C-14, Na-22, Kr-85 – emissores de nêutrons) e da radiação solar ultravioleta; Nas rochas, encontramos elementos radioativos, como o urânio-238, urânio-235, tório-232, rádio- 226 e rádio-228; Até mesmo em vegetais pode ser detectada a radioatividade: as batatas, por exemplo, contêm potássio-40. As plantas, o carbono-14; No nosso sangue e ossos encontram-se potássio- 40, carbono-14 e rádio-226. Exposição humana à radiação ionizante Tahuata et al., 2003 MODELO DO ÁTOMO Os modelos atômicos • 1911 – Modelo de Rutherford Muitas partículas atravessaram a folha em linha reta Poucas partículas refletiram O espaço vazio era muito maior que o espaço ocupado Os modelos atômicos A descoberta dos prótons e elétrons para os cientistas Modelo planetário O átomo de RUTHERFORD, 1911 1932 – a descoberta dos nêutrons, CHADWICK Estrutura Nuclear NUCLEONS Partícula Massa Carga (C) Elétron 5,486 x 10-4 uma - 1,60210 x 10 -19 Próton 1,0073 uma + 1,60210 x 10 -19 Nêutron 1,0087 uma xxxxxxxxx Estrutura Nuclear REPRESENTAÇÃO DE UM ATOMO AXZ A= numero de nucleons (A = Z +N) X = elemento considerado OBS: padrão de medida de massa atômica é o 12C 1 eV = variação de energia cinética de um elétron submetido a uma ddp de 1 volt. (Kev; Mev; Gev) 1 ev = 1,6 x 10-19 J O Átomo Todas as coisas existentes na natureza são constituídas de átomos ou suas combinações; Sabe-se que o átomo é composto por ~30 partículas diferentes, mas as principais: prótons e nêutros, no núcleo, e elétrons, na eletrosfera. A estrutura de um átomo consiste de um núcleo, onde fica concentrada a massa, e de partículas eletricamente carregadas girando em seu redor. núcleo elétrons Estrutura do Núcleo O núcleo do átomo é formado, basicamente, por partículas de carga positiva, chamadas prótons, e de partículas de mesmo tamanho mas sem carga, denominadas nêutrons. O número de prótons (ou número atômico = Z) identifica um elemento químico, comandando seu comportamento em relação aos outros elementos. XAZ Número massa Número atômico Al2713 Isótopos Elementos que possuem o mesmo número de prótons. Átomos de um mesmo elemento químico com massas diferentes são denominados isótopos. O hidrogênio tem 3 isótopos: o hidrogênio, o deutério e o trício (ou trítio). A Radioatividade Se um átomo tiver seu núcleo muito energético, ele tenderá a estabilizar-se, emitindo o excesso de energia na forma de partículas e ondas. Radiações ionizantes emitidas por elementos radioativos (radioisótopos) RADIOATIVIDADE Famílias Radioativas TIPOS DE RADIAÇÃO Alfa – Radiação Corpuscular, baixo poder de penetração Beta – Radiação Corpuscular, alcance 10 x maior que alfa Gama – Radiação Eletromagnética, alto poder de penetração Chumbo Partícula Alfa () Um dos processos de estabilização de um núcleo com excesso de energia é o da emissão de um grupo de partículas positivas, constituídas por dois prótons e dois nêutrons (Hélio), e da energia a elas associada. energiaHeYX AZ A Z 4 2 4 2 MeV,HeUPu 2542 235 92 239 94 Partícula Beta (-) Quando existe no núcleo um excesso de nêutrons em relação a prótons, a emissão de uma partícula negativa, um elétron, resulta da conversão de um nêutron em um próton. eNiCo 01 60 28 60 27 eYX AZ A Z 0 11 Pósitron (+) Quando existe no núcleo um excesso de prótons em relação a nêutrons, a emissão de uma partícula positiva, um pósitron, resulta da conversão de um próton em um nêutron. eBC 01 11 5 11 6 eYX AZ A Z 0 11 Radiação Eletromagnética Geralmente, após a emissão de uma partícula alfa () ou beta (), o núcleo resultante desse processo, ainda com excesso de energia, procura estabilizar-se, emitindo esse excesso em forma de onda eletromagnética, da mesma natureza da luz, denominada radiação gama. 00 XX AZAZ00 Espectro Eletromagnético Onda Eletromagnética campo elétrico campo magnético Equação de Planck E = h x f E = h x c/ʎ Raios-X Efeito freamento: bremsstrahlung Raios-X característicos Esquema do Aparelho de Raios-X Irradiação vs Contaminação Efeito fotoelétrico ou X transfere sua energia total para um único ē orbital ejetando-o do átomo (ionização). O ē ejetado é o fotoelétron e poderá perder a energia recebida, produzindo ionização em outros átomos Efeito Compton Maior energia de Radiação Parte da energia incidente é transferida para o ē e o restante é cedida para o fóton espalhado O fóton terá energia menor e direção diferente Produção de pares Somente quando fótons de 1,02 MeV passam próximos do núcleo Radiação desaparece, originando um par elétron-pósitron Perderão sua Ec pela ionização e excitação. Interação Radiação com a Matéria Raios gama CRITIQUE A MANCHETE DE SITE Hospital desativado no DF é isolado por risco de contaminação radioativa Polícia Militar informou que grau de radioatividade no lugar estava normal. Segundo denúncia, morador de rua teve contato com máquina de raio-x. Radioatividade Atividade de uma Amostra A atividade é a denominação do número de desintegração de uma amostra por unidade de tempo. t N A Tempo de Meia-Vida (T½) É o tempo necessário para a atividade de um elemento radioativo em uma amostra ser reduzida à metade da atividade inicial. teNN 0 2 2 1 ln T Exemplo de Meia-Vida (T½) O iodo-131, utilizado em Medicina Nuclear para exames de tireóide, possui a meia-vida de oito dias. Isso significa que, decorridos 8 dias, atividade ingerida pelo paciente será reduzida à metade. Medicina Nuclear A Medicina Nuclear é a área da medicina onde são utilizados os radioisótopos, tanto em diagnósticos como em terapias. Radioisótopos administrados a pacientes passam a emitir suas radiações do lugar (no caso, órgão) onde têm preferência em ficar. Um exemplo prático bem conhecido é o uso do iodo-131 (I-131), que emite partícula beta, radiaçãogama e tem meia-vida de oito dias. Medicina Nuclear O tecnécio-99 (Tc-99m) é utilizado, para obtenção de mapeamentos (cintilografia) de diversos órgãos: cintilografia renal, cerebral, hepato-biliar (fígado), pulmonar e óssea; diagnóstico do infarto agudo do miocárdio e em estudos circulatórios; RADIOFÁRMACO TERMINOLOGIA RADIONUCLÍDEO- átomos radioativos RADIOQUIMICOS- radionuclideos+ molécula química com propriedades de localização desejadas. RADIOFÁMACOS – radioquímico utilizados em pacientes . Isótopos Principais usos 3H Trítio Determinação do conteúdo de água no corpo. 11C Carbono-11 Varredura do cérebro com tomografia de emissão positrônica transversa (PET) para traçar o caminho da glucose. 14C Carbono-14 Ensaios de radioimunidade. 24Na Sódio-24 Detecção de constrições e obstruções do sistema circulatório. 32P Fósforo-32 Detecção de tumores oculares, câncer de pele, ou tumores pós- cirúrgicos. 51Cr Cromo-51 Diagnóstico de albumina, tamanho e forma do baço, desordens gastrointestinais. 59Fe Ferro-59 Mal função das juntas ósseas, diagnóstico de anemias. 60Co Cobalto-60 Tratamento do câncer. 67Ga Gálio-67 Varredura do corpo inteiro para tumores. 75Se Selênio-75 Varredura do pâncreas. 81mK r Criptônio-81m Varredura da ventilação no pulmão. 85Sr Estrôncio-85 Varredura dos ossos para doenças, incluindo câncer. 99mT c Tecnécio-99m Um dos mais utilizados: diagnóstico do cérebro, ossos, fígado, rins, músculos e varredura de todo o corpo. 131I Iodo-131 Diagnóstico de mal funcionamento da glândula tireóide, tratamento do hipertireoidismo e câncer tireoidal. 197Hg Mercúrio-197 Varredura dos rins. SPECT Estudo da fisiologia do órgão CINTILOGRAFIA ÓSSEA PET Princípio da PET FDG Pósitron e+ ANIQUILAÇÃO Estudo de áreas cerebrais PET Efeito de drogas sobre o cérebro Imagens cerebrais utilizando o 18F-FDG obtidas com o PET. À esquerda imagem de um cérebro normal e à direita um paciente drogado com cocaína. Estudo de doenças: Parkinson Alzheimer... Estudo da atividade celular – indicativo de câncer Tomografia por emissão de pósitrons (PET) 68 http://www.clermontradiology. com/pet_scan.html Em pesquisa... Restauração de dopamina em doença de Parkinson Radioterapia A radioterapia teve origem na aplicação do elemento rádio pelo casal Curie, para destruir células cancerosas, e foi inicialmente conhecida como “Curieterapia”. O iodo-131 também pode ser usado em terapia para eliminar lesões, identificadas nos radiodiagnósticos da tireóide, aplicando-se, no caso, uma dose maior do que a usada nos diagnósticos. Fontes radioativas de césio-137, cobalto-60 são usadas para destruir células de tumores, uma vez que estas são mais sensíveis à radiação do que os tecidos normais (sãos). CARACTERÍSTICAS DO USO COMO FONTE DE IRRADIAÇÃO A ESCOLHA DA FONTE - TIPO DE RADIAÇÃO EMITIDA: , , Ƴ ENERGIA DA RADIAÇÕES MEIA VIDA DO RADIONUCLIDEO DISPONIBILIDADE PREÇO Radioterapia Teleterapia Cobalto-60 Césio-137 Acelerador linear (raios X) Braquiterapia Iodo-125 Esquema de um cabeçote de uma bomba de Co-60 Teleterapia Cobaltoterapia Braquiterapia
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