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Polícia Científica - PE 
Cargo 2: Auxiliar de Perito 
 
 
1 Soluções; densidade; concentração das soluções; diluição de soluções; volumetria ........................ 1 
 
 
2 Noções de Física: estado físico da matéria, sólido, líquido, gasoso .................................................. 8 
 
 
3 Noções de anatomia e fisiologia humanas ........................................................................................ 9 
 
 
4 Biosegurança: prevenção de acidentes e cuidados de ordem pessoal e geral; perigos no ambiente 
de trabalho: cuidados gerais, substâncias tóxicas, emitentes de vapores venenosos, explosivos e 
combustíveis, manuseio de matéria contaminada .................................................................................. 85 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas, enviar material complementar (caso tenha 
tempo excedente para isso e sinta necessidade de aprofundamento no assunto) e receber suas 
sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer 
erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso 
serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-
mail: professores @maxieduca.com.br 
 
SOLUÇÕES 
 
Solução é uma mistura homogênea constituída por duas ou mais substâncias numa só fase. As 
soluções são formadas por um solvente (geralmente o componente em maior quantidade) e um ou mais 
solutos (geralmente componente em menor quantidade). Suas propriedades físicas e químicas podem 
não estar relacionadas com aquelas das substâncias originais, diferentemente das propriedades de 
misturas heterogêneas que são combinações das propriedades das substâncias individuais. As soluções 
incluem diversas combinações em que um sólido, um líquido ou um gás atua como dissolvente (solvente) 
ou soluto. 
 
Componentes de um solução 
 
Uma solução verdadeira é constituída, no mínimo, por dois componentes: 
-Solvente: substância presente em maior quantidade em uma solução, por meio da qual as partículas 
do(s) soluto(s) são preferencialmente dispersas. É muito comum a utilização da água como solvente, 
originando soluções aquosas. 
-Soluto: substância(s) presente(s) em menor quantidade em uma solução. Por exemplo, ao se 
preparar uma xícara de café solúvel, temos como soluto o café e o açúcar e como solvente a água quente. 
Exemplos: 
-Ao misturarmos 1g de cloreto de sódio (NaCl) em 1 litro de H2O, teremos uma solução, na qual o NaCl 
é o soluto e a água é o solvente 
-O álcool comercial comprado em supermercados trata-se de uma mistura homogênea entre álcool e 
água, geralmente constituída de 92% de álcool e 8% de água. Nesse caso, o álcool é o solvente e a água 
é o soluto. 
Coeficiente de solubilidade 
 
Ao adicionar sal a um copo com água, dependendo da quantidade colocada neste copo, o sal se 
dissolverá ou não. O mesmo acontece quando colocamos muito açúcar no café preto. Nem todo o açúcar 
se dissolverá no café. A quantidade que não se dissolver ficará depositada no fundo. 
O Coeficiente de Solubilidade é a quantidade necessária de uma substância para saturar uma 
quantidade padrão de solvente, em determinada temperatura e pressão. Assim, a solubilidade é definida 
como a concentração de uma substância em solução, que está em equilíbrio com o soluto puro a uma 
dada temperatura. 
Exemplos: 
AgNO3 – 330g/100mL de H2O a 25°C 
NaCl – 357g/L de H2O a 0°C 
AgCl – 0,00035g/100mL de H2O a 25°C 
 
Veja que o AgCl é muito insolúvel. Quando o coeficiente de solubilidade é quase nulo, a substância é 
insolúvel naquele solvente. 
1. Soluções; densidade, concentração das soluções; diluição de soluções e 
volumetria 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 2 
Quando dois líquidos não se misturam chamamos de líquidos imiscíveis (água e óleo, por exemplo). 
Quando dois líquidos se misturam em qualquer proporção, ou seja, o coeficiente de solubilidade é infinito, 
os líquidos são miscíveis (água e álcool, por exemplo). 
 
Classificação das soluções 
 
Uma solução pode ser classificada a partir de várias de suas propriedades, sendo estas: 
 
1. Quanto ao estado físico: 
Poderemos ter uma solução em qualquer estado físico da matéria sendo assim: 
-Soluções Sólidas: recebem o nome de ligas, e geralmente tratam-se de uma mistura homogênea entre 
metais. Por exemplo, o ouro 18 quilates é uma mistura constituída por ouro, cobre e prata. Já o bronze é 
uma mistura dos metais zinco e estanho.1 
-Soluções Líquidas: podem ser de três naturezas distintas: 
Sólidos dissolvidos em líquidos: por exemplo, água do mar é uma solução que apresenta vários 
solutos, entre eles, cloreto de sódio, cloreto de magnésio (MgCl2) e bicarbonatos (HCO3-). 
Líquidos dissolvidos em líquidos: por exemplo, temos o combustível denominado gasolina, que é uma 
mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo, e álcool, em uma proporção aproximada de 80% para 
20%. 
Gases dissolvidos em líquidos: por exemplo, em um aquário deve-se diluir gás oxigênio (O2) na água, 
sendo este gás o responsável pela respiração dos peixes. Sendo assim, caso o aquário não permaneça 
aberto, é necessário injetar-se regularmente este gás por meio de um cilindro. 
-Soluções Gasosas: são aquelas constituídas apenas por gases, sendo que toda mistura entre gases 
apresenta uma única fase, sendo, portanto, uma solução. Por exemplo, o ar atmosférico é uma mistura 
constituída por 78% de gás nitrogênio (N2), 21% gás oxigênio e 1% de outros gases. 
 
2. Quanto à natureza das partículas dispersas: 
De acordo com a natureza do soluto, podemos ter dois tipos de soluções: 
-Soluções Iônicas: são aquelas que apresentam íons dissolvidos. São chamadas também de soluções 
eletrolíticas, pois conduzem corrente elétricas. Por exemplo, ao diluirmos 1g de sal de cozinha (NaCl) em 
água, teremos uma solução que apresenta os íons Na+ e Cl- dissolvidos. 
 
 
 
-Soluções moleculares: são aquelas formadas por moléculas dissolvidas. São também chamadas de 
não eletrolíticas, pois não conduzem corrente elétrica. Por exemplo, ao repetirmos o procedimento 
anterior, mas desta vez utilizando o açúcar (C12H22O11) ao invés do sal, perceberemos (de acordo com 
a equação abaixo) que não há separação do soluto, portanto, trata-se de uma solução constituída por 
moléculas dissolvidas, molecular. 
 
 
 
3. Quanto à proporção entre soluto e solvente: 
Em relação as quantidades em massa de soluto e solvente presente na solução, poderemos ter 
algumas possibilidades de classificação. Para compreendê-las, precisamos conhecer o conceito de 
coeficiente de solubilidade (CS). 
O CS representa a quantidade máxima de determinado solutoque poderemos dissolver em 100 g de 
água, em temperatura ambiente. Assim, afirmar que CS NaCl = 37g/100g de H2O, significa que a cada 
100g de água poderemos dissolver em temperatura ambiente, o máximo de 37g de NaCl. Agora, 
 
1 PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998. 
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 3 
poderemos compreender as classificações mais simples possíveis para uma solução quanto à proporção 
entre soluto e solvente. 
-Solução diluída: Pouco soluto dissolvido em relação ao solvente. 
Exemplo: Suco de uva 
 
-Solução insaturada: é aquela que tem uma concentração de soluto menor do que a de uma solução 
saturada, podendo ainda dissolver soluto adicional até se tornar uma solução saturada. 
Exemplo: uma solução formada por 1g de NaCl para 100g de água. 
 
-Solução saturada: é aquela que, ao se ir adicionando um soluto sólido a um solvente, atinge o ponto 
de equilíbrio que é quando não há mais condições de dissolução desse soluto. 
Exemplo: uma solução constituída por 37g de NaCl em 100g H2O. 
 
-Solução supersaturada: é aquela que tem uma concentração de soluto maior do que a de uma solução 
saturada. É uma solução instável, não havendo equilíbrio de solubilidade e seu soluto tende a cristalizar-
se. Esta situação é possível quando uma solução saturada sob certas condições é colocada em condições 
diferentes de temperatura nas quais o soluto é menos solúvel, retendo assim mais soluto do que reteria 
na temperatura original. 
Exemplo: uma solução constituída por mais de 37g de NaCl em 100g H2O. 
 
Solubilidade de Gases em Líquidos 
Normalmente, os gases são pouco solúveis nos líquidos. Dois fatores alteram consideravelmente a 
solubilidade: 
-Temperatura 
Todo aumento de temperatura diminui a solubilidade do gás no líquido. Por exemplo, para eliminar 
gases dissolvidos na água, é feito o aquecimento por um certo período de tempo. Sendo assim, a 
diminuição da temperatura facilita a solubilidade de um gás num líquido. 
-Pressão 
Quando não ocorre reação do gás com o líquido, a influência da pressão é estabelecida pela lei de 
Henry: "Em temperatura constante, a solubilidade de um gás num líquido é diretamente proporcional à 
pressão". 
Exemplo: Os refrigerantes apresentam grande quantidade de CO2 dissolvido sob pressão. Quando o 
refrigerante é aberto, a pressão diminui, fazendo com que o excesso de CO2 dissolvido no refrigerante 
escape. 
Curvas de Solubilidade 
 
São diagramas que mostram a variação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em função 
da temperatura. Analisando o gráfico ao lado, observamos que regiões abaixo da curva representam 
solução não saturada, sobre a curva, região saturada e acima da curva, desde que as quantidades 
permaneçam em solução, região supersaturada. O gráfico abaixo representa a solubilidade de várias 
substâncias em função da temperatura. 
 
 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 4 
A maioria das substâncias aumenta a solubilidade com o aumento da temperatura. Podemos dizer, 
então, que se trata de uma dissolução endotérmica. Para uma substância como Ce2(SO4)3, a solubilidade 
diminui com o aumento da temperatura; portanto, trata-se de uma dissolução exotérmica. 
O gráfico do coeficiente de solubilidade em função da temperatura é utilizado principalmente para 
informar a solubilidade de uma ou várias substâncias em função da temperatura. 
 
Exemplo: 
 
 
Interpretando o gráfico: 
- na temperatura de 50°C, a quantidade máxima de KNO3 que se dissolve em 100 g de água são 80 g. 
A solução em questão é saturada; 
- para obtermos uma solução saturada KNO3 a 40°C, basta dissolver 60 g de KNO3 em 100 g de água; 
- se resfriarmos uma solução saturada de 50°C para 40°C, teremos um corpo de fundo igual a 20 g de 
KNO3; 
- 200 g de água a 40°C dissolvem no máximo 120 g de KNO3. 
 
Atenção candidato, o tópico densidade será tratado posteriormente para que você possa 
manter uma linha de raciocínio relacionado a soluções podendo, deste modo, assimilar de forma 
mais fácil os tópicos abordados. 
 
CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES 
 
A concentração de uma solução é a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de solução 
(solvente). 
 
𝐂𝐨𝐧𝐜𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚çã𝐨 =
Quantidade (soluto)
Quantidade (solução ou solvente)
 
 
Essas quantidades podem ser expressas em: 
-Massas; 
-Volumes; 
-Número de mols; 
-Número de equivalentes. 
 
Índices adotados para a determinação das soluções: 
-Índice 1= soluto 
- Índice 2= solvente 
-Sem índice= Solução 
 
Concentração comum (C) 
A concentração comum de um solução é a relação entre a massa de um soluto (m1) e o volume (V) da 
solução 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 5 
𝐂 =
𝑚1
V
 
Onde, 
-m1= massa do soluto em gramas 
-V= volume da solução em litros 
Exemplo: Em uma solução verdadeira de NaOH de concentração 80g/L, devemos entender que em 
cada litro de solução conterá 80g de NaOH. 
 
Importante: A relação massa/litro poderá ser expressa em: Kg/L; g/ml; g/cm³ e et. 
 
Densidade (d): 
A densidade de uma solução representa a relação entre a massa da solução e o volume da solução. 
 
𝐝 =
𝑚
V
 
Onde, 
- msolução = msoluto + msolvente 
-V = volume da solução 
 
Exemplo: Se uma solução apresenta d= 1,2g/ml, isso significa que em casa mililitro da solução existe 
uma massa total de 1,2 g. 
 
Importante: A relação massa da solução/volume da solução poderá ser expressa em: g/L; g/ml; g/cm³ 
e et. 
 
Concentração molar (mol/L) ou Molaridade (ɱ): 
Quantidade, em mols, do soluto existente em 1 litro de solução (soluto + solvente). ESTA É TOP‼! 
 
ɱ =
n1
V
 ou ɱ =
m1
M1 .V
 
Onde, 
-M1 = massa molar do soluto 
-m1= massa do soluto 
-n1 = número de mols do soluto (mol) -lembrando que o índice 1 indica grandezas relacionadas ao 
soluto 
-V = volume da solução (L) 
Unidades: mol/L ou M 
 
Título em massa O título representa a relação da massa do soluto pela massa da solução. Pode ser 
multiplicado por 100 e, assim, corresponder ao que é considerado a porcentagem em massa do soluto na 
massa da solução. 
Exemplo: Considerando 20g de H2SO4 dissolvidos em 80g de água, o título da solução será: 
 
 
 
Importante: Os valores do título se enquadram no intervalo de: 0 ≥ T ≤ 1,0. Como o título pode assumir 
valores pequenos, por exemplo, 0,0045, costuma-se multiplicar o valor do Título por 100 e, assim, 
popularmente se referir ao Título como a porcentagem em massa. Vale lembrar que o Título expressa 
uma relação entre massas e, portanto, é adimensional, ou seja, não tem unidades, sendo expresso por 
um número puro. 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 6 
Porcentagem em massa (ppm) 
 
Para indicar concentrações extremamente pequenas, principalmente de poluentes do ar, da terra e da 
água, usamos a unidade partes por milhão, representada por ppm. Esse termo é frequentemente utilizado 
para soluções muito diluídas e indica quantas partes do soluto existem em um milhão de partes da 
solução. 
Assim Uma solução 20 ppm contém 20 gramas do soluto em 1 milhão de gramas da solução. Como a 
solução é muito diluída, a massa de solvente é praticamente igual à massa da solução. Então, quando 
trabalhamos com ppm, consideramos que a massa do solvente corresponde à massada solução. 
A relação matemática para a determinação do ppm pode ser dada por: 
 
𝐗𝐩𝐩𝐦 =
x g soluto
106 g solvente (solução)
 ; 𝐗𝐩𝐩𝐦 =
x mg soluto
Kg solvente (solução)
 ; 𝐗𝐩𝐩𝐦 =
x g soluto
xg solvente (solução)
. 10−6 
 
DENSIDADE 
 
É a relação (razão) entre a massa de um material e o volume por ele ocupado. 
A densidade é uma propriedade específica de cada material que serve para identificar uma substância. 
Essa grandeza pode ser enunciada da seguinte forma: 
 
𝐝 =
massa
Volume
→
d
V
→
Kg
m³
 
 
Para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa em gramas/centímetros cúbicos (g/cm3); 
para gases, costuma ser expressa em gramas/litro (g/L). 
Podemos observar por meio da expressão matemática que a densidade é inversamente proporcional 
ao volume, isto significa que quanto menor o volume ocupado por determinada massa, maior será a 
densidade. 
 
DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES 
 
Uma solução pode ser preparada adicionando-se solvente a uma solução inicialmente mais 
concentrada. Este processo é denominado diluição. 
A adição de mais solvente desencadeia o aumento no volume da solução; a quantidade de soluto, 
porém, permanece constante. 
 Assim: quantidade inicial de soluto = quantidade final de soluto. 
 
 
 
Podemos ter as seguintes relações entre a solução inicial e a final: 
 
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. 7 
 
 
No cotidiano é muito comum realizarmos diluições. Por exemplo, geralmente os rótulos de sucos 
concentrados indicam que o preparado desses sucos deve ser feito acrescentando-se água numa 
proporção determinada. Quando fazemos isso, estamos diluindo o suco. 
Atenção: Não confunda diluição com dissolução. Quando estamos fazendo um suco e adicionamos o 
soluto (refresco em pó, por exemplo) ao solvente (água), está ocorrendo uma dissolução. Mas quando 
acrescentamos mais água a uma solução de água com refresco em pó, temos uma diluição. 
Essa prática também é muito comum nos laboratórios, pois geralmente as soluções que são 
comercializadas vêm numa concentração bem alta e, de acordo com a finalidade, os cientistas preparam 
soluções mais diluídas a partir da solução inicial. 
Essas soluções costumam ser preparadas pegando-se uma alíquota, isto é, uma parte da solução 
inicial com uma pipeta, que é um instrumento utilizado para medir e transferir volumes de líquidos com 
alta precisão. Essa alíquota é transferida para um balão volumétrico e, por último, acrescenta-se a água 
até atingir o volume desejado e indicado pelo balão volumétrico. 
 
VOLUMETRIA 
 
A volumetria consiste em uma análise utilizada na determinação do volume de uma solução para 
encontrar a concentração de outra solução. Neste tipo de procedimento, utilizamos certo volume de uma 
solução de concentração conhecida para determinar a concentração de outra solução. 
Na análise volumétrica, o volume da solução de concentração conhecida será determinado quando ela 
reagir completamente com a solução de concentração desconhecida, ou seja, as soluções envolvidas 
devem reagir entre si. 
 
Instrumentos utilizados em volumetria 
 
-Pipeta: 
 
 
-Bureta: 
 
 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 8 
O volume é realizada pela avaliação da altura do chamado menisco, que nada mais é do que a região 
superficial do líquido que apresenta aspecto retangular ou abaulado (formato de gota), a depender da 
espessura do recipiente. Quanto mais largo for o recipiente, mais retangular será o menisco; quanto mais 
fino for o recipiente, mais abaulado ele será. Para avaliar o menisco, o olho deve estar exatamente na 
sua altura e devemos utilizar como referência a região de baixo, se o menisco for retangular, ou a ponta, 
se abaulado. Veja uma representação de uma avaliação: 
Na análise volumétrica, o equipamento mais utilizado é a bureta. Isso acontece porque, como o método 
envolve reações químicas e estas podem processar-se de forma rápida, a bureta permite que o líquido 
seja liberado em sua ponta em gotas, o que possibilita que interrompamos a saída do líquido de forma 
mais controlada. 
Um dos métodos mais utilizados na volumetria é a titulação. A titulação é um método de análise 
quantitativa que determina a concentração de uma solução. Dosar uma solução é determinar a sua 
quantidade por intermédio de outra solução de concentração conhecida. A titulação é uma operação feita 
em laboratório e pode ser realizada de várias maneiras. A titulação ácido-base é importante para análises 
em indústrias e é divida em: Acidimetria: determinação da concentração de um ácido. Se uma solução de 
ácido é titulada com uma solução alcalina as hidroxilas da solução alcalina combinam-se com os 
hidrogênios ionizáveis do ácido, aumentando o pH da solução; em determinado pH o ponto de 
equivalência é atingido e a reação terminada 
Alcalimetria: determinação da concentração de uma base. 
O mesmo raciocínio da acidimetria se aplica as soluções alcalinas tituladas por ácidos: o pH no ponto 
de equivalência depende da natureza e da concentração dos reagentes. 
 
 
 
ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA – SÓLIDO, LÍQUIDO, GASOSO 
 
A matéria que nos rodeia está em constante mudança, sofrendo inúmeras transformações em suas 
propriedades. Em algumas transformações não há alteração da natureza da matéria, ou seja, as 
substâncias continuam as mesmas. A química tem um papel determinante no estudo das propriedades 
dos materiais, sua composição e transformações. 
 
Propriedades físicas da matéria 
 
As propriedades físicas de um material são as que podem ser observadas ou medidas sem que ocorra 
a modificação na composição do material. Alguns exemplos de propriedades físicas que serão 
especificadas a seguir são: cor, dureza, sabor, cheiro, estado físico (sólido, líquido e gasoso), densidade, 
temperatura, condutividade (térmica e elétrica), maleabilidade, ductabilidade, magnetismo ponto de fusão 
e ebulição, ponto de ebulição e liquefação e calor específico. 
 
-Cor: A matéria pode ser colorida ou incolor. Esta propriedade pode ser percebida pela visão. 
-Dureza: Representa uma medida de resistência do material a ações de origem mecânica sobre sua 
superfície, resistência à penetração, à deformação plástica e ao risco. 
-Sabor: Uma substância pode ser insípida (sem sabor) ou sápida (com sabor). Esta propriedade é 
percebida pelo paladar. 
-Cheiro: A matéria pode ser inodora (sem cheiro) ou odorífera (com cheiro). Esta propriedade é 
percebida pelo olfato. 
 
-Estado físico: As partículas podem estar mais unidas ou mais afastadas, de acordo com as condições 
de temperatura e de pressão a que a matéria esteja sendo submetida. Alterando essas condições, 
podemos efetuar mudanças no estado físico da matéria e este pode ser classificado como: sólido, liquido 
ou gasoso (figura 01). 
2. NOÇÕES DE FÍSICA: Estado físico da matéria – sólido, líquido, gasoso. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 9 
 
Figura 01. Estado físico da matéria e suas propriedades. 
 
-Densidade: é a medida da quantidade de matéria (massa) que um material ocupa por volume. 
 
-Condutividade térmica: capacidade que determinados materiais tem de conduzir o calor. 
 
-Condutividade elétrica: capacidade que determinados materiais tem de conduzir corrente elétrica. 
 
-Maleabilidade: A maleabilidade é uma propriedade que apresentam os corpos ao serem moldados 
por deformação. Ela permite a formação de delgadas lâminas do material sem que este se rompa, ou de 
outra forma, se estenda. 
 
-Ductabilidade: Propriedade que permite transformar materiais em fios. Um exemplo é o cobre, usado 
em forma de fios em instalações elétricas e o ferro na fabricação de arames.-Magnetismo: Propriedade que algumas substâncias têm de serem atraídas por ímãs, são as 
substâncias magnéticas. 
 
-Ponto de fusão e ebulição– são as temperaturas onde a matéria passa da fase sólida para a fase 
líquida e da fase líquida para a fase sólida, respectivamente. 
 
-Ponto de ebulição e de liquefação– são as temperaturas onde a matéria passa da fase líquida para 
a fase gasosa e da fase gasosa para a líquida, respectivamente. 
 
-Calor específico– é a quantidade de calor necessária para aumentar em 1 grau Celsius (ºC) a 
temperatura de 1grama de massa de qualquer substância. Pode ser medida em calorias. 
 
 
 
O corpo humano é composto por sistemas estudaremos cada um deles, analisando a anatomia e 
fisiologia de cada um. 
Anatomia: Estuda o corpo humano através de cortes e separando-o em partes. 
Fisiologia: Estuda o funcionamento do corpo humano. 
 
Sistema cardiovascular 
 
Revisão anatômica e fisiológica 
O coração é um órgão oco localizado no centro do tórax, onde ocupa o espaço entre os 
pulmões(mediastino) e repousa sobre sobre o diafragma. Ele pesa aproximadamente 300 g, embora seu 
peso e tamanho sejam influenciados pela idade, sexo, peso corporal, extensão do exercício e 
condicionamentos físicos e p0or doenças cardíacas. 
 
 
3. Noções de anatomia e fisiologia humana 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 10 
A posição anatômica do coração 
- Anteriormente, o coração relaciona-se com os pulmões, o esterno, costelas e músculos intercostais; 
- Inferiormente com o diafragma; 
- Posteriormente com a aorta descendente, esôfago e veia ázigos; 
- Lateralmente com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos. 
 
Situado dentro do tórax, num espaço chamado de mediastino que fica entre os dois pulmões (limites 
laterais), por cima do diafragma (limite inferior), na frente da coluna vertebral, em sua porção torácica, e 
por trás do osso esterno. 
O coração bombeia sangue para para os tecidos, suprindo-os com sangue e outros nutrientes. 
A ação e o bombeamento do coração é realizada pela contração e relaxamento rítmicos de sua parede 
muscular. Durante a sístole (contração do músculo), os compartimentos do coração tornam-se 
menores a medida que o sangue é ejetado. Durante a diástole (relaxamento do musculo), as camaras 
cardíacas enchem-se com sangue para preparação da ejeção subsequente. 
O coração do adulto normal em repouso bate aproximadamente 60 a 80 vezes por minuto. Cada 
ventrículo ejeta aproximadamente 70 ml de sangue por batimento e apresenta um débito de 
aproximadamente 5 litros por minuto. 
 
A Grande e Pequena Circulação 
 
A Grande Circulação, ou circuito sistêmico, é a designação dada à parte da circulação sanguínea que 
se inicia no ventrículo esquerdo. Dali, o sangue (sangue arterial) é bombeado pela contração do ventrículo 
esquerdo para a aorta. Esta divide-se para os órgãos principais do nosso corpo (com exceção dos 
pulmões), onde se utiliza o oxigênio. O sangue venoso ou seja, o que é pobre em oxigênio, (nesta etapa 
da circulação, já que o mesmo não acontece na pequena circulação) volta ao coração pelas veias cavas, 
introduzindo-se assim no átrio direito. Do átrio o sangue passa para o ventrículo direito através do orifício 
atrioventricular, onde existe a válvula tricúspide. Assim, a grande circulação começa no ventrículo 
esquerdo e termina no átrio direito. 
Na Pequena Circulação, o sangue venoso que se encontra no ventrículo direito vai para as artérias 
pulmonares dirigindo-se para os pulmões, onde se realiza a hematose pulmonar. O sangue arterial volta 
ao coração através das 4 veias pulmonares, entrando no átrio esquerdo. 
 
Divisões do pericárdio e sua função 
O coração está contido no pericárdio, que é um saco fibro-seroso de parede dupla, através do qual 
relaciona-se com o coração e as raízes de seus grandes vasos. O pericárdio é constituído por duas 
lâminas: a parietal e a visceral. A primeira apresenta uma porção externa e resistente, chamada de 
pericárdio fibroso, que é praticamente inextensível, sendo composta por uma densa camada de feixes 
coláge-nos e fibras elásticas. 
O pericárdio parietal é revestido internamente por uma serosa. Ele envolve o coração como se fosse 
uma bolsa desde o ápice até a base, onde se funde com a adventícia dos grandes vasos. Inferiormente, 
o pericárdio fibroso confunde-se com o centro tendíneo do diafragma, ao qual está firmemente aderido 
formando o ligamento freno pericárdico. O pericárdio fibroso, posteriormente, é fixado por tecido conectivo 
frouxo às estruturas do mediastino superior, relacionando-se com a aorta torácica e com o esôfago. Em 
suas faces laterais adere à pleura mediastinal, exceto quando dela separado pelos nervos frênicos, 
formando a membrana pleuropericárdica. 
 
A lâmina visceral ou epicárdio, está densamente aderida à superfície das câmaras cardíacas. O 
pericárdio seroso é um saco fechado e invaginado, sendo normalmente virtual a cavidade delimitada entre 
suas duas lâminas, a qual contém líquido pericárdico que lubrifica as superfícies, diminuindo o atrito 
durante os movimentos cardíacos. As lâminas do pericárdio fundem-se próximo aos vasos da base, 
refletindo-se para o coração. No interior da cavidade pericárdica encontram-se dois recessos ou seios: o 
seio transverso, que se apresenta como um túnel entre a superfície dos átrios e a superfície posterior das 
grandes artérias, e o seio oblíquo, localizado junto ao átrio esquerdo e limitado pela reflexão do pericárdio 
em torno das veias pulmonares e da veia cava inferior. 
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A vascularização do pericárdio é realizada pelos ramos pericardicofrênicos das artérias torácicas 
internas e através dos ramos pericardíacos das artérias brônquicas, esofágicas e frênica superior. Esses 
vasos apresentam anastomoses extracardíacas com as artérias coronárias. O pericárdio seroso, em sua 
lâmina visceral ou epicárdio, é irrigado pelas artérias coronárias. A inervação do pericárdio faz-se pelos 
nervos de ramos oriundos do nervo frênico que contêm fibras vasomotoras e sensitivas. 
 
Conhecer as relações anatômicas das cavidades cardíacas 
 
Átrio direito: 
O Átrio Direito recebe a veia cava superior e inferior e o seio coronário. As veias cavas canalizam o 
sangue venoso sistêmico e o seio coronário retorna sangue das coronárias. A parede medial e posterior 
do átrio direito é o septo Inter atrial que separa o átrio esquerdo do direito. O assoalho do átrio direito é a 
valva tricúspide, que se abre no ventrículo direito. 
Visto pelo lado direito, o septo atrial apresenta uma estrutura característica, a fossa oval, a qual exibe 
contorno saliente e região central constituída por uma lâmina delicada. A porção mais anterior dessa 
lâmina pode não estar completamente aderida à borda da fossa oval, constituindo o chamado forame oval 
patente. Esta comunicação, patente na vida intrauterina, pode também ser encontrada em até 1/4 dos 
adultos normais, não levando a uma passagem de fluxo da direita para a esquerda, em virtude da pressão 
mais elevada existente no átrio esquerdo. 
Deve-se observar que a porção mais baixa do átrio direito está separada do ventrículo esquerdo, por 
uma porção de tecido fibroso que se continua com o septo interventricular, chamada de septo fibroso. 
Isso ocorre devido os diferentes níveis de implantação das valvas tricúspide e mitral. A valva tricúspide 
tem inserção mais apical. Isso resulta na área conhecida como septo atrioventricular. 
A desembocadura do seio venoso coronário situa-se posteriormente e medialmente à desembocadura 
da veia cava inferior, junto à transição atrioventricular.Nessa região podem ser encontrados 
remanescentes de valvas venosas, sendo a de Eustáquio junto à cava inferior e a de Thebesius 
relacionada ao seio coronário. 
A aurícula direita (ou apêndice atrial) é uma projeção da cavidade atrial em “dedo de luva”, que recobre 
o sulco AV à direita. A superfície interna da aurícula direita, possui traves musculares paralelas que se 
estendem posteriormente, a chamada musculatura pectínea, terminando em uma banda muscular 
transversa e bastante proeminente chamada de crista terminal. 
 
Ventrículo direito: 
 
A cavidade ventricular direita possui um formato triangular e possui 3 porções bem distintas: a via de 
entrada, que compreende o aparelho valvar atrioventricular, a porção trabecular ou apical, e a via de 
saída. 
No ventrículo direito, as trabéculas são grosseiras, ocupando toda a parede livre e a superfície septal, 
dando um aspecto esponjoso à parede. Uma trabécula em particular, se sobressai das demais, pela forma 
e localização. É a trabécula septo marginal, em forma de "Y", que se situa no septo ventricular, no limite 
entre a porção trabecular e a via de saída. Na extremidade mais apical da trabécula septo marginal existe 
uma banda muscular que une o músculo papilar anterior ao septo ventricular, chamada de banda 
moderadora. Entre os dois "braços" da trabécula septo marginal situa-se o septo infundibular que, em 
continuidade com uma prega muscular situada na parede livre, constitui a chamada crista 
supraventricular. Esta estrutura separa a via de entrada da via de saída, distanciando a valva tricúspide 
da pulmonar. O tronco da artéria pulmonar emerge, portanto, suportado por um infundíbulo 
completamente muscular e liso. A via de saída termina na valva pulmonar, que separa o VD da artéria 
pulmonar. 
O Ventrículo direito contém 3 músculos papilares, que se projetam para a cavidade e suportam as 
cordas tendíneas que se ligam as bordas dos folhetos da valva tricúspide. Os folhetos por sua vez se 
ligam a um anel fibroso que sustenta o aparelho valvar entre o átrio e o ventrículo. 
 
 
 
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Átrio esquerdo: 
O septo atrial, visto pelo lado esquerdo, não mostra pontos marcantes. As paredes do átrio esquerdo 
também são mais espessas e mais lisas, estando as trabéculas restritas ao apêndice atrial que possui 
um formato diferente da aurícula direita, geralmente de borda chanfrada, com projeção digitiforme de sua 
extremidade, além de uma base mais estreita com um colo, separando mais nitidamente a aurícula do 
resto da cavidade atrial, ao contrário do que ocorre à direita. Quatro veias pulmonares deságuam no átrio 
esquerdo. 
 
Ventrículo esquerdo: 
A cavidade ventricular esquerda possui uma forma cônica e trabéculas mais finas de aspecto 
entrelaçado e concentradas próximo ao ápice. A face septal é mais lisa, desprovida de trabéculas. A 
espessura das paredes ventriculares é 3 vezes maior que a do ventrículo direito. Outra característica é a 
difícil delimitação das porções ventriculares, já que a via de entrada, formada pelo aparelho valvar mitral 
é contíguo à via de saída, sendo o tecido da valva aórtica praticamente uma continuação do folheto 
anterior da valva mitral. 
A câmara ventricular contém 2 músculos papilares grandes. As cordas tendíneas também são mais 
espessas, apesar de menos numerosas. 
Em secções cardíacas transversais ao nível dos ventrículos podemos observar que o perfil do 
ventrículo esquerdo é circular e que, portanto, o septo ventricular mostra convexidade em direção ao 
ventrículo direito. 
Topograficamente, as vias de saída ventriculares não são paralelas, de tal forma que, ao se cortar 
longitudinalmente o infundíbulo ventricular direito secciona-se a aorta perpendicularmente. Do mesmo 
modo, cortes que mostrem a raiz e a porção inicial da aorta ascendente em seu maior eixo exibem o 
infundíbulo subpulmonar em transversal. 
 
 
 
Estrutura do coração: as paredes dos átrios são mais membranáceas e muito delgadas, enquanto 
que as dos ventrículos são evidentemente constituídas por fibras musculares e bastante espessa. 
As fibras musculares do coração são estriadas, porém são inervadas pelo sistema nervoso autônomo 
e por isso funcionam independentes da vontade. 
Interiormente, nas paredes dos átrios e dos ventrículos, encontramos trabéculas cárneas (feixes de 
fibras musculares), que fazem saliência na superfície interna das cavidades. 
 
Essas trabéculas cárneas podem ser de três tipos: 
 
1-Trabéculas cárneas de primeira ordem: são os músculos papilares. 
 
2-Trabéculas cárneas de segunda ordem: são os músculos pectíneos, que são encontrados nos 
átrios, principalmente nas aurículas. 
 
3-Trabéculas cárneas de terceira ordem: são as colunas colocadas paralelamente à superfície 
interna das cavidades e apenas fazem saliência nessas paredes. 
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Deve-se recordar que todos esses acidentes são recobertos por uma fina membrana, praticamente 
transparente, que é o endocárdio. Por outro lado, deve-se ter presente que a parede do ventrículo 
esquerdo é sempre mais espessa que a do direito. 
 
Endocárdio: lâmina interna fina ou membrana de revestimento do coração q também cobre suas 
valvas. 
Miocárdio: lâmina média espessa composta de músculo cardíaco. 
Epicárdio: lâmina externa fina formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. 
 
Os vasos da base do coração 
 
Sistema do tronco pulmonar: 
O tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias pulmonares, 
uma direita e outra esquerda. Cada uma delas se ramifica a partir do hilo pulmonar em artérias 
segmentares pulmonares. Este sistema leva sangue venoso para os pulmões para que ocorra a troca de 
gás carbônico por oxigênio. 
 
Sistema da aorta (sangue oxigenado): 
A artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e se ramifica na porção ascendente em duas artérias 
coronárias, uma direita e outra esquerda que vão irrigar o coração. Logo em seguida a artéria aorta se 
encurva formando um arco para a esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) 
sendo elas: 
1- Tronco braquiocefálico arterial; 
2- Artéria carótida comum esquerda; 
3- Artéria subclávia esquerda. 
 
O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias: 
1- Artéria carótida comum direita; 
2- Artéria subclávia direita. 
 
A artéria subclávia (direita ou esquerda), logo após o se início, origina a artéria vertebral que vai auxiliar 
na vascularização cerebral, descendo em direção a axila ela, a subclávia, recebe o nome de artéria axilar, 
e quando finalmente atinge o braço seu nome muda de novo mas agora para artéria braquial (umeral). 
Na região do cotovelo ela emite dois remos terminais que são as artérias radial e ulnar que vão percorrer 
o antebraço. Na mão essas duas artérias se anastomosam formando um arco palmar profundo que origina 
as artérias digitais palmares comuns e as artérias metacarpianas palmares que vão se anastomosar. As 
artérias digitais palmares originam as artérias digitais palmares próprias para cada dedo. 
 
Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: 
1- Artéria carótida interna (direita ou esquerda); 
2- Artéria carótida externa (direita ou esquerda). 
 
Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem a três ramos 
colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria corióidea posterior. E mais dois ramos 
terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. 
Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramoscolaterais são: artéria tireoide superior, a. 
lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea ascendente. Seu ramos terminais são: 
artéria temporal e artéria maxilar. 
Artéria aorta porção torácica: Após a curva ou arco aórtico, a artéria começa a descer do lado esquerdo 
da coluna vertebral dado origem aos ramos: 
 
Viscerais (nutrem os órgãos): 
1- Pericárdicos; 
2- Bronquiais; 
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3- Esofágicos; 
4- Mediastinais; Parietais (irrigam a parede dos órgãos): 
5- Intercostais posteriores; 
6- Subcostais 
7- Frênicas superiores. 
 
Artéria aorta parte abdominal: Ao atravessar o hiato aórtico do diafragma até a altura da quarta vértebra 
lombar, onde termina, a aorta é representada pela porção abdominal. Nesta porção a aorta fornece vários 
ramos colaterais e dois terminais. 
Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que retorna 
dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de veias pulmonares. 
São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e uma direita inferior, uma 
esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias pulmonares vão desembocar no átrio 
esquerdo. Estas veias são formadas pelas veias segmentares que recolhem sangue venosos dos 
segmentos pulmonares. 
Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no átrio 
direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia cava superior e veia cava inferior. Temos 
também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias que estão trazendo sangue 
venoso que circulou no próprio coração. 
 
Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica direita e 
esquerda). 
Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do membro 
superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava inferior é 
formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e dos membros 
inferiores. 
O seio coronário recebe sangue de três principais veias do coração: veia cardíaca magna, veia 
cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor ou pequena. 
 
 
Conhecer os sulcos e septos do coração 
 
As partes lisas e rugosas da parede do átrio são separadas externamente por um SULCO vertical raso, 
o sulco terminal, e, internamente, por uma crista vertical, a crista terminal. Há um sulco terminal na veia 
cava inferior, um sulco coronário e outro interventricular posterior (veias). 
 
O septo inter atrial separa os átrios e possui uma depressão oval do tamanho da impressão digital 
do polegar, o forame oval e sua válvula no feto no átrio direito. 
O septo interventricular é composto de partes membranácea e muscular, é uma partição forte situada 
obliquamente entre os ventrículos direito e esquerdo, formando parte das paredes de cada um. 
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- A parte súpero-posterior do septo é fina e membranácea e é contínua com o esqueleto fibroso do 
coração, q forma a maior parte do septo. É onde ocorrem defeitos do septo interventricular. 
- A parte muscular é espessa e salienta-se na cavidade do ventrículo direito por causa da pressão 
sanguínea, mais alta no ventrículo esquerdo. 
A trabécula septo marginal (faixa moderadora) é um fascículo muscular curvo q corre da parte inferior 
do septo interventricular para a base do músculo papilar anterior. Esta trabécula é importante porque 
carrega parte do ramo direito do fascículo atrioventricular, uma parte do complexo estimulante do coração 
para o músculo papilar anterior. 
 
O septo atrioventricular separa o átrio do ventrículo (ver questão acima sobre átrios). 
 
Conhecer o mecanismo valvar do coração 
 
Valvas atrioventriculares 
As valvas tricúspide c mitral estão inseridas cada uma em um anel fibroso que usualmente não é 
contínuo ao nível da transição atrioventricular, principalmente à direita. São constituídas por cúspides de 
tamanho e extensão variáveis, as quais estão presas por cordas tendíneas aos músculos papilares, ou, 
como é observado na tricúspide, diretamente na superfície do septo ventricular. As cúspides são 
constituídas por tecido conjuntivo frouxo.com variável quantidade de colágeno, proteoglicanos e fibras 
elásticas. A partir da face atrial, identificam-se histologicamente duas camadas: a esponjosa, mais frouxa, 
e a fibrosa. As cordas tendíneas são classificadas de acordo com a região de sua inserção na cúspide, a 
saber: cordas da borda livre, cordas da zona rugosa e cordas basais. As cordas mais espessas são 
geralmente as da zona rugosa, uma região da face ventricular das cúspides que fica entre a borda livre e 
a área mais lisa (basal), junto à inserção no anel fibroso. Há, na valva mitral, duas cordas que se salientam 
pela sua espessura, sendo denominadas cordas estruturais. Há, ainda, as chamadas cordas comissurais, 
que apresentam-se em forma de leque e definem o local das comissuras, tanto na tricúspide como na 
mitral. A linha de fechamento valvar não coincide com a borda livre das cúspides, mas situa-se a uma 
distância que varia de 2mm a 8mm dela, na face atrial. No local, observa-se uma pequena proeminência 
linear, que costuma salientar-se com a idade. 
O perímetro da valva tricúspide varia normalmente de 10 a 12 cm. A cúspide anterior é a mais longa, 
seguida em extensão pela cúspide posterior e depois pela septal. O nome das cúspides deriva de sua 
relação espacial com as paredes do ventrículo direito. Os músculos papilares do ventrículo direito 
mostram variação quanto ao número. Há, entretanto, um que é constante e em geral o mais desenvolvido 
situado na parede livre do ventrículo direito, denominado músculo papilar anterior, já citado anteriormente. 
Por vezes observa-se, entre os braços da trabécula septo marginal, a presença de um pequeno músculo 
papilar, o chamado "músculo de Lancisi", onde se inserem as cordas da comissura ântero-septal da valva 
tricúspide. Quando ausentes, as cordas comissurais convergem diretamente para a musculatura septal, 
um achado aliás encontrado em diversos pontos ao longo das cúspides septal e posterior, e que ajuda a 
caracterizar a valva como tricúspide e o ventrículo como morfologicamente direito. 
 
A valva mitral tem sua circunferência variando entre 8 e 10 cm, apresentando duas cúspides. A anterior 
é a maior, mostrando formato grosseira-mente triangular e apresentando grossas cordas de sustentação, 
conforme já descrito. A cúspide posterior é dividida em três bolsões proeminentes, separados entre si por 
pequenas fendas também guarnecidas por cordas em leque. Caracteristicamente, as cordas da mitral 
convergem para o topo dos múscu-los papilares do ventrículo esquerdo, com exceção de poucas cordas 
basais da cúspide posterior, que se inserem diretamente na musculatura da via de entrada ventricular. O 
septo ventricular é, no entanto, sempre livre de inserções cordais. Há dois grupos de músculos papilares, 
um situado ântero-lateralmente e o outro póstero-medialmente. Na sua base, esses dois grupos 
musculares são contíguos, embora haja a falsa impressão de que eles são separados, em virtude da 
maneira como habitualmente se abre o coração para estudo anatômico. 
 
 
 
 
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Valvas arteriais 
 
Tanto a valva da aorta quanto a do tronco pulmonar apresentam três válvulas ou folhetos semilunares, 
cada um deles inserindo-se em uma linha com formato de "U", superiormentena túnica média da grande 
artéria correspondente e inferiormente no miocárdio da via de saída do ventrículo. A valva aórtica, em 
particular, apresenta uma área onde é contínua com a cúspide mitral anterior, conforme já descrito, e 
também com o septo membranoso, o que torna sua inserção inferior não muscular, mas fibrosa nos 
pontos citados. 
O conceito de "anel" das valvas arteriais fica, portanto, comprometido, pois não existe uma linha 
circular contínua de inserção valvular, como ocorre com as valvas atrioventriculares. Do ponto de vista 
cirúrgico, entretanto, costuma-se considerar como "anel" da valva aórtica uma circunferência que passa 
pelo limite inferior da inserção de cada um dos folhetos semilunares. 
Em cada diástole, os folhetos semilunares abaúlam pelo enchimento com sangue, formando os seios 
de Valsalva. Dois a dois, os folhetos encontram-se nas comissuras, que se prendem na parede arterial. 
A linha de fechamento das valvas arteriais também não coincide com a borda livre, a exemplo do que 
ocorre nas valvas atrioventriculares. No ponto médio da borda de cada folheto há, na face ventricular, um 
pequeno nódulo, chamado nódulo de Arantius. 
Os folhetos da valva do tronco pulmonar recebem nomes de acordo com sua distribuição topográfica. 
Há um anterior e dois posteriores, dos quais um é direito e outro esquerdo. Já os folhetos da valva aorta 
são designados conforme os seios de Valsalva correspondentes e de acordo com a origem das artérias 
coronárias (coronariano direito, coronariano esquerdo e não coronariano). É importante conhecer as 
relações topográficas de cada um dos seios de Valsalva. 
A estrutura histológica das valvas aórtica e pulmonar é semelhante. Na face ventricular de cada válvula 
há tecido conjuntivo frouxo, com aspecto mixomatoso, e na face arterial uma camada mais densa, a 
fibrosa, delimitada por fibras elásticas. 
 
Esqueleto fibroso do coração 
A função do esqueleto fibroso do coração é sustentar as valvas atrioventriculares e ancorá-las à massa 
ventricular. 
O esqueleto fibroso do coração compõe-se de tecido fibroso ou fibrocartilaginoso. Fazem parte do 
esqueleto fibroso os anéis das valvas mitral, tricúspide e aórtica, o corpo fibroso central, o septo 
membranoso, o tendão do cone e os trígonos fibrosos anterior e posterior. A valva pulmonar, cujas 
válvulas apoiam-se diretamente na musculatura do trato de saída do ventrículo direito, não apresenta 
suporte fibroso, mas está unida ao esqueleto fibroso pelo tendão do cone. 
É importante ressaltar que o conceito clássico pelo qual os anéis valvares são estruturas circulares 
bem definidas, situadas ao redor dos orifícios atrio-ventriculares ou no ponto de inserção das valvas 
arteriais é impróprio, do ponto de vista anatomofisiológico. Assim, o termo anel usado neste estudo refere-
se a uma estrutura que está longe de ser circular contínua perfeita. 
Entre os anéis das valvas mitral e aórtica encontra-se a região mais resistente do esqueleto, na 
continuidade fibrosa mitro-aórtica, que apresenta em suas margens espessamentos adicionais que 
constituem os trígonos fibrosos anterior e posterior. 
A unidade mitro-aórtica apresenta um prolongamento que a une ao anel valvar tricúspide, constituindo 
o corpo fibroso central que inclui o trígono fibroso posterior e o septo membranoso. 
Embora existam padrões mais frequentes, há variações no posicionamento dos anéis valvares em 
corações normais, que via de regra não acarretam maiores problemas, sobretudo quando relacionadas à 
função e ao desempenho cardíaco. São as chamadas variações da normalidade, cujo conhecimento é 
importante para identificá-las em situações de diagnóstico por imagem e tratamento cirúrgico. 
 
Vascularização do coração e sua importância clínica 
Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e as veias cardíacas, q 
conduzem sangue para e proveniente da maior parte do miocárdio, q recebem tanto inervação simpática 
quanto parassimpática. 
 
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Artérias coronárias: primeiros ramos da aorta, suprem, o miocárdio e o epicárdio do coração. As 
coronárias direita e esquerda originam-se dos seios correspondentes da parte ascendente da aorta, 
imediatamente superior à valva da aorta. Elas suprem ambos os átrios (são mt peq e quase não 
aparecem) e ventrículos. 
 
Artéria coronária direita (ACD) origina-se no seio direito da parte ascendente da aorta e corre no 
sulco coronário ou atrioventricular. 
Ela emite um ramo próximo a sua origem, q é o ramo do nó sinoatrial (AS) ascendente q supre o nodo 
sinoatrial. E na cruz do coração, o ramo q supre o nó átrio ventricular. 
Emite um ramo marginal direito q supre a margem direita do coração em direção ao ápice do coração, 
mas não o alcança. 
Emite a grande artéria interventricular posterior q desce no sulco interventricular posterior em direção 
ao ápice do coração. Esse ramo supre ambos os ventrículos e envia ramos septais interventriculares 
perfurantes para o septo interventricular. Próximo do ápice do coração, a artéria coronária direita 
anastomosa-se com os ramos circunflexo e interventricular anterior da artéria coronária esquerda. 
 
Ela supre: 
Átrio direito 
A maior parte do ventrículo direito 
Parte do ventrículo esquerdo (fase diafragmática) 
Parte do septo atrioventricular (terço posterior) 
O nó sinoatrial (aproximadamente 60% das pessoas) 
O nó atrioventricular (aproximadamente 80% das pessoas) 
Artéria coronária esquerda (ACE) origina-se do seio esquerdo da parte ascendente da aorta e passa 
entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar no sulco coronário. Ela divide-se em 2 ramos, um ramo 
interventricular anterior (ramo descendente anterior esquerdo, vai em direção ao ápice do coração, supre 
ambos os ventrículos e o septo interventricular) e um ramo circunflexo. Em muitas pessoas o ramo 
interventricular anterior origina-se de um ramo lateral (diagonal). O ramo circunflexo menor da artéria 
coronária esquerda segue o sulco coronário em torno da margem esquerda até a face posterior do 
coração. 
A artéria marginal esquerda, um ramo circunflexo, supre o ventrículo esquerdo. 
 
Ela supre: 
Átrio esquerdo 
A Maior parte do ventrículo esquerdo 
Parte do ventrículo direito 
A maior parte do septo interventricular 
O nó sinoatrial (em +- 40% das pessoas) 
 
O coração é drenado principalmente pelas veias que desembocam no seio coronário e parcialmente 
pelas pequenas veias q desembocam no átrio direito. 
 
O seio coronário, a principal veia do coração, é um canal venoso amplo que corre da esquerda para 
a direita na parte posterior do sulco coronário. Ele recebe a veia interventricular anterior ou veia cardíaca 
magna na sua extremidade final. A veia ventricular esquerda posterior e a veia marginal esquerda também 
se abrem no seio coronário. 
 
Veia cardíaca magna: é a tributária principal do seio coronário. Começa próximo do ápice do coração 
e sobe com o ramo interventricular anterior da artéria coronária esquerda. Ela se curva para a esquerda 
e corre com o ramo circunflexo, drenando a maioria das áreas supridas pela artéria coronária esquerda. 
 
Veias cardíacas média e parva: drenam a maioria das áreas supridas pela artéria coronária direita. 
 
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Veia oblíqua do átrio esquerdo: insignificante nos adultos e importante no período fetal, é um vaso 
pequeno e um vestígio da veia cava superior esquerda embrionária. 
 
Veias cardíacas mínimas: são vasos diminutos q começam nos leitos capilares do miocárdio e abrem-
se diretamente nas câmaras do coração, principalmente nos átrios.Embora chamadas veias, elas são 
destituídas de comunicações por válvulas com os leitos capilares do miocárdio e podem conduzir sangue 
das câmaras do coração para o miocárdio. Elas também podem fornecer uma circulação colateral para 
partes na musculatura do coração. 
 
Veias cardíacas anteriores: são diversas pequenas veias q começam na face anterior do ventrículo 
direito e termina no átrio direito após cruzar o sulco coronário. 
Definição infarto do miocárdio 
Infarto do miocárdio está relacionado a uma área do miocárdio que sofreu necrose. A causa mais 
comum da doença isquêmica do coração (ausência de suprimento sanguíneo adequado) é a insuficiência 
coronária que resulta da aterosclerose das artérias coronárias. A aterosclerose é o resultado do acúmulo 
de lipídios nas paredes internas das artérias coronárias. A medida que a aterosclerose coronária progride, 
os canais colaterais que ligam uma artéria coronária a outra se expandem, permitindo que a perfusão 
adequada do coração continue. A despeito do mecanismo de compensação, o miocárdio pode não 
receber oxigênio suficiente quando o coração precisa realizar quantidades maiores de trabalho. A 
insuficiência do suprimento sanguíneo para o coração (isquemia miocárdica) pode resultar em uma área 
de necrose do miocárdio. 
 
Inervação do coração 
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém de nervos situados fora 
do coração e outra intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se localiza no 
seu interior. A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, simpático e 
parassimpático. A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração, não é constituída só por 
fibras nervosas, mas sim por um tecido diferenciado conhecido por tecido nodal. 
O coração é suprido pelas fibras nervosas autônomas provenientes dos plexos cardíacos superficial e 
profundo. Estas redes nervosas situam-se anteriores à bifurcação da traquéia, posteriores à parte 
ascendente da aorta e superiores à bifurcação do tronco pulmonar. 
 
Suprimento simpático: é proveniente das fibras pré e pós-ganglionares. O estímulo simpático do 
tecido nodal aumenta a freqüência cardíaca e a força de suas contrações. Esse estímulo, indiretamente, 
produz dilatação das artérias coronárias inibindo sua constrição. Isto fornece mais oxigênio e nutrientes 
para o miocárdio durante períodos de atividade aumentada. 
Suprimento parassimpático: é proveniente das fibras pré-ganglionares do nervo vago. As pós–
ganglionares também terminam nos nós sinoatrial e atrioventricular e diretamente nas artérias coronárias. 
O estímulo dos nervos parassimpáticos diminui a freqüência cardíaca, reduz a força do batimento 
cardíaco e constringe as artérias coronárias, economizando energia entre períodos de demanda 
aumentados. 
 
O sistema de condução do coração 
Sistema de condução do coração ou inervação intrínseca é um complexo estimulante do coração, que 
coordena o ciclo cardíaco. Consiste em células musculares cardíacas e fibras de condução altamente 
especializadas para os impulsos iniciais e os conduzem rapidamente através do coração. 
Esse tecido nodal está distribuído por quatro formações: 
1- Nó sinoatrial: situa-se nas proximidades do osteo da veia cava superior. 
2- Nó atrioventricular: situa-se abaixo do osteo da veia cava inferior. 
3- Fascículo atrioventricular: origina-se do nó atrioventricular e se dirige para o septo interventricular, 
ao nível do qual se bifurca em dois ramos, um direito que desce pelo lado direito do septo interventricular, 
e outro esquerdo que perfura o septo, para descer pala sua face esquerda. 
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4- Plexo subendocárdio: os ramos direito e esquerdo do fascículo atrioventricular, fornecem inúmeros 
ramos colaterais e terminais, que constituem uma verdadeira rede situada logo abaixo do endocárdio, 
que é o plexo subendocárdio. 
 
Ciclo cardíaco 
O ciclo cardíaco constitui as ações de bombeamento simultâneo das duas bombas (câmara direita e 
esquerda) atrioventricular (AV), ou melhor, é a sequência de fatos que acontece a cada batimento 
cardíaco. Resumidamente, o coração ciclicamente se contrai e relaxa. Quando se contrai, ejeta o sangue 
em direção das artérias, na fase chamada de sístole. Quando relaxa, recebe o sangue proveniente das 
veias, na fase chamada diástole. 
 
Sístole é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona sangue para os 
ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a 
aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares 
abertas para a passagem de sangue. 
 
Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os ventrículos se enchem de sangue, neste 
momento as valvas atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas. 
O ciclo cardíaco compreende: 
1- Sístole atrial; 
2- Sístole ventricular; 
3- Diástole ventricular. 
 
Diastole Sístole 
 
 
Locais de ausculta das bulhas cardíacas 
 
Focos de ausculta 
- Foco MITRAL: 5º espaço intercostal esquerdo medialmente a linha hemiclavicular; 
- Foco TRICÚSPIDE: 5º espaço intercostal direito rente ao esterno, podendo variar para o 5º espaço 
intercostal esquerdo rente ao esterno ou para a região do processo xifoide; 
- Foco AÓRTICO: 2º espaço intercostal direito rente ao esterno; 
- Foco PULMONAR: 2º espaço intercostal esquerdo rente ao esterno. 
 
Derrame pericárdio 
Derrame pericárdico – quando há um aumento da quantidade de líquido pericárdico, comprimindo o 
coração e dificultando seus batimentos. Quando a quantidade de líquido é grande, ocorre importante 
perda de capacidade do coração, numa situação chamada de tamponamento cardíaco, que é uma 
condição potencialmente letal porque o pericárdio fibroso se torna consistente e sem elasticidade. O 
tamponamento cardíaco também pode resultar de hemorragia no interior da cavidade da cavidade do 
pericárdio após operação do coração; de ferimentos a faca que perfuram o coração fazendo com que o 
sangue entre na cavidade do pericárdio. O excesso de líquido pericárdico não permite ao coração 
expandir-se completamente, limitando assim o influxo de sangue para os ventrículos. 
 
A pericardiocentese é a drenagem do líquido da cavidade do pericárdio, que normalmente é necessária 
para aliviar o tamponamento cardíaco. Para remover o excesso de líquido, uma agulha de grande calibre 
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pode ser inserida através do 5° ou 6° espaço intercostal esquerdo próximo do esterno. Esta abordagem 
do saco pericárdico é possível porque a incisura cardíaca no pulmão esquerdo e a incisura mais rasa 
situada no saco pleural esquerdo deixam parte do saco pericárdico exposta – a área nua do pericárdio. 
O saco pericárdico também pode ser alcançado, penetrando-se no ângulo infra-esternal e passando a 
agulha súpero-posteriormente. Neste local, a agulha evita o pulmão e as pleuras e penetra na cavidade 
pericárdica. Entretanto, deve-se tomar cuidado para não puncionar a artéria torácica interna. Em 
pacientes com pneumotórax (ar na cavidade pleural) o ar pode separar-se ao longo dos planos do tecido 
conectivo e penetrar no saco pericárdico, produzindo um pneumopericárdio. 
 
Mecanismo da dor referida do coração 
O coração é insensível ao toque, corte, frio e calor, contudo, a isquemia e o acúmulo de produtos 
metabólicos estimulam as terminações da dor no miocárdio. As fibras aferentes da dor correm 
centralmente nos ramos cervicais médios einferiores e, especialmente, nos ramos cardíacos torácicos 
do tronco simpático. 
 
A dor referida cardíaca é um fenômeno por meio do qual estímulos nocivos que se originam no 
coração são percebidos pelo paciente como dor que se origina de uma parte superficial do corpo (a pele 
no membro superior esquerdo, por exemplo). A dor visceral é transmitida pelas fibras aferentes viscerais 
que acompanham as fibras simpáticas e é tipicamente referida às estruturas somáticas ou áreas como, 
por exemplo, o membro superior, que tem fibras aferentes com corpos da célula no mesmo gânglio espinal 
e processos centrais que penetram na medula espinal através das mesmas raízes dorsais. 
A dor de angina é conhecida como dor no peito, dor de constrição como um aperto no peito. Ela é 
comumente sentida como se irradiando das regiões subesternal e peitoral esquerda para o ombro 
esquerdo e a face medial do membro superior esquerdo. Esta parte do membro é suprida pelo nervo 
cutâneo medial do braço. Frequentemente os ramos cutâneos laterais do 2° e 3° nervos intercostais 
unem-se ao nervo cutâneo medial do braço. Consequentemente, a dor cardíaca é referida ao membro 
superior porque os segmentos da medula espinal destes nervos cutâneos (T1, T2 e T3) também são 
comuns às terminações aferentes viscerais para as artérias coronárias. 
 
Circulação fetal 
O sistema circulatório do feto é diferente, já que o feto não usa pulmão, mas obtém nutrientes e 
oxigênio pelo cordão umbilical. Após o nascimento, o sistema circulatório fetal passa por diversas 
mudanças anatômicas. O feto possui o ligamento arterial, que passa da raiz da artéria pulmonar esquerda 
para a face inferior do arco da aorta. O nervo laríngeo recorrente curva-se abaixo do arco da aorta 
adjacente ao ligamento arterial e sobre entre a traquéia e o esôfago. Esse ligamento permanece após o 
nascimento como um vestígio, sem função, porque senão haveria a mistura do sangue oxigenado com o 
não oxigenado. 
 
Sistema imunológico e linfático 
 
O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a microorganismos 
invasores. Mas não é só isso; ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada 
de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica. 
Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de 
mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores. 
Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de 
acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou 
mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras 
só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam 
substâncias liberadas pelos “inimigos”. 
Além dos leucócitos, também fazem parte do sistema imune as células do sistema mononuclear 
fagocitário, (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial e mastócitos. As primeiras são 
especializadas em fagocitose e apresentação do antígeno ao exército do sistema imune. São elas: 
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macrófagos alveolares (nos pulmões), micróglia (no tecido nervoso), células de Kuppfer (no fígado) e 
macrófagos em geral. 
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, originadas a partir de células mesenquimatosas 
(células de grande potência de diferenciação que dão origem às células do tecido conjuntivo). Possuem 
citoplasma rico em grânulos basófilos (coram-se por corantes básicos). Sua principal função é armazenar 
potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico – 
de atração- dos eosinófilos) e fatores quimiotáxicos (de atração) dos neutrófilos. Elas participam de 
reações alérgicas (de hipersensibilidade), atraindo os leucócitos até o local e proporcionando uma 
vasodilatação. 
O nosso organismo possui mecanismos de defesa que podem ser diferenciados quanto a sua 
especificidade, ou seja, existem os específicos contra o antígeno ("corpo estranho") e os inespecíficos 
que protegem o corpo de qualquer material ou microorganismo estranho, sem que este seja específico. 
O organismo possui barreiras naturais que são obviamente inespecíficas, como a da pele (queratina, 
lipídios e ácidos graxos), a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido 
externo, muco presente nas mucosas e no trato respiratório, cílios do epitélio respiratório, peristaltismo, 
flora normal, entre outros. 
Se as barreiras físicas, químicas e biológicas do corpo forem vencidas, o combate ao agente infeccioso 
entra em outra fase. Nos tecidos, existem células que liberam substâncias vasoativas, capazes de 
provocar dilatação das arteríolas da região, com aumento da permeabilidade e saída de líquido. Isso 
causa vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura e dor, conjunto de alterações conhecido como 
inflamação. Essas substâncias atraem mais células de defesa, como neutrófilos e macrófagos, para a 
área afetada. 
A vasodilatação aumenta a temperatura no local inflamado, dificultando a proliferação de 
microrganismos e estimulando a migração de células de defesa. Algumas das substâncias liberadas no 
local da inflamação alcançam o centro termorregulador localizado no hipotálamo, originando a febre 
(elevação da temperatura corporal). Apesar do mal-estar e desconforto, a febre é um importante fator no 
combate às infecções, pois além de ser desfavorável para a sobrevivência dos microorganismos 
invasores, também estimula muitos dos mecanismos de defesa de nosso corpo. 
Por diapedese, neutrófilos e monócitos são atraídos até o local da inflamação, passando a englobar 
e destruir (fagocitose) os agentes invasores. A diapedese e a fagocitose fazem dos neutrófilos a linha de 
frente no combate às infecções. 
Outras substâncias liberadas no local da infecção chegam pelos vasos sanguíneos até a medula 
óssea, estimulando a liberação de mais neutrófilos, que ficam aumentados durante a fase aguda da 
infecção. No plasma também existem proteínas de ação bactericida que ajudam os neutrófilos no combate 
à infecção. 
A inflamação determina o acúmulo de fibrina, que forma um envoltório ao redor do local, evitando a 
progressão da infecção. 
Caso a resposta inflamatória não seja eficaz na contenção da infecção, o sistema imune passa a 
depender de mecanismos mais específicos e sofisticados, dos quais tomam parte vários tipos celulares, 
o que chamamos resposta imune específica. 
 
 
Resposta específica 
 
A resposta imune é um dos mais importantes mecanismos adaptativos, pois permite a sobrevivência 
em ambientes potencialmente lesivos. A batalha contra a infecção se processa em duas frentes: a 
imunidade humoral, mediada por anticorpos, e a imunidade celular, mediada por células. 
Em função da inflamação, aumenta a drenagem de líquido e de materiais pelos vasos linfáticos e a 
chegada desses materiais aos gânglios linfáticos da região, onde existem muitos macrófagos. 
Entre as células que normalmente são encontradas nos gânglios linfáticos destacam-se os linfócitos e 
as células apresentadoras de antígenos, que reconhecem substâncias estranhas ao corpo 
(macrófagos). Essas estimulam os linfócitos T4 ou auxiliadores a produzirem inúmeras substâncias 
capazes de estimular outros linfócitos T e outras importantes células de defesa. Essas substâncias 
são as interleucinas e os interferons. 
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Algumas interleucinas estimulam os linfócitosB, que se transformam em plasmócitos, células 
produtoras de anticorpos (ou imunoglobulinas), proteínas presentes no plasma sanguíneo. A resposta 
dependente de anticorpos é chamada imunidade humoral. Os anticorpos apresentam diversos 
mecanismos de ação, dos quais podemos destacar como mais importantes: 
- é alguns anticorpos, quando se ligam à superfície de uma bactéria, têm capacidade própria de destruí-
la. 
- é existem bactérias dotadas de cápsulas, que são capazes de escapar da fagocitose executada por 
neutrófilos e macrófagos. Entretanto, quando estão recobertas pelos anticorpos, passam a ser 
fagocitadas. 
- é os anticorpos que recobrem as mucosas, como as das vias aéreas e as do tubo digestório, podem 
impedir que os agentes infecciosos as atravessem. 
 
A ligação entre o anticorpo e o antígeno tem elevada especificidade, ou seja, cada anticorpo se liga a 
um antígeno específico. A resposta humoral desencadeada contra um antígeno não é eficaz contra outro. 
Em segunda exposição a um determinado antígeno, a produção de anticorpos é mais rápida e intensa, 
ao que chamamos resposta imune secundária. 
Os anticorpos são bastante ativos contra patógenos extracelulares, como a maioria das bactérias. 
Parasitas intracelulares, como os vírus, oferecem maior dificuldade para serem destruídos e a ação dos 
anticorpos é menos eficaz. Nesses casos, as células de defesa (linfócitos T8 e linfócitos NK – Natural 
Killer, que possuem importante ação citotóxica) atacam e destroem as células que estão sendo 
parasitadas ou atacam os vírus no momento em que deixam as células parasitadas. Como o ataque às 
células infectadas é feito por outras células e não por anticorpos, chamamos imunidade celular. É 
desencadeada quando as interleucinas ativam os macrófagos, que aumentam sua capacidade fagocitária, 
além de gerar radicais livres com intensa ação destruidora sobre agentes infecciosos. 
Ao mesmo tempo em que aparecem células de memória da linhagem B, também algumas células da 
linhagem T adquirem “memória imunológica”, podendo desencadear uma resposta celular do tipo 
citotóxica com mais rapidez e intensidade. 
 
As alergias 
 
Em algumas pessoas, o sistema imune assume o papel de “vilão”, em vez de “patrulheiro”. Passa a 
produzir anticorpos contra antígenos potencialmente inofensivos, como pólen e alguns alimentos, 
desencadeando manifestações desagradáveis, como urticária ou asma brônquica. 
Essas reações são deflagradas pelos mastócitos, células que contêm grânulos de heparina (ação 
anticoagulante) e histamina (provoca reações alérgicas). Indivíduos com predisposição hereditária 
acabam produzindo em maior quantidade anticorpos de uma classe especial, chamada IgE, que se fixam 
às membranas dos mastócitos. Caso entrem em contato com seus antígenos específicos, promovem a 
liberação do conteúdo celular para o meio extracelular, desencadeando processos alérgicos. 
Os pacientes alérgicos apresentam concentração alta de IgE, e de eosinófilos. A elevação de 
eosinófilos também ocorre em doenças parasitárias. 
A forma mais grave de reação alérgica é o choque anafilático, desencadeado por alérgenos 
(antígenos que provocam alergia) ingeridos ou inoculados. As manifestações não são dependentes da 
quantidade de alérgeno que entra no corpo. Em algumas pessoas uma única ferroada de abelha pode 
ser suficiente para provocar o choque, que acontece por liberação maciça de histamina no organismo, 
causando vasodilatação generalizada e queda acentuada da pressão arterial, que pode levar à morte em 
poucos minutos. Frequentemente há edema da laringe, o que dificulta a passagem de ar e causa asfixia. 
 
Imunização 
 
Indivíduos que já tiveram doenças como a caxumba ou a rubéola costumam estar protegidos 
permanentemente, devido à formação de anticorpos duradouros. Evidentemente que adquirir a 
imunização através da doença não é o melhor processo. Com essa finalidade são desenvolvidas as 
vacinas que deverão ser aplicadas segundo um calendário bem programado. 
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As vacinas podem apresentar os microrganismos (vírus ou bactéria) mortos ou vivos e “atenuados” 
(processos físico-químicos que impedem a manifestação da doença, reduzindo a virulência do agente 
causador). As pessoas irão recebê-las através de injeção ou por via oral (ex.: vacina Sabin – gotículas 
contra a poliomielite). Assim, respeitado o calendário que prevê os intervalos de tempo e número de 
doses adequadas, o nosso organismo desenvolve a imunidade ativa (produção dos próprios anticorpos 
específicos). 
Há antígenos como os venenos de serpentes ou de aracnídeos que podem agir muito rapidamente no 
nosso organismo, causando danos fisiológicos com risco de serem fatais. Para essas situações são 
indicadas as aplicações de soros específicos, os quais já apresentarão os anticorpos prontos. 
Os soros são desenvolvidos da seguinte forma: pequenas doses de veneno (antígenos) são injetadas 
num animal (cavalo, por exemplo), sem lhe causar dano. Lentamente o animal fica imunizado contra 
esse tipo específico de veneno, apresentando certa concentração dos anticorpos respectivos na sua 
corrente sanguínea. Do sangue desse animal é separado o soro (plasma sem a proteína fibrinogênio), 
onde estarão os anticorpos. Este soro apresentará a propriedade de curar uma pessoa “picada” que 
tenha recebido o respectivo veneno. A esse processo chamamos de imunização passiva. 
É importante reconhecer que a mãe grávida (através da circulação placentária), além da 
alimentação e oxigenação passa ao bebê parte dos anticorpos que ela possui. Isso confere 
imunidade nos primeiros meses após o nascimento. O mesmo processo ocorre através do leite 
durante o importantíssimo período de amamentação. 
Podemos concluir então que vacinas promovem imunização ativa, duradoura e preventiva, enquanto 
soros, imunização passiva, temporária e curativa. 
 
Sistema linfático 
 
Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos 
linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares 
sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. 
É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. 
 
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão 
se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico 
(recebe a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e 
de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito 
e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração. 
 
Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não 
possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os 
linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. 
 
Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenoides, baço, linfonodos (nódulos linfáticos) e timo (tecido 
conjuntivo reticular linfoide: rico em linfócitos). 
 
Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos. 
 
Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal, involui desde o nascimento até a 
puberdade. 
 
Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a 
de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem 
linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias 
ou substâncias/organismos estranhosdetermina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam 
dolorosos, formando a íngua. 
 
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Baço: órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sanguínea e cuja 
drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, 
através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue 
em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o 
sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na 
resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande 
nódulo linfático. 
 
Origem dos linfócitos: medula óssea (tecido conjuntivo reticular mielóide: precursor de todos os 
elementos figurados do sangue). 
-Linfócitos T – maturam-se no timo. 
-Linfócitos B – saem da medula já maduros. 
Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da linfa. 
 
Sistema respiratório 
 
Função: O sistema respiratório é responsável por executar a troca de gases ligados ao processo de 
respiração das células. O conjunto de órgãos facilita a captação do oxigênio na atmosfera e a liberação 
do gás carbônico (CO2), produzido pelo organismo, para o meio ambiente. Ele é composto por nariz ou 
fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, pulmões e diafragma. 
 
Principais órgãos do Sistema Respiratório e suas funções: 
 
Nariz: Situa-se no centro do rosto e a parte exposta recebe o nome de nariz externo e o interior recebe 
o nome de cavidade nasal. 
 
As fossas nasais são compostas por duas cavidades (aberturas) paralelas, que se iniciam nas narinas 
e terminam na faringe. A função delas é aquecer e filtrar o ar que entra no sistema. O septo nasal é o 
divisor entre as duas cavidades e formado de cartilagem. Na parte de cima das fossas, existem células 
sensoriais capazes de captar diferentes cheiros – o que chamamos de olfato. 
A faringe tem dois tipos de função: conduzir o ar e os alimentos; por isso, pertence a dois sistemas, o 
digestório e o respiratório. Antes que o ar chegue até a laringe, ele precisa passar na faringe. Existe uma 
glândula que separa para onde vai o alimento e o ar, a epiglote. Ela tampa a laringe a fim de que não 
entre comida nos pulmões. 
 
A laringe é responsável pela condução do ar. É o local onde ficam as cordas vocais. Dessa forma, se 
torna órgão importante para a fala. Ela é feita de várias partes cartilaginosas. O Pomo-de-Adão, o popular 
“gogó” é uma saliência que faz parte da laringe. No momento da alimentação, a epiglote fecha a laringe. 
Uma curiosidade: quando você se engasga com um alimento, vem aquelas tosses chatas, o olho 
lacrimeja, significa que algum alimento adentrou na laringe. Logo, o organismo tenta jogá-lo para fora. 
Resultado disso? As tosses. 
O órgão chamado de traqueia, consiste em um tubo com vários anéis de cartilagem. Esses, conduzem 
o ar pelo tórax e bifurcam na região inferior, formando os brônquios, e levam o ar aos pulmões. Ele tem 
a capacidade de reter partículas de poeira e bactérias que chegam por meio da inalação do ar. 
Os brônquios, originados pela ramificação da traqueia também se dividem em várias partes e geram 
os bronquíolos. São eles que ligam a traqueia aos pulmões. Eles se dividem em tubos menores chamados 
Bronquíolos (pequenos canais de ar que se desmembram em menores e terminam em partes menores). 
Os bronquíolos são feitos de células epiteliais achatadas, repletas de capilares sanguíneos, chamados 
de alvéolos. 
Os alvéolos são sáculos de ar que são o final das vias respiratórias cuja função é a troca de oxigênio 
e dióxido de carbono por meio da membrana capilar alvéolo-pulmonar. 
O pulmão é o principal órgão do sistema respiratório e são vísceras localizadas em cada lado do tórax, 
são esponjosos e envolvidos por uma membrana chamada de pleura. Os pulmões possuem três faces: 
face costal, diafragmática e fase mediastínica. 
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O diafragma controla a respiração humana e serve de apoio para os pulmões. 
- Ápice do Pulmão 
- Base do Pulmão 
- Margens do Pulmão 
 
 
 
 
 
A respiração é fundamental para vida humana sendo responsável pela troca dos gases oxigênio(O2) 
e dióxido de carbono (CO2) do organismo, com o meio ambiente. 
 
Transporte dos gases respiratórios 
O oxigênio é transportado pela hemoglobina, uma metaloproteína constituída de ferro, que está 
presente nas hemácias (glóbulos vermelhos). 
O oxigênio dentro dos alvéolos pulmonares difunde-se até os capilares sanguíneos penetrando nas 
hemácias, onde se liga com a hemoglobina, sendo o gás carbônico jogado para fora. Este processo 
denomina-se hematose. 
O processo nos tecidos acontece quando o gás oxigênio desliga-se das moléculas de hemoglobina 
sendo difundido pelo líquido tissular chegando até as células. As células liberam o gás carbônico que 
reage com a água formando o ácido carbônico que logo é difundido no plasma do sangue. 
 
Movimentos Respiratórios 
O processo de respiração é dividido em dois movimentos: 
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Inspiração: Através da contração do diafragma e dos músculos intercostais, a inspiração, promove a 
entrada de ar dentro do organismo. O ar inspirado contém cerca de 20% de oxigênio e apenas 0,04% de 
gás carbônico. 
Expiração: Através do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, a expiração, promove 
a saída de ar dos pulmões. O ar expirado contém 16% de oxigênio e 4,6 % de gás carbônico. 
 
 
 
Movimentos de inspiração e expiração. Ilustração: OpenStax College [CC-BY-3.0], via Wikimedia 
Commons 
 
Ritmo Respiratório 
O controle da respiração é realizado pelo centro respiratório localizado no Bulbo raquidiano, que 
se caracteriza principalmente nas concentrações de gás carbônico presente no sangue. 
Quando a concentração de gás carbônico está alta a consequência é a frequência respiratória 
aumentar. 
Do contrário quando a concentração do gás carbônico esta baixa a frequência cai. 
 
A Importância da Respiração 
A respiração é fundamental para manter o bom funcionamento dos pulmões e de todo corpo humano, 
sendo essencial para a vida. 
A respiração correta gera uma série de benefícios ao organismo onde produzem pressões no ventre 
que atuam de forma eficiente e direta melhorando a digestão. 
Também contribui para eliminar as toxinas que se formam no corpo, modificando os resíduos, 
equilibrando as funções orgânicas e ajudando no fortalecimento de organismos debilitados. 
Estudos relatam que tornar a respiração mais lenta e profunda ajuda a acalmar e relaxar o organismo, 
diminuindo as batidas do coração. Além disso, a respiração correta ajuda melhorar a elasticidade dos 
pulmões, mantendo um bom equilíbrio entre os gases no corpo. 
 
Sistema digestório 
 
Anatomia 
 
O trato digestório é um tubo único que se estende da boca até o ânus, e em determinados trajetos 
desse tubo ele vai receber algumas denominações e características próprias, por exemplo, o esôfago, o 
estômago (que vem a ser uma dilatação), o intestino delgado, intestino grosso e o ânus. Tudo faz parte 
de um tubo único, com esfíncteres e dilatações com características próprias e nomes próprios. 
As camadas teciduais do trato digestório são mucosa, submucosa, muscular e serosa. O esôfago é 
uma exceção, por não ter a camada serosa. 
 
Esôfago 
O esôfago é um órgão tubular fibro-músculo-mucoso com cercade 23 a 25cm de comprimento, cuja 
função principal é conduzir o alimento da cavidade oral até o estômago. É um órgão que faz parte do trato 
digestório. 
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Ele começa na região do pescoço (ou cervical), depois passa pelo tórax, e depois abdômen. É um 
órgão que percorre três regiões, então ele vai ter três denominações: esôfago cervical, esôfago torácico 
e esôfago abdominal, de acordo com a região que ele percorre. 
 
O esôfago é um tubo muscular que se estende do esfíncter superior até sua transição entre o esôfago 
e o estômago que é chamado de cárdia. 
O esôfago possui lâminas circulares internas de músculo e lâminas longitudinais externas de músculo 
(no terço superior, com músculo esquelético, no terço médio com ambos os músculos, e no terço inferior 
de músculo liso). 
A faringe tem três músculos, constritor superior, médio e inferior. O esôfago começa no músculo 
constritor inferior da faringe, que também é denominado de esfíncter esofagiano superior. Esse esfíncter 
esofagiano superior é músculo estriado esquelético, porque é o músculo da deglutição, cujo ser humano 
é capaz de controlar. Do músculo constritor inferior da faringe até o estômago mede mais ou menos o 
trajeto de 15cm. Contando do incisivo superior até o estômago, 25cm (medido geralmente pela 
endoscopia). Do esfíncter esofagiano superior, são 20cm. 
O terço proximal do esôfago é musculatura esquelética, então a gente tem controle. A partir do terço 
médio, é musculatura lisa, então não temos mais controle. 
No trajeto do esôfago até o estômago, durante a deglutição, ocorre três compressões (constrições), 
nas quais podem ser observadas na deglutição através de radiografia contrastada, que utiliza o bário (um 
líquido radiopaco) no exame, mostrando o estreitamento do lúmem onde as estruturas adjacentes 
produzem impressões importantes que indicam mais provavelmente a localização dos possíveis objetos 
estranhos deglutidos e entalados ou um estreitamento após ingestão acidental de um líquido cáustico 
num caso de bloqueio esofágico: 
- No seu início, na junção faringo-esofágica (esfíncter esofágico superior), causada pelo músculo 
constritor inferior da faringe (15cm dos dentes incisivos). 
- Na constrição bronco aórtica (torácica), onde ele é cruzado pelo arco da aorta. (22,5cm dos dentes 
incisivos) e pelo brônquio principal esquerdo (a 27,5cm dos dentes incisivos). 
- Na constrição diafragmática, onde ele passa através do diafragma, formando o esfíncter fisiológico 
esofágico inferior (aproximadamente a 40cm dos dentes incisivos). 
As constrições não são visíveis no esôfago vazio. Entretanto, à medida que ele se expande durante o 
enchimento, as estruturas citadas comprimem suas paredes. 
Se a pessoa tem uma doença em que o botão aórtico aumenta muito ela terá disfagia. É o que acontece 
na doença de Chagas. 
Observando o esôfago na posição anatômica, percebe-se que ele tem uma leve curvatura no trajeto 
de um “Z”. 
No desenvolvimento embriológico a aorta sai de VE ela faz o cajado e nessa rotação ela ocupa o lado 
esquerdo no plano mediano e o esôfago ocupa o lado direito. 
Então, se ocorrer uma lesão do esôfago cervical, aborda-se do lado esquerdo, pois o acesso ao 
esôfago fica mais fácil. Se for na porção torácica do esôfago, aborda-se o lado direito do paciente. 
A maior parte do esôfago está na cavidade torácica e a menor parte está na cavidade abdominal, 
abaixo do diafragma. 
O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no estômago. 
Durante esse trajeto, ao atravessar o diafragma, existe um orifício, chamado de hiato esofágico, um 
“buraco” no diafragma por onde o esôfago chega à cavidade abdominal. Na cavidade abdominal temos 
alguns hiatos (furos, ou passagens), como por exemplo, o hiato aórtico (por onde passa a aorta). 
Os hiatos são usados como passagem para estruturas que têm transição entre o tórax e o abdômen, 
e tem que atravessar o diafragma, que é o limite entre a cavidade torácica e abdominal. 
Existe o hiato aórtico, o hiato esofágico, hiato da veia cava. 
No hiato esofagiano existe um esfíncter (um músculo que controla a passagem do alimento de um 
segmento do tubo para outro). Mas este não é um esfíncter verdadeiro, pois não é composto por 
musculatura. É um “esfíncter fisiológico”. 
Então o esfíncter esofagiano inferior é um esfíncter fisiológico, e impede o refluxo dos alimentos do 
estômago pra dentro do esôfago. 
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Existe uma transição do epitélio do esôfago para o epitélio do estômago, uma mudança brusca de 
tecido chamado de linha Z. 
A Linha Z é uma linha denteada designada por cirurgiões e endoscopistas onde a túnica mucosa muda 
abruptamente da túnica mucosa do esôfago para a túnica mucosa do estômago, como a junção 
esofagogástrica. 
O epitélio do esôfago não é igual do estômago, e por isso não tolera tanta acidez. 
Neste segmento pode haver o refluxo do ácido do estômago para o esôfago, o chamado refluxo 
gastroesofágico, que é uma falha do esfíncter esofagiano inferior. 
O esfíncter esofagiano inferior é um complexo de estruturas que mantém aquela região fechada, que 
são: crura diafragmática (ou pilares diafragmáticos), ângulo de His (é um ângulo formado entre o terço 
distal do esôfago e o fundo gástrico), e por uma membrana chamada freno-esofágica, que fixa o esôfago 
no diafragma. Essas estruturas ajudam impedindo o refluxo. 
O esôfago não tem a camada serosa, e por isso, as metástases e tumores no esôfago ocorrem com 
mais rapidez do que nos outros órgãos e disseminam com mais facilidade. 
Tem apenas musculatura longitudinal externa e musculatura circular interna. 
O fato de não ter serosa deixa o esôfago muito friável, fácil de rasgar. 
A serosa é uma camada que dá sustentação. Lesões no esôfago têm mais chances de desenvolverem 
fístulas. 
As suturas de esôfago têm maior chance de sofrer rompimento dos pontos. Isso torna difíceis as 
cirurgias de esôfago. 
Quando não está havendo deglutição, o esôfago fica contraído (fechado). E durante o seu trajeto, ele 
tem relação anatômica com outras estruturas. No esôfago cervical, temos relação posterior à traquéia, 
lateralmente os vasos jugular interna e carótida comum, nervo vago, nervo frênico, plexo cervical, do lado 
esquerdo o ducto torácico. Na região torácica, o esôfago se localiza no mediastino posterior juntamente 
com a aorta descendente (torácica), logo relação anatômica é intima com a aorta, arco aórtico, pleura, os 
pulmões, ainda com a traquéia. E na cavidade abdominal relação intima com o estômago e o diafragma. 
Os vasos linfáticos do esôfago são contínuos. Se existe um tumor no terço médio, não se pode tirar 
apenas o terço médio do esôfago, é preciso fazer uma esofagectomia total; isso porque a drenagem 
linfática é contínua e vai para o ducto torácico. Não dá para tirar segmentos. No lugar do esôfago, 
geralmente coloca-se um pedaço do estômago ou do intestino grosso (cólon transverso), que é preparado 
e quando implantado tem peristalse normal. Essa cirurgia denomina-se esofagoplastia. 
 
O plexo linfático do esôfago cervical é drenado pelo ducto torácico e é formado por gânglios 
mediastinais, traqueais, subcarinais, e linfonodos diafragmático e celíaco. 
 
O esôfago tem um plexo nervoso interno, dentro do órgão. Ele se contrai ao estímulo doloroso. Um 
impulso elétrico é gerado dentro das camadas do órgão. O movimento peristáltico, que é o movimento do 
bolo alimentar ao longo do trato digestório, é gerado pela distensão provocada pelo bolo alimentar que 
chega dentro no órgão e a liberação de neurotransmissores namusculatura. 
O órgão responde com uma contração, que movimenta o bolo alimentar, reestimulando o plexo até 
que ele chegue ao estômago. Esse plexo é chamado de plexo mioentérico de Meissner-Auerbach, porque 
é gerado dentro das camadas do trato digestório, isso no trato digestório inteiro. Isso tem no esôfago no 
terço médio e inferior, porque no terço superior é musculatura esquelética. 
A vascularização do esôfago cervical é feita por vasos cervicais, principalmente ramos da artéria 
tireóidea superior, ramos da artéria tireóidea inferior. No esôfago torácico, vamos ter ramos direito da 
aorta torácica, ramos intercostais e artérias brônquicas. Entre o diafragma e o estômago, estão as artérias 
frênicas (do diafragma) inferiores e artéria gástrica esquerda, que vem do tronco celíaco. 
A drenagem venosa na parte cervical é feita por ramos da subclávia e hipofaringe; na parte torácica, 
pelas veias ázigos, hemiázigos e intercostais; na parte abdominal, pelos ramos das veias gástricas, que 
são ramos da veia porta. 
A veia porta drena para o fígado. Uma obstrução na veia porta impede a passagem de todo o sangue 
da cavidade abdominal que drena para veia porta, o que inclui o esôfago abdominal, fazendo com que as 
veias se dilatem e inchem e suas válvulas se tornem incompetentes. O sangue começa então a 
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congestionar na região de estômago e esôfago, o que é chamado de varizes do esôfago e gástricas. Ao 
se romperem, o sangue vai pra dentro do estômago e esôfago, gerando hemorragia digestiva alta. 
Existe uma inervação extrínseca que é feita pelo plexo simpático e pelo nervo vago, que faz a inervação 
parassimpática de todo o trato digestório e a inervação intrínseca que é feita pelo plexo mioentérico. O 
nervo vago desce paralelo ao esôfago até a cavidade abdominal. 
 
Estômago 
 
O estômago é a continuação da parte abdominal do esôfago no trato digestório. 
Topograficamente, o estômago fica na região epigástrica, na parte superior e central do abdômen. 
A função do estômago é atuar como misturador enzimático, reservatório de alimento e fazer a digestão 
enzimática com suco gástrico (ácido clorídrico e enzimas), que converte a massa de alimento em uma 
mistura líquida: o quimo, que passa para o duodeno. 
Ele mistura o alimento pelos movimentos peristálticos, e digere principalmente as proteínas. 
O estômago também faz a defesa do organismo, porque muitas bactérias morrem em pH ácido. 
O piloro é uma estrutura muscular que tem a função valvular. O piloro é um esfíncter (uma musculatura 
que tem a função valvular). Ele regula a passagem do alimento do estômago para o duodeno. 
Esvaziamento do estômago ocorre quando a pressão intragástrica supera a resistência do músculo 
esfíncter do piloro. 
Piloro espasmo: é a incapacidade das fibras musculares lisas que circundam o anel pilórico de 
relaxarem normalmente, fazendo com que o estômago fique cheio por não deixar passar facilmente o 
alimento do estômago para o duodeno. Normalmente resulta em vômito. 
Estenose Hipertrófica Congênita do Piloro: é o espessamento do músculo liso no piloro fazendo com 
que o piloro fique alongado, rígido, grande, com estreitamento do canal pilórico. Assim, a parte proximal 
do estômago fica dilatada. Ocorre por influência genética. 
Úlceras Gástricas ou Pépticas são lesões da túnica mucosa do estômago comumente associadas com 
a presença de Helicobacter pylori. 
Normalmente um muco recobre a túnica mucosa formando uma barreira entre o ácido e as células da 
túnica mucosa e, algumas vezes, esta proteção é inadequada e o suco gástrico corrói a túnica mucosa, 
formando uma úlcera. Se a úlcera atingir as artérias gástricas, pode causar uma hemorragia. 
A vagotomia pode ser realizada em conjunção com a ressecção da área ulcerada (antrectomia ou 
ressecção do antro pilórico). Ela consiste em diminuir a produção ácida. Na vagotomia seletiva retira-se 
a parte nervosa do estômago, mas os ramos vagais para o piloro, trato biliar, intestinos e plexo celíaco 
são preservados. 
A vagotomia cessa a produção do ácido gástrico sem cessar a peristalse. O problema deste 
procedimento (ultrapassado) é que no caso de um tumor gástrico, é difícil a detecção dos seus sintomas 
no início do quadro, devido à dessensibilização. 
Uma úlcera gástrica posterior pode erodir o pâncreas através da parede do estômago, resultando em 
dor referida no dorso. 
A sonda nasogástrica serve para drenagem (aberta) ou alimentação (fechada) e deve ser tecnicamente 
introduzido desde as narinas até o estômago. 
 
O estômago possui quatro partes e duas curvaturas: 
1) Cárdia: envolve o osteo cárdico. 
2) Fundo: parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma. Limitada 
inferiormente pelo plano horizontal do osteo cárdico. 
A incisura cárdica está entre o esôfago e o fundo. 
O fundo pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou qualquer combinação destes. 
3) Corpo: entre o fundo e o antro pilórico. 
4) Parte pilórica: região infundibuliforme do estômago. 
Antro pilórico: é a sua parte mais larga. 
Canal pilórico: é a sua parte mais estreita. 
 
O piloro guarda o osteo pilórico. É a região esfinctérica distal da parte pilórica. 
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Sua parede é mais grossa porque contém músculo liso circular. 
Sua camada média é espessada para formar o músculo esfíncter do piloro. 
Está normalmente em contração tônica. Está fechado, exceto quando emite o quimo. Em intervalos 
irregulares, o peristaltismo gástrico passa o quimo através do canal e do osteo pilóricos para o intestino 
delgado para a posterior mistura, digestão e absorção. 
Músculo esfíncter do piloro: controla a descarga dos conteúdos do estômago através do óstio pilórico 
para o duodeno. 
 
- Curvatura menor: forma a margem côncava menor do estômago. 
Incisura angular: indica a junção do corpo com a parte pilórica do estômago. 
- Curvatura maior: forma a margem convexa mais longa do estômago. 
 
A mucosa gástrica é longitudinal e tortuosa, diferente da esofagiana que é longitudinal e lisa e do 
delgado que é circular. E a musculatura do esôfago se continua com a do estômago, formando as duas 
camadas que acompanham todo o trato digestivo. Por fora uma musculatura longitudinal e por dentro 
uma musculatura circular. É isso que dá o peristaltismo visceral, que é a contração de uma víscera de 
maneira a propagar o conteúdo dessa víscera. 
 
No interior do estômago existe uma lâmina mucosa de cor marrom avermelhada, exceto na parte 
pilórica que é rósea. 
Quando contraída a túnica mucosa é transformada em pregas gástricas ou rugas (cristas longitudinais). 
Muito marcadas em direção à parte pilórica e à curvatura maior. 
O canal gástrico (sulco) forma-se durante a deglutição entre as pregas gástricas longitudinais da túnica 
mucosa, ao longo da curvatura menor. Esse canal se forma por causa da fixação firme da túnica mucosa 
gástrica na túnica muscular (sem camada oblíqua neste local). Por ele passam saliva e pequenas 
quantidades de alimento mastigado e outros líquidos até o canal pilórico. 
 
Posição anatômica do estômago: 
O estômago é a parte expandida do trato digestório entre o esôfago e o intestino delgado; é um órgão 
tubular oco. Normalmente em forma de J. 
Sua forma e posição anatômica variam por causa dos movimentos do diafragma durante a respiração, 
dos conteúdos do estômago e da posição da pessoa. 
 
O estômago localiza-se na região epigástrica. É coberto pelo peritônio, exceto onde os vasos 
sanguíneos correm ao longo de suas curvaturas e em uma pequena área posterior ao osteo cárdico. 
Asduas lâminas do omento menor estendem-se em torno do estômago e abandonam a curvatura 
maior como omento maior. 
- Anteriormente: lobo esquerdo do fígado e parede abdominal anterior. 
- Esquerda: baço. 
- Direita: vesícula biliar, fígado e duodeno. 
- Medialmente: ligamento hepatogástrico. 
-Posteriormente: bolsa omental (a face posterior do estômago forma a maior parte da parede anterior 
da bolsa omental), pâncreas e rim esquerdo. 
- Superiormente: diafragma. 
- Inferiormente: cólon transverso. 
 
O leito do estômago é formado pelas estruturas que formam a parede posterior da bolsa omental. 
De superior para inferior ele é formado por: 
- pilar esquerdo do diafragma; 
- baço; 
- rim esquerdo e gandula suprarrenal; 
- artéria esplênica; 
- pâncreas; 
- mesocólon e colo transversos. 
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Vascularização do estômago: 
O estômago possui um suprimento arterial rico. As artérias gástricas originam-se do tronco celíaco e 
seus ramos. 
- Artéria gástrica esquerda: origina-se do tronco celíaco, corre no omento menor em direção à cárdia 
e depois curva-se para seguir ao longo da curvatura menor e anastomosar com a artéria gástrica direita. 
Ela vai vascularizar a parte proximal da pequena curvatura, artéria esplênica, que vai para o baço, e 
hepática comum, que vai para o fígado. 
- Artéria gástrica direita: origina-se da artéria hepática própria, às vezes da hepática comum ou da 
gastroduodenal. Corre para a esquerda ao longo da curvatura menor para anastomosar com a artéria 
gástrica esquerda. Irriga a parte distal da pequena curvatura. 
- Artéria gastromental direita: artéria hepática comum vai dar a artéria hepática, própria que sobe para 
o fígado, e a artéria gastroduodenal, que desce passando atrás do duodeno e vai dar a artéria 
gastromental direita (ou gastroepiplóica direita) que irriga a parte lateral direita (distal) da grande 
curvatura. Corre pela esquerda ao longo da curvatura maior para anastomosar-se com a artéria 
gastromental esquerda. 
- Artéria gastromental esquerda: origina-se da artéria esplênica. Segue ao longo da curvatura maior 
para anastomosar com a artéria gastromental direita. 
- Artérias gástricas curtas: originam-se da extremidade distal da artéria esplênica ou de seus ramos 
esplênicos e passam para o fundo do estômago. 
A importância dessa rica vascularização acontece em tumores de esôfago, onde é necessário retirar 
uma parte do estômago, que só é possível porque as artérias conseguem se suprir entre si. 
 
As veias gástricas são paralelas às artérias em posição e trajeto, e desembocam na veia porta. 
As veias gástricas esquerda e direita drenam para a veia porta do fígado. 
As veias gástricas curtas e a veia gastromental esquerda: drenam para a veia esplênica, que se une à 
mesentérica superior para formar a veia porta do fígado. 
A veia gastromental direita esvazia-se na veia mesentérica direita. 
Veia pré-pilórica sobe acima do piloro em direção à veia gástrica direita (cirurgiões a usam para 
identificar o piloro). 
Todo o sangue do trato digestório vai passar pelo fígado, que funciona como um filtro, então todas as 
veias convergem para a veia porta (formada pela veia mesentérica superior e veia esplênica). Numa 
situação de impedimento de fluxo portal, cirrose, por exemplo, que o sangue não consegue passar 
adequadamente pelo fígado, isso gera um aumento de pressão dentro do sistema porta. O sangue fica 
retido, aumenta a pressão dentro da veia e o sangue fica retido, estasiado, seguindo outra direção. 
A veia ázigos se comunica com a veia gástrica esquerda. Essas veias são muito finas e com aumento 
de pressão, a luz fica tortuosa, formando as chamadas varizes de esôfago. 
 
Inervação do Estômago: 
O nervo vago faz toda a inervação parassimpática das vísceras abdominais. O vago direito é também 
chamado de vago anterior, e o vago esquerdo é o vago posterior, são dois troncos vagais. 
Ao nível de junção esofagogástrica é possível palpar o nervo vago. A importância do nervo vago é, 
através da acetilcolina, aumentar a secreção de ácido. 
Nas cirurgias para úlcera duodenal e péptica, uma das medidas adotadas é cortar o nervo vago para 
diminuir a secreção gástrica. O nervo vago também aumenta o peristaltismo e abre o piloro. 
- Suprimento nervoso parassimpático do estômago: troncos vagais anterior e posterior e seus ramos, 
que entram no abdome através do hiato esofágico. 
- Tronco vagal anterior: derivado do nervo vago esquerdo. Entra no abdome como um único ramo que 
se localiza na face anterior do esôfago. Corre em direção à curvatura menor, onde emite ramos hepáticos 
e duodenais que saem do estômago pelo ligamento hepatoduodenal. O resto continua ao longo da 
curvatura menor, dando origem aos ramos gástricos anteriores. 
- Tronco vagal posterior: é o maior, derivado do nervo vago direito. Entra no abdome na face posterior 
do esôfago e passa em direção à curvatura menor do estômago. 
Fornece ramos para as faces anterior e posterior do estômago. 
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Emite um ramo celíaco que corre pelo plexo celíaco e depois continua ao longo da curvatura menor, 
dando origem aos ramos gástricos posteriores. 
- Suprimento nervoso simpático do estômago: segmentos T6 até T9 da medula espinhal. Passa para 
o plexo celíaco através do nervo esplâncnico maior e é distribuído através dos plexos em torno das 
artérias gástricas e gastromental. 
Vasos linfáticos: 
Os linfonodos geralmente acompanham as artérias. Temos linfonodos gástricos esquerdos e 
paragástricos, gástrico direito, gastroepiplóico, esplênicos. E toda a drenagem linfática do estômago vai 
para os linfonodos do tronco celíaco. 
Quando se opera um tumor gástrico, ressecar todos os linfonodos é difícil O sistema linfático 
anastomosa-se entre si, e a disseminação de tumores é grande. 
No Japão (local onde mais se desenvolve câncer gástrico) foram determinados os linfonodos passíveis 
de metástases, que devem ser retirados a qualquer custo. 
Todos convergem para o Gânglio Celíaco (o principal) e depois para o ducto torácico. 
- Linfa dos dois terços superiores: drena ao longo dos vasos gástricos direito e esquerdo para os 
linfonodos gástricos. 
- Linfa do fundo e parte superior do corpo: também drenam ao longo das artérias gástricas curtas e 
vasos gastromentais esquerdos para os linfonodos pancreáticos e esplênicos. 
- Linfa do terço inferior, dois terços direitos: drena ao longo dos vasos gastromentais direitos para os 
linfonodos pilóricos. 
- Linfa do terço esquerdo da curvatura menor drena ao longo dos vasos gástricos curtos e esplênicos 
para os linfonodos pancreático-duodenais. 
 
Intestino Delgado 
 
O intestino delgado é a porção do trato digestório que segue ao estômago. Ele é formado por três 
partes bem definidas: o duodeno, o jejuno e o íleo. Toda essa parte do intestino delgado se localiza no 
mesogástrio (na anatomia palpatória) 
O duodeno tem várias partes retroperitoneais; as demais partes, o jejuno e o íleo são vísceras 
peritoneais ou intraperitoneais. 
O intestino delgado é responsável pela absorção de nutrientes, sais minerais, sais biliares e 
aminoácidos. 
Algumas doenças congênitas determinam ausência de luz (parte interna do órgão), e o cirurgião tem 
que extirpar parte desse intestino na tentativa de salvar a criança. Quando se tira muita quantidade de 
intestino, a criança desenvolve a “síndrome do intestino curto”, onde ela não pode se alimentar com nada 
pela boca (via oral). Ela se alimenta por uma veia parieteral, por onde entra os nutrientes. Essa criança 
nunca come e ela sobrevive numa faixa de atédez anos de idade apenas. É uma doença gravíssima que 
talvez só se resolva com um possível transplante intestinal. 
 
A superfície absortiva da mucosa intestinal mostra muitas pregas denominadas válvulas coniventes ou 
pregas de Kerckring, que aumentam a área de absorção da mucosa cerca de três vezes. Essas pregas 
estendem-se circularmente, por quase todo o intestino e estão bastante desenvolvidas especialmente no 
duodeno e no jejuno. 
Localizadas em toda a superfície do intestino delgado, desde aproximadamente o ponto em que o 
ducto biliar comum esvazia-se no duodeno, até a válvula ileocecal, existem milhões de pequenas 
vilosidades, que se projetam cerca de 1 mm, a partir da superfície da mucosa. Essas vilosidades 
aumentam em dez vezes a área absortiva. 
As células epiteliais intestinais, também chamadas de enterócitos, caracterizam-se pela borda em 
escova, contendo microvilosidades, o que aumenta a superfície de exposição às substâncias no intestino 
mais 20 vezes. 
Assim, a combinação das pregas de Kerckring com as vilosidades e as microvilosidades aumenta a 
área absortiva da mucosa em cerca de 600 vezes. 
 
 
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Irrigação do Intestino Delgado: 
A vascularização arterial do duodeno é feita por ramos do tronco celíaco e da mesentérica superior. A 
irrigação em todo o resto do intestino delgado é feita pela mesentérica superior que vai formar os ramos 
jejunais e os ramos ileais. 
Tanto o duodeno quanto jejuno e íleo tem as suas veias acompanhando os ramos arteriais e drenam 
para a veia mesentérica superior que é uma tributária da veia porta. 
 
Uma medicação que é absorvida via oral chega até a circulação venosa e é drenado para a veia porta. 
O sangue contendo a medicação chega na veia mesentérica superior e depois entra na veia porta. 
A medicação é metabolizada no fígado, e é enviada para veias hepáticas, que drenam para veia cava 
inferior, átrio direito, ventrículo direito, pulmão (onde o sangue é oxigenado), átrio esquerdo, ventrículo 
esquerdo, artéria aorta e de lá para os tecidos do corpo. 
Por tanto, medicações para uso oral devem estar preparadas para passarem pelo fígado, e 
possivelmente serem metabolizadas, diferente das medicações de uso endovenoso, intramuscular, por 
via retal ou tópica. 
 
Um tubo de alimentação entérica passa pelo duodeno e necessariamente tem que ficar no jejuno. 
 
A inervação do intestino delgado se faz pelos ramos vagais (tronco posterior), gânglios celíacos e 
gânglios esplâncnicos. 
 
Duodeno 
Ampola, porção descendente, porção horizontal e porção ascendente. 
O duodeno fica a direita do estômago, no retroperitônio. O duodeno forma um “C”, o arco duodenal, 
ao redor da cabeça do pâncreas que também é retroperitonial, mantendo uma intima relação com esse 
órgão. 
O duodeno em toda sua extensão é fundamental como todo o resto do intestino delgado pra absorção 
dos nutrientes. 
A primeira porção do duodeno que se segue logo após o piloro chama-se ampola duodenal; ela é 
dilatada como uma ampola porque recebe todo o quimo que está dentro de estômago. 
A segunda porção é chamada de porção descendente; é a formadora do arco, abraçando toda a 
cabeça do pâncreas. 
A seguir a terceira porção ou porção horizontal. 
A quarta porção é chamada de ascendente. Ela emerge então em direção ao peritônio, onde começa 
ser completamente envolvida pelo peritônio, aqui já dando origem a próxima parte do intestino delgado, 
que é o jejuno. 
Todas as porções do duodeno são retroperitoneais, pois o peritônio recobre apenas a face anterior do 
órgão. 
 
Algumas áreas do duodeno são fundamentais ao início do processo de digestão. A bile produzida no 
fígado e o suco pancreático produzido no pâncreas, com as enzimas pancreáticas são drenadas para o 
intestino, para promover então o processo da digestão. 
Tanto o colédoco quanto o ducto principal pancreático se unem e desembocam na segunda porção 
duodenal. Eles jogam a bile e o suco pancreático na segunda porção duodenal. 
A união do colédoco e do ducto principal pancreático vai formar um orifício que é chamado de papila 
duodenal. 
Também existe a papila secundária, do ducto pancreático secundário. 
O duodeno é formado por uma parede de musculatura longitudinal interna, uma circular interna e a 
parte interna a mucosa. Esta musculatura circular e longitudinal abraça os ductos que entram e permitem 
a formação de uma área mais dilatada, chamada de ampola de Vater ou ampola hepatopancreática. Essa 
é a parte mais dilatada da união dos dois ductos (colédoco e do ducto principal pancreático). 
O colédoco desce posteriormente ao duodeno, passando por detrás da primeira porção duodenal, se 
juntando ao ducto pancreático principal, pra formar a ampola hepatopancreática ou ampola de Vater, e 
um ducto secundário vindo a formar uma papila secundária. 
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A musculatura duodenal faz o controle da liberação das substâncias que caem dentro da luz intestinal. 
Ela abraça esses dois ductos que formam um orifício (papila duodenal), na intenção de formar um 
esfíncter, chamado de esfíncter de Oddi. 
Essa musculatura da parede duodenal se contrai sobre a ampola controlar a drenagem do ducto 
pancreático e do colédoco. 
Quando se tem uma carga maior dentro da luz intestinal, receptores de membrana induzem o 
relaxamento desse esfíncter e permitem a liberação dessas enzimas pancreáticas e do suco biliar. 
 
Jejuno 
O jejuno começa na flexura duodeno – jejuna (ângulo de Treitz). 
O ângulo de Treitz ou ângulo duodeno jejunal ou junção duodeno jejunal é a junção entre o duodeno 
e o jejuno. 
O jejuno e o íleo têm características muito semelhantes, mas eles se diferem em termos de absorção. 
Um é mais predisposto a absorção de determinados elementos, o outro para outros elementos. 
Macroscopicamente é difícil detectar as diferenças, porque elas giram mais em torno da microscopia 
de cada um. 
O jejuno tem 2 metros e meio, tem a alça mais fixa e tem uma mucosa mais clara e muito mais 
pregueada. Sua aparência é um pouco mais espessa, mais grossa do que o íleo. 
Sua posição é um pouco mais alta em relação ao íleo. O conteúdo do jejuno é mais alimentar. 
 
Diferenças entre duodeno e jejuno: 
Na prática as diferenças entre o duodeno e o jejuno são poucas. 
O íleo é menos espesso, menos vascularizado, menos avermelhado, mais próximo ao hipogástrio, tem 
a mucosa mais lisa, tem muita capacidade de absorção e o mesentério tem mais gordura. 
O jejuno é mais espesso, mais vascularizado, mais avermelhado, mais próximo a região umbilical do 
abdome, tem a mucosa extremamente pregueada, tem pouca capacidade de absorção e o mesentério 
tem menos gordura. 
 
Íleo 
O íleo tem 3 metros e meio, é a parte terminal do meu intestino delgado, tem uma mucosa mais escura. 
O íleo tem uma mucosa mais lisa e cheia de placas de veia. 
Sua posição é um pouco mais baixa em relação ao jejuno. 
No íleo começa a se formar uma substância líquida fecalóide (não é fezes ainda). 
Existe muita água no intestino delgado. Quem absorve essa água é o intestino grosso. No íleo terminal 
desemboca na primeira parte do intestino grosso, chamado de ceco. 
O intestino delgado, responsável pela absorção de substâncias, precisa de tempo para realizar esta 
tarefa. 
O íleo terminal entra na musculatura do ceco e forma a válvula ileocecal. Essa válvula se mantém 
fechada tempo suficiente para que todo conteúdo seja absorvido no intestino delgado e só o que não 
precisa ser aproveitado chegue ao íleo terminal em forma de secreção fecalóide. 
Então a válvula ileocecal se abre e permite aliberação dessas substâncias para dentro da primeira 
porção do intestino grosso, que é o ceco, cheio de água e resto alimentar. 
 
Intestino Grosso 
 
Diferente do intestino delgado, que possui grande mobilidade, o intestino grosso tem ligamentos muito 
próximos às suas paredes, formando as goteiras parieto-cólicas. Ele serve de moldura para o intestino 
delgado. 
O peritônio recobre o cólon, que forma uma moldura ao redor do mesogástrio. 
O intestino grosso tem um maior calibre e é formado pelo ceco em sua primeira porção, que é bastante 
dilatada, pelo apêndice cecal, pelos cólons ascendente, transverso, descendente, sigmoide, reto e o canal 
anal. 
 
 
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Irrigação do Intestino Grosso: 
O intestino grosso é irrigado por ramos diferentes da artéria mesentérica superior. 
A artéria ileocólica, ramo apendicular, irriga o ceco. 
As artérias íleo-ceco-cólica e cólica direita irrigam o colón ascendente. 
As artérias cólica média e a artéria mesentérica inferior irrigam o cólon transverso. 
As artérias cólica esquerda e sigmóidea irrigam o cólon descendente. 
As artérias sigmóideas irrigam o sigmoide. 
As artérias retais superior, retais médias, retais inferior irrigam o reto. 
 
As artérias cólica média e cólica esquerda formam uma arcada marginal chamada arcada de Rioland. 
É uma arcada que vem em torno de todo o cólon e promove anastomose entre a artéria mesentérica 
superior e inferior, via cólica média e esquerda. 
Também tem a arcada de Drummond. 
 
As veias acompanham as artérias na metade do cólon transverso, que é drenado para a veia 
mesentérica superior. 
A metade do cólon transverso, cólon descendente, sigmoide e reto são drenados para a artéria 
mesentérica inferior. 
O reto recebe ramos diretos da aorta e também da ilíaca interna. 
Dois plexos venosos diferentes drenam o reto e o canal anal, formando o plexo hemorroidário. 
Hemorroida é uma variz desse plexo hemorroidário. 
 
Ceco 
Na luz do ceco existem dois orifícios: a válvula ileocecal e o do apêndice cecal. A fossa ilíaca direita é 
exatamente a localização mais comum do apêndice. 
A válvula ileocecal evita o refluxo fecal. 
 
O apêndice é um órgão linfoide que produz células de defesa para essa região da fossa ilíaca. Ele 
também não é um órgão fundamental na cavidade abdominal, mas participa da sua defesa. 
O apêndice inflama porque dentro dele cai a secreção fecalóide (água, resto alimentar). Nesse resto 
alimentar está o fecalito, porções esferoides de fezes endurecidas e caroço de algumas frutas. Essa 
secreção entra e sai pelo orifício do apêndice, mas em determinado momento pode ocorrer a obstrução 
dessa entrada, impedindo-a de sair e inflamando o apêndice. Essa secreção é cheia de bactérias que se 
proliferam e causam uma lesão na mucosa, evoluindo para a perfuração da parede e extravasamento do 
líquido contaminado para a cavidade peritoneal, gerando peritonite. 
 
No ceco, a secreção fecalóide vai tendo sua água absorvida em todo o trajeto, passando pelo cólon 
ascendente, pela flexura direita ou flexura hepática, pelo colón transverso, pela flexura esquerda ou 
flexura esplênica, pelo colón descendente, pelo colón sigmoide até chegar no sigmoide e no reto, onde 
se formam as fezes. 
 
Cólon 
Os cólons possuem um caminho bastante pregueado para conseguir aumentar a área de absorção de 
água sem aumentar o tamanho da cavidade. Mas as pregas são mais separadas que no ceco. 
Esse pregueamento forma saculações (haustos) que são presas por três fitas (formadas pela própria 
musculatura longitudinal) chamadas tênias. 
Nessas três tênias estão presas o cólon e os apêndices omentais (que produzem algumas células de 
defesa pra melhorar a proteção dos cólons). Os a apêndices omentais são bolsas de omento (peritônio) 
preenchidos por gordura. 
As tênias são as seguintes: 
- livre (anterior); 
- omental (posterior); 
- mesocólica (posterior). 
 
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O cólon ascendente fica no lado direito, na flexura direita (hepática). 
O cólon transverso tem maior porção e maior mobilidade. Sua alça está para baixo e para frente. 
O cólon descendente fica do lado esquerdo, na flexura esquerdo (esplênica). 
 
Sigmoide 
No sigmoide, as fezes já estão formadas, sendo encaminhadas ao reto. 
 
Reto 
Na parte final do intestino grosso está o reto, um órgão peritoneal e extra peritoneal. Ele não está atrás 
e sim abaixo, entrando na pelve. Não possui tênias nem mesentério. 
No homem ele faz relação anatômica com a bexiga, com as vesículas seminais e com a próstata. 
Na mulher, faz relação anatômica com o canal vaginal e com o útero. 
O reto forma a ampola retal (bastante dilatada) e uma dilatação que suporta todas as fezes que passa 
por ali e cuja água já foi quase totalmente absorvida. 
O bolo fecal vai se depositar ali e formar fezes moldáveis, com uma quantidade de água o suficiente 
pra que não sejam fezes ressecadas. 
O músculo levantador do ânus vem de encontro ao reto, formando na sua parte final o canal anal. 
 
A ampola retal é a porção terminal do reto, imediatamente antes da defecação, onde as fezes ficam 
em forma de “S”, seguindo o sacro. 
A ampola retal tem 3 pregas transversais: superior, média e inferior, e termina na linha pectínea, onde 
estão os seios anais, com glândulas que secretam muco. 
 
O canal anal é uma estrutura de mais ou menos 3 a 5 cm no homem adulto e é delimitada pela linha 
pectínea. A linha pectínea possui pequenas glândulas que são produtoras de muco pra facilitar a 
passagem das fezes pelo canal anal sem lesão da mucosa, e isso delimita também o final do reto e início 
do canal anal. Este canal anal termina exteriormente com a cobertura de pele e formação de ânus. 
O canal anal possui zona cutânea e zona mucosa. 
 
Ao final do reto existe um espessamento da camada muscular, principalmente da circular. O levantador 
do ânus também abraça essa porção do reto e do canal anal, formando um esfíncter, denominado 
músculo do esfíncter interno do ânus ou esfíncter interno do ânus de controle involuntário. 
O músculo levantador do ânus forma diversas porções musculares definidas como esfíncter externo 
do ânus ou músculo do esfíncter externo do ânus de controle voluntário. 
Quando a ampola retal se dilata (com a chegada de fezes) a resposta do sistema nervoso é de 
contração imediata do esfíncter externo, propriedade essa que vai sendo desenvolvida com o crescimento 
(o RN não tem essa capacidade). 
A ampola retal se enche então e essa distensão provoca então o fechamento e a contração do músculo 
esfíncter interno. Por uma necessidade de convívio social, há contração também do músculo esfíncter 
externo. 
Quando o indivíduo relaxa o músculo do esfíncter externo do ânus, o músculo esfíncter interno também 
relaxa e ocorre a evacuação. 
 
Os homens primitivos evacuavam de cócoras (como evacuam ainda os índios) porque é necessário a 
distensão do períneo, músculo levantador do ânus, a distensão desse períneo pra poder relaxar o 
esfíncter externo e promover o relaxamento do esfíncter interno. 
 
O homem tem que sentar para promover o relaxamento da região perineal e aí então, o esfíncter 
externo relaxando, promove o relaxamento do interno. 
Existe um controle social muito grande sobre a evacuação. Muitas pessoas trazem da infância um 
trauma, uma visão negativa das fezes e da evacuação. Isso gera, ainda na infância, e no futuro, a 
obstipação intestinal psicológica, pois o indivíduo não consegue relaxar. As fezes ficam paradas na 
ampola retal acabam por ressecar. Após 20 dias de absorção intensade água ocorre a formação de 
fecaloma, que são fezes endurecidas como pedra. 
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Para se tirar um fecaloma, é preciso fazer um toque retal, quebrar essas fezes com o dedo indicador, 
e retirá-la aos pedaços. 
 
Fisiologia 
 
O tubo digestivo fornece ao organismo um suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. 
Para desempenhar essa função, é necessário: 
(1) O movimento do alimento ao longo do tubo digestivo; 
(2) A secreção de sucos digestivos e a digestão do alimento; 
(3) A absorção dos produtos digestivos, da água e dos vários eletrólitos; 
(4) A circulação do sangue pelos órgãos gastrointestinais para transportar as substâncias; 
(5) O controle de todas essas funções pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal. 
Cada parte do sistema digestivo está adaptada para desempenhar funções específicas, algumas para 
a simples passagem do alimento, como o esôfago; outras para o armazenamento do alimento, como o 
estômago; e outras para a digestão e absorção, como o intestino. 
 
Características da parede gastrintestinal: 
A parede gastrintestinal possui as seguintes camadas da superfície externa para a interna: 
(1) A serosa; 
(2) A camada muscular longitudinal; 
(3) A camada muscular circular; 
(4) A submucosa; 
(5) A mucosa. 
 
Além disso, existe uma camada difusa de fibras musculares lisas, a muscular da mucosa, localizada 
nas camadas mais profundas da mucosa. As funções motoras do intestino são executadas pelas 
diferentes camadas de músculo liso. 
Músculo liso gastrintestinal (sua função como sincício): as fibras musculares lisas isoladas formam 
feixes. Esses feixes, nas camadas musculares longitudinais, estendem-se pelo tubo do trato 
gastrintestinal, na camada muscular circular, estendem-se ao redor desse tubo. 
Cada camada muscular representa uma malha ramificada de feixes musculares lisos, então, cada 
camada funciona como um sincício – quando um potencial de ação é desencadeado, dirige-se a todas as 
direções pelo músculo. 
Atividade elétrica do músculo gastrintestinal 
O músculo liso do TGI apresenta atividade elétrica quase contínua, porém, lenta. Essa atividade 
apresenta dois tipos básicos de ondas elétricas: 
a) Ondas lentas= a maioria das contrações gastrointestinais ocorrem desta maneira. Estas ondas não 
são potenciais de ação, são, na verdade, alterações lentas e ondulantes do potencial de membrana em 
repouso. Acredita-se que possam ser causadas pela lenta ondulação da atividade da bomba de sódio- 
potássio. Em geral, tais ondas não causam por si só, diretamente, a contração muscular. Entretanto, 
controlam o aparecimento dos potenciais intermitentes em ponta. 
b) Potenciais em ponta= são os verdadeiros potenciais de ação. Ocorrem automaticamente quando 
os potenciais de membrana em repouso tornam-se positivos. Os potenciais em ponta do músculo 
gastrintestinal duram mais que nas fibras nervosas e são gerados a partir de canais de sócio cálcio que 
se fecham muito lentamente. 
 
Controle neural da função gastrintestinal: 
O TGI possui um sistema nervoso próprio, o sistema nervoso entérico. Esse sistema situa-se 
inteiramente na parede intestinal, começa no esôfago e estende-se até o ânus. Este sistema controla em 
particular, os movimentos e as secreções gastrintestinais. 
 
O sistema entérico é formado por dois plexos: 
(1) O plexo mioentérico, mais externo, situado entre as camadas musculares longitudinal e circular. 
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(2) O plexo submucoso, mais interno, ou plexo de Meissner. O plexo mioentérico controla 
principalmente os movimentos gastrintestinais, enquanto o plexo submucoso controla sobretudo a 
secreção gastrintestinal e o fluxo sanguíneo local. 
Embora o sistema nervoso entérico possa funcionar de maneira independente, a estimulação dos 
sistemas simpáticos e parassimpáticos pode ativar ou inibir a função gastrintestinal. 
 
Diferenças entre o plexo mioentérico e o submucoso: 
O plexo mioentérico consiste principalmente em cadeias lineares de numerosos neurônios 
interconectados, que se estendem por todo TGI. Está principalmente relacionado com o controle das 
atividades motoras ao longo do intestino. 
Quando estimulado, seus principais efeitos são: 
(1) aumento do tônus da parede intestinal, 
(2) maior intensidade da contração rítmica, 
(3) ligeiro aumento da frequência da contração, 
(4) maior velocidade de condução das ondas excitatórias, aumentando o movimento das ondas 
peristálticas. Todavia, o plexo mioentérico não é somente excitatório, pois também secretam 
transmissores inibitórios. 
Estes sinais inibitórios são úteis para inibir alguns dos músculos esfincterianos intestinais contraídos 
que impedem o movimento do alimento entre os segmentos sucessivos do tubo gastrintestinal, como o 
esfíncter pilórico (controla o esvaziamento do estômago) e o esfíncter da válvula ileocecal (esvaziamento 
do intestino delgado no ceco). Ao contrário do plexo mioentérico, o plexo submucoso está principalmente 
relacionado com o controle da função no interior da parede interna de cada segmento do intestino. 
 
Neurotransmissores secretados pelos neurônios entéricos: São eles: acetilcolina e norepinefrina 
(bem conhecidas), trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, substância P, 
polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP), somatostatina, leu-encefalina, metencefalina e bombesina. Com 
mais frequência a acetilcolina excita a atividade gastrintestinal. Por outro lado, a norepinefrina quase 
sempre inibe a atividade gastrintestinal. Essa ação também é exercida pela epinefrina que atinge o TGI 
por meio da corrente sanguínea. 
 
Controle do sistema nervoso autônomo no tubo gastrintestinal: 
Inervação Parassimpática: à exceção de algumas fibras parassimpáticas para a boca e a região 
faríngea do tubo alimentar, as fibras parassimpáticas cranianas são transmitidas quase inteiramente pelos 
nervos vagos. Essas fibras fornecem extensa inervação ara o esôfago, estômago, pâncreas e a primeira 
parte do intestino grosso (porém, com poça inervação para o intestino delgado). As regiões sigmoides, 
retal e anal do intestino grosso são mais supridas por fibras parassimpáticas do que as outras porções. 
Essas fibras funcionam especialmente nos reflexos de defecação. 
Os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos localizam-se no plexo mioentérico e no submucoso, 
de modo que a estimulação dos nervos parassimpáticos causa aumento geral da atividade de todo o 
sistema nervoso entérico. Inervação Simpática: inerva praticamente todas as porções do TGI, as 
terminações nervosas simpáticas secretam norepinefrina. Em geral, a estimulação do SN simpático inibe 
a atividade do tubo gastrintestinal. 
E exerce seus efeitos de 2 maneiras diferentes: 
(1) Em pequeno grau, através do efeito direto da norepinefrina sobre o músculo liso, inibindo-o (porém 
excita a muscular da mucosa). 
(2) Em maior grau, através do efeito inibidor da norepinefrina sobre os neurônios do sistema nervoso 
entérico. 
Tipos de movimento no tubo gastrintestinal: 
Peristaltismo: (ou movimento propulsivo) um anel contrátil aparece em torno do intestino e, move-se 
adiante. O peristaltismo é propriedade inerente de muitos tubos de músculo liso sincicial; a estimulação 
em qualquer ponto determina o aparecimento de um anel contrátil que, a seguir, se propaga ao longo do 
tubo. O peristaltismo ocorre no TGI, nos dutos biliares e em outros dutos glandulares. A distensão é o 
estímulo habitual do peristaltismo. O peristaltismo efetivo requer um plexo mioentérico ativo, sendo esteplexo polarizado na direção anal o que se relaciona à direção de propagação do estímulo. 
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Movimentos de Mistura: em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas provocam a maior 
parte da mistura, o que ocorre quando a progressão do conteúdo intestinal para frente é bloqueada por 
um esfíncter, de modo que a onda peristáltica só pode misturar e comprimir o conteúdo. Outras vezes, 
ocorrem as contrações constritivas que “cortam” os alimentos em diferentes partes do tubo (aqui e ali). 
 
Transporte e mistura do alimento no tubo alimentar 
Mastigação: Os dentes são construídos para a mastigação: os dentes incisivos (anteriores) 
proporcionam forte ação de corte, enquanto os dentes molares (posteriores) exercem ação trituradora. A 
maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo moto do quinto nervo craniano, sendo o 
processo de mastigação controlado por núcleos do tronco cerebral. Grande parte da mastigação é 
ocasionada pelo reflexo mastigatório, que pode ser explicado da seguinte maneira: a presença do bolo 
alimentar na boca provoca inibição reflexa dos músculos da mastigação, fazendo com que a mandíbula 
caia. Por sua vez, essa queda inicia um reflexo de estiramento dos músculos da mandíbula, resultando 
na contração de rebote. Automaticamente, isso eleva a mandíbula e provoca o fechamento dos dentes, 
mas também comprime o bolo contra as paredes da boca. A mastigação ajuda a digestão dos alimentos 
pela seguinte razão: como as enzimas digestivas só atuam sobre a superfície das partículas alimentares, 
a velocidade da digestão depende, em grande parte, da área total de superfície exposta às secreções 
intestinais. Além disso, a trituração do alimento até partículas muito finas evita a escoriação do trato 
gastrintestinal e aumenta a facilidade com que o alimento é lançado do estômago para o intestino delgado 
e, daí para todos os segmentos sucessivos do intestino. 
 
Deglutição: Em geral, a deglutição pode ser dividida em: 
(1) fase voluntária, que inicia o processo de deglutição; 
(2) fase faríngea, que é involuntária e consiste na passagem do alimento pela faringe até o esôfago; 
e; 
(3) fase esofágica, outra fase involuntária que promove a passagem do alimento da faringe para o 
estômago. Fase voluntária da deglutição: quando o alimento está pronto para ser deglutido ele é 
voluntariamente comprimido ou empurrado para trás, na faringe, como consequência da pressão da 
língua para cima e para trás contra o palato. Daí em diante, o processo de deglutição torna-se quase 
totalmente automático e, em geral, não pode ser interrompido. Fase faríngea da deglutição: quando o 
bolo alimentar penetra na faringe, ele estimula áreas receptoras da deglutição situadas em torno da 
abertura da faringe, sobretudo nos dois pilares das amígdalas, e impulsos dessas áreas dirigem-se até o 
tronco cerebral para iniciar uma série de contrações musculares automáticas da faringe. Controle da fase 
faríngea da deglutição: os impulsos são transmitidos das áreas mais sensíveis da faringe por meio de 
ramos sensitivos dos nervos trigêmeo e glossofaríngeo, para uma região do bulbo, estreitamente 
associada ao feixe solitário, que recebe praticamente todos os impulsos sensitivos da boca. As fases 
sensitivas do processo de deglutição são automaticamente controladas numa sequência ordenada por 
áreas neurais distribuídas pela substância reticular do bulbo e porção inferior da ponte. Tais áreas são 
conhecidas como centro da deglutição. O centro de deglutição inibe especificamente o centro respiratório 
do bulbo, interrompendo a respiração em qualquer fase do ciclo para permitir que ocorra a deglutição. 
 
Fase esofágica da deglutição: A principal função do esôfago é a de conduzir o alimento da faringe 
ao estômago. O esôfago exibe dois tipos de movimentos peristálticos: 
(1) O peristaltismo primário, que se refere à continuação da onda peristáltica que começa na faringe e 
se propaga para o esôfago durante a fase faríngea da deglutição; 
(2) O peristaltismo secundário, que ocorre quando as ondas peristálticas primárias são insuficientes 
para movimentar todo o alimento que penetrou no esôfago em direção ao estômago, que resultam da 
distensão do esôfago pelo alimento retido. 
 
Função do esfíncter gastroesofágico: Na porção inferior do estômago, a musculatura circular 
esofágica é ligeiramente espessada e funciona como esfíncter gastroesofágico. Em termos anatômicos, 
esse esfíncter não difere do restante do estômago. Quando uma onda de deglutição se propaga pelo 
esôfago, um “relaxamento receptivo” relaxa o esfíncter esofágico inferior à frente da onda peristáltica, 
permitindo a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago. A contração tônica do esfíncter 
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esofágico inferior (ou gastroesofágico) ajuda a impedir a ocorrência de refluxo significativo do conteúdo 
gástrico para o esôfago. 
 
Funções motoras do estômago As funções motoras do estômago são três: 
(1) Armazenamento de grandes quantidades de alimento até que possam ser acomodadas no 
duodeno; 
(2) Mistura desse alimento com as secreções gástricas até formar uma mistura semilíquida, 
denominada quimo. 
(3) Esvaziamento lento do alimento do estômago para o intestino delgado, com velocidade adequada 
para a digestão e a absorção eficientes pelo intestino delgado. Do ponto de vista fisiológico, o estômago 
pode ser dividido em duas partes: o corpo e o antro. Em condições normais, quando o alimento penetra 
no estômago, um reflexo vagal reduz acentuadamente o tônus da parede muscular do corpo do estômago, 
de modo que ela pode distender-se progressivamente para fora, acomodando quantidades cada vez 
maiores de alimentos, até atingir o limite do 1,5l. Os sucos digestivos do estômago são secretados pelas 
glândulas gástricas, que recobrem quase toda a parede do corpo do estômago. Essas secreções entram 
em contato com o alimento armazenado situado na superfície da mucosa do estômago; quando o 
estômago está cheio, ondas constritoras peristálticas fracas, também denominadas ondas de mistura, 
movem-se em direção ao antro ao longo da parede do estômago. 
 
Intestino 
 
Intestino delgado: ocorre a maior parte da digestão enzimática e quase toda a absorção. Tubo 
enrolado de aproximadamente 7 m de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Subdivide-se em duodeno, 
jejuno e íleo, e se comunica com o intestino grosso por meio da válvula íleo cecal. 
Nele o quimo, com pH ácido, sofre ação de duas secreções: Bile Suco Pancreático. 
Secreção Biliar / Bile: Secretada pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e drenada para o duodeno 
via ducto colédoco, líquido esverdeado, composto de água, eletrólitos, colesterol, bilirrubina e sais biliares 
(fazem a emulsificação das gorduras facilitando a ação das lípases). 
Suco Pancreático: Secretado pelo pâncreas, atinge o duodeno através do ducto pancreático. 
Composto de: 
Bicarbonato de sódio - exerce uma importante função de neutralizar a acidez do quimo, pois sua 
mucosa não é tão protegida contra o pH ácido quanto a mucosa do estômago. 
Tripsina - enzima que atua na digestão de proteínas. 
Quimiotripsina- outra enzima que também atua na digestão de proteínas. 
Amilase Pancreática - enzima responsável pela digestão de carboidratos. 
Lipase - enzima que atua na digestão de gorduras. 
O quimo muito ácido, estimula a secreção pela mucosa duodenal desecretina, que, por via sanguínea, 
atinge o pâncreas e o estimula a produzir secreção mais rica em bicarbonato. 
O quimo rico em gordura, estimula a secreção pela mucosa duodenal de colecistocinina que, damesma forma atinge e estimula o pâncreas a produzir secreção mais rica em enzimas. 
 
A colecistocinina exerce outros importantes efeitos: 
-Aumenta o tônus do esfíncter pilórico ao mesmo tempo em que reduz os movimentos do estômago e 
reduzindo, consequentemente, a velocidade do esvaziamento do mesmo. 
-Aumenta as contrações da vesícula biliar ao mesmo tempo em que relaxa o esfíncter de Oddi. Isso 
faz com que a bile seja drenada da vesícula para o do duodeno. 
 
Típicas ondas peristálticas vão, aos poucos, propelindo os alimentos através do restante do intestino 
delgado, ao mesmo tempo em que ondas de mistura vão misturando os alimentos com a abundante 
secreção intestinal. 
OBS: Na parede intestinal encontramos numerosas glândulas de Brunner, que secretam muco. São 
mais numerosas no duodeno. E também umas glândulas tubulares denominadas Criptas de Lieberkhünn, 
responsáveis pela secreção de grande quantidade de água na luz intestinal. 
 
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Enzimas são também produzidas na parede do intestino delgado: 
-Peptidase - atua na digestão de proteínas 
-Maltase - digere a maltose, convertendo-a em glicose+glicose. 
-Lactase - digere a lactose, convertendo-a em glicose+galactose. 
-Sacarase - digere a sacarose, convertendo-a em glicose+frutose. 
 
Intestino grosso: continua a absorção de água do quimo e graxas, suas glândulas segregam muco 
(protege o epitélio, lubrifica as fezes e neutraliza os produtos ácidos do metabolismo bacteriano). Começa 
com uma dilatação fechada chamada ceco, da qual parte um tubo (apêndice vermiforme: sua inflamação 
é dolorosa se não é tratada a tempo). O tubo digestivo acaba com o reto, que pelo esfíncter anal se 
comunica com o exterior. 
Neste segmento ocorre importante absorção de água e eletrólitos. O quimo vai adquirindo uma 
consistência cada vez mais pastosa, e se transformando num bolo fecal. Fortíssimas ondas peristálticas, 
ondas de massa, ocorrem e são capazes de propelir o bolo fecal, que se solidifica cada vez mais, em 
direção às porções finais do tubo digestório: os cólons sigmoide e reto. 
 
O reflexo da defecação: O enchimento das porções finais do intestino grosso estimula terminações 
nervosas presentes em sua parede, através da distensão da mesma. Impulsos nervosos são, então, em 
intensidade e frequência cada vez maior, dirigidos a um segmento da medula espinhal (sacral) e acabam 
por desencadear resposta motora que provoca aumento significativo nas ondas peristálticas por todo o 
intestino grosso, ao mesmo tempo que ocorre relaxamento no esfíncter interno do ânus. Se o esfíncter 
externo do ânus também estiver relaxado, as fezes serão eliminadas para o exterior do corpo, através do 
ânus. Caso contrário as fezes permanecem retidas no interior do reto e o reflexo desaparece, retornando 
mais tarde. Felizmente o esfíncter externo é formado por músculo estriado e pode, portanto, ser 
controlado voluntariamente. 
 
Sistema nervoso 
 
Anatomia e Fisiologia 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber as 
variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a 
executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São 
os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da 
neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio 
(interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção 
da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a 
irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é 
a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, 
irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa 
propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos 
tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-
se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, 
os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão 
em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de 
condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema 
nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa 
é transmitida. 
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o 
citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos 
em dendritos e axônios. 
 
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Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de 
estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos 
que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações 
são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio 
propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio 
entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para 
eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se 
sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação 
forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas 
coletivamente de arborização terminal. 
 
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, 
que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna 
vertebral. 
 
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados 
nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
 
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada apenas 
no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares 
determinam a formação da bainha de mielina - invólucro principalmente lipídico (também possui como 
constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão 
do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, 
que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No 
caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, 
onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O impulso nervoso 
 
 
A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o 
interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e 
potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para 
dentro. Porémesse bombeamento não é equitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido 
extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. 
 
 
 
Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente impermeável ao 
sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de concentração (de fora para dentro); 
porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela 
permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular. 
 
 
 
Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável ao sódio, impedindo 
sua difusão a favor do gradiente de concentração. 
Sódio é bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio. 
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, 
estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit de cargas 
positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas. 
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e potássio é 
chamado potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana positivo e o interior 
negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada. 
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Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio (abertura dos 
canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa 
a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de 
potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado 
onda de despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são causados pela despolarização 
da membrana além de um limiar (nível crítico de despolarização que deve ser alcançado para disparar o 
potencial de ação). 
 
Os potenciais de ação assemelham-se em tamanho e duração e não diminuem à medida em que são 
conduzidos ao longo do axônio, ou seja, são de tamanho e duração fixos. A aplicação de uma 
despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja 
o potencial de ação. Por esta razão, diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada". 
Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa, o interior 
da fibra torna-se carregado positivamente, porque um grande número de íons sódio se difundiu para o 
interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com 
que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro lado, a membrana torna-se 
ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio interno. 
 
Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se difundem, então, para o lado de fora. 
Isso cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no exterior – processo 
chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A repolarização 
normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização, propagando-se ao longo da 
fibra. 
 
Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para o exterior da 
membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da membrana, que se torna 
temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai íons 
potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as diferenças 
iônicas de volta aos seus níveis originais. 
 
Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial 
de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma 
extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já 
percorrido. Consequentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que chamamos condução 
ortodrômica. Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda sua extensão, o potencial de 
ação se propagará sem decaimento. 
 
A velocidade com a qual o potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe 
a despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende de certas 
características físicas do axônio: a velocidade de condução do potencial de ação aumenta com o diâmetro 
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axonal. Axônios com menor diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do 
potencial de ação. 
 
Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso 
nervoso. Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo 
para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se em 
condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso nervoso. 
 
 
Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, 
Ed. Moderna, 2001. vol. 2. 
 
O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito, corpo celular e axônio. 
 
Sinapses 
 
Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio 
ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria). 
 
Sinapses elétricas 
As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência direta da 
corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em sítios especializados denominados junções gap ou 
junções comunicantes. Nesses tipos de junções as membranas pré-sinápticas (do axônio - transmissoras 
do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular - receptoras do impulso nervoso) estão 
separadas por apenas 3 nm. 
 
Essa estreita fenda é ainda atravessada por proteínas especiais denominadas conexinas. Seis 
conexinas reunidas formam um canal denominado conexon, o qual permite que íons passem diretamente 
do citoplasma de uma célula para o de outra. A maioria das junções gap permite que a corrente iônica 
passe adequadamente em ambos os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais. 
 
Em invertebrados, as sinapses elétricas são comumente encontradas em circuitos neuronais que 
medeiam respostas de fuga. Em mamíferos adultos, esses tipos de sinapses são raras, ocorrendo 
frequentemente entre neurônios nos estágios iniciais da embriogênese. 
 
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Como o citoplasma dos axônios, inclusive do terminal axonal, não possui ribossomos, necessários à 
síntese de proteínas, as proteínas axonais são sintetizadas no soma (corpo celular), empacotadas em 
vesículas membranosas e transportadas até o axônio pela ação de uma proteína chamada cinesina, a 
qual se desloca sobre os microtúbulos, com gasto de ATP. Esse transporte ao longo do axônio é 
denominado transporte axoplasmático e, como a cinesina só desloca material do soma para o terminal, 
todo movimento de material neste sentido é chamado de transporte anterógrado. Além do transporte 
anterógrado, há um mecanismo para o deslocamento de material no axônio no sentido oposto, indo do 
terminal para o soma. Acredita-se que este processo envia sinais para o soma sobre as mudanças nas 
necessidades metabólicas do terminal axonal. O movimento neste sentido é chamado transporte 
retrógrado. 
As sinapses químicas também ocorremnas junções entre as terminações dos axônios e os músculos; 
essas junções são chamadas placas motoras ou junções neuromusculares. 
 
 
 
Por meio das sinapses, um neurônio pode passar mensagens (impulsos nervosos) para centenas ou 
até milhares de neurônios diferentes. 
 
Neurotransmissores 
 
A maioria dos neurotransmissores situa-se em três categorias: aminoácidos, aminas e peptídeos. Os 
neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas com pelo menos um 
átomo de nitrogênio, armazenadas e liberadas em vesículas sinápticas. Sua síntese ocorre no terminal 
axonal a partir de precursores metabólicos ali presentes. As enzimas envolvidas na síntese de tais 
neurotransmissores são produzidas no soma (corpo celular do neurônio) e transportadas até o terminal 
axonal e, neste local, rapidamente dirigem a síntese desses mediadores químicos. Uma vez sintetizados, 
os neurotransmissores aminoácidos e aminas são levados para as vesículas sinápticas que liberam seus 
conteúdos por exocitose. Nesse processo, a membrana da vesícula funde-se com a membrana pré-
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. 47 
sináptica, permitindo que os conteúdos sejam liberados. A membrana vesicular é posteriormente 
recuperada por endocitose e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissores. 
Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes moléculas armazenadas e liberadas em 
grânulos secretores. A síntese dos neurotransmissores peptídicos ocorre no retículo endoplasmático 
rugoso do soma. Após serem sintetizados, são clivados no complexo de golgi, transformando-se em 
neurotransmissores ativos, que são secretados em grânulos secretores e transportados ao terminal 
axonal (transporte anterógrado) para serem liberados na fenda sináptica. 
Diferentes neurônios no SNC liberam também diferentes neurotransmissores. A transmissão sináptica 
rápida na maioria das sinapses do SNC é mediada pelos neurotransmissores aminoácidos glutamato 
(GLU), gama-aminobutírico (GABA) e glicina (GLI). A amina acetilcolina medeia a transmissão sináptica 
rápida em todas as junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão sináptica no SNC e 
na periferia são mediadas por neurotransmissores das três categorias. 
O glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que constituem os blocos construtores das 
proteínas. Consequentemente, são abundantes em todas as células do corpo. Em contraste, o GABA e 
as aminas são produzidos apenas pelos neurônios que os liberam. 
O mediador químico adrenalina, além de servir como neurotransmissor no encéfalo, também é liberado 
pela glândula adrenal para a circulação sanguínea. 
Abaixo são citadas as funções específicas de alguns neurotransmissores. 
 
-Endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos. 
 
-Dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz sensações de satisfação e prazer. 
Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. 
O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença 
de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases 
avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na regulação do 
comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. 
Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de 
comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente 
relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia. 
 
-Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano, regula o humor, o sono, a atividade sexual, o 
apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, 
atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos transtornos 
do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem 
produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro. Tem 
efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica. Influi sobre quase todas as funções 
cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA. 
 
-GABA (ácido gama-aminobutírico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente 
em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está envolvido 
com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações provocadas em diversas 
estruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o 
bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de 
convulsões generalizadas. 
 
-Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do SNC. A sua ativação 
aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores. 
 
Tipos de neurônios 
 
De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em: 
 
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1- Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e 
conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. 
2- Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao 
estímulo). 
3- Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores 
e os neurônios motores. 
Células da Glia (neuróglia) 
 
As células da neuróglia cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. Há 
diversos tipos celulares, distintos quanto à morfologia, a origem embrionária e às funções que exercem. 
Distinguem-se, entre elas, os astrócitos, oligodendrócito e micróglia. Têm formas estreladas e 
prolongações que envolvem as diferentes estruturas do tecido. 
 
 
 
Os astrócitos são as maiores células da neuróglia e estão associados à sustentação e à nutrição dos 
neurônios. Preenchem os espaços entre os neurônios, regulam a concentração de diversas substâncias 
com potencial para interferir nas funções neuronais normais (como por exemplo as concentrações 
extracelulares de potássio), regulam os neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores 
liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da 
fenda sináptica). Estudos recentes também sugerem que podem ativar a maturação e a proliferação de 
células-tronco nervosas adultas e ainda, que fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos podem 
ser críticos na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou enfermidades. 
 
Os oligodendrócitos são encontrados apenas no sistema nervoso central (SNC). Devem exercer 
papéis importantes na manutenção dos neurônios, uma vez que, sem eles, os neurônios não sobrevivem 
em meio de cultura. No SNC, são as células responsáveis pela formação da bainha de mielina. Um único 
oligodendrócito contribui para a formação de mielina de vários neurônios (no sistema nervoso periférico, 
cada célula de Schwann mieliniza apenas um único axônio) 
 
A micróglia é constituída por células fagocitárias, análogas aos macrófagos e que participam da 
defesa do sistema nervoso. 
 
 
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. 49 
Origem do sistema nervoso 
 
O sistema nervoso origina-se da ectoderme embrionária e se localiza na região dorsal.Durante o 
desenvolvimento embrionário, a ectoderme sofre uma invaginação, dando origem à goteira neural, que 
se fecha, formando o tubo neural. Este possui uma cavidade interna cheia de líquido, o canal neural. 
Em sua região anterior, o tubo neural sofre dilatação, dando origem ao encéfalo primitivo. Em sua 
região posterior, o tubo neural dá origem à medula espinhal. O canal neural persiste nos adultos, 
correspondendo aos ventrículos cerebrais, no interior do encéfalo, e ao canal do epêndimo, no interior da 
medula. 
Durante o desenvolvimento embrionário, verifica-se que a partir da vesícula única que constitui o 
encéfalo primitivo, são formadas três outras vesículas: a primeira, denominada prosencéfalo (encéfalo 
anterior); a segunda, mesencéfalo (encéfalo médio) e a terceira, rombencéfalo (encéfalo posterior). 
O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas 
outras vesículas. O mesencéfalo não se divide. Desse modo, o encéfalo do embrião é constituído por 
cinco vesículas em linha reta. O prosencéfalo divide-se em telencéfalo (hemisférios cerebrais) e 
diencéfalo (tálamo e hipotálamo); o mesencéfalo não sofre divisão e o romboencéfalo divide-se em 
metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo). As divisões do S.N.C se definem já na sexta 
semana de vida fetal. 
 
Divisão do Sistema Nervoso 
 
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio 
de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema 
nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas). 
 
 
 
O Sistema Nervoso Central 
 
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios 
cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, 
situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. 
 
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada 
pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, 
a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente. 
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o 
encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque) e por membranas 
denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnoide (a do 
meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnoide e pia-máter há um espaço preenchido por 
um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. 
 
O telencéfalo 
 
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4 kg. O 
telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-
se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. 
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. 50 
Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); 
contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São 
reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQUOR), participando na nutrição, proteção e 
excreção do sistema nervoso. 
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja 
suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por 
isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os 
sulcos. 
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a maioria 
pertencente ao chamado neocórtex. 
Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica. 
- hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três camadas celulares; 
localiza-se medialmente ao ventrículo lateral. 
- córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três camadas 
celulares. 
- neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco chamado fissura 
rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão 
intimamente envolvidas com o controle do movimento voluntário. 
 
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância 
cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e 
diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância 
branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos 
celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios) da base ou núcleos (gânglios) basais - 
CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no 
controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de 
circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em 
certos aspectos da memória e da função cognitiva. 
 
Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos movimentos são: 
- núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre a nível 
subconsciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo. 
- putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de movimentos intencionais 
grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em associação com o córtex motor, para controlar diversos 
padrões de movimento. 
- globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo, quando uma pessoa 
inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja executar uma função precisa com uma de 
suas mãos, deve primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura 
do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo pálido. 
- núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os movimentos da marcha e 
talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo. 
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários 
por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células 
do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua 
vez, faz conexões inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo com 
a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área 
motora do córtex. Portanto, a consequência funcional da ativação cortical do putamen é a excitação da 
área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo. 
 
O diencéfalo (tálamo e hipotálamo) 
 
Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam 
pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre 
o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para 
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o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde 
eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no comportamento 
emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do 
sistema límbico (que regula as emoções).O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das 
atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz 
ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas 
endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no 
corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as 
demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo desempenha, ainda, um 
papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, 
enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso 
(gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese 
(“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais. 
 
O tronco encefálico 
 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. 
Possui três funções gerais; 
(1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; 
(2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões 
encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro 
controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado 
esquerdo do corpo); 
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos 
difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que 
ocupa a parte central do tronco encefálico). 
Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras 
e sensitivas específicas. 
 
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras 
nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes 
elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões 
de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que 
entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no 
tronco encefálico. 
 
O cerebelo 
 
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos 
movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal). 
Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios 
cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, 
enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo. 
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados 
aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende 
executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, 
áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após 
a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados 
de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo 
relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular. 
 
 
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Algumas estruturas do encéfalo e suas funções 
 
Córtex Cerebral 
 
Funções: 
-Pensamento 
-Movimento voluntário 
-Linguagem 
-Julgamento 
-Percepção 
 
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada mais externa do cérebro. 
A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral são ligados 
por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo caloso. Os lobos são as principais divisões 
físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo controle 
motor. O lobo temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os 
sentidos corporal e espacial. o lobo occipital direciona a visão. 
 
Cerebelo 
 
Funções: 
-Movimento 
-Equilíbrio 
-Postura 
-Tônus muscular 
 
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo fica localizado ao lado do tronco 
encefálico. É parecido com o córtex cerebral em alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e 
tem um córtex que recobre estes hemisférios. 
 
Tronco Encefálico 
 
Funções: 
-Respiração 
-Ritmo dos batimentos cardíacos 
-Pressão Arterial 
 
O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo e a medula espinhal. Possui várias 
estruturas como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte. Algumas destas áreas são responsáveis pelas funções 
básicas para a manutenção da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a pressão arterial. 
Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas (a chamada 
vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro 
e o ato de engolir. 
Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da respiração, além de ser 
um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras nervosas 
que ligam o cérebro à medula. 
 
Mesencéfalo 
 
Funções: 
-Visão 
-Audição 
-Movimento dos Olhos 
-Movimento do corpo 
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Tálamo 
 
Funções: 
-Integração Sensorial 
-Integração Motora 
 
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex cerebral. O córtex cerebral 
envia informações motoras para o tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo. Participa, 
juntamente com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é encarregado de “filtrar” mensagens que 
se dirigem às partes conscientes do cérebro. 
 
Sistema Límbico 
 
Funções: 
-Comportamento Emocional 
-Memória 
-Aprendizado 
-Emoções 
-Vida vegetativa (digestão, circulação, excreção etc.) 
O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os 
corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes para a emoção e reações 
emocionais. O hipocampo também é importante para a memória e o aprendizado. 
 
A Medula Espinhal 
 
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. 
Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra 
lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor 
de impulsos nervosos. 
 
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, 
a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-
as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. 
A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos 
músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu 
destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de 
lá parao cérebro. 
Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa cinzenta. Os 
axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As duas regiões também 
abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e 
a massa branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo). 
 
 
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Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a medula 
podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os 
distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem e mandam sinais aos 
neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula 
onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a 
capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios 
levando sinais para “cima e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em 
comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura. 
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem rompimento de pequenos 
vasos sanguíneos, impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes para as células não afetadas 
diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e 
tóxicos, que afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro 
inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que 
impedem os axônios lesados de crescerem e reconectarem. 
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à paralisia e atrofia 
dos músculos. 
 
O Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema 
nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de 
axônios ou de dendritos. 
As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus 
envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma 
camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva 
denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é 
envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número 
muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa. 
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos 
aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos de neurônios sensoriais 
(centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos 
motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos). 
Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios 
motores. 
Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula 
espinhal denominam-se raquidianos. 
Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente sensoriais, cinco 
são motores e os quatro restantes são mistos. 
 
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Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos 
esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior 
ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após 
saírem da medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que 
formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-
se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que 
formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 
pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma: 
 
-oito pares de nervos cervicais; 
 
-doze pares de nervos dorsais; 
 
-cinco pares de nervos lombares; 
 
-seis pares de nervos sagrados ou sacrais. 
 
O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso periférico. 
 
Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir-se em duas 
partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa. 
 
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o 
controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações involuntárias resultam da 
contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, 
também chamado involuntário ou visceral. 
 
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. 
Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos 
esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o 
axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva. 
 
O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente de nossa 
vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas 
digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do 
sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do 
SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, 
um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica 
localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido 
sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior 
do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um 
músculo liso ou cardíaco. 
 
O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes: 
 
-Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas 
dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares. 
 
-Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o 
estômago, o coração e os pulmões. 
 
-Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com 
que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano. 
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O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso 
parassimpático. 
 De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos 
do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema 
parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do 
estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos. 
 
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao 
organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpáticoé responsável pela 
aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no 
sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. 
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como as 
reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras. 
Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-
ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado 
pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual 
esses neurônios são chamados colinérgicos. 
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, 
razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema 
nervoso central à glândula suprarrenal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que 
produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. 
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira 
antagônica. 
Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam, simultaneamente, 
quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade. 
 
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições fisiológicas 
podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as seguintes: 
 
-Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da medula 
espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sanguíneos cutâneos. Também o aquecimento do sangue que 
passa através do centro de controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, 
sem alterar os vasos profundos. 
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-Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um efeito local 
de dilatação dos vasos sanguíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito 
vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o 
sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sanguíneo em 
todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro. 
 
Nas junções neuromusculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do parassimpático, 
ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e pós-ganglionares. Nos dois casos, a 
substância neurotransmissora é a acetilcolina. Esse mediador químico atua nas dobras da membrana, 
aumentando a sua permeabilidade aos íons sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa 
área da membrana do músculo. Essa despolarização local promove um potencial de ação que é 
conduzido em ambas as direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular. Quase 
imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é destruída, o que permite a 
despolarização da membrana. 
 
O álcool e os neurotransmissores 
 
O etanol afeta diversos neurotransmissores no cérebro, entre eles o ácido gama-aminobutírico 
(GABA). Existem dois tipos de receptores deste neurotransmissor: os GABA-alfa e os GABA-beta, dos 
quais apenas o primeiro é estimulado pelo álcool, o que resulta numa diminuição de sensibilidade para 
outros estímulos. 
O resultado é um efeito muito mais inibitório no cérebro, levando ao relaxamento e sedação do 
organismo. Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito sedativo do álcool tais como aquelas 
responsáveis pelo movimento, memória, julgamento, respiração, etc. 
O sistema glutamatérgico, que utiliza glutamato como neurotransmissor, também parece desempenhar 
papel relevante nas alterações nervosas promovidas pelo etanol, pois o álcool também altera a ação 
sináptica do glutamato no cérebro, promovendo diminuição da sensibilidade aos estímulos. 
 
Depressão, ansiedade e neurotransmissores 
A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, o principal centro 
cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é consequência de um aumento funcional dos 
neurotransmissores na fenda sináptica, principalmente da noradrenalina, da serotonina e/ou da 
dopamina, bem como alteração no número e sensibilidade dos neurorreceptores. O aumento de 
neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses 
neurotransmissores no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase, 
enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores. 
 
A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu dependem de uma 
região cerebral localizada no hipotálamo. Com taxas normais de serotonina a pessoa sente-se satisfeita 
com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. 
 
Havendo diminuição da serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao 
ganho de peso. É por isso que medicamentos que aumentam a serotonina estão sendo cada vez mais 
utilizados nas dietas para perda de peso. 
 
Os atos reflexos 
Os atos reflexos ou simplesmente reflexos são respostas automáticas, involuntárias a um estímulo 
sensorial. O estímulo chega ao órgão receptor, é enviado à medula através de neurônios sensitivos ou 
aferentes (chegam pela raiz dorsal). Na medula, neurônios associativos recebem a informação e emitem 
uma ordem de ação através dos neurônios motores (saem da medula através da raiz ventral). Os 
neurônios motores ou eferentes chegam ao órgão efetor que realizará uma resposta ao estímulo inicial. 
Esse caminho seguido pelo impulso nervoso e que permite a execução de um ato reflexo é chamado arco 
reflexo. 
http://www.afh.bio.br 
 
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Sistema endócrino 
 
Sistema endócrino é constituído pelas glândulas endócrinas, assim chamadas por lançarem, 
diretamente no sangue, os hormônios que produzem; o que as difere das glândulas exócrinas, que lançam 
suas secreções para fora do corpo. 
Os hormônios são substâncias que influenciam na atividade de diversos órgãos do corpo, controlando 
o crescimento, a pressão arterial, a concentração de substâncias no sangue, etc. Esses hormônios são 
produzidos pelas células encontradas nas glândulas endócrinas, mas também podem ser produzidos pelo 
sistema nervoso, e por algumas células especializadas, encontradas em órgãos como coração, intestino, 
fígado, rins e estômago. Quando liberados no sangue, agem apenas em um determinado tipo de célula, 
e por esse motivo elas são chamadas de células alvo. As células alvo possuem proteínas chamadas de 
receptores hormonais, que podem estar nas membranas ou no interior das células. Esses receptores 
hormonais combinam-se a um tipo específico de hormônio, ou seja, cada tipo de hormônio se une apenas 
a células que tenham receptores complementares aos seus, sendo que a estimulação hormonal ocorre 
somente se houver essa combinação correta. 
Ao se encaixarem, os receptores presentes nas células são ativados, e essa ativação provoca 
inúmeras reações químicas. Uma dessas reações é a produção de monofosfato de adenosina cíclico 
(AMP cíclico), que estimula a síntese de proteínas, ativa algumas enzimas, aumenta a permeabilidade da 
membrana plasmática, dentre outras reações. 
Podemos ver o resultado de uma dessas reações no crescimento do corpo, pois, com o aumento na 
velocidade da divisão celular e da síntese de proteínas, há o crescimento do organismo, como no efeito 
do hormônio do crescimento sintetizado pela hipófise. Outros hormônios podem causaroutros efeitos, 
como facilitar a entrada de glicose na célula, estimular a oxidação do alimento, aumentar o desejo sexual, 
etc. 
No corpo humano existem várias glândulas endócrinas, mas as principais são: 
 
 
 
- hipófise; 
- tireoide; 
- paratireoides; 
- suprarrenais ou adrenais; 
- pâncreas; 
- gônadas (testículos e ovário). 
 
 
Há uma região no encéfalo, denominada hipotálamo, que produz hormônios que controlam a hipófise. 
O tecido adiposo também atua como glândula endócrina, pois, ao acumular uma quantidade de gordura, 
ele começa a produzir a lipsina, um hormônio que atua no hipotálamo e que provoca a diminuição do 
apetite. 
 
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Hipófise é também chamada de glândula pituitária. Ela se localiza na base do encéfalo e é considerada 
como a glândula mestra do corpo, em razão de seus hormônios regularem o funcionamento de várias 
glândulas endócrinas. Divide-se em adenoipófise e neuro-hipófise. 
 
A adenoipófise produz e libera hormônios chamados de hormônios tróficos, ou seja, hormônios que 
controlam outras glândulas endócrinas. Os principais hormônios produzidos pela adenoipófise são o 
hormônio tireotrófico (TSH), que regula as atividades da glândula tireoide; o hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH), que regula o córtex das suprarrenais; o hormônio folículo estimulante 
(FSH), que atua no crescimento dos folículos nos ovários e espermatozoides nos testículos; e o hormônio 
luteinizante (LH), que provoca a ovulação e a formação do corpo lúteo nos ovários e a produção de 
testosterona nos testículos. 
 
A adenoipófise secreta outros hormônios, são eles: a prolactina, que estimula a produção de leite 
durante a gravidez e no período de amamentação; e o hormônio do crescimento, também chamado de 
somatrotofina ou GH. 
 
A neuro-hipófise pode ser definida como uma expansão do hipotálamo e armazena e secreta dois 
hormônios, a oxitocina e o hormônio antidiurético (também conhecido como vasopressina). 
 
Tireoide localiza-se no pescoço, na porção inicial da traqueia, produz a tiroxina e a triiodotironina, 
hormônios que possuem de três a quatro átomos de iodo em sua molécula. Os hormônios produzidos por 
essa glândula ajudam a manter normais a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, o tônus muscular e as 
funções sexuais. Algumas alterações na tireoide podem provocar o hipertireoidismo (a glândula produz 
hormônio em excesso) ou o hipotireoidismo (a produção de hormônios é deficiente). A calcitonina 
também é um hormônio produzido em pequenas quantidades pela tireoide. 
Paratireoides são encontradas em quatro e se localizam atrás da tireoide. Sintetizam o paratormônio, 
que atua no controle da taxa de cálcio no sangue. 
 
Pâncreas: Glândula com funções endócrina e exócrina, o pâncreas é constituído por células 
chamadas de ilhotas de Langerhans, nas quais encontramos dois tipos de células: as células beta, que 
produzem o hormônio insulina; e as células alfa, que produzem o hormônio glucagon. 
 
Suprarrenais: também chamadas de adrenais, as suprarrenais encontram-se sobre os rins e são 
divididas em duas regiões: o córtex e a medula. No córtex são sintetizados os corticosteroides 
(mineralocorticoides e glicocorticoides) a partir do colesterol. O principal mineralocorticoide é a 
aldosterona, enquanto que o principal glicocorticoide é o cortisol. Na medula das suprarrenais são 
produzidos os hormônios adrenalina e noradrenalina. 
 
Gônadas: as gônadas são os testículos no sexo masculino; e os ovários, no sexo feminino. Elas são 
as responsáveis pela produção de gametas, mas também sintetizam hormônios que podem influenciar 
no crescimento e desenvolvimento do corpo. Chamados de hormônios sexuais, os hormônios 
produzidos pelas gônadas controlam o ciclo reprodutivo e o comportamento sexual, sendo que os 
testículos produzem a testosterona, enquanto que os ovários produzem o estrógeno e a progesterona. 
 
Sistema excretor 
 
Anatomia e Fisiologia 
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam 
a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de 
ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra. 
 
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Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna 
vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. 
Têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais 
externo, e a medula - mais interna. 
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões 
de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal. 
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma 
expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo 
contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca 
em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções. 
 
Como funcionam os rins 
 
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando 
grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do 
néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi. 
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que 
normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a 
cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de 
Bowman constituem o filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma 
sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares 
glomerulares. 
 
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por 
células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses 
íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique 
menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre 
o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) 
para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente 
percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Consequentemente, ele perde ainda 
mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular 
é alta. 
 
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é 
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa 
região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo 
contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. 
Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. 
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Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém 
são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado 
glomerular é reabsorvido. 
Além desses processos gerais descritos,ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de 
aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais 
encontradas. 
 
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. 
 
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso 
único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração. 
 
Regulação da função renal 
 
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do 
corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função 
da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em 
função da menor reabsorção de água. 
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), 
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada 
por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma 
(pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o 
sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células 
desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais 
concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH 
e, consequentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção 
do excesso de água, o que torna a urina mais diluída. 
 
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de 
urina. 
Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro iônico do organismo: a aldosterona, 
produzida nas glândulas suprarrenais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, 
possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte 
maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína 
chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada 
angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as 
glândulas suprarrenais a produzirem a aldosterona. 
 
 
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RESUMINDO 
Sangue arterial conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg) à filtração 
à parte do plasma (sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de Bowmann (filtrado 
glomerular) à reabsorção ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e passiva de Cl- e água ao longo dos 
túbulos do néfron, como esquematizado abaixo. 
 
Túbulo contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à reabsorção ativa de 
sódio / remoção passiva de cloro 
Líquido tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares 
Absorção de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de Henle 
Porção ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao transporte ativo de 
sais à remoção ativa de sódio 
Líquido tubular hipotônico à reabsorção de água por osmose no túbulo contorcido distal 
 
OBS: Ocorre, também, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse 
modo, no final do túbulo distal essas substâncias já não são mais encontradas 
 
Regulação da função renal - resumo 
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico, 
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. 
 1- Aumento na concentração do plasma (pouca água) receptores osmóticos localizados no 
hipotálamo produção de ADH sangue túbulos distal e coletor do néfron células mais permeáveis à 
água reabsorção de água urina mais concentrada. 
2- Concentração do plasma baixa (muita água) e álcool inibição de ADH menor absorção de água 
nos túbulos distal e coletor urina mais diluída. 
3- ALDOSTERONA: produzida nas glândulas suprarrenais, aumenta a absorção ativa de sódio e 
a secreção ativa de potássio nos túbulos distal e coletor. 
 
Sistema esquelético 
 
Anatomia e Fisiologia 
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio 
para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e 
cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. 
 
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O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica. 
 
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; 
cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou 
anteriores e inferiores ou posteriores). 
 
Esqueleto axial 
 
1 Caixa craniana 
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide, nasal, 
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior). 
 
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São 
Paulo, Ed. Moderna, 1997. 
 
Observações: 
Primeiro - no osso esfenoide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma 
das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. 
 
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que 
facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso. 
 
2- Coluna vertebral 
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um 
canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical 
(região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (cóccix). 
 
 
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3-Caixa torácica 
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 
12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se 
reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando 
ao esterno). 
 
 
 
Esqueleto apendicular 
 
Membros e cinturas articulares 
 
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – 
articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos 
e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges. 
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais 
longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal 
do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados 
tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), 
pelas falanges. 
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de 
cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela escápula 
ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída 
pelo sacro - osso volumoso resultanteda fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo 
cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com 
ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna. 
 
 
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Juntas e articulações 
 
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são fixas; 
nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações, os ossos 
são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos. 
 
Ligamentos 
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes 
constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que 
revestem os ossos. 
 
Classificação dos ossos 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada 
epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, 
por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
 
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos 
pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas 
uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos 
da bacia, escápula. 
 
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - responsável 
pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo 
ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se 
um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou 
epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido pela 
medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é 
vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. 
O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido 
hematopoiético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é 
encontrada principalmente nas epífises. 
 
TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO 
 
O tecido ósseo 
 
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções 
estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os 
músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido 
muscular. 
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. 
Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, 
substituindo a medula vermelha que ali existia previamente. 
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o 
componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. 
No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos: 
 
-Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas 
lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de 
nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental 
na manutenção da integridade da matriz óssea. 
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-Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno 
tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da 
mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar 
muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular 
semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando 
estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese proteica diminui e o seu 
citoplasma torna-se menos basófilo. 
 
-Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. 
São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que 
atravessam os capilares sanguíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia 
que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente 
se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação 
enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. 
- Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e 
uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de 
hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes 
específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I). 
 
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido 
ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades 
apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição 
de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços 
medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido 
ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos 
canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sanguíneos: canais de 
Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande 
sensibilidade e capacidade de regeneração. 
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), possuindo uma trajetória 
perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, 
que percorrem o osso longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de 
cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de 
células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas é 
denominado sistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam 
lamelas concêntricas. 
Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos 
uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são 
revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. 
Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em osteoblastos. Portanto, são 
importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o 
crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as 
cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade 
e capacidade de regeneração. 
 
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser: 
-vermelha:formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): 
constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares. 
-amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue). 
 
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos 
ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do 
úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero 
transforma-se em amarela. 
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O TECIDO CARTILAGINOSO 
 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. 
Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve 
choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A 
cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e 
de uma matriz extracelular altamente especializada. 
 
É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo 
envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. Em alguns casos, 
vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é 
desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto para a 
difusão de substâncias entre os vasos sanguíneos do tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. As 
cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas; uma lacuna pode conter um 
ou mais condrócitos. A matriz extracelular da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma flexibilidade, 
sendo responsável pelas suas propriedades elásticas. As propriedades do tecido cartilaginoso, 
relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno 
ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas (proteína + 
glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se 
deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à grande 
quantidade de moléculas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem 
turgidez à matriz. 
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma bainha 
conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual continua gradualmente com a cartilagem por uma 
face e com o conjuntivo adjacente pela outra. 
 
 As cartilagens basicamente se dividem em três tipos distintos: 
1) cartilagem hialina; 
2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa; 
3) cartilagem elástica. 
 
Cartilagem hialina 
 
Distingue-se pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e amorfa (figura ao lado). Por toda 
cartilagem há espaços, chamados lacunas, no interior das lacunas encontram-se condrócitos. Essas 
lacunas são circundadas pela matriz, a qual tem dois componentes: fibrilas de colágeno e matriz 
fundamental 
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que se desenvolverão a 
partir do processo de ossificação endocondral. Durante o desenvolvimento ósseo endocondral, a 
cartilagem hialina funciona como placa de crescimento epifisário e essa placa continua funcional enquanto 
o osso estiver crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está presente 
somente na superfície articular. No adulto, também está presente como unidade esquelética na traquéia, 
nos brônquios, na laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais). 
 
Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um tecido conjuntivo firmemente 
aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está presente nos locais em que a cartilagem forma 
uma superfície livre, como nas cavidades articulares e nos locais em que ela entra em contato direto com 
o osso. Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem também a função de nutrição, 
oxigenação, além de ser fonte de novas células cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na parte mais 
superficial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é mais rico em células. 
 
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de 
hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e morte das células. 
A matriz da cartilagem hialina sofre calcificação regularmente em três situações bem definidas: 
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1) a porção da cartilagem articular que está em contato com o osso é calcificada; 
2) a calcificação sempre ocorre nas cartilagens que estão para ser substituídas por osso durante o 
período de crescimento do indivíduo; 
3) a cartilagem hialina de todo o corpo se calcifica como parte do processo de envelhecimento. 
 
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade e, frequentemente, de modo 
incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto, a regeneração se dá pela atividade do 
pericôndrio. Havendo fratura de uma peça cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a área 
da fratura e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área destruída é extensa, ou 
mesmo, algumas vezes, em lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido cartilaginoso, 
forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso. 
 
Cartilagem elástica 
 
Esta é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e lâminas de material elástico, além 
das fibrilas de colágeno e da substância fundamental. O material elástico confere maior elasticidade à 
cartilagem, como a que se pode ver no pavilhão da orelha. A presença desse material elástico (elastina) 
confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada, quando examinado a fresco. A cartilagem elástica 
pode estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como 
a cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. A cartilagem 
elástica é menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode ser encontrada no pavilhão 
da orelha, nas paredes do canal auditivo externo, na tuba auditiva e na laringe. Em todos estes locais há 
pericôndrio circundante. Diferentemente da cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifica. 
 
Fibrocartilagem ou Cartilagem fibrosa 
 
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características intermediárias entre o 
conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma forma de cartilagem na qual a matriz contém feixes 
evidentes de espessas fibras colágenas. Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas 
constituem feixes, que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um 
arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Essa orientação depende das forças que atuam 
sobre a fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se paralelamente às trações exercidas sobre eles. 
Na fibrocartilagem não existe pericôndrio. A fibrocartilagem está caracteristicamente presente nos discos 
intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares das articulações dos joelhos e em certos locais 
onde os tendões se ligam aos ossos. Geralmente, a presença de fibrocartilagem indica que naquele local 
o tecido precisa resistir à compressão e ao desgaste. 
 
Crescimento 
A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial. Crescimento aposicional é 
a formação decartilagem sobre a superfície de uma cartilagem já existente. As células empenhadas 
nesse tipo de crescimento derivam do pericôndrio. O crescimento intersticial ocorre no interior da massa 
cartilaginosa. Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se dividir e porque a matriz é 
distensível. Embora as células-filhas ocupem temporariamente a mesma lacuna, separam-se quando 
secretam nova matriz extracelular. Quando parte desta última matriz é secretada, forma-se uma divisão 
entre as células e, neste ponto, cada célula ocupa sua própria lacuna. Com a continuidade da secreção 
da matriz, as células ficam ainda mais separadas entre si. 
Na cartilagem do adulto, os condrócitos frequentemente estão situados em grupos compactos ou 
podem estar alinhados em fileiras. Esses grupos de condrócitos são formados como consequência de 
várias divisões sucessivas durante a última fase de desenvolvimento. Há pouca produção de matriz 
adicional e os condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são chamados de grupos 
isógenos. 
 
 
 
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Sistema muscular 
 
Anatomia 
As células musculares são chamadas fibras musculares porque são longas e estreitas. 
As fibras musculares produzem contrações que movimentam as partes do corpo. 
O tecido conectivo associado transporta fibras nervosas e capilares para as fibras musculares à 
medida que as une em feixes ou fascículos. 
Os músculos também dão forma e fornecem calor ao corpo. 
 
Tipos de músculos: 
 
- Músculo Estriado Esquelético: movimenta os ossos em suas articulações e outras estruturas 
(mímica). Faz contrações fortes e rápidas. 
É formado por fibras cilíndricas grandes, longas, não ramificadas e com estriações transversais. São 
arranjadas em feixes paralelos. 
Tem núcleos múltiplos. 
Sua estimulação é voluntária. 
Localizam-se fixados ao esqueleto e às fáscias dos membros, a parede corporal e à cabeça e pescoço. 
 
- Músculo Estriado Cardíaco: forma a maior parte das paredes do coração e partes adjacentes dos 
grandes vasos. 
É formado por fibras mais curtas, ramificadas e anastomosadas com estriações transversas, correndo 
paralelas e unidas por junções complexas (discos intercalados), núcleo único e central. 
Sua estimulação é involuntária, sua contração é rítmica, forte, rápida e contínua. 
Age para bombear o sangue do coração. 
 
- Músculo Liso: forma parte das paredes da maioria dos vasos e órgãos ocos. Movimenta substâncias 
através das vísceras, como o intestino e controla o movimento dos vasos sanguíneos. 
É formado por fibras fusiformes, simples ou aglomeradas, pequenas, sem estriações, de núcleo único 
e central. 
É de estimulação involuntária, de contração fraca, lenta, rítmica ou tônica sustentada. 
Age principalmente para impelir substâncias (peristalsia) e para restringir o fluxo (vasoconstricção). 
É encontrado nas paredes das vísceras ocas e vasos sanguíneos, fixados aos folículos pilosos da pele 
(músculo eretor dos pelos). 
 
Músculo Esquelético: 
A maioria dos músculos esqueléticos está fixada, direta ou indiretamente, nos ossos através de 
tendões, cartilagens, ligamentos, fáscias ou alguma combinação destas estruturas. 
Alguns músculos esqueléticos estão fixados a órgãos (bulbo dos olhos), à pele (músculos da face) e à 
túnica mucosa (músculos intrínsecos da língua). 
As fixações dos músculos são comumente descritas como origem e inserção. A origem normalmente 
é a extremidade proximal do músculo, que permanece fixa durante a contração muscular. E a inserção 
geralmente é a extremidade distal do músculo, que é móvel. Alguns músculos podem agir em ambas as 
direções sob circunstâncias diferentes. 
As músculos esqueléticos produzem o movimento do esqueleto e de outras partes. São voluntários 
porque muitos deles podem ser controlados à vontade, embora algumas de suas ações seja automática 
(por exemplo: o diafragma se contrai automaticamente apesar de poder ser controlado voluntariamente). 
Produzem movimento por encurtamento (eles puxam, nunca empurram). Contudo, certos fenômenos 
tiram proveito de toda a expansão dos ventres musculares durante a contração (por exemplo: o estalido 
dos ouvidos para equilibrar a pressão do ar e a bomba músculo-venosa). 
A parte “carnuda” é o ventre do músculo. Alguns músculos são completamente carnudos, mas a 
maioria possui tendões que se fixam nos ossos. 
O comprimento do músculo é a distância entre suas fixações ósseas. 
Alguns tendões formam lâminas planas, ou aponeuroses, que fixam um músculo no outro. 
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Os músculos esqueléticos podem ser classificados de acordo com sua forma: 
- músculo plano: com fibras paralelas frequentemente possuindo uma aponeurose (exemplo: músculo 
oblíquo externo do abdome). 
- músculo peniforme: são em forma de pena, podendo ser uni, bi ou multipeniforme, como o músculo 
deltoide. 
- músculo fusiforme: é em forma de fuso (o ventre é grosso e arredondado, e as extremidades são 
afiladas), como por exemplo, o bíceps braquial. 
- músculo quadrado: possui quatro lados iguais, como por exemplo, o pronador quadrado. 
- músculo circular ou esfinctérico: envolve uma abertura ou orifício do corpo, comprimindo-a quando 
contraído (exemplo: músculo orbicular do olho). 
A unidade estrutural de um músculo é uma fibra muscular. Uma unidade motora é a unidade funcional 
que consiste em um neurônio motor e as fibras musculares que ele controla. Quando um impulso nervoso 
alcança um neurônio motor na medula espinhal, um outro impulso é iniciado, levando todas as fibras 
musculares supridas por aquela unidade motora a se contraírem simultaneamente. A quantidade de fibras 
musculares varia de acordo com o tamanho e a função do músculo. 
Os movimentos resultam da ativação de um número crescente de unidades motoras. Durante os 
movimentos do corpo, os músculos principais são colocados em ação. 
Agonistas são os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, se contraindo 
ativamente para produzir o movimento desejado. 
Antagonistas são os músculos que se opõem à ação dos agonistas. Quando um agonista se contrai, 
o antagonista se relaxa. 
Sinergistas são os músculos que impedem o movimento da articulação interposta quando um agonista 
passa por cima de mais de uma articulação. Eles complementam a ação dos agonistas. 
Fixadores fixam as partes proximais de um membro enquanto os movimento estão ocorrendo nas 
partes distais. 
O mesmo músculo pode atuar como agonista, antagonista, sinergista ou fixador, sob situações 
diferentes (não ao mesmo tempo). 
 
Músculo de ação rápida: é aquele cuja tração atua normalmente ao longo da linha dos ossos aos 
quais está fixado e emprega a maior parte de sua força para manter o contato entre as faces articulares 
da articulação que cruza (exemplo: braquiorradial). 
Músculo de impulsão: é aquele que está posicionado mais transversalmente ao osso que ele 
movimenta, sendo capaz de movimentar rápido e eficientemente (exemplo: bíceps braquial). 
 
Músculo Cardíaco: 
Forma o miocárdio, as paredes da aorta, a veia pulmonar e a veia cava superior. 
Faz contrações involuntárias. A freqüência cardíaca é controlada intrinsecamente por um marcapasso 
composto de fibras musculares cardíacas especiais, que são influenciadas pelo sistema nervoso 
autônomo. 
As fibras musculares cardíacas são cadeias de células musculares cardíacas unidas ponta a ponta por 
junções celulares. 
É estriado. As estriações são atravessadas em intervalos por discos intercalados. A maioria de suas 
células tem um único núcleo. 
 
Músculo Liso: 
Ausênciade estriações. 
Forma a parede da maioria dos vasos sanguíneos e a parte muscular da parede do trato digestivo. 
Está presente na pele (músculos eretores do pelo) e no bulbo do olho. 
É inervado pelo SNA, por tanto, é involuntário. 
Sofrem contrações rítmicas (ondas peristálticas). Esse processo (peristalsia) impulsiona os conteúdos 
ao longo das estruturas tubulares. 
 
 
 
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. 71 
Túnel do Carpo 
Túnel do carpo é um canal formado pela proeminência anterior dos ossos carpais externos, que lhe 
servem de base, e um ligamento transverso, que compõe o teto do túnel. 
Por esse canal, passam o nervo mediano e nove tendões responsáveis pela flexão dos dedos. O nervo 
mediano que vem do antebraço e passa para a mão através desse canal estreito, enerva o polegar, as 
duas faces do indicador e do dedo médio e a face interna do quarto dedo. 
A sensibilidade e a motricidade de parte do quarto dedo e o quinto dedo são supridas pelo nervo ulnar. 
A síndrome do túnel do carpo resulta da compressão do nervo mediano, e é caracterizada por dor, 
alterações da sensibilidade ou formigamentos no punho, geralmente associada com movimentos manuais 
inadequados ou repetitivos. 
 
Canal de Guyon 
O canal de Guyon é um túnel osteo-fibroso limitado pelo hamato e pisiforme. O teto é o ligamento 
transverso do carpo. Passam pelo canal a artéria e o nervo ulnar. 
O canal de Guyon fica localizado parte proximal do punho. 
Na síndrome do canal de Guyon, ocorre a compressão do nervo ulnar, devido a qualquer estreitamento 
de espaço ocupado pelo nervo, podendo ser relacionadas ao tipo de trabalho do indivíduo como pode ser 
também congênito. Os sintomas são de dor parestesias, fraqueza, intolerância ao calor, impotência 
funcional, garra ulnar, hipotrofia dos músculos interósseos e lumbricais. 
 
Pata de Ganso 
A borda medial da tuberosidade da tíbia é denominada “pata de ganso”. 
Na pata de ganso (Pes anserinus) se inserem os tendões dos músculos semitendíneo, grácil e sartório. 
A tendinite da pata de ganso é uma inflamação da inserção dos tendões dos músculos sartório, grácil 
e semitendinoso na região medial do terço proximal da tíbia. A queixa clínica é a dor, localizada no 
compartimento medial do joelho e percebida ao caminhar. No exame físico a dor é bem localizada e 
desencadeada pela compressão do local. 
 
O cabo longo do semimembranáceo insere-se anteriormente na tíbia, passando e formando um leito 
ósseo, praticamente paralelo à superfície articular superior da tíbia. Este tendão também é usado nas 
operações de retensionamento, particularmente naquelas em que se objetiva a rotação interna da perna. 
Do lado medial os músculos da verdadeira pata de ganso: sartório, grácil e semitendíneo, este em 20% 
das vezes tem o seu tendão bifurcado na inserção tibial. 
 
Músculos do jarrete 
Os músculos do jarrete: músculo bíceps da coxa, o músculo semitendíneo e semimembranáceo. 
Estes músculos são assim chamados porque se os seus tendões forem cortados, por trás do joelho, 
este deixa de poder se fletir impedindo o andar, ficando o paciente impotente para dar um passo tal como 
um “velho jarreta”. 
 
Região Poplítea 
É a região formada pelo semitendíneo, bíceps femural e o gastrocnêmio; situada atrás do joelho. Nela 
há o trígono poplíteo superior, formado por: músculo bíceps femural (lateralmente); e músculo 
semitendinoso e semimembranoso (medialmente). 
 
O vértice do Trígono Poplíteo Superior é formado pelo Anel dos Músculos Adutores (Anel de HUNTER) 
que marca o nível ótimo para a amputação do membro inferior nos casos em que tal procedimento se faz 
necessário. 
O Conteúdo do trígono poplíteo superior é: 
- a bifurcação do nervo ciático, originado do plexo sacral, em ciático lateral (ou nervo fibular) e em 
ciático medial (ou nervo tibial); 
- a artéria e veia poplíteas. 
 
 
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Canal dos adutores 
É uma passagem longa e estreita no terço médio da coxa. Estende-se do ápice do trígono femural, 
onde o sartório cruza sobre o adutor longo até o hiato dos adutores, no tendão do adutor magno. 
O canal dos adutores proporciona uma passagem intramuscular para artérias e veias femorais, o nervo 
safeno e o nervo para o vasto medial, levando os vasos femurais até a fossa poplítea, onde tornam-se 
vasos poplíteos. 
O canal dos adutores é limitado ântero-lateralmente pelo vasto medial, posteriormente pelos adutores 
longo e magno e medialmente pelo sartório. 
 
Região do trígono femoral (m. sartório, ligamento inguinal e m. adutor longo) 
Trígono femural ou trígono de Scarpey 
 
Esse trígono é delimitado por: 
- Ligamento Inguinal (superiormente); 
- Músculo Sartório ou Costureiro (lateralmente); 
- Músculo Adutor Mediano (medialmente). 
O assoalho desse trígono é formado por: 
- Músculo Pectíneo (medialmente); 
- Músculo Psoas-ilíaco (lateralmente). 
O conteúdo desse trígono, do medial para o lateral: 
- Veia Femural Comum; 
- Artéria Femural Comum; 
- Nervo Femural (originado do plexo lombar). 
 
O nervo femoral faz inervação motora dos músculos da região ântero-medial da coxa, além de inervar 
sensitivamente a parte medial da coxa e da perna. 
A veia femoral é a continuação da veia poplítea, que faz a drenagem venosa profunda do membro 
inferior. 
Além disso, ela também recebe a veia safena magna que, juntamente com a safena parva, fazem a 
drenagem venosa superficial do membro inferior. 
A irrigação arterial da coxa, região hipogástrica, pudenda e da perna se faz pela artéria femoral e seus 
ramos. 
 
O ligamento inguinal é originário do músculo oblíquo externo ou maior do abdome, indo da espinha 
ilíaca anterossuperior até a sínfise púbica. Com 2 orifícios: 
- Osteo Lateral - Osteo Crural - por onde atravessa o VAN femural; 
- Osteo Medial - por onde passa o funículo ou cordão espermático. 
 
Bainha femoral 
É um prolongamento da fáscia transversal que passa por baixo do ligamento inguinal e distingue três 
compartimentos. No lateral, está a artéria femoral, no médio, a veia femoral e o medial é denominado 
canal femoral. Este canal é o menor dos compartimentos e normalmente contém vasos linfáticos e tecido 
adiposo. Neste local pode haver a protrusão de vísceras da cavidade peritoneal, constituindo a hérnia 
femoral ou crural. 
 
Canal dos adutores 
É formado por fáscias no qual passam os vasos femorais da face anterior da coxa para a fossa poplítea. 
É limitado anteriormente pelo músculo sartório, ântero-medialmente pelos músculos vasto medial e fibras 
do adutor magno e, lateralmente, pelo músculo vasto medial. Passam pelo canal a artéria femoral, a veia 
femoral e o nervo safeno. 
 
 
 
 
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Hiato safeno 
 
A cerca de quatro centímetros abaixo do ligamento inguinal, lateralmente ao tubérculo púbico, 
encontra-se uma abertura denominada de hiato safeno, pela qual passa a veia safena magna antes de 
desembocar na veia femoral. É preenchido por um tecido frouxo: a fáscia crivosa. 
 
Tipos de pé - o arco longitudinal medial divide o pé em três tipos básicos: 
- pé Normal; 
- pé Plano ou Pé Chato; 
- pé Cavo. 
 
Esses três tipos de pé diferem no seu Podoglifo, impressão formada pela sola do pé, mostrando o 
arranjo do arco longitudinal medial. 
O pé plano ou pé chato é a causa mais comum de genuvalgo (joelhos ficam próximos) e genuvaro 
(joelhos ficam afastados, dando a perna a forma de um arco). 
 
Outra divisão para os pés se baseia no comprimento dos dois primeiros pododáctilos,e é a seguinte: 
- pé Egípcio - o comprimento do hálux é maior que o do segundo pododáctilo; 
- pé Grego - o comprimento do segundo dedo é maior que o do hálux; 
- pé Quadrado - os comprimentos dos dois primeiros pododáctilos se equivalem, é o tipo mais comum 
entre os brasileiros. 
 
As patologias mais comuns envolvendo os pés são: 
 
Pé equino: houve um encurtamento do tendão de Aquiles, fazendo com que a pessoa não encoste o 
calcâneo no chão ao caminhar. 
Pé equino varo: é o pé torto congênito, a pessoa apoia o dorso do pé ao caminhar. 
Pé equino valgo: a pessoa apoia-se no arco medial (parte interna do pé) ao andar. 
Pé invertido ou “pé-de-papagaio”: a pessoa encosta a ponta de um pé no outro ao pisar, pois seu pé 
fica numa posição de inversão permanente. 
 
Fisiologia 
 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e 
distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há 
basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. 
 
 
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se 
na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, 
grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O 
estímulo para a contração dos músculos lisos é 
mediado pelo sistema nervoso vegetativo. 
 
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo 
sistema nervoso central e, como este se encontra 
em parte sob controle consciente, chama-se 
músculo voluntário. As contrações do músculo 
esquelético permitem os movimentos dos 
diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
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Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular 
forma a maior parte do coração dos vertebrados. 
O músculo cardíaco carece de controle voluntário. 
É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. 
 
Estriado esquelético 
-Miócitos longos, multinucleados (núcleos periféricos). 
-Miofilamentos organizam-se em estrias longitudinais e transversais. 
-Contração rápida e voluntária 
 
Estriado cardíaco 
-Miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. 
-Células alongadas, irregularmente ramificadas, que se unem por estruturas especiais: discos 
intercalares. 
-Contração involuntária, vigorosa e rítmica. 
 
Liso 
-Miócitos alongados, mononucleados e sem estrias transversais. 
-Contração involuntária e lenta. 
 
Musculatura Esquelética 
 
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que 
se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos 
ossos, sendo responsável pela movimentação corporal. 
 
 
 
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, 
que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais 
delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). 
 
O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do 
músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. 
 
A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é 
infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de 
filamento fusiforme. 
 
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No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a ideia de ser a fibra constituída por 
várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos 
dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de 
ponta a ponta. 
 
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por 
filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina 
e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais 
alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos 
esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados. 
 
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo 
sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio. 
 
 
 
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, 
denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do 
sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas 
filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada 
linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é 
chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. 
Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. 
Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da 
fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão. 
 
Contração: A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos 
filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas 
projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é 
estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os 
filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a 
contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a 
desaparecer. 
 
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Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra 
muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de 
miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. 
Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não 
ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas. 
 
A química da contração muscular 
 
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular 
através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) 
e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no 
hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina 
e permite que está se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o 
cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a 
contração. 
 
 
 
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas durante a respiração 
celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o 
relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento 
muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis). 
 
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de 
atividade muscular intensa.A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância 
denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir 
que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina 
(principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a 
contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se 
transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques 
de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio 
armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível. 
 
 
 
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular mostra, em 
sequência, os seguintes eventos: 
 
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o citoplasma. 
 
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o 
ATP, liberando a energia de um radical fosfato: 
 
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3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de miosina, caracterizando 
o encurtamento das miofibrilas. 
 
Musculatura Lisa 
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos lisos. Os músculos 
viscerais são também constituídos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras 
musculares esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, 
um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, além de lenta. 
As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso 
autônomo. 
 
 
 
Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular de íons 
cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. Quando há uma excitação da 
membrana, os íons cálcio armazenados no retículo sarcoplasmático são então liberados para o 
citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a 
miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então praticamente da mesma 
forma que nos músculos estriados, resultando então na contração muscular. 
 
Musculatura Cardíaca 
 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de apresentar estrias 
transversais, suas fibras contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, 
características estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular 
 
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem compactos, 
dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao 
microscópio eletrônico podemos notar que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de 
delgadas membranas celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca. 
 
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A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no músculo estriado 
esquelético, com algumas diferenças: 
-os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
 
-retículo sarcoplasmático menor; 
 
-as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio mais limitada; 
 
-tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração cardíaca: o influxo de 
cálcio externo age como desencadeador da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo 
sarcoplasmático, provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem 
bombeados de volta para o retículo. 
 
 
 
Sistema tegumentar 
Anatomia e fisiologia 
Estrutura do tegumento (pele) 
O tegumento humano, mais conhecido como pele, é formado por duas camadas distintas, firmemente 
unidas entre si: a epiderme e a derme. 
Epiderme 
A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de células 
achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, denominada epitélio 
germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas 
células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À medida que 
envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si 
uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem repletas 
de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável 
à água, denominado camada queratinizada ou córnea. 
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos 
térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são 
especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos de 
natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos sanguíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam 
à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. 
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Nas regiões da pele providas de pelo, existem terminações nervosas específicas nos folículos 
capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que 
envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Os terminais de Ruffini, 
com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor. 
Na pele desprovida de pelo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três tipos de 
receptores comuns: 
1) Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por 
uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a 
diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é 
transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
2) Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada 
com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula 
especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu 
protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. 
3) Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos 
dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, 
ambos envolvidos por uma membrana basal. 
Na pele sem pelo encontram-se, ainda, outros receptores específicos: 
4) Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pelos (como nas partes mais 
altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se 
entrelaçam com células acessórias. 
5) Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa cuja 
terminação possui forma de clava. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas 
(por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais). 
 
 
 
 
 
 
Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina, pigmento 
que determina a coloração da pele. 
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As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na derme, embora 
tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de ureia) é drenado pelo duto 
das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a epiderme 
e os pelos) sai pelos poros de onde emergem os pelos. 
A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da temperatura 
ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao aumento da atividade 
física. 
 
Derme 
 
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras 
proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células 
da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a 
substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. 
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pelo, fibras elásticas (elasticidade), fibras 
colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos. 
 
Tecido subcutâneo 
 
Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico em fibras e em 
células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada subcutânea, denominada 
hipoderme, atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico. 
 
Unhas e pelos 
 
Unhas e pelos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas. Na 
base da unha ou do pelo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as células mais 
velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pelo. 
Cada pelo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e a uma ou mais 
glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação. 
 
 
 
Sistema sensorial 
 
Anatomia e Fisiologia 
O sistema sensorial é um conjunto de órgãos dotados de células especializadas que são capazes de 
captar estímulos internos e externos. 
Todo animal tem a capacidade de perceber estímulos provenientes do ambiente externo e interno. 
Esses estímulos são captados através de células altamente especializadas, chamadas de células 
sensoriais; ou através de simples terminações nervosas dos neurônios. Essas células ou terminações 
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nervosas podem ser encontradas espalhadas pelo corpo e nos órgãos dos sentidos (olfato, paladar, 
tato, visão e audição), formando o sistema sensorial. 
Embora cada órgão do sentido apresente um tipo de célula sensorial diferente, elas funcionam de 
maneira muito semelhante. Ao serem estimuladas, ocorre uma alteração na permeabilidade da membrana 
plasmática da célula sensorial, gerando impulsos nervosos que chegam até o sistema nervoso central, 
onde serão interpretados. Esses impulsos nervosos gerados pelas células sensoriais (através de uma luz 
que atinge os olhos ou de um odor que chega às narinas) são muito semelhantes. Somente quando 
chegam às áreas do cérebro responsáveis, nesse caso, pela visão e pelo olfato, é que os impulsos serão 
interpretados como sensações visuais e olfativas. Dessa forma, quem na verdade vê e cheira não são os 
olhos e o nariz, e sim o cérebro. 
As células sensoriais que podem captar os estímulos do ambiente são chamadas de exteroceptores 
e estão distribuídas na superfície externa do corpo, podendo ser encontradas nos órgãos responsáveis 
pelo paladar, olfato, audição e visão. 
O quimioceptor é um tipo de exteroceptor responsável pelo paladar e pelo olfato. Ele é estimulado 
quando moléculas de substâncias específicas se encaixam em proteínas receptoras presentes na 
membrana da célula, num processo chamado de chave-fechadura. 
Existem células sensoriais chamadas de proprioceptores e interoceptores que são especializadas 
na captação de estímulos internos do corpo. Os proprioceptores são encontrados nos músculos, tendões, 
juntas, cápsulas articulares e órgãos internos e têm a função de informar o sistema nervoso sobre a 
posição dos membros do corpo em relação ao restante do corpo. Os interoceptores estão localizados nas 
vísceras e vasos e têm a função de perceber as condições internas do organismo, permitindo-nos sentir 
sede, fome, náuseas, prazer sexual, etc., além de informar sobre as pressões de CO2 e O2 e pressão 
arterial. 
A nossa pele é responsável pelo tato e nela podemos encontrar os corpúsculos de Pacini, um 
mecanoceptor que capta estímulos mecânicos, transmitindo-os ao sistema nervoso central. 
Em nossa língua estão as papilas gustativas, que são as responsáveis pelo nosso paladar. Nela 
podemos encontrar quimioceptores que detectam a presença de substâncias químicas. Há papilas 
gustativas especializadas na percepção dos quatro sabores (azedo, salgado, doce e amargo). O olfato 
também tem papel importante na percepção dos sabores. 
Nossas narinas são as responsáveis pelo sentido do olfato. Nelas está o epitélio olfativo, um tecido 
especializado onde encontramos milhares de células olfativas, que possuem pelos que captam 
moléculas dissolvidas no ar que respiramos. 
Os ouvidos são os órgãos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Nele encontramos 
mecanoceptores que captam estímulos mecânicos retransmitindo-os ao sistema nervoso central. 
Já nos olhos encontramos células sensoriais que são estimuladas pela luminosidade, chamadas de 
fotoceptores, responsáveis pelo sentido da visão. Essas células são encontradas na retina e podem ser 
do tipo cone ou bastonete. Os bastonetes são muito sensíveis a variações na luminosidade, mas não 
distinguem cores, enquanto que os cones as distinguem. 
 
Pele 
A pele é o maior órgão do corpo humano e, além de outras funções, é responsável pelo tato. É através 
dela que percebemos sensações como calor e dor. A pele possui milhares de células receptoras em sua 
superfície. 
Dentre essas células, encontramos os corpúsculos de Pacini. O corpúsculo é um mecanorreceptor 
que capta estímulos mecânicos, como movimentos ou alterações na pressão, e os transmite, na forma 
de impulsos elétricos, para o sistema nervoso central. 
 
Língua 
A língua possui receptores chamados de papilas gustativas, responsáveis pelo paladar. As papilas 
são quimiorreceptoras, isso quer dizer que elas são especializadas em detectar a presença de 
substâncias químicas. 
Existem papilas gustativas especializadas na percepção dos quatro sabores básicos: doce, amargo, 
azedo e salgado. Cada tipo de papila se localiza numa região específica da língua. A combinação de 
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estímulos nesses quatro tipos de receptores transmite ao sistema nervoso informações acerca, por 
exemplo, do sabor dos alimentos que ingerimos. 
Porém, o olfato também possui um papel importante na percepção dos sabores. É por isso que quando 
estamos com o nariz entupido não conseguimos sentir direito o gosto dos alimentos. 
 
Nariz 
O nariz é o órgão que contém os receptores responsáveis pelo olfato. No interior da cavidade nasal 
existe um tecido especializado, o epitélio olfativo, que contém milhares de receptores, chamados de 
células olfativas. 
As células olfativas possuem pelos sensoriais que captam moléculas voláteis ou de outras substâncias 
dispersas no ar inspirado. Em resposta à presença dessas moléculas, as células olfativas produzem 
estímulos nervosos. Estes são conduzidos até o sistema nervoso central onde são traduzidos em 
sensações.O olfato atua em conjunto com o paladar na percepção dos sabores. O olfato também pode nos alertar 
sobre alimentos estragados, venenosos ou outras substâncias que, se ingeridas, podem causar danos ao 
nosso organismo. 
Ouvidos 
Os ouvidos sãos os órgãos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. No interior do ouvido existem 
células mecanorreceptoras. Estas células captam estímulos mecânicos, traduzindo-os em impulsos 
nervosos. 
Inicialmente, vamos ver como funciona a audição. O som é uma vibração, originada por alterações na 
pressão, que se propaga através de meios elásticos. As ondas sonoras são captadas pelo ouvido 
externo, composto pela orelha e o canal auditivo externo. 
 
Ao final do conduto auditivo existe uma membrana que vibra de acordo com a intensidade e a 
frequência do som, o tímpano. As vibrações do tímpano são transmitidas para um conjunto de pequenos 
ossículos articulados (martelo, bigorna e estribo) situados no ouvido médio. O movimento desses 
ossículos promove a passagem do som do ouvido externo para o interno. 
 
A vibração dos ossículos age sobre uma câmara chamada de janela oval. No interior dessa cavidade 
existe um líquido, denominado perilinfa, no qual estão imersas células receptoras. Estas células são 
dotadas de pelos sensoriais que captam as vibrações no meio líquido, transformando-as em impulsos 
nervosos que são transmitidos para o sistema nervoso central. 
 
O ouvido também é responsável pelo equilíbrio e pela percepção dos movimentos. Três regiões do 
ouvido interno participam dessas funções: o sáculo, o utrículo e os canais semicirculares. O sáculo e 
o utrículo são pequenas bolsas cheias de líquido e dotadas de células receptoras ciliadas em sua parede. 
Entre os cílios das células receptoras existem pequenos cristais de carbonato de cálcio denominados 
otólitos. Conforme a cabeça e o corpo se movimentam, os otólitos também se movem e estimulam os 
cílios das células sensoriais. Estas transformam o estímulo mecânico em impulso nervoso, que é 
encaminhado ao sistema nervoso central. 
 
Os canais semicirculares também são preenchidos por líquido e possuem um conjunto de células 
receptoras ciliadas. Conforme a cabeça e o corpo se movimentam, o líquido no interior dos canais se 
move e pressiona os cílios das células sensoriais. Estas captam o estímulo e transmitem impulsos 
nervosos ao sistema nervoso central. 
 
Visão 
Os olhos possuem células fotorreceptoras, isto é, capazes de captar estímulos luminosos, produzindo 
estímulos nervosos transmitidos ao sistema nervoso central. Estas células se situam na retina, uma 
camada de revestimento interno do olho, e são de dois tipos: bastonetes e cones. Os bastonetes são 
muito sensíveis a variações na intensidade luminosa, mas não distinguem cores, o que é realizado pelos 
cones. 
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Os raios luminosos penetram nos olhos e passam pela pupila. A pupila é uma estrutura capaz de 
controlar a quantidade de luz que penetra no olho. Em ambientes muito claros ela se fecha; em locais 
escuros ela se abre. 
Após passar pela pupila, os raios atingem o cristalino. O cristalino atua como uma lente que projeta 
os raios luminosos no fundo dos olhos, onde se encontram os bastonetes e cones. Porém, o cristalino 
projeta a imagem de ponta-cabeça. A correção da posição é realizada pelo sistema nervoso central. 
 
Sistema reprodutor 
Anatomia 
 
O sistema reprodutor feminino consiste em estruturas externas e internas. As outras estruturas 
anatômicas que afetam o sistema reprodutivo são o hipotálamo e a hipófisedo sistema endócrino. 
 
Genitália externa: Vulva, possui duas pregas espessas de tecido, chamada grandes lábios. As porções 
que se localizam superiormente são os pequenos lábios e formam o clitóris que é um órgão sensível e 
erétil, abaixo e posterior ao clitóris encontra-se meato urinário, abaixo desse orifício há uma abertura 
maior, o orifício vaginal ou introito vaginal. 
 
 
Composição das estruturas reprodutivas internas: Vagina, útero, ovários e tubas de falópio. 
-Vagina: Canal revestido de mucosa, seu tamanho pode ser de 7,5 a 10 cm de comprimento. A parte 
superior é o fórnice que circunda o cólon que é a parte inferior do útero, a bexiga e a uretra estão 
localizadas na parte interior da vagina e posteriormente está localizado o reto. 
-Útero: É um órgão muscular, suas paredes têm aproximadamente 1,25 cm de espessura, 7,5 de 
cumprimento e 5 cm de largura. Seu tamanho pode variar de acordo com a paridade (número de filhos), 
anormalidades uterinas. A mulher nulípara, ou seja que nunca teve filhos possui o útero menor do que de 
uma mulher que já teve. 
Sua posição é posterior a bexiga e é mantido em sua posição por vários ligamentos. 
O útero apresenta duas partes: O colo que se apresenta para dentro da vagina e uma superior que é 
o fundou corpo, que é coberto posteriormente e em parte anteriormente pelo peritônio. 
-Ovários: Situam-se atrás e abaixo das tubas de falópio, são estruturas em formatos ovais e possuem 
aproximadamente 3 cm de comprimento. 
 
 
Fisiologia do Sistema Reprodutivo feminino 
 
Ovulação :Entre 12 e 14 anos ou mais precocemente aos 10 e 11 anos denomina-se puberdade, nessa 
fase os óvulos da mulher começam, a amadurecer. 
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O óvulo é liberado para dentro da cavidade peritoneal, o nome dessa liberação periódica do óvulo 
chama-se ovulação, esse ovulo caminha pela tuba de falópio e encontra e é transportado até o útero, 
caso encontre o espermatozoide ocorrerá a concepção. 
Após a liberação do óvulo, os folículos de Graaf sofrem rápidas alterações, tornam-se amarelas corpo 
lúteo, e produzem a progesterona. 
 
Ciclo Menstrual: 
Envolve dois sistemas: Reprodutivo e o endócrino, os ovários produzem hormônios esteroides, 
predomínio do estrógeno e progesterona. O folículo ovariano produz vários estrogênios diferentes. O mais 
potente dos estrogênios ovarianos é o estradiol, os estrogênios são responsáveis por manter as órgãos 
reprodutivos femininos e e as características secundárias a mulher adulta, também é importante no 
desenvolvimento da mama e as alterações que ocorrem mensalmente no útero da mulher. 
A progesterona também atua na regulação dessas alterações do útero no ciclo menstrual. 
A menstruação é a eliminação do tecido endometrial, sangue, secreções e muco do útero, e dura de 
três a sete dias. 
Durante este processo o nível de estrógeno e progesterona é baixo no sangue e permitem que o 
hipotálamo secrete o fator liberador do FSH (hormônio folículo-estimulante), estimulando a adeno-hipófise 
a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do folículo primário. 
 
Fase proliferativa 
 
Nesta fase há um aumento na produção de estrógeno e a parede do endométrio começa ficar espessa. 
O folículo primário amadurece e começa secretar progesterona. Quando a produção de estrógeno chega 
ao seu máximo, o LH também tem um aumento na sua produção, provocando a ruptura do folículo 
maduro, ocorrendo a ovulação, próximo ao 14º dia após o início da menstruação. 
Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endométrio se proliferam e recebem vasos 
sanguíneos. 
 
Fase secretora 
 
Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas transformações, tornando-se amarelado e 
recebe o nome de corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir progesterona e estrógeno. Com 
o aumento da produção destes hormônios, a produção de LH e FSH cessa. 
O endométrio está pronto para receber o embrião e está ricamente vascularizado. Por volta da 4ª 
semana, o corpo lúteo regride e cessa a produção de hormônios. Senão houver fecundação o endométrio 
é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual. 
 
Sistema reprodutor masculino 
 
Dentro do saco escrotal há dois testículos, glândulas mistas que produzem espermatozoides e 
hormônio testosterona. Ligado a cada testículo, o epidídimo que é uma estrutura que armazena os 
espermatozoides que sofrem maturação e passam a movimentar seus flagelos. Os canais deferentes 
conduzem os espermatozoides até a uretra, caso haja a ejaculação. As vesículas seminais produzem 
líquidos que nutrem os espermatozoides e uma única próstata secreta líquidos alcalinos que neutralizam 
a acidez da uretra e da vagina. Durante a ejaculação, o sêmen (espermatozoides+ secreções das 
vesículas seminais + secreção da próstata) é eliminado pela uretra. 
 
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http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=51182, Brunner e Sudarth, Tratado 
Médico e de Enfermagem 
 
 
 
Existem várias definições para biossegurança, que a apresentam como ciência, conduta, conjunto de 
ações. Tais definições trazem como ponto comum, implícita ou explicitamente, a noção de controle dos 
riscos. Será considerada a definição existente nas Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com 
material biológico do Ministério da Saúde, em que biossegurança é a condição de segurança alcançada 
por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às 
atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o ambiente. 
Pode-se afirmar que o conceito de biossegurança implica em uma abordagem técnico-científica do 
risco, segundo a qual o risco é entendido como "uma realidade objetiva, que pode ser medida, controlada 
e gerenciada". A perspectiva técnico-científica considera que os riscos podem ser avaliados e controlados 
de maneira exclusivamente científica. Sendo assim, as discussões e conflitos envolvendo o tema 
biossegurança estão ligados basicamente a uma avaliação técnico-científica dos riscos. Tal perspectiva 
não oferece respostas completas e adequadas a questões fundamentais relacionadas ao risco, tornando-
se urgente e necessária a confrontação das diversas noções de riscos, subjacentes ao debate sobre 
biossegurança. 
O debate sobre o risco na perspectiva técnico-científica tende a se focalizar nas maneiras pelas quais 
o risco foi identificado e calculado, no nível de seriedade dos riscos e seus possíveis efeitos, nos métodos 
dos cálculos de risco, na discussão sobre a abrangência dos modelos preditivos e nas formas como as 
pessoas percebem os riscos. 
Não se trata de se desconsiderar e negar as contribuições do enfoque técnico-científico, pois, apenas 
se pode considerá-lo analiticamente deficiente se for feita a separação do marco funcional que o gera. 
Este enfoque torna-se extremamente útil quando são combinados de maneira adequada outros elementos 
que o constituem, isto é, as representações individuais sobre insegurança, as formas institucionais de 
enfrentar esta insegurança e o conhecimento necessário para estabilizar estas representações e alcançar 
a segurança ou ao menos minimizar a insegurança. Deve-se considerar que os riscos são objetos sociais 
relacionados a contextos. Ou seja, formar uma crença sobre um risco é uma ação simultaneamente 
cognitiva e executiva, descritiva e normativa; ao se identificar um risco também se faz uma criação e 
valoração do mesmo, pois se dá visibilidade às consequências danosas que poderiam existir em uma 
atividade ou em um elemento visto até então como inofensivo. 
4. BIOSSEGURANÇA:Prevenção de acidentes e cuidados de ordem 
pessoal e geral; Perigos no ambiente de trabalho: Cuidados gerais, 
substâncias tóxicas eminentes de vapores venenosos, explosivos e 
combustíveis, manuseio de matéria contaminada 
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A utilização de somente uma perspectiva, neste caso a técnico-científica, para se analisar e 
compreender um assunto tão complexo quanto o risco, pode tornar parciais e incompletas as respostas 
esperadas, pois as características globais dos riscos tendem a ser perdidas por orientações 
descontextualizadas e reducionistas oferecidas por uma única abordagem. Será, assim, interessante e 
útil que se discuta o conceito de biossegurança à luz da perspectiva que concebe o risco como uma 
entidade dinâmica que se manifesta em relações entre domínios materiais e sociais, ao invés de algo 
relacionado apenas a um determinado domínio. 
Esta interpretação destaca a natureza sistêmica dos problemas contemporâneos, compreendendo que 
as possíveis soluções somente podem ser alcançadas, se forem considerados os problemas de escala e 
complexidade. Juntamente com esta abordagem, também é proposto um pluralismo epistêmico para os 
problemas, nos quais os métodos convencionais são pragmaticamente combinados para que se 
obtenham respostas satisfatórias. 
O controle dos riscos, que é o princípio básico da biossegurança é um elemento considerável do 
esforço gradual da busca de proteção contra as ameaças à vida humana, um dos componentes 
fundamentais do processo civilizador. Contudo, a lógica da defesa acima de tudo, que impera em uma 
sociedade que busca incessantemente controlar riscos, acaba por transformar-se no mais grave perigo, 
pois estes não desaparecem simplesmente porque procuramos evitá-los. 
Outro importante aspecto a ser destacado é o "mito da oposição entre riscos reais e riscos percebidos", 
que emerge do enfoque técnico-cientifico dos riscos subjacente a biossegurança. Este falso antagonismo 
gera sérias implicações, inclusive no campo da educação, como será analisado posteriormente, pois 
quando as pessoas não interpretam as informações sobre os riscos ou não modificam seu comportamento 
no modo que é esperado pelos especialistas científicos, são definidas como irracionais (indicando ter 
déficit cognitivo), ignorando-se, assim, que as pessoas entendem a partir de sua própria lógica e 
racionalidade. 
 
Muitas vezes utiliza-se a palavra educação em um sentido extremamente amplo, compreendendo os 
efeitos indiretos produzidos sobre o caráter e sobre as faculdades do homem por objetos e instituições: 
as leis, as formas de governo, as artes ou até os fatos físicos, tais como o clima e o solo. Pode-se afirmar, 
ainda, que a educação é o principal instrumento de continuidade da vida humana, pois permite que a vida, 
a memória e a cultura de um determinado grupo tenham continuidade, prossigam no tempo, mesmo 
depois do desaparecimento de uma geração de indivíduos de um grupo social. 
A educação, de acordo com Durkheim, satisfaz necessidades sociais, tendo por objetivo, ao invés de 
comprimir e diminuir, engrandecer o indivíduo, esforçando-se em torná-lo personalidade autônoma, 
criatura verdadeiramente humana. Educar significa envolver o indivíduo em sua totalidade, considerando 
todas as variáveis da história e da cultura de cada um, compreendendo-se que o aluno nunca aprende 
uma habilidade isoladamente. 
Uma noção ampliada de educação considera, além do conhecimento científico, a sabedoria, 
ultrapassando, desta maneira, os interesses da ciência na sua busca por conhecimento e remetendo-nos 
a outros interesses humanos. A arte de educar seria uma combinação de saber ou conhecimento científico 
e sabedoria ou experiência de vida com preocupações ético-sociais. 
A etimologia do termo educação nos remete a conduzir, dirigir ou elevar. Segundo John Dewey, a 
educação é uma atividade formadora, que modela os seres a partir da vida social. Colocando-se desta 
maneira, pode-se perguntar: se educar é modelar, o que diferencia a educação do adestramento, do 
treinamento mecânico? 
É importante notar, a partir das reflexões de John Deweyque o meio social não implanta diretamente 
desejos e ideias e nem se limita a estabelecer meros hábitos musculares de ação. Aqui a palavra "meio" 
significa algo mais do que lugar; ela se refere também às coisas e relações que exercem influência sobre 
a formação de alguém. "Assim, na medida em que as atividades de um indivíduo estão diretamente 
associadas às de outros, temos a noção de meio social". Em tal meio, são estabelecidas condições que 
estimulam modos patentes de proceder; além disso, o indivíduo deve participar de alguma atividade 
comum, na qual "ele sinta, como seus próprios, os triunfos e os maus êxitos das mesmas". Assim, algo 
que diferencia a educação do adestramento é o fato de na primeira ocorrer participação em atividades 
comuns, com o compartilhamento de emoções e ideias, e modificação dos impulsos originais ou primários 
das ações, o que não ocorre pelo implante direto de certas ideias, nem pelo estabelecimento de meras 
variações musculares, como do caso do adestramento. 
Importante ainda ressaltar a noção de educação como reconstrução da experiência, isto é, a 
capacidade, tanto do aluno quanto do professor, de refletir sobre a experiência e ordenar novamente o 
curso da ação; e também a ideia de desenvolvimento ou crescimento como algo contínuo. 
 
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PREVENÇÃO DE ACIDENTES E CUIDADOS DE ORDEM PESSOAL E GERAL 
 
A prevenção de acidentes laboratoriais se dá principalmente através da elaboração de um conjunto de 
normas que definem as condições básicas de segurança, levando-se em consideração os riscos 
presentes no ambiente. As normas que regulam os procedimentos de segurança a serem adotados em 
um determinado laboratório são genericamente conhecidas como normas de “Boas Práticas 
Laboratoriais” - BPL. Para que um laboratório garanta um cumprimento das normas é imprescindível a 
adoção dos seguintes procedimentos: 
 O local de trabalho deve ser mantido sempre em ordem. 
 Antes de utilizar qualquer dependência que não seja a do laboratório em que se encontra, o estudante 
deverá pedir permissão ao responsável direto pelo mesmo. 
 Procure sempre solucionar suas dúvidas, antes de começar o trabalho, lendo atentamente o roteiro, 
organizando as vidrarias e produtos químicos a serem utilizados. 
 Usar os equipamentos do laboratório apenas para seu propósito designado. 
 Conhecer a localização e o uso correto dos equipamentos de segurança disponíveis. 
 Determinar causas de risco potenciais e as precauções de segurança apropriadas antes de começar 
a utilizar novos equipamentos ou implantar novas técnicas no laboratório e confirmar se existem 
condições e equipamentos de segurança suficientes para implantação do novo procedimento. 
 Ao perceber que um aparelho está quebrado, comunique imediatamente ao responsável pelo setor 
para que o reparo possa ser providenciado. 
 Ao perceber algo fora do lugar, coloque-o no devido lugar. A iniciativa própria para manter a ordem 
é muito bem-vinda e antecipadamente agradecida. 
 Não é permitido beber, comer, fumar ou aplicar cosméticos dentro do laboratório, em decorrência do 
alto risco de contaminação. 
 É proibido o uso de sandálias, chinelos e shorts durante trabalhos laboratoriais. 
 Não é conveniente o uso de joias, lente de contato durante trabalhos laboratoriais. 
 Não usar cabelo solto, quando for longo. 
 As brincadeiras/distrações ou conversas paralelas podem causar sérios acidentes. 
 Em caso de ferimentos expostos, proteger devidamente o local. 
 Deve-se lavar muito bem as mãos antes e após qualquer preparação laboratorial. 
 É indispensável o uso de avental de manga longa sobre a roupa. 
 Quando se fizer necessário, use luvas, máscaras e óculos de proteção. 
 É estritamente proibida a saída da área de trabalho, mesmo que temporariamente, usando luvas 
(mesmo que o pesquisador tenha certeza de que não estão contaminadas), máscara ou avental, Não se 
deve tocar com as luvas em maçanetas, interruptores, telefone, etc. (Só se deve tocar com as luvas o 
material estritamente necessário ao trabalho). 
 Aventais e luvas utilizados no laboratório que possam estar contaminados com materiais tóxicos ou 
patogênicos não devem ser utilizados nas áreas de café, salas de aula ou salas de reuniões 
 Não utilizar os fornos de micro-ondas, as estufas ou qualquer equipamentos ou vidrarias dos 
laboratórios para aquecer alimentos. 
 Deve-se ler atentamente os rótulos dos frascos dos reagentes, antes de utilizá-los, pois neles há 
informações importantes para a sua manipulação segura. 
 As normas de trabalho com material radioativo e com material patogênico devem ser lidas com 
atenção antes de se começar a trabalhar com os mesmos. 
 Consultar os dados de segurança existentes antes de utilizar reagentes químicos com os quais não 
esteja familiarizado e seguir os procedimentos apropriados ao manusear ou manipular agentes perigosos. 
 Descartar adequadamente reagentes e material biológico 
 Evite derramar líquidos, mas, se o fizer, limpe imediatamente o local, utilizando-se dos cuidados 
necessários. 
 Para maior segurança não se deve; tocar nos produtos químicos com as mãos; não provar qualquer 
produto químico ou solução; não inalar gases ou vapores desconhecidos, se for necessário, nunca o faça 
diretamente, use sua mão para frente e para trás (“abanar”), a pouca distância do recipiente e aspire 
vagarosamente. 
 Não abandone peças de vidro aquecidas em qualquer lugar. Quando aquecer substâncias ou 
soluções em tubos de ensaio, dirija-o para o lado em que você e seus colegas não possam ser atingidos. 
 Os materiais de vidro devem ser utilizados com cuidado, pois se rompem facilmente e quando isso 
acontecer deve ser trocados imediatamente. Use sempre um pedaço de pano protegendo a mão quando 
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estiver cortando vidro ou introduzindo-o em orifícios. Antes de inserir tubos de vidros (termômetros, etc.) 
em tubos de borracha ou rolhas, lubrifique-os. 
 Tenha cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão. 
 Não pipete líquidos com a boca, utilize pera de borracha ou pipetadores. Não use a mesma pipeta 
para medir soluções diferentes. 
 Quando houver sobras nunca retorne ao frasco de origem. 
 Fique atento às operações onde for necessário realizar aquecimento. 
 As válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente com as mãos ou usando chaves apropriadas. 
Nunca force as válvulas, com martelos ou outras ferramentas, nem as deixe sobre pressão quando o 
cilindro não estiver sendo usado. 
 Ao se ausentar de sua bancada ou deixar reações em andamento à noite ou durante o fim de semana 
deixe uma ficha visível e próximo ao experimento constando informações sobre a reação em andamento, 
nome do responsável e de seu superior imediato, com endereço e telefone para contato, além de 
informações de como proceder em caso de acidente, falta d’água ou eletricidade. 
 Sempre que possível, antes de realizar reações onde não conheça totalmente os resultados, faça 
uma em pequena escala, na capela. 
 Ao trabalhar com ácidos, nunca adicione água ao ácido e sim ácido à água. 
 Não se deve acumular materiais sobre bancadas e pias. Todo material que não estiver em uso deve 
ser guardado limpo, em lugar apropriado. 
 Em caso de acidente: 
- A área afetada deve ser lavada com água corrente em abundância; 
-Álcool iodado deve ser passado na área afetada (com exceção dos olhos, que devem ser lavados 
exaustivamente com água destilada); 
-Em caso de ferida, deve ser lavada com água corrente e comprimida de forma a sair sangue (cuidado 
para não aumentar as dimensões da ferida deve ser tomado); 
 Os acidentes devemser comunicados, imediatamente, ao responsável pelo setor e a direção do 
Instituto para discussão das medidas a serem adotadas; Por razões de segurança, deve-se evitar 
trabalhar sozinho no laboratório. Procurar sempre trabalhar próximo de alguém que possa ouvir se houver 
qualquer problema. 
 Quando o laboratório estiver vazio deve permanecer trancado. Isto se aplica não somente ao período 
noturno, quando não há mais aulas, mas também durante o dia, quando não houver nenhum técnico ou 
professor responsável no seu interior. 
 Não é permitido que pessoas não autorizadas manuseiem os reagentes químicos ou equipamentos 
existentes no laboratório. 
 Recomendação final para minimizar o risco de acidentes: não trabalhe sob tensão. 
 
PERIGOS NO AMBIENTE DE TRABALHO: 
 Cuidados gerais 
 
O perigo é um tipo de risco a que determinado indivíduo está exposto ao entrar em contato com um 
agente tóxico ou certa situação perigosa. 
 
Tipos de Risco 
(Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78) 
- Riscos de Acidentes 
- Riscos Ergonômicos 
- Riscos Físicos 
- Riscos Químicos 
- Riscos Biológicos 
 
Riscos de Acidentes: Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em 
situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de 
acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico 
inadequado, armazenamento inadequado, etc. 
 
Riscos Ergonômicos: Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas 
características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São 
exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de 
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. 89 
trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, 
o trabalho em turnos, etc. 
 
Riscos Físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam 
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, 
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos, etc. 
 
Riscos Químicos: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostas ou produtos 
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido 
pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
Riscos Biológicos: Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus, 
entre outros. 
 
Classificação de risco biológico: Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro 
classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: 
- Patogenicidade para o homem. 
- Virulência. 
- Modos de transmissão 
- Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes. 
- Disponibilidade de tratamento eficaz. 
 
CUIDADOS GERAIS 
 
- cuidar no levantamento e transporte de pesos, para não sofrer lesões osteomusculares; 
- utilizar escada para acessar prateleiras mais altas; 
- colocar os objetos mais pesados em prateleiras mais baixas; 
- não sobrecarregar fichários e não deixar gavetas abertas em área de circulação; 
- não trabalhar sozinho no laboratório. 
 
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS 
 
Grande parte dos produtos químicos são considerados tóxicos. Para uma avaliação adequada do risco 
envolvido na manipulação de um produto químico, devem ser conhecidas as relações entre toxicidade, 
frequência de manipulação e concentração durante a exposição. 
 
As substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção através da pele ou 
pela combinação desses caminhos. Alguns compostos químicos se decompõem gerando material tóxico 
quando submetidos ao calor, à umidade ou presença de outros produtos químicos. As informações 
concernentes à toxidez ou risco potencial de toxidez podem ser obtidas do fornecedor do produto, da 
literatura ou por testes laboratoriais com cobaias. Tais informações são importantes para que se 
determine o tipo de EPI (equipamento de proteção individual) contra a exposição e o tratamento médico 
adequado adotado no caso de exposição. 
 
A quantidade de produtos tóxicos estocada deve ser mantida no mínimo necessário. Se possível, 
grandes quantidades de material tóxico devem ser estocadas fora dos prédios onde circulem pessoas. 
 
Quando a estocagem for feita, por extrema necessidade e curto intervalo de tempo, no próprio local 
de trabalho, a área deve ser ventilada e o local de estoque deve ser sinalizado, de forma que todas as 
pessoas que por ali circulem, sejam instruídas sobre o risco potencial de tais materiais. Em tais locais, é 
proibida a ingestão de alimentos sólidos ou líquidos e somente pessoas autorizadas devem ter acesso a 
tais materiais. Estas pessoas devem Ter recebido treinamento no uso de EPI`s adequados e devem 
conhecer os sintomas de uma exposição aos tóxicos, além de poderem aplicar os primeiros socorros. 
 
Qualquer efeito tóxico nocivo proveniente da exposição de um organismo vivo a uma substância 
estranha (xenobiótico) pode ser considerado como manifestação de toxicidade. 
 
Os efeitos causados pelas substâncias tóxicas podem ser locais ou sistêmicos e considerados ao nível 
de organismos, sistemas, órgãos, tecidos, células organelas e moléculas. A ação tóxica depende da 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 90 
quantidade de agente químico (ou produto de biotransformação) presente no sítio de ação considerado. 
Em decorrência da ação tóxica o dano pode ser reversível ou irreversível. 
 
Com base na toxidade Inúmeros produtos, inclusive pesticidas, podem ser distribuídos em três grupos 
de embalagem: 
 
Grupo I - substâncias e preparações que apresentam um risco muito elevado de envenenamento; 
Grupo II - substâncias e preparações que apresentam sério risco de envenenamento; 
Grupo III - substâncias e preparações que apresentam um risco de envenenamento relativamente 
baixo. 
 
Classificação de substâncias tóxicas de acordo com a severidade: 
 
Intoxicação Aguda 
 
Tem a característica de serem rápidas, pois são as que ocorrem em um período curto (não mais que 
um dia), tanto por uma ou por várias exposições aos agentes que causam a toxicidade, por qualquer via. 
 
Intoxicação Crônica 
 
Ao contrário da aguda, que ocorre em breves períodos de tempo, este tipo de intoxicação ocorre em 
longos períodos, geralmente durante toda a vida do trabalhador. 
 
Intoxicação Subcrônica 
 
Não ocorre de forma rápido e aguda, nem são as intoxicações que ocorrem em longos períodos de 
tempo, mas em um período de tempo intermediário entre estes. geralmente durante meses. 
 
Vamos agora citar algumas substâncias extremamente tóxicas: 
 
-Atropina 
 
A atropina é um alcaloide, encontrado na planta Atropa belladonna (beladona) e outras de sua família, 
que interfere na ação da acetilcolina no organismo. Ele é um antagonista muscarínico que age nas 
terminações nervosas parassimpáticas inibindo-as. 
 
-Ricina 
 
A ricina é uma proteína presente nas sementes da mamona (Ricinus communis L.), considerada uma 
das mais potentes toxinas de origem vegetal conhecida. Essa proteína é classificada dentro de um grupo 
especial de proteínas denominadas RIPs (do inglês Ribosome-Inactivating-Proteins), ou proteínas 
inativadoras de ribossomos. As proteínas desse grupo são capazes de entrar nas células e se ligar a 
ribossomos, paralisando a síntese de proteínas e causando morte da célula. Uma semente de mamona 
contém ricina suficiente para levar umacriança à morte. 
 
-Sarin 
 
Sarin, ou GB, é um composto organofosforado na formulação [(CH3)2CHO]CH3P(O)F. É um líquido 
sem cor e sem cheiro,[3] usado como arma química devido à sua extrema potência sob o sistema nervoso. 
O gás sarin foi classificado como arma de destruição em massa na Resolução 687 das Nações Unidas 
 
-Tálio 
 
O tálio (do grego "thallós", "ramo verde") é um elemento químico de símbolo Tl , de número atômico 
81 (81 prótons e 81 elétrons) que apresenta massa atómica 204,4 u. O tálio é altamente tóxico, por isso 
era usado como produto para matar ratos e insetos. Há indícios de que cause câncer em seres humanos. 
Atualmente é usado em detectores de radiação infravermelha, radiação gama, e em medicina nuclear. É 
encontrado e obtido a partir do mineral pirita e, também, é obtido como subproduto de minérios de chumbo 
e zinco. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 91 
- Cianeto 
 
Também chamado de cianurerto, esse composto existe na forma de gás ou de pó. Ele destrói as 
células do sangue, causa parada respiratória e debilita o sistema nervoso central. Após a derrota alemã 
na Segunda Guerra, muitos oficiais nazistas se mataram engolindo uma cápsula de cianureto. 
 
-Metanol 
 
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico com fórmula química 
CH3OH. Líquido, inflamável, possui chama invisível, fundindo-se a cerca de -98 °C. 
 
Os efeitos no organismo humano varia de acordo com a forma que este foi exposto: 
 
Inalação: 
Causa leve irritação às membranas das mucosas. Tem efeito tóxico no sistema nervoso, 
particularmente no nervo óptico. Os sintomas da exposição incluem dor de cabeça, náusea, vômito, 
cegueira, coma e até a morte. 
 
Ingestão: 
Tóxico. Irrita as membranas da mucosa. Pode causar intoxicação e cegueira (que pode ser 
permanente), Dose fatal: 20 - 25 ml. 
 
Contato com a pele: 
Pode deixar a pele seca e quebradiça. Se ocorrer absorção; sintomas parecidos com a inalação. 
 
Contato com os olhos: 
Irritante. A exposição contínua pode causar lesões nos olhos, podendo evoluir para cegueira ao 
'dissolver' a retina. 
 
Exposição crônica: 
Prejudica a visão e causa aumento do fígado (hepatomegalia). Repetidas ou prolongadas exposições 
podem causar irritação na pele. 
 
-Benzeno 
A exposição humana ao benzeno é um problema global de saúde. Exta substância atinge o fígado, 
rins, pulmão, coração e cérebro e pode causar quebras da cadeia de DNA, provoca danos 
cromossômicos, etc. Benzeno causa câncer tanto em animais como seres humanos 
 
SUBSTÂNCIAS EMINENTES DE VAPORES VENENOSOS 
 
Se levarmos em conta a rapidez dos efeitos tóxicos de alguns vapores em nosso organismo, os mais 
venenosos são os gases usados como armas químicas. No quadro abaixo, reunimos algumas 
substâncias que liberam ou apresentam vapores venenosos que prejudicam as funções vitais do corpo. 2 
 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
1 Amônia 0.59 NH3 
A amônia é um gás alcalino, oxidante e tóxico. 
Sua densidade é quase metade da densidade 
do ar e tem um odor característico. O nível de 
segurança máxima é 25 ppm (ACGIH) e 20 
ppm pela NR 15 e, a sua alcalinidade torna 
altamente reativos com os gases ácidos e o 
cloro e, a sua presença em atmosferas 
contendo outros gases é frequentemente 
mascarado por este. O nível imediatamente 
 
2 http://www.protecaorespiratoria.com/ 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 92 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
perigoso a vida e a saúde (IPVS) para o gás 
amônia é de 300 ppm (IDLH). 
 
 
A amônia é inflamável com um limite inferior 
de explosividade (LIE/LEL) de 15%. Ele é 
produzido em grandes quantidades em todo o 
mundo para fornecer fertilizantes, ureia para 
resinas, explosivos e fibras (como nylon). É 
também usado como um gás refrigerante e 
essa aplicação tem aumentado com o 
desaparecimento dos CFCs. 
Geralmente se utiliza sensores eletroquímicos 
para detectar esse gás mas também pode ser 
utilizado detectores por fotoionização (PID). 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 25 ppm / TWA, 35 ppm STEL 
OSHA PEL: 50 ppm (35 mg/m3) TWA 
IPVS / IDLH: 300 ppm 
NR 15: 20 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
2 
Arsina (ou 
hidreto de 
arsênio) 
2.7 ASH3 
Arsina é um gás incolor, inflamável e 
altamente tóxico. Possui um odor semelhante 
ao de alho ou de peixe que pode ser detectado 
em concentrações acima de 0,5 ppm. Como a 
arsina não é irritante e não produz sintomas 
imediatos, pessoas expostas a níveis 
perigosos podem não estar cientes de sua 
presença. É geralmente fornecido em cilindros 
como um gás comprimido liquefeito. O gás 
arsina é gerado quando metais ou minérios em 
estado bruto contendo impurezas de arsênio 
são tratados com ácido. O gás arsina é 
também usado na indústria de semicondutores 
para a fabricação de microchips. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
OSHA (PEL): 0.2 mg/m3 TWA 
ACGIH (TLV): 0.005 ppm, TWA 
NIOSH (REL): 0.002 mg/m3 Ceiling (15 min); 
Potencialmente carcinogênico. 
IPVS / IDLH: 3 ppm 
NR 15: 0,04 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
3 Bromo 5.5 Br2 
O Bromo é usado para a fabricação de uma 
variedade de compostos na indústria e na 
agricultura. O bromo é também utilizado na 
fabricação de fumigantes, agentes à prova de 
chama, compostos para purificação de água, 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 93 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
corantes, medicamentos, desinfetantes, 
brometos inorgânicos para a fotografia, etc. 
O bromo é usado para fazer óleo vegetal 
bromado, o qual é usado como emulsionante 
em muitos refrigerantes aromatizados com 
citrinos. 
O bromo elementar é um elemento muito 
irritante quando em forma concentrada, irá 
produzir bolhas dolorosas na pele e mucosas 
caso ocorra exposição dessas partes. Mesmo 
em baixas concentrações, o vapor de bromo (≤ 
10 ppm) pode afetar a respiração, e a inalação 
de quantidades significativas de bromo pode 
danificar seriamente o sistema respiratório. 
Possui cor marrom-avermelhado escuro, é um 
líquido fumegante e sufocante e sua fumaça é 
irritante. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 0.1 ppm TWA, 0.3 ppm STEL 
OSHA PEL: 0.1 ppm (0.7 mg/m3) TWA 
IPVS / IDLH: 3 ppm 
NR 15: 0,08 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
4 
Dióxido de 
carbono 
1.53 CO2 
Apesar de expiramos o dióxido de carbono e 
que o mesmo está presente na atmosfera, em 
cerca de 400 ppm, o nível de segurança 
máxima é 5000 ppm (0,5%) e 3900 ppm (NR 
15). É produzido durante a combustão e na 
fabricação da cerveja, destilação e outros 
processos de fermentação, e é um dos 
principais constituintes, junto com o metano, 
de gases de aterro sanitário e de 
biodigestores. O CO2 apresenta um risco 
significativo na indústria cervejeira, sobretudo 
porque o gás é mais pesado que o ar e 
acumula em níveis baixos. Não tem cor, nem 
cheiro e não é inflamável. Há algum grau de 
risco, em lugares lotados, mal ventilados, e 
este problema é muitas vezes agravado pela 
deficiência de oxigênio. O CO2 também é 
utilizado para aumentar o crescimento da 
planta por meio da elevação dos níveis 
normais em estufas. 
É inodoro e incolor, e difícil de medir na faixa 
de ppm. Absorção de infravermelho é a 
técnica de detecção de costume adotada mas 
também são utilizados detectores óticos de 
chama (ótica flame detector). 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERYDE MEDEIROS
 
. 94 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
NIOSH REL: 5,000 ppm TWA, 30,000 ppm 
STEL 
OSHA PEL: 5,000 ppm TWA 
IPVS / IDLH: 50,000 ppm 
NR 15: 3900 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
5 
Monóxido de 
carbono 
0.97 CO 
O monóxido de carbono é incolor e inodoro e o 
gás tóxico mais abundante. Tendo uma 
densidade semelhante à do ar, mistura-se com 
facilidade e é facilmente inalado. Ele é 
conhecido como “assassino silencioso”, em 
ambientes domésticos. Comparativamente, o 
CO se liga muito mais fortemente à 
hemoglobina do que o oxigênio (O2) e faz dele 
um gás extremamente tóxico e letal. 
Qualquer processo onde não há combustão 
incompleta de combustível orgânico é 
susceptível a produzir o monóxido de carbono 
como produto (indesejável). A queima de 
gasolina, diesel, caldeiras de carvão, gás 
natural e outros derivados de petróleo, e até 
mesmo o cigarro produzem CO quando a 
queima do combustível é pobre em oxigênio. A 
sua presença em minas é devido à combustão 
lenta de carvão. 
 Também é utilizado em grandes quantidades 
como um agente redutor químico barato, por 
exemplo, na produção de aço e noutros 
processos de refinação de metais e de 
tratamento térmico, e na produção de metanol 
por meio de reação com hidrogênio. 
Geralmente se utiliza sensores eletroquímicos 
para a detecção desse gás (CO). 
 
 
Limite de exposição ocupacional 
OSHA (PEL):50 ppm TWA 
ACGIH (TLV): 25 ppm TWA 
NIOSH (REL): 35 ppm, TWA: 200 ppm 
NR 15: 39 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
IPVS / IDLH: 1500 ppm 
6 Cloro 2.5 Cl2 
O cloro tem cheiro pungente, corrosivo e um 
líquido verde / gás amarelo. O uso mais 
conhecido é na purificação de água para 
abastecimento doméstico e em piscinas. É 
usado para fazer os compostos clorados, tais 
como o PVC, e para o branqueamento de 
papel e tecidos. É um gás muito pesado e é 
facilmente absorvido pela maioria dos 
materiais. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 95 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
O comportamento de cloro faz dele um gás 
muito difícil de detectar (tão difícil que ainda 
requer técnicas especiais de calibração). 
Geralmente se utiliza sensores eletroquímicos 
para a detecção desse gás (Cl2). 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NR 15: 0,8 ppm 
ACGIH TLV-TWA – 8 h: 1 ppm 
OSHA PEL: 1 ppm 
IPVS / IDLH: 300 ppm 
7 
Dióxido de 
cloro 
2.3 ClO2 
O dióxido de cloro é um gás amarelo 
avermelhado e é um dos vários óxidos 
conhecidos do cloro. Pode espontaneamente 
ou de forma explosiva se decompor em cloro e 
oxigênio. O dióxido de cloro é utilizado 
primariamente no branqueamento de polpa de 
madeira, mas também é utilizado para o 
branqueamento de farinha e para a 
desinfecção da água. 
O dióxido de cloro é utilizado em muitas 
aplicações industriais de tratamento de água 
como um biocida, incluindo torres de 
resfriamento, água de processo e 
processamento de alimentos. Se inalado, o 
gás dióxido de cloro provoca irritação no nariz, 
garganta e pulmões. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
TWA: 0,1 ppm (média de 8 horas / dia) 
STEL: 0,3 ppm (exposição curta) 
NR 15: 0,8 ppm (jornada 48 horas / semana) 
IPVS / IDLH: 10 ppm 
8 Diborano 0.96 B2H6 
O diborano tem um limiar de odor entre 2 e 4 
ppm, o que é significativamente maior do que 
o limite de exposição de 0,1 ppm. Exposições 
de baixo nível prolongadas, tais como aqueles 
que ocorrem no local de trabalho, pode levar à 
fadiga olfativa e tolerância de efeitos irritantes 
de diborano. 
Tal como outros gases tóxicos, o diborano, 
não é sentido pelo olfato humano em 
concentrações que ofereçam risco e por isso é 
tão perigoso. 
O diborano é mais leve que o ar e sua 
exposição pode resultarem problemas na pele, 
vias respiratórias e mucosas e irritação nos 
olhos em áreas com pouca ventilação ou 
fechados. O diborano é utilizada em 
propulsores de foguetes, como vulcanizador 
de borracha, como catalisador para a 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 96 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
polimerização de hidrocarbonetos, e como um 
agente de dopagem para a produção de 
semicondutores. 
 
 
Limites de exposição ocupacional: 
NIOSH REL: 0.1 ppm TWA 
OSHA PEL: 0.1 ppm TWA 
ACGIH TLV: 0.1 ppm TWA 
IPVS / IDLH: 40 ppm 
NR 15: 0,08 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
9 
Óxido de 
etileno 
(ETO) 
1.52 C2H4O 
O óxido de etileno é usado como um 
intermediário na produção de etileno glicol que 
é amplamente usado como um fluido de 
arrefecimento de automóveis e anticongelante. 
É também usado para esterilizar produtos 
alimentares e medicamentos. É um gás 
inflamável incolor ou líquido refrigerado com 
um odor levemente doce. O gás de óxido de 
etileno mata bactérias, mofo e fungos, e pode 
ser usado para esterilizar substâncias que 
seriam danificadas por meio de técnicas de 
esterilização, tais como a pasteurização que 
dependem de calor. Além disso, o óxido de 
etileno é utilizado para esterilizar produtos 
médicos, tais como ligaduras, suturas, 
instrumentos cirúrgicos e ferramentas. 
O óxido de etileno é tóxico quando inalado. Os 
sintomas de superexposição incluem dor de 
cabeça e tonturas, evoluindo com o aumento 
da exposição para convulsões e coma. A 
inalação do óxido de etileno por várias horas 
pode fazer os pulmões se encherem de água. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
ACGIH LT (TLV) Limite de tolerância: 1 ppm 
NR 15: 39 ppm (jornada de 48 horas/semana) 
OSHA PEL: TWA 1 ppm 
NIOSH REL: TWA < 0.1 ppm 
IPVS / IDLH: 800 ppm 
10 Flúor 1.3 F2 
O flúor apresenta um odor acre característico. 
É um elemento corrosivo, oxidante, tóxico e 
venenoso de inalado. 
O flúor molecular é utilizado para a corrosão 
por plasma, na fabricação de semicondutores 
e de produção de telas plana. O flúor é 
adicionado em algumas fontes de água da 
cidade, na proporção de até uma parte por 
milhão (≤ 1 ppm) para ajudar a prevenir a cárie 
dentária. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 97 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
Os compostos de flúor, incluindo o fluoreto de 
sódio, são utilizados em pasta de dentes para 
evitar as cáries dentárias. Tanto o flúor quanto 
os íons fluoretos são altamente tóxico e deve 
ser manuseado com muito cuidado e qualquer 
contato com a pele e os olhos deve ser 
evitado. 
O flúor é um oxidante poderoso que pode 
causar danos a qualquer matéria orgânica. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: TWA 0.1 ppm 
OSHA PEL: TWA 0.1 ppm 
IPVS / IDLH: 25 ppm 
NR 15: não apresenta 
11 
Cianeto de 
hidrogênio ou 
cianureto ou 
gás 
cianídrico 
0.94 HCN 
 O cianeto de hidrogênio é um gás 
extremamente volátil, venenoso e com cheiro 
doce (amêndoas amargas), incolor e com nível 
de exposição máximo de 10ppm durante no 
máximo 15 minutos. Os cianetos iônicos são 
extremamente venenosos a vários seres vivos, 
em especial, aos humanos, neste caso, devido 
à habilidade do íon em se combinar com o 
ferro da hemoglobina, bloqueando a recepção 
do oxigênio pelo sangue, matando a pessoa 
exposta por sufocamento. A principal 
aplicação industrial é o refino de ouro e prata e 
a galvanoplastia desses materiais. Também 
pode ser utilizado na síntese e fabricação de 
alguns polímeros. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
OSHA (PEL): 10 ppm 
ACGIH – Threshold Limit Value (TLV): 4.7 ppm 
NIOSH (REL): 4.7 ppm 
NR 15: nada consta 
IPVS / IDLH: 50 ppm 
12 
Ácido 
clorídrico1.3 HCL 
O cloreto de hidrogénio é um gás incolor 
altamente corrosivo e tóxico que forma 
vapores brancos em contato com a umidade. 
Esses gases consistem de ácido clorídrico que 
se forma quando o cloreto de hidrogénio 
dissolve-se na água. O gás de cloreto de 
hidrogénio, bem como o ácido clorídrico são 
importantes na indústria, especialmente os 
produtos farmacêuticos, semicondutores, o 
tratamento de borracha e de algodão. Ele 
também é emanado a partir de incineradores 
de resíduos em que o PVC é queimado. A 
inalação de vapores pode causar tosse, 
asfixia, inflamação do nariz, da garganta e do 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 98 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
trato respiratório superior, e, em casos graves, 
a morte. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 5 ppm 
OSHA PEL: 5 ppm 
NR 15: nada consta 
IPVS / IDLH: 50 ppm 
13 
Ácido (gás) 
fluorídrico 
0.92 HF 
 Fluoreto de hidrogênio ou ácido fluorídrico é 
usado para refino de petróleo, fabricação de 
vidro, fabricação de alumínio, decapagem de 
titânio, purificação de quartzo. Se inalado pode 
causar dispneia, broncoespasmos, obstrução 
das vias respiratórias e queimaduras das vias 
superiores, percorre os tecidos vivos, 
penetrando na corrente sanguínea e demais 
tecidos até atacar o tecido ósseo. 
Dependendo da concentração pode atingir 
pulmões, coração e rins e levar a óbito 
rapidamente. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: TWA 3 ppm / 6 ppm [15-minute] 
OSHA PEL: TWA 3 ppm 
NR 15: 2,5 ppm (jornada de 48 horas/semana) 
IDLH: 30 ppm 
14 
Sulfeto de 
hidrogênio 
1.2 H2S 
O sulfureto de hidrogênio é um gás tóxico 
muito comum em refinarias de petróleo por ser 
um subproduto (indesejado) nas reações de 
quebra das moléculas de hidrocarbonetos. 
Tem cheiro de ovos podres em baixas 
concentrações. Em altas concentrações (> 60 
ppm) não pode ser sentido devido à paralisia 
das glândulas olfativas, e a exposição pode 
levar à paralisia instantânea. O H2S é um 
pouco mais pesado que o ar, e assim 
detectores fixos são geralmente montados de 
1 a 1,5 metros do solo, ou perto de fontes 
potenciais de vazamentos. 
O H2S também é produzido durante a 
decomposição de materiais orgânicos e, é 
muitas vezes encontrado preso em galerias de 
esgoto ou locais com pouco oxigênio e matéria 
orgânica em decomposição. É um componente 
do biogás e encontrado em grandes 
quantidades em praticamente qualquer lugar 
em que o esgoto é tratado. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 99 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
NIOSH REL: 10 ppm [10 minutos] 
OSHA PEL: 20 ppm 50 ppm [10 minutos – 
pico] 
NR 15: 8 ppm (jornada de 48 horas / semana) 
IPVS / IDLH: 100 ppm (CDC/NIOSH) 
15 
Metil 
Mercaptana 
Metanotiol 
1.66 CH3SH 
Mercaptana é um composto (CH3SH) 
adicionado ao gás natural (metano) para tornar 
mais fácil a sua detecção e evitar acidentes já 
que o gás natural, no seu estado natural é 
incolor e inodoro. A mercaptana contém 
enxofre, e tem um forte odor semelhante a 
repolho podre ou ovos podres. Ao adicionar 
mercaptana ao gás natural, qualquer 
vazamento de caldeiras, fornos e aquecedores 
de água quente são facilmente detectados, 
sem a necessidade de equipamentos caros. 
Outros usos para a mercaptana na indústria 
incluem combustível de aviação, produtos 
farmacêuticos, aditivos em alimentos para 
animais, indústria de plásticos e pesticidas. É 
uma substância natural encontrada no sangue, 
cérebro e outros tecidos de pessoas e animais 
e, é liberada nas fezes de animais. Ocorre 
naturalmente em alguns alimentos, tais como 
algumas nozes e queijos. A mercaptana é 
menos corrosiva e menos tóxica do que os 
compostos de enxofre semelhantes (H2S). 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 0,5 ppm [15 minutos] 
OSHA PEL: 10 ppm [10 minutos – pico] 
NR 15: 0,04 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
IPVS / IDLH: 400 ppm (CDC/NIOSH) 
16 
Óxido nitroso 
(N2O) 
Óxido nítrico 
(NO) 
Dióxido de 
nitrogênio 
(NO2) 
1.53 
1.04 
2.62 
N2O, 
NO 
NO2 
Existem três óxidos de nitrogênio: O óxido 
nitroso (ou gás do riso), só pode levar a óbito 
(por asfixia) se inalado em concentração 
suficiente para ocupar o local do oxigênio. O 
óxido nitroso é um anestésico geral fraco, e, 
geralmente, não é usado isoladamente, em 
anestesia. No entanto, uma vez que tem uma 
toxicidade muito baixa de curto prazo e é um 
excelente analgésico, então uma mistura 
50/50 de óxido nitroso e oxigênio é 
comumente usados durante o parto, para 
procedimentos odontológicos, e em medicina 
de emergência. 
O óxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de 
nitrogênio (NO2) são os constituintes dos 
chamados NOx que junto com o dióxido de 
enxofre provoca a chuva ácida. As principais 
causas desses gases na atmosfera é de 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 100 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
queima de combustíveis fósseis em motores 
de veículos e plantas de energia. O óxido 
nítrico (NO) é responsável por cerca de 90 % 
do NOX na saída dos escapamentos e 
chaminés das indústrias. Reage 
espontaneamente com o oxigênio na 
atmosfera para produzir dióxido de nitrogênio 
(NO2). O óxido nítrico (NO) é um gás incolor, 
mas o dióxido de nitrogênio é um ácido 
acastanhado, e com cheiro pungente. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
 
 
Óxido nítrico (NO) 
NIOSH REL: 25 ppm TWA 
OSHA PEL: 25 ppm TWA 
ACGIH TLV: 25 ppm TWA 
NR 15: 20 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
IPVS / IDLH: 100 ppm 
 
 
Dióxido de nitrogênio (NO2) 
NIOSH REL: 1 ppm STEL 
OSHA PEL: 5 ppm CEILING 
ACGIH TLV: 3 ppm TWA, 5 ppm STEL 
IPVS / IDLH: 50 ppm 
Descrição da substância: gás marrom-
avermelhado, o líquido é castanho amarelado 
(acima de 70 ° F) com um odor pungente e 
acre. 
 
 
Óxido nitroso (N2O) 
NIOSH REL: TWA 25 ppm 
OSHA PEL: não disponível 
IPVS / IDLH: nada consta 
17 Ozônio 1.6 O3 
O ozônio é um gás instável, e é gerado pela 
ação do raio ultravioleta que quebra a ligação 
da molécula de oxigênio (O2) para se ligar de 
maneira instável a outra molécula de oxigênio 
para formar o O3. É cada vez mais utilizado 
para o tratamento de água no lugar do cloro. O 
ozônio pode ser detectado em baixas 
concentrações eletroquimicamente. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 0.1 ppm CEILING 
OSHA PEL: 0.1 ppm TWA 
ACGIH TLV: 0.1 ppm CEILING 
IPVS / IDLH: 10 ppm 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 101 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
NR 15: 0,08 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
Descrição da substância: Incolor, com um odor 
muito picante. 
18 Fosgênio 3.48 COCL2 
O fosgênio é um importante produto químico 
industrial usado na produção de plásticos, 
corantes e pesticidas. É também utilizado na 
indústria farmacêutica. O gás fosgênio podem 
aparecer incolor ou como um branco pálido 
levemente amarelado. Em baixas 
concentrações, tem um odor agradável de 
feno recém-cortada ou milho verde, mas seu 
odor não pode ser observada por todas as 
pessoas expostas. Em concentrações 
elevadas, o odor pode ser forte e 
desagradável. 
Tal como acontece com todos os gases 
tóxicos do odor não fornecer aviso adequado 
de concentrações perigosas. 
O gás fosgênio é mais pesado do que o ar, por 
isso é mais provável encontra-lo em áreas 
baixas. 
O gás fosgênio pode lesionar a pele,olhos, 
nariz, garganta e pulmões. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 0.1 ppm TWA 
OSHA PEL: 0.1 ppm TWA 
ACGIH TLV: 0.1 ppm TWA 
IPVS / IDLH: 2 ppm 
NR 15: 0,08 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
Descrição da substância: gás incolor com um 
odor sufocante de feno mofado. 
19 Fosfina 1.2 PH3 
A fosfina é altamente tóxica, e portanto tem 
STEL de apenas 0,3 ppm. Gás fosfina é usado 
para controle de pragas por fumigação. A 
fosfina é também utilizado na indústria de 
semicondutores. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: 0.3 ppm TWA, 1 ppm STEL 
OSHA PEL: 0.3 ppm TWA 
ACGIH TLV: 0.3 ppm TWA, 1 ppm STEL 
IPVS / IDLH: 200 ppm 
NR 15: 0,23 ppm (jornada de 48 horas / 
semana) 
Descrição da substância: gás incolor com um 
odor de peixe ou alho. 
20 Silano 1.3 SiH4 
O silano à temperatura ambiente é um gás, 
pirofórico, que significa que ele sofre 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 102 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
combustão espontânea no ar, sem a 
necessidade de ignição externa. 
Existem várias aplicações industriais e 
médicas para o silano. Por exemplo, os silanos 
são utilizados como agentes de acoplamento 
para aderir as fibras de vidro numa matriz de 
polímero para a estabilização do material 
compósito. As aplicações incluem repelentes 
de água, alvenaria / selante e proteção de 
concreto e aplicação de camadas de silício 
policristalino em wafers de silício na fabricação 
de semicondutores, e selantes. Os efeitos na 
saúde incluem dor de cabeça, náuseas, 
irritação na pele, nos olhos e trato respiratório. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
ACGIH – TLV/TWA / NIOSH: 5 ppm 
OSHA: 5 PPM 
IPVS / IDLH: não disponível 
NR 15: não disponível 
21 
Dióxido de 
enxofre 
 Ou anidro 
sulfuroso 
2.25 SO2 
O dióxido de enxofre é incolor e tem um cheiro 
característico e asfixiante. Ele é formado 
quando ocorre a queima de enxofre e 
materiais que contenham enxofre, como 
petróleo e carvão. Ele é altamente ácido, 
quando dissolvido em água dá origem ao 
ácido sulfúrico. Junto com os óxidos de 
nitrogênio, é a principal causa da chuva ácida. 
O SO2 é encontrado em áreas industriais 
termoelétricas e outras indústrias que queimas 
combustíveis fósseis como o carvão, e é 
matéria-prima para muitos processos. Tem 
uma utilização no tratamento de água para 
deslocar o excesso de cloro e por causa das 
suas propriedades de esterilização é utilizado 
no processamento de alimentos. 
 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH REL: TWA 2 ppm 
OSHA PEL: TWA 5 ppm 
NR 15: 4 ppm (jornada de 48 horas / semana) 
IPVS / IDLH: 100 ppm 
22 
Hexa-flúor 
sulfuroso 
5 SF6 
O SF6 é usado na indústria de energia elétrica 
como meio de isolamento gasoso, altamente 
resistente à corrente elétrica, usado em 
circuitos de disjuntores de alta tensão, 
interruptores, e outros equipamentos elétricos. 
O SF6 gasoso sob pressão é usado como um 
isolador em comandos de comutação isolados 
devido as propriedades isolantes (meio 
dielétrico) por isolar mais que o ar e o 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 103 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
nitrogênio (N2) seco. Embora a maior parte 
dos produtos de decomposição rápida tendem 
a se reformar em SF6 novamente, o arco 
voltaico ou corona, pode produzir o S2F10, um 
gás extremamente tóxico, com toxicidade 
semelhante ao fosgênio. 
O plasma de SF6 também é utilizado na 
indústria de semicondutores como solução de 
gravação, e na indústria de magnésio. 
Também é emitido durante o processo de 
fundição de alumínio. 
Quando SF6 é inalado, a afinação da voz de 
uma pessoa diminui dramaticamente porque a 
velocidade do som no gás SF6 é 
consideravelmente menor do que no ar. Este é 
um efeito semelhante ao do óxido nitroso. 
Como SF6 é cinco vezes mais pesado do que 
o ar que ele desloca o oxigênio necessário 
para a respiração. Traços de tetra fluoreto de 
enxofre tóxico, pode ter efeitos graves na 
saúde. 
 
Limites de exposição ocupacional 
NIOSH: PEL-TWA: 1,000 ppm OSHA / REL-
TWA: 1,000 ppm 
ACGIH: TLV-TWA: 1,000 ppm 
NR 15: não disponível 
IPVS / IDLH: NIOSH não estabelece 
 
Compostos 
orgânicos 
voláteis 
(COV / VOC) 
Não aplicável VOC’s 
Compostos orgânicos voláteis (COV) são 
emitidos como gases de certos sólidos ou 
líquidos. VOCs incluem uma variedade de 
produtos químicos, alguns dos quais podem 
ter efeitos adversos para a saúde a curto e 
longo prazo. VOCs podem ser encontrados em 
ambientes internos domésticos ou comerciais, 
devido às emissões dos produtos de limpeza 
doméstica, pesticidas, materiais de 
construção, equipamentos de escritório, tais 
como fotocopiadoras e impressoras, gráficos e 
materiais de artesanato, incluindo colas e 
adesivos, marcadores permanentes e 
soluções fotográficas. 
Os combustíveis são compostas de produtos 
químicos orgânicos, e pode libertar vapores 
durante o uso e, até certo ponto, quando são 
armazenados. 
Os efeitos na saúde incluem irritação de olho, 
nariz e garganta, dores de cabeça, perda de 
coordenação, náuseas, danos ao fígado, rins e 
sistema nervoso central. Os principais sinais e 
sintomas associados à exposição a compostos 
orgânicos voláteis incluem desconforto no 
nariz e na garganta, dores de cabeça, e 
reações na pele. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 104 
 
 
 
Substância 
Densidade 
relativa ao ar 
= 1 
Fórmula 
Química 
Características 
Tal como acontece com outros poluentes, a 
extensão e a natureza do efeito de saúde 
dependerá de muitos fatores, incluindo o nível 
de exposição e tempo de exposição. 
Alguns COV conhecidos são o acetaldeído, 
acetileno, Acrilonitrilo, butadieno, dissulfeto de 
carbono, sulfureto de carbonilo, sulfureto de 
dimetilo, etanol, etileno, formaldeído, metanol, 
metil mercaptano, tolueno, acetato de vinil, 
acetona, benzeno, acetato de etilo, a 
metilamina, a metil etil cetona, tetracloroetileno 
e cloreto de vinil, xileno. Os COVs pode ser 
detectada por meio de sensores de PID ou, 
em alguns casos, por sensores eletroquímicos. 
SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS E COMBUSTÍVEIS 
 
Algumas substâncias químicas são sensíveis a choque, impactos ou calor. Os explosivos estão nesta 
categoria. Estes materiais expostos a choques impactos, calor, podem liberar instantaneamente energia 
sob a forma de calor ou uma explosão. 
É necessário um sério controle de estocagem destes reagentes e severas medidas de segurança. A 
área de explosivos deve ser bem identificada e isolada das outras áreas. O tipo de área de estocagem 
requerida dependerá do tipo de produto e da quantidade estocada. É frequente o uso de blindagem na 
estocagem de explosivos. 
A melhor fonte de informação para seleção e projeto da área de estocagem de explosivos é o próprio 
fornecedor do produto. 
Existem tabelas contendo as distâncias necessárias para a estocagem dos produtos classificados 
como altamente explosivos. 
 
Lista de algumas substâncias explosivas 
 
-Peróxido de benzoíla 
-Dissulfeto de carbono 
-Éter di-isipropílico 
-Éter etílico 
-Ácido pícrico 
-Ácido perclórico 
-Potássio metálico 
 
MANUSEIO DE MATÉRIA CONTAMINADA 
 
Muitos composto causam tumores cancerosos no ser humano. Diante disso, deve-se tomar todo 
cuidado no manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se a todo custo a inalação 
de vapores e o contato com a pele. Devem ser manipulados exclusivamente em capelas e com uso de 
luvas protetoras. 
Assim, devemos tomar cuidados específicos ao manusear determinados materiais, sendo estes:Manuseio de gases 
- Armazenar em locais bem ventilados, secos e resistentes ao fogo. 
- Proteger os cilindros do calor e da irradiação direta. 
- Manter os cilindros presos à parede de modo a não caírem. 
- Separar e sinalizar os recipientes cheios e vazios. 
- Utilizar sempre válvula reguladora de pressão. 
- Manter válvula fechada após o uso. 
- Limpar imediatamente equipamentos e acessórios após o uso de gases corrosivos. 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 105 
- Somente transportar cilindros com capacete (tampa de proteção da válvula) e em veículo apropriado. 
- Não utilizar óleos e graxas na válvulas de gases oxidantes. 
- Manipular gases tóxicos e corrosivos dentro de capelas. 
- Utilizar os gases até uma pressão mínima de 2 bar, para evitar a entrada de substâncias estranhas. 
 
Manuseio de Produtos Químicos 
-Nunca manusear produtos sem estar usando o equipamento de segurança adequado para cada caso. 
- Usar sempre material adequado. Não faça improvisações. 
- Esteja sempre consciente do que estiver fazendo. 
- Comunicar qualquer acidente ou irregularidade ao seu superior e a Segurança. 
-Não pipetar, principalmente, líquidos caustico ou venenosos com a boca. Use os aparelhos 
apropriados. 
-Procurar conhecer a localização do chuveiro de emergência e do lava-olhos e saiba como usá-lo 
corretamente. 
- Nunca armazenar produtos químicos em locais impróprios. 
- Não fumar nos locais de estocagem e no manuseio de produtos químicos. 
- Não transportar produtos químicos de maneira insegura, principalmente em recipientes de vidro e 
entre aglomerações de pessoas. 
 
Descarte de matérias contaminadas 
 
- Materiais que estiveram em contato com amostras potencialmente infectantes devem ser 
descontaminados antes de saírem da área de trabalho onde foram manipulados. 3 
-Todo material pérfuro-cortante, mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à 
perfuração. 
- Todos os materiais e amostras contaminados precisam ser desinfetados, antes de serem descartados 
ou limpos para uso posterior. Devem ser colocados em sacos plásticos à prova de vazamento e 
identificados, antes de serem autoclavados. Esses sacos devem ser mantidos em vasilhames de paredes 
rígidas, laváveis e identificados, colocados em área restrita. 
Para se proceder adequadamente o descarte dos resíduos sólidos gerados é importante que se 
conheça a classificação dos mesmos. 
De acordo com a RDC Nº 306 de 07/12/04, publicada pela ANVISA , são classificados 5 grupos de 
resíduo: 
 
Grupo A – Potencialmente Infectantes Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, 
por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Se 
enquadram nesse grupo: 
Grupo A.1 – Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, 
exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação 
Grupo A.2 – Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais 
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas 
forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância 
epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico 
ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. 
Grupo A.3 – Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, 
com peso menor de 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 
20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou 
seus familiares. – 
Grupo A.4 – Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de 
área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros 
similares; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, 
provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 
4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microorganismo causador 
de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão 
seja desconhecido ou com suspeita de contaminação de príons; tecido adiposo proveniente de 
lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 
recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou 
 
3 http://www.unp.br/ 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 106 
líquidos copóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de 
procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, 
peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de 
experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais 
provenientes de serviços de assistência; bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-
transfusão. - Grupo A.5 – Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes 
e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de 
contaminação com príons. 
 
GRUPO B – Químicos Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade e toxicidade. 
As características dos riscos destas substâncias são contidas na Ficha de Informações de Segurança 
de Produtos Químicos – FISQ, conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98 (ver Rotugem e 
Simbologia no item IX desse Manual). 
Resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos 
a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição 
final específicos. Resíduos químicos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em 
aterro de resíduos perigosos – Classe I. 
Resíduos químicos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o 
seu encaminhamento para disposição final em aterros. 
Enquadram-se nesse grupo os produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; 
antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados 
por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os 
resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas 
atualizações. Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; 
reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. Efluentes de processadores 
de imagem (reveladores e fixadores); efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises 
clínicas; Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT 
(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). 
 
GRUPO C – Rejeitos Radioativos Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que 
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas 
do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadram-se neste grupo os rejeitos 
radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, 
serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05. 
GRUPO D – Resíduos comuns Resíduos que não apresentemrisco biológico, químico ou radiológico 
à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares como: papel de uso 
sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, 
material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não 
classificados como A1; sobras de alimentos e do preparo de alimentos; resto alimentar de refeitório; 
resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição, flores, podas e jardins; resíduos 
de gesso provenientes de assistência à saúde. 
 
GRUPO E – Perfuro-cortantes Os materiais perfurocortantes e escarificantes como lâminas, lamínulas, 
vidrarias, seringas, bisturis, entre outros, devem ser descartados separadamente, no local de sua 
geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à 
punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados. As agulhas descartáveis devem 
ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou 
proceder a sua retirada manualmente. 
 
Questões 
 
01 (Unicamp-SP) Observe o diagrama de fases do dióxido de carbono, ao lado. Considere uma 
amostra de dióxido de carbono a 1atm de pressão e temperatura de –50 ºC e descreva o que se 
observa quando, mantendo a temperatura constante, a pressão é aumentada lentamente até 10 atm. 
 
 
1199001 E-book gerado especialmente para NAYARA THAYANI NERY DE MEDEIROS
 
. 107 
 
 
02. Preparou-se uma solução dissolvendo-se 40g de Na2SO4 em 100g de água a uma temperatura 
de 60ºC. A seguir a solução foi resfriada a 20ºC, havendo formação de um sólido branco. 
 
 
A) Qual o sólido que se formou? 
B) Qual a concentração da solução final (20ºc). 
 
03. Calcule a concentração em g/L de uma solução com 40 g de soluto em 500 cm3 de solução. 
 
04. Num exame laboratorial, foi recolhida uma amostra de sangue, sendo o plasma separado dos 
eritrócitos, ou seja, deles isolado antes que qualquer modificação fosse feita na concentração de gás 
carbônico. Sabendo-se que a concentração de CO2. Neste plasma foi de 0,025 mol/L, essa mesma 
concentração em g/L é de: 
 
05. Uma solução foi preparada dissolvendo-se 4,0 g de cloreto de sódio (NaCl) em 2,0 litros de água. 
Considerando que o volume da solução permaneceu 2,0 L, qual é a concentração da solução final? 
(A) 2g/L 
(B) 4g/L 
(C) 6 g/L 
(D) 8 g/L 
(E) 10 g/L 
 
06. Em uma solução aquosa de hidróxido de sódio (NaOH), calcule: 
a) A concentração em g/L de uma solução que contém 4,0 g de NaOH dissolvidos em 500 mL de 
solução. 
b) Para preparar 300 mL de uma solução dessa base com concentração de 5 g/L será preciso quanto 
de soluto? 
c) Qual será o volume em mL de uma solução aquosa de hidróxido de sódio que possui exatamente 1 
mol dessa substância (NaOH = 40 g/mol), sendo que sua concentração é igual a 240 g/L? 
 
07. (ETAM – Técnico de projetos navais – BIO-RIO/2015) Um turista americano, ao desembarcar no 
aeroporto do Rio de Janeiro para assistir à Copa do Mundo de Futebol de 2014, verificou que a 
temperatura local era de 40 °C. O valor desta temperatura na escala Fahrenheit é: 
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. 108 
(A) 32 
(B) 40 
(C) 72 
(D) 104 
 
08. (CPTM-Makiyama-Médico do Trabalho/2011) Assinale a alternativa que corresponde ao 
documento médico-legal definido como peça escrita, na qual os peritos médicos expõem, de forma 
circunstanciada, as observações e os estudos que fizeram e registraram as conclusões fundamentais da 
perícia. 
(A) Atestado médico. 
(B) Parecer pericial. 
(C) Laudo pericial. 
(D) Auto pericial. 
(E) Prontuário pericial. 
 
09. “O pericárdio parietal é revestido internamente por uma serosa”. 
Esta afirmação está: 
( ) Certa 
( ) Errada 
 
10. Situa-se nas proximidades do osteo da veia cava superior. 
(A) Nó sinoatrial 
(B) Nó atrioventricular 
(C) Fascículo atrioventricular 
(D) Plexo subendocárdio 
 
11. Origina-se do nó atrioventricular e se dirige para o septo interventricular. 
(A) Nó sinoatrial 
(B) Nó atrioventricular 
(C) Fascículo atrioventricular 
(D) Plexo subendocárdio 
12. É proveniente das fibras pré-ganglionares do nervo vago. 
(A) Suprimento simpático 
(B) Veias cardíacas anteriores 
(C) Veias cardíacas posteriores 
(D) Suprimento parassimpático 
 
13. O tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo esquerdo e se bifurca em duas artérias 
pulmonares, uma direita e outra esquerda. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
14. Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do 
membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
15. O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no 
estômago. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
16. O esôfago não tem a camada serosa, e por isso, as metástases e tumores no esôfago ocorrem 
com mais rapidez do que nos outros órgãos e disseminam com mais facilidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
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. 109 
17. A primeira porção do duodeno que se segue logo após o piloro chama-se ampola duodenal; ela é 
dilatada como uma ampola porque recebe todo o quimo que está dentro de estômago. Porém não ocorre 
absorção de nutrientes no duodeno. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
18. A arcada de Rioland refere-se a: 
(A) As artérias cólica média e a artéria mesentérica 
(B) As artérias cólica média e cólica esquerda 
(C) As artérias sigmóideas 
(D) A artéria ileocólica 
 
19. O entendimento da fisiologia dos estímulos cerebrais nos permite entender que 
(A) o GABA, ácido gama-amino butírico, é um depressor do SNC (sistema nervoso central). 
(B) o GABA, ácido gama-amino butírico, é um estimulante do SNC (sistema nervoso central). 
(C) o GABA, ácido gama-amino butírico, não tem relação com a atividade do SNC (sistema nervoso 
central). 
(D) a diminuição da recaptação de GABA, ácido gama-amino butírico, aumenta sua disponibilidade e 
deixa o indivíduo alerta. 
 
20. As células musculares agrupam-se em feixes para formar as massas macroscópicas que recebem 
o nome de músculos. Acerca do tecido muscular, julgue os itens subsequentes. 
Estriações transversais são exemplos de características dos músculos voluntários. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
21. As células musculares agrupam-se em feixes para formar as massas macroscópicas que recebem 
o nome de músculos. Acerca do tecido muscular, julgue os itens subsequentes. 
O tecido muscular liso é caracterizado por ausência de estriações e involuntariedade na 
movimentação; um exemplo é o músculo cardíaco. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
22. O canal de Guyon é um túnel osteo-fibroso limitado pelo hamato e pisiforme. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
23. A cerca de quatro centímetros abaixo do ligamento inguinal, lateralmente ao tubérculo púbico, 
encontra-se uma abertura denominada de: 
(A) Bainha femoral 
(B) Hiato safeno 
(C) Canal dos adutores 
(D) Osteo Medial 
 
Respostas 
 
01. Resolução: 
Observando o gráfico, temos: 
 
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. 110 
 
 
A –50 ºC e 1 atm, o dióxido de carbono encontra-se no estado gasoso. Mantendo-se a temperatura 
constante e elevando-se a pressão, temos que: 
• ao redor de 5 atm, ele passa para o estado líquido; 
• ao redor de 7 atm, ele passa para o estado sólido. 
Portanto, a –50 ºC e 10 atm ele está no estado sólido 
 
02. Resolução: 
A) Na2SO4.10H2O 
Observando-se o gráficodá para perceber que a 60º C é possível dissolver uma massa maior do que 
40g. Logo, termos uma solução insaturada. Porém, ao se resfriar a solução para 20ºC observamos que a 
solubilidade do sal diminui para uns 20g. Logo, termos a formação do precipitado a que corresponde à 
curva, nesta temperatura: Na2SO4.10H2O. 
B) 0,2 g de sal/g H2O. 
Se temos dissolvidas 20g de sal em 100g de água, teremos, então, 0,2g de sal para cada grama de 
água. 
 
03. Resolução: 
Massa do soluto = 40 g 
Volume da solução = 500 cm3 = 0,5 L 
Concentração da solução = ? (g/L) 
 
40 g de soluto ------------------ 0,5 L de solução 
X ------------------------------ 1,0 L de solução 
X = 80 g de soluto 
Desta forma ficamos com: C = 80 g/L 
 
04. Resolução: 
C = 1,1g/L 
 
05. Resposta A. 
C = m1 →C = 4,0 g →C = 2,0 g/L 
 V 2,0 L 
 
06. Resolução 
a) 
1 L ---------- 1000 mL 
 X ------------500 mL 
 
X = 500/1000 
X = 0,5 L 
 
C = m1 →C = 4,0 g /0,5L →C = 8,0 g/L 
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. 111 
 V 
 
b) 1 L ---------- 1000 mL 
 X ------------300 mL 
 
X = 300/1000 
X = 0,3 L 
 
C = m1 →5 g/L = m1/0,3L→ m1 = 1,5 g 
 V 
 
c) 
240 g--------------- 1000 mL (1 L) 
40 g --------------- x 
X = (40 g). (1000 mL) 
 240 g 
X = 166, 7 mL 
 
 
07. Resposta: D. 
 
𝜃𝑐
5
=
𝜃𝐹 − 32
9
 
40
5
=
𝜃𝐹 − 32
9
 
𝜃𝐹 − 32 = 72 
𝜃𝐹 = 72 + 32 = 104 
 
08. Resposta: C. 
Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção exige conhecimentos técnicos e científicos, e 
que se destina a estabelecer, na medida do possível, uma certeza a respeito de determinados fatos e de 
seus efeitos. 
 
09. Resposta: Certa 
O pericárdio parietal é revestido internamente por uma serosa. Ele envolve o coração como se fosse 
uma bolsa desde o ápice até a base, onde se funde com a adventícia dos grandes vasos. Inferiormente, 
o pericárdio fibroso confunde-se com o centro tendíneo do diafragma, ao qual está firmemente aderido 
formando o ligamento freno pericárdico. 
 
10. Resposta: A 
Nó sinoatrial: situa-se nas proximidades do osteo da veia cava superior. 
 
11. Resposta: C 
Fascículo atrioventricular: origina-se do nó atrioventricular e se dirige para o septo interventricular, ao 
nível do qual se bifurca em dois ramos, um direito que desce pelo lado direito do septo interventricular, e 
outro esquerdo que perfura o septo, para descer pala sua face esquerda. 
 
12. Resposta: D 
Suprimento parassimpático: é proveniente das fibras pré-ganglionares do nervo vago. As pós–
ganglionares também terminam nos nós sinoatrial e atrioventricular e diretamente nas artérias coronárias. 
 
13. Resposta: Errado 
O tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias pulmonares, 
uma direita e outra esquerda. Cada uma delas se ramifica a partir do hilo pulmonar em artérias 
segmentares pulmonares. 
 
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. 112 
14. Resposta: Certo 
Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do membro 
superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava inferior é 
formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferior 
 
15. Resposta: Certo 
O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no estômago. 
Durante esse trajeto, ao atravessar o diafragma, existe um orifício, chamado de hiato esofágico, um 
“buraco” no diafragma por onde o esôfago chega à cavidade abdominal. 
 
16. Resposta: Certo 
Tem apenas musculatura longitudinal externa e musculatura circular interna. 
O fato de não ter serosa deixa o esôfago muito friável, fácil de rasgar. 
 
17. Resposta: Errado 
O duodeno em toda sua extensão é fundamental como todo o resto do intestino delgado pra absorção 
dos nutrientes. 
 
18. Resposta: B 
As artérias cólica média e cólica esquerda formam uma arcada marginal chamada arcada de Rioland. 
É uma arcada que vem em torno de todo o cólon e promove anastomose entre a artéria mesentérica 
superior e inferior, via cólica média e esquerda. 
 
19. Resposta: B 
A cerca de quatro centímetros abaixo do ligamento inguinal, lateralmente ao tubérculo púbico, 
encontra-se uma abertura denominada de hiato safeno, pela qual passa a veia safena magna antes de 
desembocar na veia femoral. É preenchido por um tecido frouxo: a fáscias. 
 
20. Resposta: A 
Sistema de neurotransmissores chamado gabaminérgico do Sistema Límbico. O ácido gama-amino 
butírico (GABA) é um neurotransmissor com função inibitória, capaz de atenuar as reações 
serotoninérgicas responsáveis pela ansiedade. 
 
21. Resposta: Certo 
Músculo Estriado Esquelético: movimenta os ossos em suas articulações e outras estruturas (mímica). 
Faz contrações fortes e rápidas. 
É formado por fibras cilíndricas grandes, longas, não ramificadas e com estriações transversais. São 
arranjadas em feixes paralelos. 
Tem núcleos múltiplos. 
Sua estimulação é voluntária. 
 
22. Resposta: Errado 
As fibras musculares cardíacas são cadeias de células musculares cardíacas unidas ponta a ponta por 
junções celulares. 
É estriado. As estriações são atravessadas em intervalos por discos intercalados. A maioria de suas 
células tem um único núcleo. 
 
23. Resposta: Certo 
O canal de Guyon é um túnel osteo-fibroso limitado pelo hamato e pisiforme. O teto é o ligamento 
transverso do carpo. Passam pelo canal a artéria e o nervo ulnar. 
O canal de Guyon fica localizado parte proximal do punho. 
 
 
 
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