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AulaMacro Cap. 9 INFLAO, ATIVIDADE ECONMICA E CRESCIMENTO DA MOEDA

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INFLAÇÃO, ATIVIDADE ECONÔMICA E CRESCIMENTO DA MOEDA NOMINAL
9.1 Produto, Desemprego e Inflação.
A Curva de Phillips: πt-πt-1 = -α(u t -u n )
A Lei de Okun.
 A Relação de Demanda Agregada
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LEI DE OKUN
A relação recebeu o nome de Arthur Okun (economista e conselheiro do ex presidente norte-americano John Kennedy)
A Lei de Okun→Para manter uma taxa de desemprego constante, a taxa de crescimento do produto (gyt) deve ser igual a soma da taxa de crescimento da força de trabalho (gL) e da taxa de crescimento da produtividade do trabalho (gA)	 _		 
ut – ut-1 = -β (gyt – gy)→ (9.3-equação da Lei de Okun)
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Em que: (i) gy= gL + gA →taxa de crescimento normal: é a taxa de crescimento 	 do 	 produto necessária para manter uma taxa de desemprego 	 constante.
		 (ii) gyt →taxa de crescimento do produto.
		 (iii) ut e ut-1 →taxa de desemprego do período corrente e anterior.
		 (iv) β → mede o efeito do crescimento do produto acima do normal 	 sobre a mudança na taxa de desemprego.
Lei de Okun: 
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(1) gyt > gy →ut < ut-1 e (2) gyt < gy →ut > ut-1 
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A Lei de Okun nos EUA
ut – ut-1 = -0,4 (gyt – 3%)→Equação estimada para os EUA
Se gyt > 3%, então ut – ut-1 < 0 
Se gyt < 3%, então ut – ut-1 > 0
Se gyt = 3%, então ut – ut-1 = 0
Nos Estados Unidos, a soma da taxa de crescimento da força de trabalho com o crescimento da produtividade do trabalho tem sido, em média, de cerca de 3% ao ano desde 1960.
O coeficiente estimado igual -0,4, mostra que o crescimento do produto 1% acima do normal leva a uma redução da taxa de desemprego de apenas 0,4%. 
Há dois motivos para isso: 
o emprego responde menos do que proporcionalmente a movimentos no produto devido ao fato de alguns trabalhadores serem necessários independentemente do nível de produto e devido ao custo de treinar novos empregados.
Um aumento da taxa de emprego não leva a uma diminuição proporcional da taxa de desemprego devido ao aumento da atividade da força de trabalho.
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Relação de Demanda Agregada
A terceira relação de que precisaremos é uma relação entre crescimento do produto, crescimento da moeda e crescimento de preços ou inflação.
Yt = Y (Mt/Pt ,Gt , T t )→relação de demanda agregada (cap. 7)
Simplificações:
1.Enfocamos a relação entre o estoque real de moeda,M/P, e o produto, Y, ignorando as duas variáveis de política fiscal, G e T.
2. Supomos que a relação entre o estoque real de moeda e o produto seja linear: 
► 
gyt (taxa de crescimento do produto)= gmt (taxa de crescimento da moeda nominal) – πt (taxa de crescimento do nível de preços)
Previsões da relação de demanda agregada:
► gmt > πt → gyt > 0
► gmt < πt → gyt < 0
 
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9.2 Os Efeitos do Crescimento da Moeda: Inflação, Desemprego e Crescimento do Produto
1. Curva de Phillips: πt – πt-1 = -α (ut - un)
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2. Lei de Okun: ut – ut-1 = -β(gyt – gy)
3. Relação de Demanda Agregada: gyt = gmt – πt
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O Médio Prazo
►Suposições:
1. Suponha que o Banco Central mantenha uma taxa constante de 
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crescimento da moeda nominal gm.
2. No médio prazo, a taxa de desemprego deve ser constante: ut = ut-1
►Quais serão os valores do crescimento do produto, do desemprego e da inflação no médio prazo?
						 _
Fazendo ut = ut-1 na Lei de Okun: gyt = gy →no médio prazo, o produto deve crescer à sua taxa de crescimento normal
						 _ 
Com crescimento da moeda nominal igual a gm e o crescimento do produto 
	 _
	igual a gy , a relação de demanda agregada implica que a MP a inflação é 
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 	constante: gy = gm - π → π = gm - gy 
Se a inflação é constante a MP, πt = πt-1 . Fazendo πt = πt-1 na curva de Phillips, isso implica que:
	Médio prazo: u=un
Variações da taxa de crescimento da moeda nominal são neutras a MP.
	
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O Curto Prazo
►Suposição: a economia opera inicialmente em seu equilíbrio de médio prazo em que o desemprego é igual à taxa natural, o crescimento do produto está igual à taxa de crescimento normal, e a taxa de inflação está igual ao crescimento ajustado da moeda nominal. 
Suponha que o Banco Central decida diminuir o crescimento da moeda nominal. No médio prazo, um crescimento da moeda mais baixo leva a inflação mais baixa e deixa inalterados o crescimento do produto e desemprego. 
►A pergunta agora é: o que acontecerá no curto prazo?
Examinando a curva de Phillips, a Lei de Okun e a Relação de Demanda Agregada, podemos contar o começo da história:
A Relação de Demanda Agregada implica: 
	↓gmt →↓ (gmt – π)→↓gyt
A lei de Okun mostra que o crescimento do produto abaixo do normal: 
	↓gyt < gy →↑ut
A curva de Phillips mostra que o desemprego acima da taxa natural:
	↑ut > un →↓πt
A próxima pergunta é: o que acontece entre essa resposta inicial e o médio prazo (quando o desemprego retorna à taxa natural)? A resposta depende da trajetória da política monetária.
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Tabela 9.1 Efeitos de um Aperto Monetário
Suponha que a economia começo o Ano 0 no equilíbrio de médio prazo: 
A taxa de crescimento normal do produto é igual a 3%, a taxa natural de desemprego= 6% e o crescimento da moeda nominal seja de 8%. 
Suponha que o Banco Central decida efetuar um aperto na política monetária: ele decide diminuir o crescimento da moeda real em relação à tendência de 2,5% no ano I e aumentar o crescimento da moeda real em relação à tendência em 2,5% no Ano 2.
Em suma, no curto prazo, o aperto monetário leva a uma desaceleração do crescimento e a um aumento temporário do desemprego. No MP, o crescimento do produto volta ao normal e a taxa de desemprego retorna à taxa natural. O crescimento da moeda e a inflação são, ambos, permanentemente mais baixos a essa altura.
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Exercício 3, p. 183, Blanchar
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9.3 Desinflação
Vamos voltar a uma situação similar à enfrentada pelo Fed em 1979. A economia esta em equilíbrio de médio prazo: ut=un e 
	Além disso, a taxa de inflação é igual ao crescimento ajustado da moeda nominal: πt = gmt-gyt
A taxa de crescimento da moeda nominal e da inflação estão elevadas, e existe um consenso entre os formuladores de política econômica de que a inflação deva ser reduzida devido aos custos da inflação.
Do ítem 9.2, sabemos que a inflação mais baixa necessita de um crescimento da moeda nominal mais baixo que, por sua vez, implica um aumento do desemprego por algum tempo.
►Para o Banco Central, a pergunta agora é: tendo decidido agir, em que ritmo ele deveria prosseguir: realizar a desinflação rapidamente ou lentamente?
►Um primeiro passo: a curva de Phillips e o Enfoque Tradicional
A deflação é a diminuição do nível de preços, enquanto que a desinflação é a diminuição da taxa de inflação.
πt - πt-1 = -α (ut–un)→curva de Phillips (equação 9.5)
1ª implicação, a desinflação (πt < πt-1) só poderá ser obtida, se ut>um
2ª implicação, o montante total de desemprego necessário para uma dada diminuição da inflação não depende da velocidade com que a desinflação é alcançada.
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O Enfoque Tradicional
Ano-ponto de excesso de desemprego é a diferença entre a taxa de desemprego efetiva e a taxa natural de desemprego de um ponto percentual por ano.
Suponha que o Banco Central queira reduzir a inflação de 14% para 4%, de modo que o total da desinflação é igual a 10%. Vamos supor que α = 1.
Em 1 ano, a curva de Phillips mostra que é necessário um ano de desemprego com uma taxa de 10% acima da taxa natural de desemprego: πt – πt-1 = -α (ut – un) → 4% - 14% = -1(ut-un) → -10%=-1(10%)
Em 2 anos: no 1º ano -5%=-1(5%) , e no 2º. ano -5%=-1(5%) 
Em 5 anos: do 1º. ano ao 5º. ano, o excesso de desemprego é igual a 2%, desde que 	-2%=-1(2%) 
Em 10 anos: do 1º. ano ao 10º ano, o excesso de
desemprego deve ser igual a 1%, desde que -1%=-1(1%) 
Em cada caso, o número de anos-ponto de excesso de desemprego exigido para reduzir a inflação é o mesmo e igual a 10: 
	1 ano x 10%, 2 anos x 5%, 5 anos x 2% e 10 anos x 1%.
O Banco Central pode escolher a distribuição do excesso de desemprego ao longo do tempo, mas não pode alterar o número total de anos-ponto de excesso de desemprego.
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O Enfoque Tradicional
Podemos expressar essa conclusão de outro modo.
►Defina razão de sacrifício como o número de anos-ponto de excesso de desemprego necessário para obter uma diminuição da inflação de 1%.
Razão de sacrifício = Anos-ponto de excesso de desemprego/Diminuição da inflação
A equação da curva de Phillips implica que essa razão não depende da política econômica e é simplesmente igual a 1/α:
	πt – πt-1 = - α(ut – un) → -1% = - α(ut-un) → ut-un = 1/ α
Para reduzir a taxa de inflação em 1%, o excesso de desemprego deve ser igual a 1/ α
►Se a razão de sacrifício é constante, isso significa que a velocidade da desinflação é irrelevante?
Não. Suponha que o Banco Central tente obter a diminuição da inflação em um ano de 10%. 
	Pela curva de Phillips: -10% = -1(ut-6%) →ut = 16% por um ano.
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	Pela Lei de Okun: ut – ut-1 =-β(gyt-gy) → 16%-6%=-0,4(gyt-3%) → gyt = -22%
	A queda abrupta no produto e aumento do desemprego provavelmente levaria a grande número de falências, sugerindo que o Bacen desejará uma desinflação ao longo de alguns anos em vez fazê-lo em apenas um ano.
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Expectativas e credibilidade: a crítica de Lucas
O enfoque tradicional foi desafiado por dois grupos distintos de macroeconomistas: 1. os novos-clássicos e 2. os novo-keynesianos.
O foco de ambos os grupos era o papel das expectativas e como as alterações na formação de expectativas poderiam alterar o custo da desinflação em termos de desemprego.
No entanto, apesar do foco comum, eles chegaram a conclusões bastante diferentes.
As conclusões do primeiro grupo baseavam-se no trabalho de Robert Lucas e Thomas Sargent da Universidade de Chicago. 
A crítica de Lucas→Em uma tentativa de preverem os efeitos de uma grande mudança na política econômica, poderia ser muito errado tomar como dadas as relações estimadas com base em dados passados.
Considerar como dado os parâmetros da equação da curva de Phillips seria equivalente a supor que os fixadores de salários continuariam a esperar que a inflação futura fosse a mesma do passado
Lucas argumentava: por que os fixadores de salários(trabalhadores e empresas) não deveriam levar em conta as mudanças na política econômica?
Se os fixadores de salários acreditavam que o Banco Central estava comprometido com uma inflação mais baixa, poderiam esperar que a inflação fosse mais baixa no futuro do que no passado.
Se eles baixassem suas expectativas de inflação, então a inflação efetiva diminuiria sem a necessidade de uma recessão prolongada.
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Expectativas e credibilidade: a crítica de Lucas
►A lógica do argumento de Lucas:
πt = πet – α(ut – un), em que πet = θ. πt-1
Se θ=1 → πet = πt-1, então a curva de Phillips é dada por
πt - πt-1 = – α(ut – un)
Para obter πt < πt-1, é necessário que ut>un.
Porém, se fosse possível convencer os fixadores de salários de que a inflação no futuro, seria de fato menor do que no passado, eles diminuiriam suas expectativas de inflação que, por sua vez, reduziria a inflação efetiva sem qualquer mudança na taxa de desemprego.
Por exemplo, se os fixadores de salários se convencessem de que a inflação, que estava no nível de 14% no passado, seria de apenas 4% no futuro e se eles formassem expectativas de acordo, então a inflação cairia para 4%, mesmo se o desemprego permanecesse na taxa natural de desemprego: πt = πet – α(ut – un) → 4% = 4% - 0%
A razão de sacrifício poderia ser muito mais baixa do que a sugerida pelo enfoque tradicional.
O ingrediente essencial da desinflação bem-sucedida era a credibilidade da política monetária, desde que somente ela faria com que os fixadores de salários mudassem a maneira como formavam suas expectativas.
A desinflação acelerada provavelmente tem maior credibilidade do que a desinflação lenta que oferecesse inúmeras possibilidades de mudança e dissidências políticas ao longo do caminho. Portanto, o Banco Central deveria optar por uma desinflação rápida.
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Rigidez nominal e contratos
Uma visão oposta foi adotada por Stanley Fischer do MIT e John Taylor da Universidade de Columbia da macroeconomia novo-keynesiana.
Ambos enfatizavam a presença de uma rigidez nominal→nas economias modernas, muitos salários e preços são fixados em termos nominais por algum tempo e normalmente não são reajustados quando há uma mudança na política econômica.
Fisher afirmava que mesmo com credibilidade, uma diminuição rápida demais do crescimento da moeda nominal levaria a um desemprego mais elevado.O argumento é que os salários fixados antes da alteração na política econômica refletiriam as expectativas de inflação anteriores à mudança na política. Com efeito, a inflação já estaria embutida nos acordos salariais existentes e não poderia ser reduzida instantaneamente e sem custos.
Para Taylor uma característica importantes dos contratos de trabalho é de que não são todos assinados ao mesmo tempo, mas são justapostos ao longo do tempo.
A justaposição dos contratos salariais impunha limites severos sobre a rapidez que uma desinflação poderia atingir sem desencadear um desemprego mais alto, mesmo com credibilidade da política monetária.
Se os trabalhadores estivessem preocupados com seus salários em relação aos salários dos outros trabalhadores, cada contrato salarial escolheria um valor não muito diferente dos salários dos outros contratos em vigor na época.
Uma diminuição rápida demais do crescimento da moeda nominal não levaria, portanto, a uma diminuição proporcional da inflação, assim:
↓gyt = ↓gmt - πt → recessão → aumento da taxa de desemprego.
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Os contratos salários são justapostos e são fixados em termos nominais, às vezes por muitos anos. O modo de reduzir o custo da desinflação em termos de desemprego é dar aos fixadores de salários tempo para que levem em conta a mudança na política econômica: o Banco Central deve anunciar a nova política econômica que consiste na redução do crescimento da moeda nominal.Logo, o Banco Central deveria optar por uma desinflação lenta.
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A desinflação nos EUA, 1979-1985
Quem se revelou correto-o enfoque tradicional, o enfoque de Sargent-Lucas ou o enfoque de fischer-Taylor?
O compromisso do FED com a desinflação tinha credibilidade, no sentido definido por Lucas e Sargent?
Será que essa credibilidade do FED levou a um dilema mais favorável entre desemprego e desinflação do que o resultante do enfoque tradicional?
O desemprego acumulado é a soma dos anos-ponto de excesso de desemprego a partir de 1980, supondo un = 6%.
A desinflação acumulada é a diferença entre a inflação em um dado ano e a inflação em 1979.
A razão de sacrifício é a razão entre o desemprego acumulado e a desinflação acumulada.
A tabela 1, mostra que não houve ganhos de credibilidade evidentes. Em 1985 a razão de sacrifício chegou a 1,32. Uma desinflação de 10% foi obtida com 13,2 anos-ponto de excesso de desemprego, um resultado pior do que o previsto pelo enfoque tradicional: cada ponto de desinflação (-1%) necessita de cerca de um ano-ponto de excesso de desemprego (ut-un = +1%)
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