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Direito Penal I Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 1 Direito Penal I Aula I – 19/02/2015 Professor: Fernando Bolque Características do Direito Penal Inicialmente, conceituaremos o que vem a ser o Direito. O Direito pode ser compreendido como um complexo de normas que regulam a sociedade. O complexo, diferentemente do conjunto, necessita de todos os seus elementos para ser caracterizado como tal. Assim ocorre com o Direito Penal, onde a sua essência repousa no enquadramento / adequação. Ou seja, caracteriza-se como crime apenas se estiverem presentes todos os elementos que compõem o Direito Penal, possibilitando assim, a posição de punir ao Estado. O Direito Penal pode ser definido como a reunião das normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção penal, estabelecendo ainda os princípios gerais e os pressupostos para a aplicação das penas e das medidas de segurança. Justificam-se as disposições penais quando meios menos incisivos, como o de Direito Civil ou Direito Público, não bastam ao interesse de eficiente proteção aos bens jurídicos. Como o Estado não pode aplicar sanções penais arbitrariamente, na legislação penal são definidos fatos graves, que passam a ser ilícitos penais (crimes e contravenções), estabelecendo-se as penas e as medidas de segurança aplicáveis aos infratores dessas normas. Pode-se dizer assim, que o fim do Direito Penal é a proteção da sociedade e, mais precisamente, a defesa dos bens jurídicos fundamentais (vida, integridade física e mental, honra liberdade, patrimônio, costumes, paz pública, etc.). Atende ele, de maneira imediata e prevalecente, ao interesse geral e estabelece as relações jurídicas entre o Estado, num plano superior, e indivíduo, que deve obedecer aos comandos imperativos daquele. As normas penais devem ser obedecidas pelos particulares, que não as podem submeter a qualquer composição de vontades, como ocorre no campo do Direito Privado. Assim, conclui-se que o Direito Penal pertence ao Direito Público. Apenas o Estado, no sentido de União, tem legitimidade para disciplinar normas de Direito Penal, com exceção das situações previstas em lei. “Art. 22 CF. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. (...) Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.” Considerada uma Ciência por ser dotada de autonomia em relação aos outros ramos do Direito. Apenas se relaciona com os demais, subordinando-se apenas à Constituição. Direito Penal I Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 2 Diz-se que o Direito Penal é uma ciência cultural/humanas e normativa. Cultural ou humanas porque indaga o dever ser (Diferentemente das ciências naturais, em que o objeto de estudo é o ser). É também uma ciência normativa, pois seu objeto é o estudo da lei, da norma. Não se preocupa, portanto, com a verificação do gênese do crime, dos fatos que levam à criminalidade ou dos aspectos sociais que podem determinar a prática do ilícito. Tem ainda a lei penal caráter finalística, pois à proteção aos bens e interesses jurídicos é a maior finalidade da lei penal. É uma Ciência fragmentária, o caráter fragmentário do Direito Penal aparece sob uma tríplice forma nas atuais legislações penais: a) defendendo o bem jurídico somente contra ataques de especial gravidade, exigindo determinadas intenções e tendências, excluindo a punibilidade da ação culposa em alguns casos etc; b) tipificando somente uma parte do que nos demais ramos do ordenamento jurídico se estima como antijurídico; c) deixando, em princípio, sem castigo, as ações meramente imorais, como a homossexualidade e a mentira. Direito Penal I Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 3 Bibliografia MARTINS, Jesus Nazareno Lopes. Princípios do Direito Penal. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAqqIAI/direito-penal-principios >. Acesso em: 22 de fev. 2015. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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