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RESUMO MP NACIONAL 2018 ADMINISTRATIVO I AULA 8 ANNA CAROLINA

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WWW.ESCOLASDOMPONLINE.COM.BR 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 Disciplina: Administrativo I 
 Aula: 08 
 Professora: Anna Carolina Migueis 
 Ementa: Licitações I: conceito, princípios, função regulatória e destinatários. 
 
CONCEITO: 
 
A administração pública não possui liberdade para contratar livremente seus 
fornecedores, estando a escolha dos fornecedores da administração submetida a um processo 
administrativo que ao menos em tese deve ser voltado a garantir a impessoalidade, a 
publicidade e a ampla competitividade. 
 
Esse procedimento administrativo que visa selecionar o futuro fornecedor da 
administração pública, nada mais é que a licitação. Dessa forma, a licitação pode ser definida 
como o processo administrativo instaurado pela administração pública que visa selecionar a 
proposta mais vantajosa, a partir de critérios objetivos e com respeito à impessoalidade para a 
celebração de futuro contrato administrativo. 
 
PRINCÍPIOS: 
 
A lei 8.666/93 traz em seu artigo 3º, uma serie de princípios setoriais em matéria de 
licitações. Vejamos: 
 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais 
vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e 
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
 
 
 
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instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
 
No tocante a parte final do artigo que fala do julgamento objetivo e vinculação ao 
instrumento convocatório, temos princípios setoriais de licitações. A vinculação ao instrumento 
convocatório se aplica a áreas do direito administrativo que lidem com editais, desse modo, se o 
assunto for a respeito de desapropriação, por exemplo, não há que se falar em vinculação ao 
instrumento convocatório, pois não haverá edital da desapropriação. 
 
Já no tocante ao julgamento objetivo, esse somente terá sentido quanto estamos 
falando de seleções, não havendo que se falar de julgamento objetivo em uma área do direito 
administrativo que não trata de processo seletivo. 
 
Importante destacar, que a redação constante no artigo 3º da lei 8.666/93 acima 
indicado não é a redação originária, pois na redação originária não continha essa parte da 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
 
 
PRINCÍPIOS SETORIAIS DAS LICITAÇÕES: 
 
1) COMPETITIVIDADE 
 
A administração deve buscar alcançar a proposta mais vantajosa, e, diante disso 
deve ter a maior quantidade de competidores possíveis. 
 
É comum que os editais de certames contenham disposições sobre a exigência de 
apresentação de atestados por parte dos licitantes, de modo, que os licitantes ficam obrigado a 
apresentar atestado de capacidade técnica, experiência prévia e outros que se fizerem 
necessários, restringindo assim a competição. 
 
Como o atestado apresenta uma restrição a competitividade, a jurisprudência do 
Tribunal de Contas da União é unanime ao exigir que haja uma justificativa técnica (conveniência 
e oportunidade) dentro do processo administrativo para que essa exigência possa ser feita. 
 
 
 
 
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Há também decisões do TCU invalidando edital de licitação em que continha como 
exigência a ausência de ações movidas pelas empresas participantes contra o Estado, sob o 
entendimento de inexistir relação entre a qualidade do serviço que seria prestado e a empresa 
processar ou não o Estado, tratando-se essa exigência apenas de uma tentativa do Estado de 
desencorajar possíveis demandas judicias movidas pelas empresas em decorrência do não 
recebimento do valor contratado por parte do Estado. 
 
O informativo 495 do STF trouxe a vinculação de uma decisão no qual o STF 
entendeu ilegal a exigência de edital de licitação que tratava que os veículos adquiridos pelo 
estado-membro fossem produzidos naquele estado-membro, haja vista, que a lei 8.666/93 
refere-se a desenvolvimento nacional e não local. 
 
 
2) VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: 
 
 
O instrumento convocatório é um gênero que contem duas espécies: i) edital – 
demais modalidades; e, ii) carta convite - modalidade convite. 
 
Embora a relação existente entre eles seja a de gênero e espécie, na pratica são 
tratados como sinônimos, tendo em vista que o edital é o tipo de instrumento convocatório mais 
usual que a carta convite. 
 
O Edital é a lei interna da licitação, obrigando os particulares e a administração 
pública a todos os seus termos, de forma a assegurar a isonomia e a impessoalidade da 
licitação. 
 
A vinculação ao instrumento convocatório além de contida no artigo 3º, encontra 
previsão no artigo 41 da lei 8666/93, com a seguinte redação: 
 
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e 
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 
 
 
 
 
 
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3) PROCEDIMENTO FORMAL: 
 
A licitação é um procedimento formal, pois, todo o rito da licitação será previamente 
definido em lei, primeiro porque a licitação é um ato de direito público e segundo, porque visa 
garantir a isonomia, a impessoalidade, a segurança jurídica. 
 
Por exemplo: a lei 8666/93 traz 05 modalidades de licitação, essas modalidades 
não podem ser combinadas. Uma vez que a modalidade foi definida o seu rito deverá ser 
seguido do início ao fim, não sendo possível seguir o rito da concorrência até a metade do 
certame e no final seguir o rito da modalidade convite. 
 
Por outro lado, importante destacar que a licitação não é um fim em si mesma, 
sendo a administração um meio para que a administração possa selecionar seu futuro 
fornecedor de maneira impessoal e objetiva, só havendo nulidade na licitação quando houver de 
fato prejuízo a competitividade. Exemplo: a exigência de documentos deverá ser feita de igual 
modo a todos os licitantes, não sendo possível a dispensa de apenas alguns. 
 
Caso não haja prejuízo comprovado a competitividade não haverá necessidade de 
nulidade do certame. 
 
4) JULGAMENTO OBJETIVO: 
 
Segundo esse princípio as propostas deverão ser julgadas de acordo com critérios 
objetivos. Esse princípio é de suma importância quando estamos diante de licitação de melhor 
técnica ou de melhor técnica e preço, porque, o componente técnico é mais objetivo que o 
competente preço. Exemplo: possuir certificado ISO 9001. 
 
 
DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL: 
 
A licitação destina-se a seleção da proposta mais vantajosa e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável. A promoção desses dois objetivos torna possível a 
ponderação de uma mera economicidade em prol do desenvolvimento nacional sustentável. 
 
 
 
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Sempre que tratamos de ponderações entre a mera economicidade em prol de uma 
vantajosidade mais ampla, estamos falando da função regulatória ou função extra econômica da 
licitação. 
 
Na função regulatória, a administração abre mão de uma mera economicidade em 
prol de vantagens mais amplas, para promoção de valores socialmente relevantes a partir do 
enorme poder de compra que o poder públicopossui. 
 
Exemplo: 
 
a) Artigo 3º da lei 8666/93 – trata do desenvolvimento nacional e das licitações verdes 
(aquelas licitações que adotam requisitos de sustentabilidade ambiental). 
 
b) LC 123/06 – Estatuto da micro e pequena empresa – considera empate ficto em 
propostas de modo que a micro e pequena empresa possam prosseguir no certame, 
tornando-se fornecedoras do poder público. 
 
DESTINATÁRIOS DA REGRA DA LICITAÇÃO: 
 
Os destinatários da licitação são aquelas pessoas que devem obedecer à regra da 
licitação quando quiserem realizar uma contratação. 
 
O artigo 37, XXI da CF/88 estabelece que os destinatários da licitação são a 
administração pública direta e a indireta: 
 
Art. 37 (...) XXI - ressalvados os casos especificados na 
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação pública que 
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas 
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual 
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
 
 
 
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econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
 
O inciso XI do artigo 6º da Lei 8666/93, assim estabelece: 
 
Art. 6º (...) XI - Administração Pública - a administração direta e 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, abrangendo inclusive as entidades com 
personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder 
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; 
 
Toda a administração pública direta e indireta será obrigada a licitar, contudo, no 
tocante as empresas públicas e sociedades de economia mista, teremos a peculiaridade de que 
elas não devem licitar sua atividade fim, ou seja, a atividade que representa seu objeto social. 
 
Caso a Estatal fosse obrigada a licitar no tocante a sua atividade fim, não teria ela 
sentido de existir, pois não conseguiria se manter. Exemplo: Não é possível exigir que o Banco 
do Brasil licite seus correntistas, contudo, irá o Banco licitar para a realizar de obra em suas 
agencias. 
 
Nossa Constituição Federal, através de seu artigo 173 exige a edição de uma lei 
que trará normas gerais sobre o regime jurídico das empresas públicas e sociedades de 
economia mista, inclusive em matéria de licitação e contratos. 
Art. 173. (...) 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou comercialização 
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e 
alienações, observados os princípios da administração 
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
 
 
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Até 2016 essa lei especifica não existia, razão pela qual as estatais seguiam as 
disposições contidas na lei 8666/93, com exceção da Petrobras que possuía regulamentação 
própria. Em 2016 foi aprovada a lei 13.303/2016, trazendo normas especificas para todas as 
Estatais, inclusive para a Petrobras. 
 
O artigo 28 § 3º da Lei das Estatais positivou o entendimento de não ser necessário a 
realização de licitação para a atividade fim. Vejamos: 
 
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de 
serviços às empresas públicas e às sociedades de economia 
mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à 
locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do 
respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem 
integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de 
ônus real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos 
termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 
29 e 30. 
§ 1o Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista as disposições constantes 
dosarts. 42 a 49 da Lei Complementar no 123, de 14 de 
dezembro de 2006. 
§ 2o O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com 
pessoas físicas ou jurídicas de que trata o § 3o do art. 27 
observará, no que couber, as normas de licitação e contratos 
desta Lei. 
§ 3o São as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista dispensadas da observância dos dispositivos deste 
Capítulo nas seguintes situações: 
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, 
pelas empresas mencionadas no caput, de produtos, serviços 
ou obras especificamente relacionados com seus respectivos 
objetos sociais; 
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a 
suas características particulares, vinculada a oportunidades de 
 
 
 
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negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de 
procedimento competitivo. 
§ 4o Consideram-se oportunidades de negócio a que se refere o 
inciso II do § 3o a formação e a extinção de parcerias e outras 
formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição e a 
alienação de participação em sociedades e outras formas 
associativas, societárias ou contratuais e as operações 
realizadas no âmbito do mercado de capitais, respeitada a 
regulação pelo respectivo órgão competente. 
 
A lei das Estatais revogou expressamente o Decreto 2.745/98 que regulamentava 
as licitações da Petrobras. 
 
A lei das Estatais permite que cada Estatal edite seu regulamento de compras, de 
modo que todas as estatais, inclusive a Petrobras possa editar seus regulamentos de compras, 
desde que não conflitem com as disposições da lei 13.303. 
 
As entidades do terceiro setor, são entidades privadas, não integram a 
administração, logo, não serão obrigadas a licitar. Essas entidades estarão sujeitas a Lei 
13.019/2014 – Estatuto das Parcerias da Administração Pública. 
 
Do mesmo modo, as empresas público-privadas não serão obrigadas a licitar. 
 
Fim da aula 08.

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