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Trabalho Velhice

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UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA
Turma: PS1A
Carmem S. de Castro Soares – RA: D68GAA-8
Eliane Cristina N. de Oliveira – RA: T5452F-4
Hellen Larissa B. Ferreira - RA: N2808J-9
Jéssica Silvestre Gonçalves – RA: D70HJE-3
Lethycia Gabriela Sousa – RA: N2728C-9
Letícia Lopes e Oliveira - RA: N278HH-4
Análise do período: Velhice Mudanças Físicas, Cognitivas e Psicossociais
Goiânia
2018
SUMÁRIO
1. Introdução	2
2. Desenvolvimento	4
3. Análise	5
4. Conclusão	8
5.	Referências Bibliográficas	9
1. Introdução
Este trabalho tem por finalidade apresentar a visão psicológica e comportamental sobre a velhice, através da comparação entre a entrevista e as bases teóricas. Segunda os autores: Papalia e Fedman (2013) o período da senescência se divide em três grupos: Idoso jovem, que são pessoas entre 65 á 74 anos, que geralmente são pessoas ativas, animadas e vigorosas. Já o idoso-idoso são pessoas entre 75 e 84 anos. E o Idoso mais velho são pessoas de 85 anos a diante, estes dois últimos grupos são mais propensos a condições de fragilidades, a doenças e dificuldades em administrar as atividades diárias da vida.
Guimarães afirma que, o envelhecimento é um processo inevitável que acontece em todas as espécies vivas e que tem inicio no nascimento (2010). Dividido em duas categorias: o Envelhecimento primário que é um processo gradual e inevitável de deterioração física que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos, não importa o que as pessoas tentem fazer para evita-la. Já o envelhecimento secundário resulta das doenças, abusos, maus hábitos, fatores que em geral podem ser controlados (Busse, 1987; J.C.Horn e Meer, 1987, pg 573).
Como visto, o envelhecimento secundário pode ser retardado através do estilo de vida como, por exemplo, a alimentação, a atividade física, os hábitos de vida e as influências ambientais. Esses fatores dependem de cada indivíduo, sendo possível afirmar que podem ser prevenidos, e é evitável e não universal (COLL et al. 2004, p. 376 e 377), assim, menos pessoas morreriam mais cedo do que a média do tempo de vida humano.  
As mudanças e as perdas fazem parte do envelhecimento. A partir dos 40 anos, a estatura do indivíduo diminui cerca de um centímetro por década, principalmente devido à diminuição da altura vertebral ocasionada pela redução da massa óssea e outras alterações degenerativas da coluna vertebral. A pele fica mais fina e friável, menos elástica e com menos oleosidade. A visão também declina, principalmente para objetos próximos. A audição diminui ao longo dos anos, porém normalmente não interfere no dia-a-dia. Com o envelhecimento, o peso e o volume do encéfalo diminuem por perda de neurônios, mas, apesar desta redução, as funções mentais permanecem preservadas até o final da vida (Costa & Pereira, 2005).
A média geral de expectativa de vida no Brasil subiu para 75,8 anos em 2016, sendo 72,2, para homens e 79,4 para mulheres, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento inclui uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, o viver em um ambiente saudável e os avanços da medicina. Doenças que antes eram consideradas como terminais, hoje podem ser retardadas ou mesmo evitadas. As mulheres possuem uma expectativa maior, pois elas tendem a se cuidarem e essa diferença é mais evidente nas nações industrializadas. Quando se trata do sexo oposto, eles buscam menos ajuda médica e geralmente são mais propensos aos riscos e aos vícios (Kinsela e He, 2009). 
Relacionado o desenvolvimento cognitivo nesta fase, nossa capacidade para lidar e para interagir adequadamente com o ambiente vai depender, em grande medida, de nossa habilidade para detectar, para interpretar e para responder de maneira apropriada à informação que chega até os nossos sentidos. O envelhecimento biológico do cérebro é, em geral, evidenciado pela perda de intelecto, capacidade criativa e cognitiva. Mas, ao contrário do que se pensa, esse processo não acontece de repente, logo que a pessoa atinge uma determinada idade, trata-se de um processo lento que progride com o passar dos anos (COLL et al. 2004, p. 390). É por meio da cognição que os seres humanos absolvem os conhecimentos, e que contribuem para o desenvolvimento intelectual dos indivíduos, as habilidades cognitivas estão diretamente ligadas a fatores diversos como a linguagem, a percepção, o pensamento, a memória, atenção e o raciocínio dentre outro. Quando avaliado o nível cognitivo do sujeito que se encontra na última fase do desenvolvimento humano, fica evidente o seu declínio, principalmente nos aspectos ligados a atenção e a memória. Tal problemática se acentua através de comportamentos que contribui negativamente para o bom desempenho da cognição da pessoa idosa como, distanciamento do convívio social e familiar, depressão, estresse, o uso indevido de medicamentos e os problemas de ordem emocional, nutricional.
A perda de memória é a principal preocupação relatada por idosos (National Council on the aging, 2002). De fato as três estruturas da memória são afetadas de maneiras diferentes a memória sensorial e a memória de curto prazo não sofrem mudanças significativas na idade adulta, a memória de longo prazo em pessoas idosas que não estejam doentes, sofre uma perda que parece não estar tanto na capacidade de armazenar informações, mas na habilidade para recuperá-las. Quando ocorrem alterações na memória na velhice, as hipóteses explicativas para essas alterações estão centradas em fatores ambientais, déficits do processamento da informação e fatores biológicos (deterioração em algumas partes de cérebro, como os lóbulos frontais) (COLL et al. 2004, p. 396 e 397). Assim um esforço mental maior é necessário para manter essa informação adicional na mente, usando mais do que a capacidade limitada da "memória de trabalho" (armazenamento de curto prazo das informações que estão sendo ativamente processadas).
Tendo em vista o comprometimento intelectual do idoso, faz-se necessárias sugestões de atividades onde possam ser trabalhadas as habilidades perceptivas e de memorização destes indivíduos. Portanto, diante das limitações psicológicas, físicas e neurológicas pelas quais passam a pessoa idosa, é importante uma melhor compreensão de seu ritmo, habilidades cognitivas e fragilidades características deste estágio do desenvolvimento humano, para que assim, possa ser feito intervenções diretivas e com objetividade tornando a pessoa idosa integrada em diferentes contextualizações socioculturais.
2. Desenvolvimento
A entrevista ocorreu no dia 27 de abril durante o período da manhã no estacionamento da Universidade Paulista (UNIP), isto, pois a senhora estava com viagem marcada e segundo ela, a entrevista foi uma espécie de “passeio”. Todo questionário foi realizado dentro do carro, para evitar a locomoção e possíveis transtornos, pois a entrevistada recentemente ter passou por uma cirurgia, decorrente de uma queda. 
 	No início da entrevista, pelo fato do entrevistador não ser alguém do seu convívio diário, a senhora se apresentou retraída, porém, foi demonstrando maior conforto ao longo da conversa. A integrante do grupo tentou fazer com que as perguntas não fizessem parte de um questionário, mas sim de uma simples conversa, assim garantindo maior leveza ao período em que a entrevistada e a entrevistadora passaram juntos.
Ao longo das perguntas a idosa se apresentou receptiva a todos os questionamentos, sempre muito sorridente, e a cada pergunta a ser respondida a senhora revivia um pouco da sua trajetória, assim se emocionando ao relembrar de momentos especiais que marcaram sua história. Além dos questionamentos de identificação, o roteiro da entrevista tratou de assuntos pessoais como a rotina de vida, os hobbies, o relacionamento familiar, relacionamento social, relacionamento com pessoas de outra faixa etária entre outros assuntos.
Ao final da entrevista, a senhora se apresentou muito contentee já não se continha ao contar suas historias da juventude, sempre comparando com as perdas e ganhos dos jovens atualmente. Ao se despedir entrevistada e entrevistadora se divertiram muito com piadas e conselhos da idosa que demonstrava grande alegria. Com um aperto de mão e um sorriso no rosto foi finalizado mais do que uma entrevista, mas sim uma conversa entre “amigas”.
3. Análise
Entrevistamos a Sra. Ercilia Nascente de Oliveira, uma mulher de 84 anos, seu grau de escolaridade é o primário, costureira desde os 16 anos de idade, profissão que acabou se tornando um hobby após a terceira idade. Tendo em vista a teoria da descontinuidade (O. Brin e Carol Riff, 1980), atualmente a senhora é viúva e declarou morar sozinha, do mesmo modo, as mudanças cognitivas e comportamentais do idoso decorrem desses fatos. A mesma definiu sua posição socioeconômica como classe média, porém controlada.
O questionário realizado com a idosa foi orientado pela ministradora da disciplina. Ao decorrer da conversa a senhora declarou sua rotina como “paralisada”, devido a sua limitação de locomoção e afirmou apenas realizar algumas tarefas domésticas. Em seu tempo livre uma de suas atividades preferidas é a leitura, que segundo ela ao abrir um livro se abre também portas para um mundo novo e desconhecido, e isso de fato a fascina. Outra atividade praticada com amor e que a tranquiliza é o crochê. Sob essa premícia de acordo com Robert Havighurst (1969), quanto mais o indivíduo se mantém ativo, maiores são suas possibilidades de um envelhecimento adequado, como no caso da idosa que tem mantido atividades como o hábito da leitura que aceleram o seu desenvolvimento cognitivo.
Segundo a teoria da continuidade (Streib e Schneider, 1982), o ser humano envelhece da mesma forma que viveu , podemos associar tal menção com o fato da idosa manter um bom relacionamento familiar, isto, pois segundo ela seus princípios foram estabelecidos desde cedo assim garantindo um bom convívio não só familiar, mas também social baseado no respeito. Todavia a entrevistada afirma que devido a series de obrigações e responsabilidades dificultaram o contato e os vínculos que a anos atrás foram estabelecidos , segundo E. Cummings e W. H. Henry para os idosos no envelhecimento é normal que haja um distanciamento recíproco entre os indivíduos que ficam cada vez mais velho, isto por conta do sistema ao qual pertencem (1991, pg.102).
 Um dos ensinamentos passados de seus pais e prezado durante a vida da entrevistada é o respeito. Seguindo essa ideologia Ercilha definiu sua relação com pessoas de outras faixas etárias de fácil convívio, “de igual para igual”. Seu relacionamento com pessoas de sua mesma faixa etária é excelente um fato que comprova isto é seu hobbie de visitar idosos em asilos carentes em Goiânia. Analogamente, novamente na teoria da continuidade pode ser identificada na fala da entrevistada isto, pois segundo Streib e Schneiber, os idosos que procuram novas amizades e atividades são, em geral, aqueles que ao longo de sua trajetória estiveram abertos a novas experiências (1982). Todavia a uma grande diferença entre os idosos das quais ela oferece atenção quanto a ela, pois segunda a senhora tudo depende “da natureza de cada um”. 
Questionada sobre quais as semelhanças de sua pessoa em outros períodos em comparação a sua personalidade atual, ela afirma que ainda é a mesma, contudo Ercilia, afirma que sempre foi uma mulher independe, já hoje devido a idade depende da ajuda de seus filhos, exceto financeira. Apesar dessa dependência, a idosa afirma que na atual fase da vida em que, se encontra as pessoas a veem e aceitam com naturalidade, contrariando o modelo de cunho sociológico, que interpreta os idosos como um grupo social marginalizado, considerando o perfil de personalidade do idoso um produto da desvalorização e da marginalização da sociedade (Riffa, pág.106). Segundo a entrevistada apesar das mudanças físicas e até mesmo emocionais, tudo na vida é passageiro e isso deve ser encarado com igualdade e respeito. 
A idosa afirma ter medo da violência e da insegurança que nosso país enfrenta. Apesar de toda essa crise no sistema de segurança a senhora afirma que o que ela vai fazer daqui pra frente é “esperar o dia de fazer a mala, e encontrar com seu eterno amor”, todavia a idosa afirma que algumas pessoas com a sua mesma idade não encaram a vida assim, dependendo da forma como alguns idosos vivem, ainda costumam encarar a profissão com amor e exercê-la, mas para Ercilia essa realidade não condiz com a sua. Essa explicação da senhora condiz com “a crise do desgarramento” (Guardini, pág.107), onde surge a imagem vital do homem velho cujo valor é a sabedoria. O homem sábio é aquele que sabe do fim e aceita-o. O próprio final da vida também é vida e pode realizar valores que só então podem ser vivenciados. O envelhecimento não se expressa só em limitações, em ser menos capaz, mas em aquisições desse estágio.
Para finalizar a entrevista uma pergunta a emocionou quando ela afirmou que ver seus filhos e netos realizados no profissional e pessoal de fato é o ser maior sonho. E além de sonhar com um amanhã prospero para a família Ercilia encara o dia de amanhã com muita leveza, e afirma esperar com confiança o dia de encontrar o seu amor eterno que partiu dessa realidade há três anos, mas que vive em sua lembrança e carrega-o em seu coração. 
4. Conclusão 
 Com base em diferentes obras, o trabalho foi desenvolvido a partir de uma comparação entre as bases teóricas e entrevista. A partir dessa comparação os alunos de psicologia do primeiro período concluíram que o envelhecimento é um processo natural que ocorre em grande parcela da população, porém este assunto é recente dentro de pesquisas cientificas, já que antes o numero de idosos obtinha pouco peso dentro da estrutura demográfica das nações. Todavia hoje estamos diante de um mundo que envelhece alguns Fatores como o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de natalidade são alguns pontos que colaboraram para o aumento da população de idosos no mundo. 
Com o aumento da expectativa de vida, surgiu a necessidade de distinguir o período da velhice em algumas etapas como, por exemplo, pré-senilidade ou senescencia, senilidade, terceira e quarta idade, assim apontando maior necessidade de mais estudos especializados em cada um desses períodos da vida. Quando se trata do desenvolvimento físico são, as mulheres que ganham maior destaque pelo fato de em geral serem caracterizadas por “viverem mais”, pelo fato de se cuidarem melhor, já os homens são mais suscetíveis a vícios assim se tornando propensos a diversos tipos de doenças. Já quando se trata de desenvolvimento cognitivo é possível notar um decréscimo nas funções cognitivas devido a hereditariedade, saúde geral e pelos hábitos de saúde anteriores e atuais. Todavia com a continuidade da atividade mental, através de programas de educação adulta e possível manter as pessoas mais velhas mentalmente alertas. (BEE, 1997). 
 Ao contextualizar o tema, através da entrevista e com o contato com o “mundo da velhice” percebe-se que o sentido de qualidade de vida para os idosos abrange muitos significados, porém, como foi mais mencionado a saúde e o convívio familiar para eles são elementos primordiais constitutivos de uma vida com qualidade. Sobre a saúde, esta parece ser elemento que norteia a vida dos idosos, pois, para este grupo pode ter um significado de autonomia e independência, valores que quando jovens não é dado tanta importância, mas quando se chega à velhice, esta pode gerar limitações e danos à saúde, comprometendo alguns aspectos de liberdade de sua vida.
 A entrevista realizada reflete e aponta para a necessidade de uma maior valorização da sociedade e, principalmente do poder público, em dar atenção no atendimento às pessoas idosas, garantindo a eles um atendimento de qualidade, e maior qualidade de vida, ao investir em programasde lazer. O trabalho foi de suma importância para a formação acadêmica dos alunos de psicologia do primeiro período, pois através do contato com a realidade dos idosos através são somente da entrevista, mas com o convívio com diferentes grupos que se encontram na velhice foi possível “mesclar” teoria e realidade, e atentar a problemática levantada não só pela entrevistada, mas pelos idosos como um todo.

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