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Estudo Dirigido - Desenvolvimento e Ciclo Vital

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1. A gestação pode representar o sentimento de se tornar finalmente "mulher", 
uma vez que a maternidade é muito valorizada na nossa cultura. Nesse sentido, 
espera-se um relacionamento próximo e afetivo das mães com os bebês. Fale 
sobre o desenvolvimento dessa relação e as elaborações psíquicas que devem 
acontecer no período de gestação. 
A mulher, desde a infância, é estimulada pela sociedade a perseguir o ideal 
de maternidade, seja por meio de brinquedos e brincadeiras, seja por expectativas 
sociais e propagandas – o que justifica o sentimento de realização ao tornar-se mulher 
após a gravidez. Essas expectativas, contudo, afetam a gestante, que além de sofrer 
alterações metabólicas e hormonais que alteram seu comportamento, gesta no 
imaginário fantasias, ansiedade e medos ao longo da gravidez. Ao mesmo tempo, a 
mãe, que tem uma unidade natural com o bebê, sensibiliza-se e vai desenvolvendo 
um relacionamento afetivo com o filho, estabelecendo um sentimento de identificação 
com ele, para entendê-lo e tentar saber o que está sentindo. 
As principais elaborações psíquicas giram em torno de: (1) representações da 
gestante como mulher e mãe; (2) fantasias a respeito do filho e da sua identidade 
futura; (3) antecipações de dificuldades profissionais e no relacionamento com o 
marido; e (4) medo da própria morte e/ou do bebê no parto, bem como malformações. 
 
2. O momento do parto é antecedido por sentimentos e emoções próprias desta 
situação. Discorra a respeito das crises e temores neste momento. 
Durante as últimas semanas de gestação, o medo e a ansiedade se 
intensificam enquanto a gestante antecipa o estresse do trabalho de parto. A mãe 
revive ansiedades de separação pelo afastamento do bebê, teme ser ferida pelos 
movimentos do bebê e fantasia a perda das genitais durante o parto. Há ainda o medo 
de sentir dor, de morre, de passar por um parto traumático, de ter um bebê disforme 
e de perder o filho. 
No momento do parto, esses sentimentos tornam-se ainda mais intensos, 
quando a mulher, além de sentir as dores do parto e outras reações fisiológicas 
consequentes, é submetida a procedimentos hospitalares pré-parto. É possível que a 
parturiente se torne agressiva ou chorosa, necessitando de total apoio psicológico e 
afetivo do pai e familiares e confiança na equipe de saúde. 
3. Dentre os três tipos de transtornos emocionais pós-parto: melancolia (baby 
blues), psicose puerperal e depressão, considerando o documentário exposto 
em aula, aponte os principais pontos sobre o contexto da depressão na 
maternidade abordados e discuta com o referencial teórico. 
No período pós-parto, a mãe se vê frente às crises de cólica do bebê, à 
indiferença, à recusa ou demanda excessiva de alimento, ao choro e às noites em 
claro, tendo de renunciar os próprios interesses para cuidar do recém-nascido. 
Problemáticas mal resolvidas do puerpério podem ser reativadas, e em meio às 
expectativas, construções, idealizações e romantizações do parto e da maternidade, 
a mulher pode acabar desencadeado transtornos emocionais pós-parto, como a 
melancolia (baby blues), a psicose puerperal e a depressão. 
A melancolia, caracterizada por um humor instável, pode ser concomitante 
com alterações neurofisiológicas normais do período, geralmente tem um curto 
período de duração e atinge até 90% das puérperas. A psicose puerperal é uma 
desordem psiquiátrica rara e grava, que exige internação, caracterizada por delírios, 
alucinações e confusão mental. 
Já a depressão, denominada pós-parto quando ocorre dentro de quatro 
semanas após o parto e materna após esse período, pode durar de alguns meses até 
um ano, afetando a disponibilidade cognitiva e emocional da mãe, que parece 
indecisa, insensível, confusa e pouco habilidosa no trato com a criança, além de se 
mostrar apática, menos afetuosa, mais hostil, menos cuidadosa com a própria saúde 
e higiene e, ainda, culpada por não conseguir atingir os ideais de maternidade. 
Fatores que parecem ser de risco para o desenvolvimento desses transtornos, 
como a gravidez na adolescência, conflitos conjugais, frustração das expectativas em 
relação à maternidade, vivência de grande estresse na gravidez, ausência de apoio 
afetivo e psicológico do pai ou familiares, abandono do pai, relação conturbada com a 
figura materna, dificuldades financeiras e nascimento prematuro da criança, sendo o 
histórico pessoal e familiar de transtornos do humor o fator mais influente no 
desenvolvimento de transtornos emocionais pós-parto. 
É importante que a mulher acometida por estes transtornos, que podem ter 
impacto sobre o bebê e até mesmo sobre o pai, tenha acesso ao tratamento 
psiquiátrico e psicológico adequado e apoio do cônjuge e familiares para que possa 
controlar os sintomas disfuncionais e recuperar sua saúde mental. 
4. Eleja um dos casos descritos no documentário e caracterize o quadro. 
Apresente descrição teórica do quadro diagnóstico e breve descrição do caso. 
Silvana relatou que, após o parto, sentia que o filho não era seu, não 
estabelecia uma ligação com ele e não sentia afeto pela criança. Silvana sentia dor e 
procurou ajuda várias vezes no pronto-socorro, até que foi diagnosticada, por um 
psiquiatra, com depressão pós-parto grave e passou por internação psiquiátrica. 
A depressão pós-parto caracteriza-se como um episódio de depressão maior 
que acomete a mulher dentro das primeiras quatro semanas após o parto e dura 
alguns meses. Compreende sintomas como transtornos alimentares e do sono, crises 
de choro frequentes, desatenção, problemas de concentração, apatia, falta de energia 
e motivação, ansiedade, desinteresse por atividades anteriormente consideradas 
agradáveis, ideação suicida, sentimentos de culpa, incapacidade, desamparo e 
desesperança, irritabilidade, hostilidade e manifestações psicossomáticas. Como no 
caso de Silvana, a mulher ainda pode ter dificuldades em estabelecer laços afetivos 
com a criança e um sentimento de não pertencimento daquela criança. 
 
5. Fale sobre as influências ambientais e o papel do pai no período da gravidez. 
Para o bom desenvolvimento fetal, é essencial garantir o bem-estar materno 
em todos os aspectos, de saúde física a saúde mental, pois tudo o que afetar a mãe 
afetará, também, o bebê e seu crescimento. Os fatores ambientais, por parte da mãe, 
que podem influenciar o desenvolvimento pré-natal incluem nutrição, atividade física, 
consumo de drogas, infecções pelo HIV e AIDS, idade materna, contato com 
substâncias químicas e tóxicas, radiação e exposição a extremos de calor e umidade. 
Também o pai tem o papel de garantir a ausência de ameaças ambientais ao 
desenvolvimento do filho: exposição ao chumbo, maconha, fumaça de cigarro, álcool, 
radiação, dietilestilbestrol e pesticidas podem acarretar produção de esperma 
anormal. Uma dieta paterna pobre em vitamina C está associada a filhos com defeitos 
congênitos e alguns tipos de câncer. O uso de cocaína também está relacionado a 
filhos com defeitos congênitos. O tabagismo do pai está associado a baixo peso natal 
e maior risco de câncer infantil e também na vida adulta. Por fim, assim como a da 
mãe, a idade mais avançada do pai também está relacionada ao maior risco de 
desenvolvimento de doenças congênitas raras e síndrome de Down. 
BIBLIOGRAFIA 
 
CAMACHO, R. S. et. al. Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: 
classificação, diagnóstico e tratamento. Rev. Psiq. Clín., São Paulo, v. 33, n.2, 
p. 92-106, 2006. 
 
DEPRESSÃO PÓS-PARTO. Profissão Repórter. São Paulo: Rede Globo, 3 ago. 
2016. Programa de TV. Disponível em <goo.gl/nRGufZ>. Acesso em 7 set. 2017. 
 
FRIZZO, G. B.; PICCININI, C. A. Interação mãe-bebê em contexto de depressão 
materna: aspectos teóricos e empíricos. Psicologia em estudo, Maringá, v. 10, n. 1, 
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PAPALIA, D. et. al. Desenvolvimento humano. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
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SCHWENGBER, D. D. S.; PICCININI, C. A. O impacto da depressão pós-parto para 
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ZAVASCHI, M. L. S. et. al. O bebê e os pais. In: EIZIRIK, KAPCZINSKI & BASSOLS. 
(Orgs.) O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. 1. ed. Porto 
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ZIMMERMANN, A. et. al. Gestação, parto e puerpério. In: EIZIRIK, KAPCZINSKI & 
BASSOLS. (Orgs.) O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. 1. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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