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Relato de experiência Percepção de técnicos de enfermagens que cursam o superior em enfermagem

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RELATO DE EXPERIÊNCIA “PERCEPÇÃO DE UM TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
QUE CURSA A GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
Maria da Paixão Lima Guimarães 
 
RESUMO 
O presente relato de experiência narra percepções acerca de como um 
profissional técnico de enfermagem sentiu-se motivada para cursar a graduação em 
enfermagem, que decorre de sua vivência de trabalho e do impacto social em sua 
vida, onde o profissional permite-se através da possibilidade de crescimento 
profissional, posição hierárquica possivelmente melhor na equipe, ganhos financeiros 
levemente superiores ao de técnico na maior parte das instituições, além da 
possibilidade de obter muitos outros conhecimentos. Dessa forma, tudo isso contribui 
com o desejo de investir e cursar graduação em enfermagem. 
Palavras-chave: Relato de experiência, técnico de enfermagem, graduação em 
enfermagem. 
 
INTRODUÇÃO 
Takahashi e Medina (2003) citam em seu trabalho uma série de precedentes 
que apontam para que o profissional técnico de enfermagem decida cursar a 
graduação em enfermagem, são eles: 
 É um curso menos seletivo; 
 Permite ascensão profissional; 
 Melhora o conhecimento cientifico; 
 Possibilita mudança de status dentro da equipe. 
Os mesmos autores aprofundam a questão da procura pelo curso de 
graduação procurando investigar quais as possíveis motivações: 
“Alguns definem motivação como estímulo, outros, 
consideram-na impulso, energia ou, ainda, uma 
necessidade. Entretanto, a característica mais importante 
da motivação é que ela faz parte do comportamento do 
homem, é inerente ao ser humano, ela tem a capacidade 
de movê-lo e direcioná-lo para alcançar um objetivo”. 
(TAKAHASHI E MEDINA,2003,p.102) 
Ainda tratando de motivação, só que mais especifico quanto a aprendizagem, 
os autores dizem o seguinte: 
“A partir do exposto, acho essencial refletir sobre a 
motivação no processo educativo da enfermagem, pois ela 
contribui para o crescimento, o desenvolvimento e a 
formação de profissionais capacitados para desempenhar 
suas funções. Assim, a opção profissional é vista como um 
processo de crescimento, de exploração de 
potencialidades, de identificação e aceitação de si próprio, 
de harmonização ou integração dos motivos individuais e 
sociais, que acabam refletindo em um trabalho de 
qualidade”. (TAKAHASHI E MEDINA,2003,p.102-103) 
Sendo assim, os autores apontam para a tendência em que o técnico de 
enfermagem tende a procurar a graduação em enfermagem principalmente pelo êxito 
de crescimento profissional como também pelo desejo de desenvolver trabalho de 
maior qualidade e complexidade. 
 
 
PERCURSO METODOLÓGICO 
Trata-se de um relato de experiência do período em que o técnico de 
enfermagem que vivenciou o processo de motivação e decisão para cursar a 
graduação de enfermagem ao mesmo tempo em que atuava na área como técnico de 
enfermagem. 
 
RELATO DE EXPERIÊNCIA 
Durante a formação do curso técnico de enfermagem, tinha-se muitas dúvidas 
sobre o papel do técnico de enfermagem em relação ao de enfermeiro. Até que vieram 
as práticas de estágio e os primeiros empregos na área. Percebeu-se que durante as 
atividades nos hospitais e na assistência de enfermagem, muitos procedimentos que 
não foram aprendidos no decorrer do curso técnico foram facilitados a aprendizagem 
na prática diária do trabalho com técnico de enfermagem, através da observação de 
como eram feitos os procedimentos como também os próprios enfermeiros ou 
técnicos mais experientes ensinando e delegando aquele procedimento. 
Essa experiência prática na assistência em enfermagem proporcionou uma 
motivação de desejar cursar o nível superior, pois a impressão que se teve da prática 
cotidiana do trabalho de técnico assemelha-se muito da do enfermeiro, enquanto o 
que diferencia em muito é a questão hierárquica. No sentido em que certos 
procedimentos técnicos e administrativos devem ser feitos apenas pelo enfermeiro, 
porém na prática se vê uma certa flexibilidade no que toca a delegar algumas funções 
para o técnico de enfermagem e este dá conta dos procedimentos e do que é 
delegado. 
Dessa forma o técnico ao perceber todas essas possibilidades, se motiva para 
fazer o curso superior, apesar de saber da questão salarial que na maior parte das 
empresas privadas não difere tanto do salário do técnico no sentido da quantidade de 
responsabilidade e serviço, ou seja não é por ser do Enfermeiro que o salário vai ser 
muito melhor que do técnico tendo em vista o custo da formação da graduação de 
nível superior. Sendo assim, pesa a motivação de ter o crescimento profissional, 
aumentar os conhecimentos, maior privilégio dentro das equipes e social. 
Na atualidade percebe-se que a formação de técnico em enfermagem contribui 
muito também no sentido de já estar bastante familiarizado com a parte prática 
existente na graduação de enfermagem, e que a parte teórica é muito mais densa e 
aprofundada em questões administrativas. Dessa forma, a sensação é de que se torna 
mais fácil a aprendizagem dos conhecimentos da graduação de enfermagem e a 
prática torna-se muito empolgante no sentido de já se ter experiências prévias em 
hospitais ou na assistência, proporcionando até ensinar aos colegas e novatos na área 
o que já se sabe. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A atuação como técnico de enfermagem em hospitais e áreas afins da saúde 
é uma porta de entrada para muitos desejarem cursar a graduação quando 
principalmente tiveram motivações pessoais para continuar esse processo de 
aprendizagem e crescimento pessoal. Sendo assim, são importantíssimas as 
impressões tidas durante a formação do curso técnico com as vivências dentro das 
equipes de enfermagem. A existência de docentes que “encantam os alunos” a 
continuarem pela busca de mais conhecimento como a existência de colegas de 
trabalho que ensinam e delegam responsabilidades e novos desafios para o técnico 
de enfermagem é de fundamental importância para a motivação do mesmo. 
 
Referência 
1- MEDINA, Neuma Vital; Julca, TAKAHASHI, Regina Toshie. A busca da 
graduação em enfermagem como opção dos técnicos e auxiliares de 
enfermagem. Revista Escola de Enfermagem USP, v.37, p. 101-108. São 
Paulo, 2003.

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