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Projeto Final da Disciplina - Amplificadores de Potência Amplificador Push-Pull quase complementar Laura Ferreira1 Caroline Obregon Pilz2 Jean Munchen3 Disciplina de Circuitos Eletrônicos II - Prof. Cesar Augusto Prior Santa Maria/RS - Julho de 2018 Resumo: Este trabalho consiste no relato da implementação do projeto final da disciplina de circuitos ele- trônicos II. O circuito trabalhado é um amplificador de áudio do tipo quase-complementar, isto é transistores complementares antes dos transistores de saída npn correspondentes. Durante as etapas de simulação e imple- mentação prática observaram-se características como resposta em frequência, distorção harmônica, potência de saída e rendimento. Palavras-chave: Amplificador, Áudio, Push-Pull, Transistor, Potência, Distorção. 1 Proposta Implementar/Projetar, um amplificador de potência para áudio com as seguintes especificações mínimas. • Resposta em frequência – 20Hz a 20 kHz; • Potência de no mínimo 5 Watts rms @ 8 Ohms; • Tipos: Push-pull com TJB, FET e Classe D com PWM e SD. • Alimentação, componentes, de livre escolha. 2 O Amplificador Push-Pull Quase-Complementar Em circuitos amplificadores de potência práticos é preferível usar transistores NPN para ambos os dispositivos de saída de alta corrente. Como a conexão push-pull é composta por dispositivos complementares, um transistor PNP de alta potência deve ser utilizado. Uma maneira prática de obter-se operações complementares utilizando os mesmos transistores NPN casados para a saída é oferecida pelo circuito quase complementar como mostra a figura 1. A operação push-pull é obtida pelo uso de transistores complementares (Q1 e Q2) antes dos transistores de saída NPN casados (Q3 e Q4). Observa-se que os transistores Q1 e Q3 formam uma conexão Darlington que apresenta uma baixa impedância de saída, típica de um seguidor de emissor. A conexão dos transistores Q2 e Q4 forma um par realimentado, o qual, semelhantemente, fornece uma baixa impedância para carga. 1Acadêmica do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal De Santa Maria- UFSM, matrícula: 201312207, email: laurafer- reira.ufsm@gmail.com 2Acadêmica do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal De Santa Maria- UFSM, matrícula: 201310948, email: caro- line.obregon1@gmail.com 3Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal De Santa Maria- UFSM, matrícula: 201312207, email: jeanmuen- chen@gmail.com 1 O resistor R2 pode ser ajustado para minimizar a distorção de cruzamento pela alteração do valor da polaridade CC. O único sinal de entrada para o estágio push-pull resulta, então, em um ciclo de saída completo para carga. O amplificador push-pull quase complementar é, atualmente, em geral, o circuito mais utilizado para amplificação de potência Figura 1: Circuito Amplificador Quase-Complementar. Fonte:Boylestad 3 Circuito Desenvolvido A figura 2 apresenta o circuito trabalhado. Figura 2: Circuito do Amplificador Aplicado. 2 • O estágio de entrada que consiste em Q1 e Q2 é um circuito amplificador diferencial, também chamado de par de cauda longa, este apresenta elevada impedância de entrada (opera com feedback de tensão). • O sinal de entrada é aplicado à base de Q1 e o sinal de feedback proveniente da saída do amplificador é aplicado à base de Q2. • R6 e R7 determinam o ganho geral do amplificador. • Q4 é o estágio multiplicador de vbe. • C1 é para compensação de alta frequência. . • Q5 e Q6 formam um Par Darlington. • Q6 e Q8 formam um Par Realimentado. • Q7 e Q8 são transistores de potência. 4 Resultados Teóricos-Experimentais 4.1 Tensão Para uma entrada de 20 mVpp, a tensão observada é a que está apresentada na Figura 5. Figura 3: Captura de Tela do LTSpice: Sinal de saída com 18 Vpp. Figura 4: Captura de Tela do LTSpice: Valor da saída em 18 Vpp. 3 4.2 Potência de Saída para Variável Tensão Pp−p = V 2ce 8 ·Rc (1) Pp−p = 18,792 8 ·8 (2) Pp−p = 5,51W 5 Corrente Para uma entrada de 20 mVpp, a corrente observada é a que está apresentada na Figura ??. Figura 5: Captura de Tela do LTSpice: Sinal de saída com 2,34 App. Figura 6: Captura de Tela do LTSpice: Valor da saída em 2,34 App. 5.1 Potência de Saída para Variável Corrente Pp−p = I2c ·RC 8 (3) Pp−p = 2,342 ·8 8 Pp−p = 5,51W (4) 4 5.2 Distorção Harmônica Utilizando a Transformada Rápida de Fourier, analisou-se o espectro de frequências da saída (Figura 7). Percebe-se que a componente fundamental de 1kHz está limpa de harmônicas ao seu redor, o que traduz o comportamento do sinal. Figura 7: Análise do sinal através de FFT. 5.3 Resposta em Frequência Utilizando análise AC capturou-se a resposta em frequência (Figura 8). O sinal comporta-se bem na faixa audível 20 Hz - 20 kHz e além. Figura 8: Resposta em Frequência do Circuito. 5 5.4 Excursão do Sinal Para um sinal de entrada de 0.7 V a saída apresenta saturação, como mostra a figura 9. Figura 9: Análise do sinal através de FFT. 6 O Transistor 2n3055 O modelo 2n3055 é um transistor de enorme utilidade principalmente envolvendo aplicações industriais, controle, robótica e mecatrônica. Capaz de dissipar potências de até 115 W e de operar com correntes de coletor de até 15A pode-se usá-lo em fontes de alimentação, amplificadores de áudio, controles de potência, e em muitas outras aplicações que envolvam corrente contínua e baixas frequências. Figura 10: Transistor 2n3055. O componente apresenta dois pinos relacionados à sua base e emissor, sua carcaça é responsável pelo coletor. Figura 11: Pinagem do Transistor 2n3055. 6 As principais características do transistor podem ser verificadas na tabela 12 que foi retirada de seu datasheet. Figura 12: Acarcterísticas do Datasheet do Transistor 2n3055. Destacam-se: – 15 Amperes – 60 Volts – 115 Watts 7 Procedimento Prático Aplicando o mesmo sinal simulado, a saída observada apresentou saturação (Figura 13). Ajustaram os níveis de polarização através de potenciômetros, diminuiu-se o sinal de entrada, porém a distorção prevaleceu, caracterizando uma situação extrema entre ausência de sinal e sinal saturado. Figura 13: Análise do sinal através de FFT. 7 Utilizou-se o recurso da FFT do osciloscópio para ratificar o comportamento do sinal (Figura 14). Clara- mente o sinal está poluído e o desempenho do áudio deverá apresentar distorção. Figura 14: Captura de Tela do Osciloscópio: Espectro de Frequências fornecido pela FFT. 7.1 Potência de Saída Pp−p = V 2ce 8 ·Rc (5) Pp−p = 142 8 ·8 (6) Pp−p = 3,06W A saída, apesar de distorcida, apresenta potência considerável, a intensidade de som verificada deve ser forte. 7.2 Potência de Entrada No momento da captura do sinal de saída, a fonte CC fornecia tensão de 15,4 V e corrente de 0,79 A (Figura 15). Figura 15: Tensão e Corrente Fornecidas pela Fonte CC. 8 P=V · I (7) P= 15,4 ·0,79 (8) P= 12,16W 7.3 Eficiência η= 3,06 12,16 ·100% (9) η= 3,06 12,16 η= 25% (10) A baixa eficiência caracteriza-se pela intensa perda por dissipação de calor nos componentes. 8 Discussão A implementação prática não apresentou o mesmo sucesso da simulação. O sinal apresentando precoce saturação foi o principal infortúnio. Acredita-se que uma melhor configuração da polarização e revisão do circuito montado possibilitem a eliminação do erro. Um aspecto importante e perigoso presenciado durante a montagem foi a extrema dissipação de calor, que causou danos à protoboard, fios e componentes. Destaca-se o fato de que utilizaram-se grandes dissipadores nos transistores de potência. Seria ideal construir uma placa de circuito impresso para este amplificador. Ao conectar um cabo P2 ao celular, ouviu-se um som bastante intenso, porém como era de se esperar, dis- torcido. Ao ajustar os potenciômetrosao som da música foi possível verificar os diferentes comportamentos que o sinal apresentava, contribuindo para a hipótese de que a distorção pode ser contornada pelo ponto de operação. 9 Conclusão Através deste trabalho/projeto sobre o Amplificador Quase-Complementar, pode-se compreender e analisar vários aspectos importantes sobre o estudo dos amplificadores de áudio que utilizam a configuração push- pull. Ficou evidente que a idealização (simulação) e a prática (implementação) não são fiéis, pois todas as não- idealidades de um circuito simulado aparecem na montagem, destacam-se dissipação de calor e difícil ajuste exato dos valores dos componentes. Apesar dos infortúnios, aprendeu-se bastante com o desenvolvimento deste projeto. Exercitou-se a capa- cidade de identificar problemas e erros e tentar propor soluções viáveis. Estas habilidades tão importantes na maioria vezes não são exploradas em avaliações escritas, o processo de construção do amplificador foi enriquecedor em todos os sentidos. [1] Referências [1] R. L. Boylestad and J. L. do Nascimento, Introdução à análise de circuitos . Pearson Educación, 2004. 9
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