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TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO Í N D I C E 1.1. CONCEITO - PERSONALIDADE .................................................................................................................... 3 1.2. PESSOA NATURAL: .................................................................................................................................... 3 A PESSOA NATURAL IRÁ ADQUIRIR A PERSONALIDADE CIVIL COM O NASCIMENTO COM VIDA, QUE É CONSTATADO ATRAVÉS DO FUNCIONAMENTO DO APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO DO RECÉM-NASCIDO. . 3 1.3. PESSOA JURÍDICA: ..................................................................................................................................... 3 2.1. TEORIA NATALISTA (ART. 2º CC 2002) ....................................................................................................... 3 2.2. TEORIA DA PERSONALIDADE FORMAL E CONDICIONAL ............................................................................ 4 2.3. TEORIA CONCEPCIONISTA: ........................................................................................................................ 4 4.1. MOMENTOS AQUISITIVOS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: ............................................................... 5 4.2. MOMENTOS EXTINTIVOS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: ................................................................. 5 5.1. CONCEITO - ABORTO: ................................................................................................................................ 6 6.1. CONCEITO - ANENCEFALIA: ....................................................................................................................... 6 7.1. CAPACIDADE DE DIREITO: .................................................................................................................. 7 7.2. CAPACIDADE DE FATO: .............................................................................................................................. 7 7.3. CAPACIDADE DE PLENA: ............................................................................................................................ 7 8.1. INCAPACIDADE CIVIL: ................................................................................................................................ 7 9.1. SELENIDADE .............................................................................................................................................. 8 10.1. INCAPACIDADE RELATIVA - HIPÓTESES: .................................................................................................. 8 12.1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA: ...........................................................................................................10 13.1. DA PLENITUDE DA EMANCIPAÇÃO: ........................................................................................................10 13.2. HIPÓTESES DA EMANCIPAÇÃO: ..............................................................................................................11 14.1. DA POSSIBILIDADE DE PRISÃO CIVIL .......................................................................................................11 15.1. MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA: .........................................................................12 15.2. MORTE PRESUMIDA SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA: ..........................................................................12 16.1. DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE: ...............................................................................................13 16.2. DA SUCESSÃO PROVISÓRIA: ...................................................................................................................13 16.3. DA SUCESSÃO DEFINITIVA: .....................................................................................................................13 17.1. CONCEITO - COMORIÊNCIA: ...................................................................................................................13 18.1. DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE: ...............................................................................................14 19.1. DA OBRIGATORIEDADE DO REGISTRO: ...................................................................................................15 19.2. REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO: ............................................................................................................15 19.3. EMPRESÁRIO CASADO:...........................................................................................................................15 19.4. DA SOCIEDADE – AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE: ...............................................................................15 19.5. PERSONALIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO ..............................................................16 19.6. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PATRIMONIAL: ...........................................................................................17 20.1. CONCEITO – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ..........................................................17 20.2. REQUISITOS PARA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE: ...............................................................18 20.3. TEORIA MAIOR X TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: ..................19 20.4. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA: ...............................................................19 1. Personalidade Jurí dica 1.1. Conceito - Personalidade A personalidade é uma criação social moldada pela ordem jurídica, trata-se de uma aptidão genérica para si titularizar direitos e obrigações, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de Direito. 1.2. Pessoa Natural: A pessoa natural irá adquirir a personalidade civil com o nascimento com vida, que é constatado através do funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do recém-nascido. 1.3. Pessoa Jurídica: A pessoa jurídica irá adquirir a personalidade jurídica com a inscrição dos seus dados constitutivos perante o registro público competente. 2. Teorias 2.1. Teoria Natalista (Art. 2º CC 2002) A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (Art. 2º, CC 2002) Toda pessoa pode contrair direitos. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (Art.1º, CC 2002) Essa teoria é defendida por Silvio Venosa, no qual a personalidade somente seria adquirida com nascimento com vida, de maneira que o nascituro não seria pessoa, gozando de mera expectativa de Direito. 2.2. Teoria da Personalidade Formal e Condicional Esta teoria é defendida por Maria Helena, no qual o nascituro seria dotado de uma personalidade formal, tão somente no que se refere a Direitos personalísticos, uma vez que, no que tange a efeitos patrimoniais, só seria considerado pessoa a partir do nascimento com vida. É como se fosse uma teoria intermediária. 2.3. Teoria Concepcionista: É defendida por Clóvis Bevilaqua, no qual o nascituro é pessoa desde a concepção, inclusive para determinados efeitos patrimoniais, uma vez que, o nascimento com vida simplesmente confirma o que já existia. (Aquele que adota esta teoria fundamenta-se na Lei nº 11.804/2008) 3. Qual a teoria adota pelo Co digo Civil? O legislador teria pretendido abraçar a Teoria Natalista, por ser mais prática, mas em diversos pontos do ordenamento jurídico experimentou a influência concepcionista, reconhecendo ao nascituro, direitos como se fosse pessoa. Importante: O Código Civil legitima a sucessão as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. Da vocação hereditária: (Art. 1.798 CC, 2002) Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. 4. DosDireitos da Personalidade Os Direitos da Personalidade são adquiridos na concepção uterina, entretanto o embrião laboratorial não dispõe dos Direitos da Personalidade. O embrião laboratorial terá direito sucessório se já tiver nascido concebido, quando da morte do seu pai. Concluindo os direitos aquisitivos da personalidade irão ocorrer com a concepção, entretanto para os Direitos Patrimoniais é o nascimento com vida. 4.1. Momentos aquisitivos dos Direitos da Personalidade: O momento aquisitivo dos direitos da personalidade é a concepção. 4.2. Momentos extintivos dos Direitos da Personalidade: Da pessoa natural os momentos extintivos dos direitos da personalidade é a morte. A regra é de que a morte é o momento extintivo dos direitos da personalidade. A morte em nosso ordenamento jurídico é constatada através do cessamento da atividade cefálica de acordo com a Lei nº 9.434/1997. A empresa irá perder a personalidade com a decretação da falência, no qual ela se tornará uma massa falida. A capacidade não é sinônima de personalidade. Nem todos que dispõem de capacidade irão dispor de personalidade, como, por exemplo, a massa falida, a sociedade de fato e o condomínio, estes são entes despersonalizados, no qual eles não podem sofrer dano moral porque não tem direitos da personalidade, mas podem sofrer danos patrimoniais. Observar: Sociedade não personificada (Art. 986 CC, 2002) Rol de personalidades jurídicas (Art. 44, CC 2002) 5. Aborto 5.1. Conceito - Aborto: O aborto é a interrupção da vida intrauterina, com a destruição do produto da concepção. (MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas, 2006. 24 ed. p.62) Observar exceções do aborto no Art. 128, I e II do Código Penal. 6. Anencefalia 6.1. Conceito - Anencefalia: Por má formação congênita, não possui uma parte do sistema nervoso central, ou melhor, faltam-lhes hemisférios cerebrais e tem uma parcela do tronco encefálico. (DINIZ, Maria Helena. O Estado atual do biodireito. São Paulo: Saraiva, 2001. p.281) Observar: ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 3510 que trata da pesquisa de células tronco; ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 54, que trata de fetos anencéfalos. 7. Da Capacidade Civil A capacidade se desdobra em dois conceitos: capacidade de direito e capacidade de fato. 7.1. Capacidade de Direito: É a capacidade genérica que qualquer pessoa tem, simplesmente por ser dotada de personalidade. 7.2. Capacidade de Fato: É a aptidão para a pessoa praticar atos na vida civil. 7.3. Capacidade de Plena: É a soma da capacidade de Direito com a capacidade de fato. 8. Da Incapacidade Civil Absoluta (Art. 3º: CC, 2002) 8.1. Incapacidade Civil: Essas pessoas devem ser protegidas pela representação: Os menores de dezesseis anos, que são os menores impúberes; Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem necessário discernimento para a prática destes atos; (os loucos de todo gênero) Os que, mesmo por causa transitória (temporária), não puderem exprimir sua vontade, por exemplo, uma pessoa que está em coma. Ex.: Pedro Leonardo. Observar: Representação do indivíduo: Art. 8º Código de Processo Civil. 9. Da Selenidade 9.1. Selenidade O caso da selenidade (idade avançada) não é por si só causa de incapacidade civil, é claro que, com a idade avançada poderá surgir outra causa de incapacidade. 10. Incapacidade Relativa (Art. 4º, CC) As pessoas relativamente incapazes deverão ser protegidas pela assistência: 10.1. Incapacidade Relativa - Hipóteses: Primeira hipótese: Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; (que são os menores púberes). Segunda hipótese: Dos ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido. Terceira hipótese: Os excepcionais, sem o desenvolvimento mental completo. Quarta hipótese: Os pródigos. Observar: Interdição do pródigo: (Art. 1.782, Código Civil) Obs.: O Código Civil de 1916 tratava os surdos e/ou mudos como pessoas incapacitadas, entretanto aquele dispositivo não foi recepcionado pelo atual Código Civil. Obs.: O índio será tratado por legislação especial que irá analisar o seu nível de civilização. 11. Emancipaça o A pessoa fica habilitada para prática dos atos da vida civil aos dezoito anos completos, entretanto o Instituto da Emancipação irá fazer cessar a incapacidade para os menores de dezoito anos. Obs.: A emancipação só irá gera efeitos na órbita civil, pois o emancipado será considerado penalmente inimputável. 12. Incapacidade Civil Absoluta 12.1. Incapacidade Civil Absoluta: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Obs.: O empresário precisa estar em pleno gozo da capacidade civil (ter dezoito anos ou ser emancipado). Entretanto o incapaz poderá continuar a empresa em duas hipóteses, por meio de seu representante legal, sendo elas: a) Em caso de incapacidade superveniente; b) Em caso de empresa recebida por herança; É importante lembrar que o incapaz não poderá abrir uma empresa, somente poderá continua-la. 13. Da emancipaça o 13.1. Da plenitude da emancipação: O indivíduo emancipado é plenamente capaz para os atos da vida civil. A emancipação não gera efeitos na órbita penal, somente na órbita civil, pois neste caso o emancipado é considerado inimputável, ou seja, só responderá com medidas socioeducativas (ECA) de acordo com o Art. 228 da Constituição Federal. 13.2. Hipóteses da emancipação: I - Pela concessão dos pais mediante instrumento público registrado em cartório, desde que o menor possua dezesseis anos completos. Na falta dos pais a emancipação dependerá de sentença judicial, esta forma de emancipação trata-se da “Emancipação Judicial. II - Pelo casamento; III - Pelo exercício de emprego público efetivo; IV - Pela colação de grau em nível superior; V - O menor com dezesseis anos completos que possua economia própria pela relação de emprego ou de estabelecimento civil ou comercial. Importante: O fato de o filho completar dezesseis anos ou ser emancipado não irá exonerar automaticamente a obrigação da prestação de alimentos, sendo importante destacar que a jurisprudência dominante é no sentido da obrigação alimentar se estender até os vinte e quatro anos caso o filho esteja estudando. 14. Prisa o Civil 14.1. Da possibilidade de prisão civil Só é possível a prisão civil no nosso ordenamento jurídico pelo não pagamento de pensão alimentícia de forma voluntária. Assim Luís Flávio Gomes entende que uma pessoa emancipada poderia ter sua prisão civil decretada no caso do não pagamento da pensão alimentícia. Importante: Em caso de pensão por morte a legislação previdenciária garante o pagamento aos filhos até completar vinte e um anos, ou se for provada deficiência. 15. Dos Momentos Extintivos da Personalidade A extinção da personalidade irá ocorrer pela morte real ou pela morte presumida, com ou sem a declaração de ausência. A morte presumida é quando não se tem o corpo. 15.1. Morte presumida com declaração de ausência: Irá ocorrer em caso de indícios concretos da morte, contanto o Código Civil traz duas hipóteses: Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; Se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrada até dois anos após o término da guerra. (Art. 7º CC) 15.2.Morte presumida sem declaração de ausência: É quando o indivíduo desaparece do domicílio sem dar notícia do seu paradeiro e sem deixar um representante para administrar os bens. Ex.: Indivíduo foi ao mercado e não retornou. 16. Conseque ncias 16.1. Da curadoria dos bens do ausente: O juiz irá nomear um curador para administrar os bens, tendo como preferência: I – o cônjuge; II – os pais; III – os descendentes; 16.2. Da sucessão provisória: Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente poderão os interessados requerer a sucessão provisória, sendo que eles só poderão assumir os bens do ausente mediante caução. 16.3. Da sucessão definitiva: Ela irá ocorrer depois de passados dez anos da sentença que concede a sucessão provisória, no qual os interessados poderão levantar as cauções prestadas. 17. Comorie ncia 17.1. Conceito - Comoriência: Ocorre quando duas pessoas morrem simultaneamente, ou não sabendo quem morreu primeiro consideram-se mortos de forma simultânea. 18. Das Pessoas Jurí dicas 18.1. Da curadoria dos bens do ausente: O Código Civil divide as “pessoas jurídicas” de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado. É importante lembrar que pessoa jurídica é diferente de empresa, ou seja, ela é gênero de várias espécies. As pessoas jurídicas de direito externo são os Estados estrangeiros. São pessoas jurídicas de direito privado. (Art. 44, CC) I – Associações; II – Sociedades; III – Fundações; IV – Partidos políticos; V – Entidades religiosas; VI – As empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI), inclusão pela Lei nº 1.241/2011. Importante: Estão submetidas ao regime jurídico empresarial, as sociedades empresariais e a EIRELI. A pessoa jurídica tem personalidade independente e inconfundível com a personalidade dos seus sócios. As pessoas jurídicas de Direito Público se dividem entre pessoas jurídicas de direito público interno e pessoa jurídica de direito público externo. (Art. 40, CC 2002) 19. Registro 19.1. Da obrigatoriedade do Registro: É obrigatória a inscrição do empresário na Junta Comercial antes do início de suas atividades. (Art. 967, CC) 19.2. Requerimento de inscrição: O requerimento de inscrição deverá conter: I – o nome com a qualificação completa do empresário, e se este for casado o regime de bens; II – A Firma com a respectiva assinatura autografa; III – O capital; IV – O objeto e a sede da empresa. 19.3. Empresário casado: Os sócios podem contratar sociedades entre si, desde que, não sejam casados no regime universal de bens ou da separação obrigatória. (Art. 977, CC) 19.4. Da Sociedade – Aquisição da Personalidade: O empresário casado pode dispor dos bens imóveis da empresa sem a outorga conjugal. (Art. 978, CC 2002) A sociedade adquire personalidade com a inscrição dos seus atos constitutivos (contrato social) no registro próprio. A sociedade empresária será registrada no cartório de registro público mercantil. Enquanto que, as demais pessoas jurídicas serão registradas no cartório do registro civil de pessoas jurídicas. (Art. 985, CC 2002) A existência legal da sociedade irá começar com o registro do contrato social devendo ser averbadas todas as alterações contratuais. 19.5. Personalização da Pessoa Jurídica de Direito Privado Existem três consequências da personalização da sociedade: I – Titularidade negocial: significa que a sociedade uma vez que adquirida a personalidade poderá celebrar negócios jurídicos, por exemplo, contrato de compra e venda locação, bancário, financiamento, entre outros. II – Titularidade Processual: significa que a sociedade poderá demandar e ser demandada em juízo, ou seja, ela poderá ser autora ou ré de processo judicial. No Juizado Especial (Lei 9.099) a pessoa jurídica em regra só terá legitimidade passiva, ou seja, na qualidade de ré, salvo ME (Microempresa) e EPP (Empresa de pequeno porte). III – Responsabilidade Patrimonial: significa que a sociedade terá patrimônio próprio, independente e inconfundível com o patrimônio dos seus sócios. Em regra os bens particulares dos sócios não poderão ser atingidos por obrigações sociais. Só será possível atingir os bens particulares dos sócios por meio da desconsideração da personalidade jurídica. Observar: Art. 50, Código Civil de 2002: Fundamento da Despersonalização Jurídica. Art. 17, Lei nº 9.167, Estatuto da OAB. Obs.: A carteira de identidade da pessoa jurídica é o seu ato constitutivo (contrato social). 19.6. Princípio da Autonomia Patrimonial: Significa que o patrimônio da pessoa jurídica é independente e inconfundível com o patrimônio dos seus sócios. (Art. 1.024, CC 2002) Importante: A sociedade empresária em que os sócios possuem responsabilidade limitada é uma forma de blindagem e de proteção dos bens particulares dos sócios. 20. Desconsideraça o da Personalidade Jurí dica 20.1. Conceito – Desconsideração da Personalidade Jurídica É a retirada momentânea da autonomia patrimonial para se atingir os bens particulares dos administradores ou sócios. Não é possível a desconsideração da personalidade jurídica de ofício pelo juiz, pois é necessário o requerimento das partes ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo. (Art. 50, CC 2002) Na desconsideração só irá gerar efeitos entre as partes daquele processo, eventuais credores que queiram atingir os bens dos sócios deverão manejar ação própria. “Levantar o véu da pessoa jurídica” = Desconsideração da Personalidade. Importante: Na desconsideração da personalidade jurídica a empresa não entrará em extinção, pois é apenas uma situação momentânea da quebra do princípio da autonomia patrimonial. Obs.: Não é necessária ação autônoma para a desconsideração da personalidade jurídica, pois o requerimento é feito por meio de simples petição nos próprios autos. 20.2. Requisitos para Desconsideração da Personalidade: I – Insuficiência patrimonial; II – Que os sócios tenham responsabilidade limitada pelas obrigações; Requisitos específicos para a desconsideração: I – Abuso da personalidade; II – Desvio de finalidade; III – Confusão patrimonial; Obs.: Estes requisitos não são cumulativos, basta um deles. Desconsideração no Código de Defesa do Consumidor: O Art. 28 do CDC determina que quando houver lesão à direito do consumidor basta a insuficiência patrimonial para se atingir os bens particulares dos sócios. REsp 279.273-SP. Desconsideração da Personalidade Jurídica em matéria ambiental: O Art.4º da Lei nº 9.605/1998 também traz a possibilidade de se atingir os bens particulares dos sócios com a mera insuficiência patrimonial da empresa. 20.3. Teoria Maior X Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica: Teoria Maior: Em regra é a teoria adotada em nosso ordenamento jurídico, no qual além da insuficiência patrimonial é necessária a presença de um dos requisitos específicos tratados no Art. 50 do CC 2002, quais sejam: abuso, desvio e confusão patrimonial. Teoria Menor: Pela teoria menor basta a insuficiência patrimonial para se atingir os bens particulares dos sócios, dispensando os requisitos específicos do Art. 50 do CC 2002. A teoria menor se aplica em relação à Direito do Consumidor, Ambiental e Trabalhista. Obs.: A sociedade para ser constituída em regra precisa de duas pessoas, todavia a jurisprudência admite a uni pessoalidade de sócio de forma temporária até se aperfeiçoar a sucessão. Obs.: O STJ no julgamento do REsp 1326.201-RJ ratificou o entendimento da desnecessidade de ação autônoma para a desconsideração da personalidade jurídica.20.4. Desconsideração da Personalidade Jurídica Inversa: A desconsideração da personalidade jurídica inversa consiste na retirada da autonomia patrimonial para se atingir os bens da pessoa jurídica por obrigações pessoais do sócio. Ex.: Direito de Família, ação de alimentos.
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