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14/08/2018 1 Item 2.2 Arranjos Atômicos e Iônicos Estrutura Cristalina Estrutura Amorfa INTRODUÇÃO Estrutura Cristalina - Introdução 14/08/2018 2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS • A estrutura de um material está associada ao arranjo espacial dos átomos • O material pode ser cristalino ou não cristalino, dependendo da regularidade com que os átomos estão dispostos no material sólido CRISTALINO: os átomos estão dispostos em um arranjo que se repete ou que é periódico ao longo de grandes distâncias; existe ordem a longa distância, ou seja, os átomos estão posicionados em um padrão trifdimensional repetitivo no qual cada átomo está ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos. NÃO CRISTALINO: Os materiais não cristalizam, ou seja, não há a repetição de um padrão no posicionamento dos átomos. Estes materiais são conhecidos como amorfos. Estrutura Cristalina – Introdução Ordem de grandeza: 10-10 a 10-7 (Ǻ) Estrutura cristalina Célula unitária Parâmetro de rede Densidade linear e planar Distâncias interplanares Técnicas de análise MET Difração de raios-X Estrutura Cristalina - Introdução MET – modo difração – material: a)amorfo b)monocristalino c) policristalino 14/08/2018 3 Estrutura cristalina Estrutura Cristalina - Introdução Difração de raios X ESTRUTURA CRISTALINA - PERFEITA • Algumas propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina, ou seja, de como os átomos, íons e moléculas estão arranjadas espacialmente. • Existe um grande número de estruturas cristalinas, variando desde estruturas simples até excessivamente complexas • Ao se descrever uma estrutura cristalina, os átomos são considerados como esferas sólidas com diâmetro bem conhecido. MODELO DA ESFERA RÍGIDA ATÔMICA As esferas (átomos) se tocam RETÍCULO: matriz tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos (ou centro das esferas) Estrutura Cristalina – Introdução 14/08/2018 4 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS Sem ordem Em gases, como o Ar e outros gases nobres. Se confinados, os gases não apresentarão nenhuma ordem entre seus átomos constituintes. Argônio Hélio Estrutura Cristalina – Ordenação de átomos Ordenamento a curto alcance Ângulos, distâncias e simetria com ordenação a curto alcance. Ocorre na H2O, que apresenta uma orientação preferencial, no SiO2 e no polietileno. em materiais não-cristalinos ou amorfos H2O SiO2 Não cristalino Estrutura Cristalina – Ordenação de átomos 14/08/2018 5 Ordem a longo alcance • Átomos ordenados em longas distâncias atômicas formam uma estrutura tridimensional rede cristalina • Metais, muitas cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação Retículo cristalino Estrutura Cristalina – Ordenação de átomos SOLIDIFICAÇÃO Cristais se formam no sentido contrário da retirada de calor ►Mais baixa energia livre ►Maior empacotamento COMO OS CRISTAIS SE FORMAM? Solidificação Saturação de uma solução SATURAÇÃO Ordem a longo alcance Estrutura Cristalina – Ordenação de átomos 14/08/2018 6 Em resumo: Ex.: bidimensional Material sólido cristalino Material sólido amorfo Gás Ex.: tridimensional átomos Estrutura Cristalina – Introdução • A rede é formada por átomos se repete regularmente REDE: conjunto de pontos espaciais que possuem vizinhança idêntica. • Na rede a relação com vizinhos é constante: - simetria com os vizinhos - distâncias define o parâmetro de rede - ângulos entre arestas Exemplo esquemático de rede PARÂMETROS PELOS QUAIS SE DEFINE UM CRISTAL Ordem a longo alcance - Estrutura Cristalina Estrutura Cristalina – Ordenação de átomos 14/08/2018 7 • Estruturas ideais: baixa energia e maior empacotamento • Estruturas reais: compreendem os defeitos possíveis nas ideais • As estruturas ideais compreendem: • diferentes sistemas cristalinos • 7 sistemas cristalinos diferentes • 14 redes de Bravais diferentes ângulos a, b, g tamanho das arestas a, b, c CÉLULA UNITÁRIA Estrutura Cristalina – Célula Unitária CÉLULA UNITÁRIA menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede existem diferentes tipos de células unitárias, que dependem da relação entre seus ângulos e arestas. Célula unitária Arranjo de átomos em um cristal Rede cristalina Unidade estrutural básica ou bloco de construção básico da estrutura cristalina Estrutura Cristalina – Célula Unitária 14/08/2018 8 7 tipos principais de cristais SISTEMAS CRISTALINOS 14 retículos cristalinos REDES DE BRAVAIS Estrutura Cristalina – Célula Unitária cúbico Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais cúbico a1 = a2 = a3 Todos ângulos= 90° CS CCC CFC tetragonal Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais tetragonal a1 = a2 ≠ c Todos ângulos= 90° TS TCC Estrutura Cristalina – Célula Unitária ortorrômbico Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais ortorrômbico a ≠ b ≠ c Todos ângulos= 90° OS OCC OFC OBC Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais monoclínico a ≠ b ≠ c Dois âng. = 90°; 1 âng ≠ 90° MS MBC monoclínico 14/08/2018 9 Estrutura Cristalina – Célula Unitária Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais triclínico a ≠ b ≠ c todos âng. difer. e difer. de 90° TS Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais hexagonal a1 = a2 = a3≠ c 1 âng = 90° e 1 âng. = 120° HC triclínico hexagonal Estrutura Cristalina – Célula Unitária Sistema Cristalino Eixos Ângulos Redes de Bravais romboédrico a1 = a2 = a3 todos âng. iguais, mas ≠ 90° RS romboédrico 14/08/2018 10 Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) SISTEMA CÚBICO Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Características: Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Direções de empacotamento fechado 14/08/2018 11 É o número específico de pontos da rede que define cada célula unitária. - Átomo no vértice da célula unitária cúbica: partilhado por sete células unitárias em contato somente 1/8 de cada vértice pertence a uma célula particular. - Átomo da face centrada: partilhado por duas células unitárias Número de átomos por célula unitária Estrutura Cristalina – Célula Unitária Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CS n° pontos da rede = 8(cantos) * 1 = 1 átomo célula unitária 8 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 12 Número de átomos por célula unitária Exemplo 2: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CCC n° pontos da rede = 8(cantos)* 1 + 1 (centro)= 2 átomos célula unitária 8 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Número de átomos por célula unitáriaExemplo 3: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CFC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 6 (faces)*1= 4 átomos célula unitária 8 2 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 13 Número de átomos por célula unitária CS 1 átomo CCC 2 átomos CFC 4 átomos Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Determina-se primeiramente como os átomos estão em contato (direção de empacotamento fechado, ou de maior empacotamento) Geometricamente determina-se a relação entre o raio atômico (r) e o parâmetro de rede (ao) Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 14 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Exemplo 4: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). CÚBICO SIMPLES ao = 2r Contato entre os átomos ocorre através da aresta da célula unitária ao = r + r Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Contato entre os átomos ocorre através da diagonal da face da célula unitária dface 2 = a0 2 + a0 2 (4r)2 = 2a0 2 Exemplo 5: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). CÚBICO DE FACE CENTRADA Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 𝑎0 = 4𝑟 2 14/08/2018 15 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede CÚBICO DE CORPO CENTRADO Contato entre os átomos ocorre através da diagonal do cubo da célula unitária Dcubo 2 = a0 2 + dface 2 (4r)2 = 3ª0 2 Exemplo 6: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 𝑎0 = 4𝑟 3 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Exemplo 7: O raio atômico do ferro é 1,24 Å. Calcule o parâmetro de rede do Fe CCC e CFC. Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 16 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Fe CCC Exemplo 7: O raio atômico do ferro é 1,24 Å. Calcule o parâmetro de rede do Fe CCC e CFC. Fe CFC ao = 4r 31/2 ao = 4 x 1,24 = 2,86 A 31/2 ao = 4r 21/2 ao = 4 x 1,24 = 3,51 A 21/2 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico Número de Coordenação O número de coordenação é o número de vizinhos mais próximos, depende de: - covalência: o número de ligações covalentes que um átomo pode compartilhar - fator de empacotamento cristalino CÚBICO SIMPLES NC = 6 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 17 CÚBICO DE CORPO CENTRADO NC = 8 Número de Coordenação Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico CÚBICO DE FACE CENTRADA NC = 12 Número de Coordenação Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 18 Fator de empacotamento Fator de empacotamento é a fração de volume da célula unitária efetivamente ocupada por átomos, assumindo que os átomos são esferas rígidas. Exemplo 8: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico (CS, CFC e CCC). Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico FE = n° de átomos por célula unitária ∗ volume do átomo volume da célula unitária CS FE = (1 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (1 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,52 (2r)3 Exemplo 8: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico. CCC FE = (2 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (2 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,68 (4r/31/2)3 CFC FE = (4 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (4 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,74 (4r/21/2)3 Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 14/08/2018 19 Densidade A densidade teórica de um cristal pode ser calculada usando-se as propriedades da estrutura cristalina Exemplo 9: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico ρ = n° de átomos por célula unitária ∗ (massa atômica do átomo) volume da célula unitária ∗ (n° de Avogadro) A densidade medida é 7,870 g/cm3. Por que há essa diferença entre a densidade teórica e a densidade medida? Átomos/célula = 2 átomos Massa atômica = 55,85 g/mol Volume da célula unitária = a0 3 = 23,55 10-24 cm3/célula Número de Avogadro = 6,02 1023 átomos/mol Exemplo 9: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico ρ = 2 átomos/célula unitária ∗ (55,85 g mol) 23,55 ∗ 10−24cm3/célula ∗ (6,02 ∗ 1023átomos/mol) ρ = 7,879 𝑔/𝑐𝑚3 14/08/2018 20 Resumo da estrutura cúbica Átomos por célula Número de coordenação Parâmetro de rede Fator de empacotamento CS 1 6 0,52 CCC 2 8 0,68 CFC 4 12 0,74 CS CCC CFC Estrutura Cristalina – Sistema Cúbico 4𝑟 3 4𝑟 2 2𝑟 Estrutura Cristalina – Sistema Hexagonal SISTEMA HEXAGONAL Estrutura hexagonal compacta Estrutura hexagonal simples 14/08/2018 21 Nº átomos = 3 Fator de Empacotamento = 0,60 Estrutura hexagonal simples Estrutura Cristalina – Sistema Hexagonal Os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é muito baixo exceto cristais com mais de um tipo de átomo Nº átomos = 6 Fator de Empacotamento = 0,74 Estrutura hexagonal compacta Estrutura Cristalina – Sistema Hexagonal 14/08/2018 22 é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn) Neste sistema cada átomo em seu nível está localizado acima ou abaixo do interstício de 3 átomos de níveis adjacentes Estrutura hexagonal compacta Estrutura Cristalina – Sistema Hexagonal Número de coordenação = 12 cada átomo toca 3 átomos no seu nível inferior, seis no seu próprio plano e mais três no nível superior ao seu A razão c/a ideal é 1,633, mas a maioria dos metais tem essa razão modificada devido a presença de ligações não metálicas. Estrutura hexagonal compacta Estrutura Cristalina – Sistema Hexagonal 14/08/2018 23 Alotropia ou transformações polimórficas Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Materiais de mesma composição química, mas que podem apresentar estruturas cristalinas diferentes, são denominados de alotrópicos ou polimórficos. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. Estrutura Cristalina – Alotropia Exemplos Diamante Grafite Carbono grafite hexagonal diamante cúbico Nitreto de boro cúbico grafite Fe CCC CFC Titânio a b SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) Alotropia ou transformações polimórficas Estrutura Cristalina – Alotropia 14/08/2018 24 Alotropia do Carbono Estrutura Cristalina – Alotropia Diamante Grafite Fullereno C60 Nanotubos Alotropia do Titânio Estrutura Cristalina – Alotropia 14/08/2018 25 Tambiente FeCCC, NC 8 FE 0,68 910°C FeCFC NC 12 FE 0,74 1390°C FeCCC Alotropia do Ferro Estrutura Cristalina – Alotropia Exemplo 10: Calculea mudança de volume que ocorre quando o FeCCC é aquecido e transforma-se em FeCFC. Na transformação o parâmetro de rede muda de aCCC = 2,863A para aCFC = 3,591A. Volume da célula CCC = a3 = 23,467A3 Volume da célula CFC = a3 = 46,307A3 FeCCC 2 átomos FeCFC 4 átomos 1FeCFC 2FeCCC Mudança de Volume = Vf - Vi * 100 = 46,307 - 46,934 * 100 Vi 46,934 Mudança de Volume = -1,34% Alotropia ou transformações polimórficas Estrutura Cristalina – Alotropia 14/08/2018 26 Mudança de Volume = -1,34% TRANSFORMAÇÕES DE FASE VERSUS DILATOMETRIA: a 906°C e 1409°C A diferença deve-se provavelmente a impurezas e à policristalinidade. Técnica para caracterização da alotropia: dilatometria Estrutura Cristalina – Alotropia “Doença do Estanho” Estrutura Cristalina – Alotropia 14/08/2018 27 “Doença do Estanho” Estrutura Cristalina – Alotropia
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