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Plano de Aula 12 - Fundamentos das Ciências Sociais


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Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
12 
Tema 
 
A sociologia compreensiva de Max Weber (II). 
Objetivos 
 
Entender o conceito de tipo ideal. 
Analisar os tipos puros de dominação legítima. 
Estrutura do Conteúdo 
 
Antes da aula, leia o Capítulo 5 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 129 até a 140. 
 
1 - O conceito de tipo ideal 
 
Para Weber, os tipos ideais , ou tipos puros, seriam instrumentos ou conceitos criados pelo cientista 
social, para a análise da sociedade por meio de um princípio de comparação. Todo conceito seleciona 
alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros. Desta forma, o tipo ideal não existe de fato, 
ele é uma construção metodológica que consiste na intensificação proposital de um determinado aspecto 
da realidade que nos permite compreendê-la melhor. 
 
2 - Tipos de dominação legítima 
 
A dominação deve ser entendida, segundo Weber, como uma probabilidade de mando e de legitimidade 
deste. A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele que manda (domina) e aquele 
que obedece (dominado) se realize. Portanto, não é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é 
preciso que aquele que obedece acredite voluntariamente naquele que tem poder de mando. O poder é 
sempre uma probabilidade, pois depende de outro para ser exercido. Weber fornece o exemplo da 
relação de poder entre senhor e escravo que é carente de uma relação voluntária, não havendo, 
portanto, legitimidade e sim obrigação; a consequência é que na primeira oportunidade os indivíduos 
fogem desta relação, abandonam seus senhores. 
 
Weber define três tipos puros de dominação como: racional-legal ou burocrática, dominação tradicional e 
a carismática. 
 
A dominação racional-legal ou burocrática é exercida dentro de um quadro administrativo composto de 
regras e leis escritas que devem ser seguidas por todos, não havendo privilégios pessoais. Ela é apoiada 
na crença de uma "legitimidade de ordens estatuídas e nos direitos de mando dos chamados a exercer 
autoridade legal". Esta é baseada em relações impessoais e os funcionários são incorporados ao quadro 
administrativo, através de um contrato, não por suas características pessoais mas por sua competência 
técnica. Eles são livres, sendo que suas obrigações se limitam aos deveres e objetivos de seus cargos 
que estão dispostos dentro de uma hierarquia administrativa e suas competências são rigorosamente 
fixadas. Realizam seu trabalho e em troca recebem um salário fixo e regular que varia conforme a 
responsabilidade do cargo, que é exercido em forma exclusiva ou como principal ocupação. Há 
possibilidade de fazer carreira, podendo subir na hierarquia da profissão, através do tempo de serviço ou 
por competência ou ambos. Importante ressaltar que os funcionários trabalham em seus cargos sem a 
apropriação dos mesmos. A dominação burocrática é puramente técnica, com o objetivo de atingir o mais 
alto grau de eficiência e nesse sentido é, formalmente, o mais racional conhecido meio de exercer a 
dominação sobre os seres humanos. 
 
A dominação tradicional repousa na crença das tradições, costumes que existem desde de outros 
tempos. É a legitimidade na crença dos indivíduos nas ordens e poderes senhoriais tradicionais. A 
autoridade é exercida e legitimada pela tradição e por normas escritas. O quadro administrativo, neste 
caso, pode ser recrutado não pela competência técnica mas por vínculos pessoais e laços de fidelidade. 
As tarefas não estão claramente definidas, como na dominação racional, e os privilégios e deveres 
encontram-se sujeitos a modificações de acordo com a vontade do governante. Há outros tipos de 
dominação tradicional que são o: patriarcalismo onde o poder é exercido s egundo regras fixas de 
sucessão; e o patrimonialismo ou gerontocracia que é autoridade exercida pelos mais velhos, em idade, 
sendo os melhores conhecedores da tradição sagrada. Em um corpo administrativo encontramos o 
patrimonialismo quando os funcionários ligam-se ao chefe por laços de fidelidade pessoais. 
 
A dominação carismática pode ser caracterizada pelo seu caráter de tipo extraordinário e irracional. 
Weber define carisma como uma qualidade pessoal considerada extraordinária, atribuída a um indivíduo 
que possui poderes ou qualidades sobrenaturais. Esses indivíduos são enviados por Deus para o 
cumprimento de uma "missão". Portanto, este indivíduo é reconhecido como um líder por seus seguidores 
e assim a autoridade carismática é legitimada. Os carismáticos, geralmente são profetas religiosos, 
políticos, demagogos, apresentam, na maioria das vezes, provas de seu poder, fazendo milagres ou 
revelações divinas. Entretanto Weber aponta para possibilidade de uma existência permanente de um 
líder carismático, tal fenômeno foi chamado de rotinização do carisma. Para que isso ocorra são 
necessárias mudanças profundas, pois implicam a transformação da autoridade carismática em 
tradicional ou legal. Sendo assim as atividades do corpo administrativo passam a ser exerc idas de forma 
regular seja através da constituição de normas tradicionais seja por promulgação de regras legais. 
 
Haverá um problema a ser resolvido que é o da sucessão que não será eleito, geralmente o líder 
carismático escolhe entre aqueles de sua confiança ou então por hereditariedade. 
 
 
Aplicação Prática Teórica 
 
Questão discursiva: 
 
"Antigamente, o governante era um escolhido de Deus porque sua legitimidade era dada pela 
descendência divina. As antigas realezas haviam nascido no outro mundo e os reis eram um dos 
mediadores mais importantes entre deuses e homens (...) Hoje, essa legitimidade é feita pela soma de 
escolhas individuais dos cidadãos que votam individualmente e, supomos, autonomamente, e não em 
grupo ou família". (Roberto da Matta, O eleitor e os eleitos, in O Globo, 29/10/08, p. 7). 
 
Identifique e explique, respectivamente, os tipos de dominação legítima desenvolvidos por Weber 
presentes na situação acima descrita. 
 
Questão de múltipla escolha: 
 
Em 13 de março de 2013, o protodiácono (o mais velho dentre os 115 cardeais presentes ao Conclave) 
Jean-Luois Tauran, da varanda central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ao proferir as seguintes 
palavras em latim Annuntio vobis gaudium Magnum: Habemus Papam: Eminentissimum ac 
Reverendissimum Dominum, Dominum Georgium Marium, Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem 
Bergoglio, qui sibi nomen imposuit Franciscum (Anuncio-vos uma grande alegria: temos um Papa, o 
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, Dom Jorge Mário, Cardeal da Santa Romana Igreja Berg oglio, 
que se impôs o nome Francisco) fez saber, aos que ocupavam a Praça São Pedro ou acompanhavam 
pelos meios de comunicação do mundo inteiro, que o novo Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica 
Romana havia sido escolhido e aceitado sua eleição. A partir de então, o Papa Francisco passou a ser, 
concomitantemente, o líder religioso de 1,2 bilhão de católicos no mundo e o chefe de Estado do 
Vaticano. De acordo com a teoria da dominação legítima preconizada por Max Weber, que tipo puro de 
dominação expressa o processo de escolha da autoridade religiosa e política acima referido? 
 
a) Burocrática. 
b) Carismática. 
c) Racional-legal. 
d) Tradicional. 
e) Formal e legal.

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