Buscar

Ética definição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEFINIÇÃO DE ÉTICA.
A palavra "ética" é derivada do grego, que significa “ modo de ser” e aquilo que pertence ao caráter. 
A definição de Ética no Dicionário da Língua Portuguesa - Ética é essencialmente inseparável da Moral, as duas reunen-se sob o conceito de virtude que significa a disposição resoluta para a prática do bem demonstrada por uma ação virtuosa para o alcance da excelência moral.
É a ciência que estuda os juízos morais referentes à conduta humana.
É a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
É a virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores do bem e da decência pública. 
A ideia compartilhada pelo filósofo grego antigo Aristóteles (384-322 ac): “a verdade vida mora... isto é, consagrar-se a procurar a felicidade na contemplação ...
A ética dos antigos, ou ético essencialista, em três aspectos: 1- o agir em conformidade com a razão; 2 – o agir em conformidade com a natureza e com o caráter natural de todos os indivíduos; 3 – a união permanente entre ética (a conduta do indivíduo) e política (valores da sociedade).
(... Para o homem comum e contemporâneo a ética atua está em crise - ser feliz hoje é dominar progresso técnico e científico, ser feliz é ter. Não há mais espaço para uma ética voltada para uma comunidade. Hoje se aposta no individualismo, no consumo, na rapidez de produção...)
Sócrates (470-399 a.c) fundador da moral escreveu: “A Ética não se baseia só nos costumes do povo e leis exteriores, mas sim na convicção pessoal adquirida através de uma reflexão na tentativa de compreender a justiça das leis”. 
Nesse contexto, é freqüente a utilização do termo Ética se confundindo com o significado de Moral. Suas definições são diferentes.
PROBLEMATIZAÇÃO DA ÉTICA
O primeiro tratado formal de Ética é de Aristóteles, feito na obra chamada Ética a Nicômaco, escrito que traz uma série de considerações de como agir da melhor forma possível, da forma mais justa, mais próxima do bem e, antes de mais nada, do bem comum.
Para Aristóteles, “o homem é um animal político”, ou seja, suas ações se referem e devem se referir à coletividade. Portanto, a boa ação só pode ser de fato boa se envolver a felicidade da coletividade.
Assegurar o bem de um indivíduo é apenas melhor que nada; porém, assegurar o bem de uma nação ou de um Estado é uma realização mais nobre e mais divina.
Posteriormente, a Aristóteles foram atribuídos outros pensamentos éticos, que envolviam questões diversas. Na Idade Média, por exemplo, o foco da Ética era Deus. Na Idade Moderna (a partir do século XVI) passou a ser o homem. Em nossos dias, passam a ser, predominantemente, os avanços científicos e os acontecimentos da macropolítica. 
Mas a ênfase no bem comum e na justiça foi aquilo que marcou toda a traje​tória das principais éticas desenvolvidas ao longo da história do pensamento ocidental. Pode-se, então, de maneira resumida, dizer que o centro da ética reside na busca pela melhor ação a ser realizada visando ao benefício do maior número de pessoas possível.
Mas então, de maneira mais geral, qual seria a finalidade da ação humana dentro do estudo da Ética? Qual a diferença ética entre comprar ou roubar um objeto? O que faz de uma dessas ações algo ético e da outra algo antiético? 
Segundo Aristóteles, a finalidade da ação humana deve ser a felicidade cole​tiva, sendo que a felicidade estaria ligada ao comportamento racional do ho​mem. Isso porque a razão seria capaz de desenvolver as virtudes (coragem, honestidade, lealdade, justiça, bondade etc.), que são reconhecidas como a manifestação do bem. 
Vamos, então, como recomenda Aristóteles, aplicar a racionalidade para descobrirmos qual ação seria ética no caso específico do exemplo que de​mos em relação ao automóvel:
Quando uma pessoa rouba um objeto qualquer, ela está roubando todo o trabalho, todo o direito de propriedade daquelas forças que produziram esse objeto. Não seria justo roubar um carro, porque ele teve custo para ser produzido. O carro representa um conjunto de esforços e trabalhos que per​tencem a alguém que, por uma questão de justiça, deve ser respeitado. 
Mas como respeitar o trabalho dessas pessoas e empresas que construíram o desejado automóvel? Ora, comprando o automóvel, e não roubando-o. Quando compramos um objeto, estamos trocando o trabalho e o investi​mento que foram necessários para produzir esse objeto pelo nosso trabalho, que proporcionou o dinheiro para a compra. Assim, trocamos o lucro finan​ceiro de quem produziu o objeto pela nossa satisfação ao adquiri-lo. Ou seja, nessa situação existe justiça porque existe benefício para ambas às partes.
Então, seguindo a racionalidade, a mesma linha de pensamento, vamos pen​sar nas pessoas que trabalham no tráfico de drogas. Elas investem seu tempo e esforço trabalhando para comercializar aquilo que produzem. Mas por que esse tipo de trabalho não pode ser considerado ético? Qual o direito que o Es​tado tem de destruir o fruto do trabalho das pessoas envolvidas no tráfico? 
Aqui tocamos na parte fundamental da Ética, que está diretamente ligada à ideia de bem comum. Muito embora o traficante realize um “trabalho”, esse trabalho não é capaz de propiciar o bem comum. A comercialização de alimentos, automóveis e outros produtos legais estão a favor do bem comum porque são produtos voltados para o bem-estar das pessoas que os adqui​rem. Já as drogas não têm tal finalidade, e as únicas pessoas que podem ter algum benefício com sua comercialização são os próprios traficantes. 
Você pode perguntar: E no caso do cigarro, que, embora cause muitos danos à saúde, faz parte de um comércio legal? E o caso da Holanda, onde o próprio governo disponibiliza o acesso a muitos tipos de drogas nocivas? E quanto à liberação da maconha? Enfim, você pode fazer muitas perguntas de difíceis respostas, e a dificuldade de responder a tais questionamentos se deve exata​mente por se tratarem de questões éticas, ou seja, de como devemos agir, de qual é a melhor decisão a ser tomada para o bem da coletividade.
A questão do bem e da justiça, o centro de toda Ética, não é algo simples, pois todos nós somos diferentes. Assim, torna-se tarefa muito delicada to​mar uma decisão, estabelecer uma norma que, respeitando as diferenças, consiga atingir um estado bom e justo. Aqui podemos acrescentar que o bem está geralmente ligado a um estado de satisfação, felicidade, que não foi obtido por meio do sofrimento alheio. A justiça geralmente está asso​ciada ao equilíbrio, a uma adequação entre causa e consequência: roubo/punição, trabalho/sucesso etc.
Dessa forma, se a finalidade da minha ação é exclusivamente atingir o meu bem ou o bem daqueles que estão próximos a mim, eu não posso dizer que se trata de um agir ético. Se, por outro lado, a finalidade da minha ação visa ao bem e à justiça da coletividade, podemos dizer, seguramente, que essa ação está ligada aos principais fundamentos da Ética.
Você pode estar pensando nas seguintes questões: o que é uma boa ação? O que é bom para a minha pessoa é necessariamente bom para o outro? Como poderei ser justo se não tenho a certeza de como ser bom?
Tais perguntas podem parecer sem sentido porque geralmente temos a sen​sação de que a nossa noção de justiça, do que é correto e bom, é a noção que todas as pessoas têm, mas, na realidade, as coisas não se passam de maneira tão simples, sobretudo se estivermos em contato com pessoas de tradições culturais diferentes.
Veremos o quanto o conceito do que possa ser bom e justo pode variar. Isso acontece em relação aos valores de uma maneira geral, que podem variar de acordo com as pessoas e, mais ainda, de acordo com as diferentes culturas. Esse estudo dos valores e de suas variações é o que definimos como o objeto principal da Moral.
Você pode estar se perguntando: mas isso não seria uma função da Ética? Muitas vezes, os termos Éticos e Moral são usados como se fossem sinônimos, e, de fato, em alguns momentos da história da filosofiaeles chegaram a sig​nificar a mesma coisa. Aqui, no entanto, faremos a diferenciação entre os dois conceitos no sentido de que a Ética pode ser definida como o estudo da conduta humana em relação aos valores.
Para que isso fique mais claro vamos a um exemplo. Imagine que um médico esteja diante desta situação: para salvar a vida de uma criança, ele precisa fazer uma transfusão de sangue nela. Porém, a criança segue uma religião em que a transfusão é proibida e, sendo assim, os pais dela não permitem o procedimento. O médico está diante de dois valores: o valor religioso da famí​lia da criança e o valor do juramento que ele fez como profissional, para fazer todo o possível para salvar uma vida. Os dois valores correspondem à Moral. 
Agora, o médico terá de tomar uma decisão: precisará pesar os valores e decidir qual deles é mais importante, para então decidir como agir. Ou seja, é o mo​mento em que ele começa a avaliar de maneira racional os valores envolvidos.
A Ética precisa de uma “matéria-prima” para poder ser aplicada, precisa que existam valores estabelecidos. Como exemplos de valores morais de nossa sociedade temos:
A fidelidade; a liberdade; a igualdade entre os seres humanos; o matrimônio; a honestidade; a prioridade no cuidado com crianças, doentes e idosos; a valorização do trabalho; e até a própria democracia.

Outros materiais