Buscar

Doenças no Algodão

Prévia do material em texto

Etiologia, epidemiologia e controle das doenças da cultura do algodão
Discentes: Francielly Moresco; Taniria Santos; Thalyta Marcela e Willian Morais.
Docente: Andreia Vieira.
1
1
Histórico
 O algodoeiro é conhecido desde 8 mil anos A. C.;
 A Índia é tida como centro de origem do algodoeiro; 
 Indígenas transformavam o algodão em fios e tecidos na época do descobrimento do Brasil. 
2
3
4
Importâncias 
 81 países cultivam o algodoeiro, economicamente liderados pela China, E.U.A. e Índia;
 No Brasil, estima-se que a demanda aumentará das atuais 900 mil toneladas/ano para 1.200 mil toneladas/ano; 
 4% do PIB nacional e 13,5% do PIB industrial. (TÊXTIL, 2004).
5
Importâncias 
 É usado na fabricação de óleo, rações e até explosivos.
6
Fatores de riscos
Risco climático;
Custo de produção;
Incidência de pragas e doenças.
7
Custo de produção
 Na região Centro-Oeste (Sorriso-MT), cuja cultura é mais tecnificada, os gastos são:
Gasto com operação e aluguel de máquinas é de 11% dos custos totais; 
Os custos com mão-de-obra são de 5%;
Os custos com sementes, fertilizantes e defensivos são de 46%.
8
9
Classificação científica 
Reino: Plantae;
Classe: Magnoliophyta;
Ordem: Malvales;
Familia: Malvaceae;
Genero: Gossypium L.;
Nome científico: Gossyplum hirsutum L.
10
11
Tombamento;
Mosaico comum;
Mosaico das nervuras;
Vermelhão;
Mela;
Murcha de verticilium;
Murcha da fusarium;
Pinta Preta;
Mofo branco;
Mancha de mirotécio;
Ramulária;
Ramulose;
Ferrugem do algodoeiro;
Mancha angular;
Apodrecimento de maçãs.
12
Divisões do algodão
Dividida em terços, caule e raiz, melho-
rando a identificação da localização dos 
danos relacionados a doenças.
13
14
Tombamento(Damping off ou Rizoctoniose) 
Agente causal: Fusarium spp., Pythium sp., Alternaria sp., Colletotrichum gossypii, Rhizoctonia solani, Macrophomina phaseolina, Thielaviopsis basicola, Glomerella gossypii e Botriadiplodia theobromae.
Basidiomicetos;
 
Disseminação: Pode ocorrer pela semente, por restos culturais, pelo solo contaminado e pela chuva. 
15
Tombamento(Damping off ou Rizoctoniose) 
Condições favoráveis: 
	Temperaturas baixas durante o período de germinação favorecem a instalação do complexo de patógenos porque aumentam o tempo da emergência das plântulas. Temperatura entre 18ºC e 30ºC e o solo com a umidade elevada contribuem para a infecção da planta;
Descrição dos sintomas:
	A planta infectada tomba e apresenta uma depressão no colo e os cotilédones murchos. A depressão no colo pode ser de cor pardo escura ou pardo avermelhada, dependendo do patógeno. O tombamento é observado até 20 dias após a emergência.
Medidas de controle:
	Tratamento de sementes com fungicidas;.
16
17
17
Mosaico Comum
Agente causal:
	 (“Abutilon mosaic virus” – AbMV); 
Transmissão:
	Ocorre pelo vetor Bemisia tabaci (Mosca branca). 
Descrição dos sintomas:
	A planta infectada inicialmente apresenta manchas amareladas que se tornam cloróticas amarelas e descoloridas no limbo foliar. Com o envelhecimento das folhas, as manchas podem ficar avermelhadas. 
	Obs: Infecções em plantas jovens provocam entrenós curtos, reduzem seu porte. As plantas infectadas apresentam uma esterilidade que pode ser parcial ou total.
18
Mosaico Comum
 Medidas de controle: 
	É realizado por meio da eliminação das malváceas nativas próximas ao plantio, arranquio de plantas sintomáticas e controle químico da mosca-branca. Ainda não foram relatadas cultivares resistentes ou tolerantes.
19
Mosaico das Nervuras
Agente causal: 
	(“Cotton leafroll dwarf virus” – CLDV);
Transmissão:
	 A transmissão ocorre pelo vetor Aphis gossypii (Pulgão do algodoeiro) que adquire o vírus no ambiente. 
Descrição dos sintomas:
	 A planta infectada apresenta porte reduzido, folhas de aspecto “campanular”, quebradiças, de cor azulada ou verde escura e o limbo rugoso. O início da infecção na lavoura geralmente é observado em planta isolada e rapidamente evolui para ocorrências em reboleiras.
20
20
Mosaico das Nervuras
 Medidas de controle:
	Recomenda-se manter a população do vetor em níveis baixos, variando, de acordo com a resistência da cultivar plantada.
21
Pinta preta
(Mancha de alternaria ou Mancha de estenfílio)
Agente causal
Alternaria sp.e Stemphylium solani
Disseminação
Pelo vento, por máquinas, pelo homem e por restos de cultura
Condições favoráveis
Para Alternaria sp., temperatura amena entre 20ºC e 25ºC, alta pluviosidade e períodos nublados
Para Stemphylium solani, temperatura entre 25°C e 30°C, alta pluviosidade e alta umidade relativa (Acima de 80%)
22
Descrição dos sintomas
Alternaria sp. - Pequenas manchas circulares, com bordas enegrecidas e o centro marrom ou cinza e com a evolução causa necrose e seca o local e também pode aparecer nas maçãs
Stemphylium solani - Manchas de formato irregular de cor negro a marrom-escuro e que posteriormente se tornam avermelhadas e quando as doenças esta em um estagio mais avançado apresenta coloração esbranqueçada
Microrganismo
Ascomycetes
23
Alternaria sp
24
Stemphylium solani
25
Ferrugem do algodoeiro
Agente causal
Phakopsora gossypii ou Cerotelium desmium
Disseminação
Pelo vento
Condições favoráveis
Umidade relativa do ar alta ou molhamento foliar e grande amplitude térmica
Descrição dos sintomas
Pústulas de cor palha a marrom, tamanho de 01 a 03 mm, maduras liberam uma massa pulverulenta de esporos que amarelam
Microrganismo
Basidiomicetos 
26
Basidiomicetos 
Ferrugem do algodoeiro
27
Mancha angular 
(Bacteriose do algodoeiro, Crestamento bacteriano)
Agente causal 
Xanthomonas axonopodis pv. Malvacearum
Disseminação 
Pela semente infectada (Inóculo primário), pelos restos de cultura, pelo vento, pela chuva, pela irrigação, pelos danos mecânicos (Insetos e implementos).
Condições favoráveis 
Temperaturas de 30ºC a 36ºC e umidade relativa do ar alta (Acima de 85%), alta pluviosidade e adensamento de plantas.
Descrição dos sintomas 
Na folha são lesões angulares, delimitadas pelas nervuras e de aspecto oleoso, na bráctea são lesões circulares, no pecíolo são manchas alongadas e necróticas. Na maçã são lesões circulares e no início apresentam aspecto oleoso e escuro
28
Mancha angular
Xanthomonas axonopodis pv. Malvacearum
29
Apodrecimento de maçãs
Agente causal 
Alternária spp., Ascochyta gossypii, Aspergillus flavus, Bacillus pumilis, Colletotrichum spp., Erwinia aroideae Fusarium spp., Lasiodiplodia theobromae, Myrothecium roridum, Pantoea agglomerans, Phoma exígua, Phomopsis sp., Phythophthora spp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas axonopodis pv. Malvacearum
Condições favoráveis 
Umidade relativa do ar alta, excesso de chuvas e dias nublados. Danos mecânicos, químicos, fisiológicos ou entomológicos nas maçãs favorecem o apodrecimento
30
Sintomas 
As condições climáticas favoráveis são as maiores responsáveis pelas perdas de frutos na lavoura, porém, a associação das condições climáticas com lesões nas maçãs aumenta o potencial de apodrecimento, devido ao complexo de patógenos e a origem do apodrecimento, os sintomas podem ser bastante variados. As maçãs ficam escuras e moles e em alguns casos com lesões deprimidas e com cores diversas desde a cor branca até arroxeada.
31
Mela (Rizoctoniose)
Agente causal: Rhizoctonia solani e Phytothora capsici
Filo: Basidiomycota;
Favorecida por altas temperaturas (<20° C), alta umidade;
Pela semente, por restos culturais, solo contaminado e pela chuva.
32
Mela (Rizoctoniose)
Sintomas
Folhas Cotiledonares com lesões de aspecto oleoso que evoluem em forma de “V” para uma necrose do cotilédone, do pecíolo e posteriormente da haste. Provoca a perda de stand.
33
Mela ( Rhizoctonia solani )
Rizoctoniose
34
Mela
Agente causal: Thanatephorus cucumeris;
Filo: Basidiomycota;
 Disseminação: restos culturais,solo contaminado, pela chuva e pelo contato folha a folha ou planta a planta; 
Condições favoráveis: Temperatura entre 25°C a 30°C e alta umidade relativa do ar (Acima de 80%); 
35
Mela
Sintomas: Folhas com lesões de aspecto oleoso que adquirem a característica de escaldadura ou podridão mole. Em condições de baixa umidade as lesões ficam restritas a manchas necróticas.
36
Murcha de Verticilium (Verticiliose)
Agente causal: Verticilium dahliae
Filo: Ascomycota;
 Disseminação: Pela semente, pela água (Superficial), pelo vento e pelo solo contaminado. 
Condições favoráveis: Temperatura entre 22ºC a 32ºC, alta umidade do solo e solos ricos em matéria orgânica. 
37
Murcha de Verticilium (Verticiliose)
Sintomas:
Murcha das plantas ou das folhas e a dessecação dos vasos lenhosos do caule. Parecidos com os sintomas da Fusariose e também observadas em reboleiras, as plantas infectadas pela verticiliose são mais dispersas e a dessecação dos vasos lenhosos do caule é mais difusa e a evolução dos sintomas é mais lenta do que na Fusariose.
38
Murcha de Verticilium (Verticiliose)
39
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum )
Pertence ao filo dos Ascomycotas;
Sclerotinia sclerotiorum é um fungo polífago;
Esta distribuído em todas regiões temperadas, tropical e subtropicais;
Condições favoráveis: alta úmida relativa (>70%), alta umidade no solo, temp. entre 15 a 22°C e alta densidade de plantio.
40
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum )
Sintomas:
Murcha; Necrose; Podridão úmida da haste, do pecíolo, da folha e da maça;
Sinais:
O micélio do fungo apresenta coloração branca e é encontrado no interior da maça do algodão;
Apresenta escleródios como estrutura de resistência que podem permanecer por 11 anos no solo.
41
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum )
Imagens: Agrolink
42
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum )
Controle:
Não há produtos químicos registrados pra controle dessa doença no algodão;
Adoção de medidas de controle como, plantio direto; sementes sadias; rotação de cultura; enterro do escleródios com arado até 30 cm; evitar adubações excessivas com nitrogênio; entre outros.
43
Mancha de mirotécio
Agente causal: Myrothecium roridum;
Filo: Ascomycota;
Disseminação: Pode ocorrer via semente, por respingos de água de partes infectadas para partes sadias das plantas. 
Condições favoráveis: Temperaturas de 21ºC a 27ºC, alta pluviometria e alta umidade do ar (>90%), associadas às lesões ou injúrias provocadas por pragas ou agentes químicos iniciam a infecção na lavoura enquanto que o contato de estruturas infectadas com outras estruturas da planta aumentam a infecção.
44
Mancha de mirotécio
Sintomas:
As lesões apresentam esporodóquios de formas irregulares e negros circundados por hifas de cor branca. 
Nas folhas inicialmente ocorrem manchas isoladas com anéis concêntricos, circundadas por halo violeta ou avermelhado que podem coalescer e provocar desfolhas severas. 
Nos pecíolos e caules as lesões são irregulares, escuras e também apresentam esporodóquios.
Nas maçãs são observadas lesões irregulares com esporodóquios.
45
Mancha de mirotécio
Controle: Fungicidas com principios ativos à base de iprodiona, clorotalonil, tetraconazole, azoxistrobina e clorotalonil mais tiofanato metílico.
46
Nematoide (Meloidogyne incognita )
Nematoide das galhas;
Ocasiona dados direto e indiretos;
Sintomas apresentados em reboleiras;
Diminuição da área foliar, deficiências minerais e murchamento temporário da planta durante o período mais quente do dia.
47
Nematoide (Meloidogyne incognita )
48
Nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis)
Danos: O nematóide-reniforme prejudica a passagem de água e nutrientes das raízes para as folhas, consequentemente causando amarelecimento das folhas, redução no porte das plantas e queda de produção.
Controle: A realização de rotação de cultura com o plantio de milho ou outras espécies não hospedeiras é recomendada para reduzir a densidade populacional no local.
A aplicação de nematicidas reduz a população de nematóides no local, porém não erradica.
49
Rotylenchulus reniformis
50
Mancha-de-ramularia
Também é conhecida como falso míldio, falso oídio ou mancha branca;
Agente causal: fungo Ramularia areola.
Classificação: deuteromicetos;
Forma anamórfica de Mycosphaerella areola.
Doença de final de ciclo;
Sobrevive em restos culturais;
Dispersão por meio de vento, água, maquinares.
A - Esporulação pelos estômatos
F - Esporulação de R. areola
51
Eletromicrografias de varredura dos detalhes da germinação e penetração dos conídios de Ramularia areol
Duas setas = estômatos; 
Cabeça de seta = tubo germinativo; 
Uma seta = conídio.
52
Mancha-de-ramularia: sintomas
Folhas mais velhas após e emissão das primeiras maças.
“Brasil: os sintomas são percebidos no surgimento do primeiro botão floral e inicio do florescimento.”
A colonização do patógeno causa pequenas lesões (3 mm a 4 mm) de formato angular e com coloração verde clara.
A esporulação é iniciada na face inferior da folha formando um aspecto cotonoso.
53
Os pontos colonizados necrosam após a esporulação;
Desfolha parcial ou total;
Induz a abertura precoce dos capulhos;
Perdas de qualidade da fibra.
Mancha-de-ramularia: sintomas
54
Mancha-de-ramularia: controle
Plantio menos adensados;
Espaçamentos maiores;
Cultivar com menor incidência;
Cultivar com arquitetura de copa;
Controle químico com fungicida.
55
Ramulose
Agente causal: fungo Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides;
SP -> disseminada por todas as regiões;
Venezuela e Paraguai;
Afeta plantas de qualquer idade;
Tecidos jovens;
Sobrevive em restos culturais, podem sobreviver no solo contaminado por 9 meses;
56
Ramulose: Etiologia
Variedade fisiológica o agente causal da antracnose, Colletotrichum gossypii var cephalosporioides. 
Disseminação por conídios e micélios dormentes em sementes.
As primeiras fontes de inóculo primário do patógeno são sementes infectadas e restos de culturas contaminados.
As lesões secundárias ocorrem nas plantas adjacentes propagando-se radialmente formando reboleiras.
Conídios do fungo Colletotrichum gossypii 
57
Ramulose: sintomas
Manchas necróticas circulares ou alongadas;
Enrugamento do limbo foliar por crescimento desigual;
58
Ramulose: sintomas
Morte do meristema apical do ramo afetado, estimulando a brotação de gemas laterais;
Abortamento de estruturas florais;
Porte reduzido.
59
Ramulose: controle
Variedade com resistência;
Sementes sadias;
Rotação de cultura;
Fungicidas;
Inspeção frequente;
Eliminação das plantas doentes.
60
Vermelhão
Agente causal: vírus Cotton anthocyanosis virus.
Plantas afetadas no inicio do ciclo tem apenas 50% da produtividade;
61
Vermelhão: Etiologia
Transmitido pelo pulgão: Aphis gossypii (Pulgão do algodoeiro);
Não eh transmitido por semente;
Não eh transmitido por inoculação mecânica.
62
Vermelhão: sintomas
Os primeiros sintomas do vermelhão ocorrem quando a planta apresenta de 4 a 5 folhas definitivas;
Áreas avermelhadas ou arroxeadas nas folhas inferiores e parte mediana da planta, geralmente limitada pelas nervuras;
Murchas.
63
Vermelhão: controle
Utilização de variedade resistentes;
Destruição das plantas hospedeiras nativas como o quiabeiro.
64
Murcha de fusarium
Agente causal: fungo Fusarium oxysporum f. sp. Vasinfectum.
O patógeno localizado no sistema vascular da planta atinge a casca do caule, indo até o pedúnculo da maçã, penetrando no seu interior e infectando as sementes.
Essa doença, além de causar queda acentuada na produção, pode afetar a qualidade ou características da fibra, além do peso das sementes e dos capulhos.
Inicialmente os sintomas são observados em plantas isoladas que se disseminam em reboleiras e podem atingir toda a lavoura.
65
Murcha de fusarium: sintomas
Afetam qualquer estágio da planta;
primeiramenteocorre o amarelecimento e escurecimento dos cotilédones a partir das bordas, secando e morrendo, causando a murcha propriamente dita e a morte da plântula.
Em plantas adultas amarelecimento em áreas irregulares da superfície foliar e marcha das folhas e ramos.
66
Murcha de fusarium: sintomas
Os feixes vasculares apresentam descoloração, o lume dos vasos são obstruídos pela presença de esporos e micélios do fungo.
Após ocorre o escurecimento dos feixes vasculares 
A planta não morre, porém todas suas folhas caem assim como as novas brotações, permanecendo apenas o caule enegrecido.
67
Murcha de fusarium: controle
Utilização de variedade resistentes;
Rotação de cultura por três a cinco anos com o plantio de gramíneas;
Tratamento das sementes.
68
OBRIGADO!
69

Continue navegando