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FONSECA, Michele Pereira de Souza da Fonseca. RAMOS, Maitê Mello Russo. Inclusão em movimento discutindo a diversidade nas aulas de Educação Física Escolar.

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RESUMO: FONSECA, Michele Pereira de Souza da Fonseca. RAMOS, Maitê Mello 
Russo. Inclusão em movimento - discutindo a diversidade nas aulas de Educação 
Física Escolar. 
INTRODUÇÃO 
Buscamos operar com a ideia de inclusão como um processo dialético e infindável. Um 
conceito amplo, uma perspectiva que não privilegia somente uma parte da população; não 
se limita à simples inserção de pessoas rotuladas como diferentes num ambiente do qual 
têm sido historicamente excluídos, e também não se restringe a algumas pontuais áreas 
da vida humana (SANTOS, 2003; SANTOS et al., 2009) (p.184). 
Processos dialéticos de inclusão/exclusão se apresentam cotidianamente no âmbito 
escolar, consequentemente refletindo também na Educação Física Escolar, infelizmente, 
muitas vezes mais excludentes que inclusivos. Por isso, discussões e ações envolvendo a 
diversidade e questões como gênero, etnias, fracasso escolar, homossexualidade, 
deficiência e outras exclusões, são alvo de nossas preocupações (p.185). 
A Educação Física Escolar tem um importante papel nesse desafio da escola de formar 
cidadãos, e com tal responsabilidade, esses professores não podem se eximir dessa missão 
(FONSECA, 2009) (p.185). 
[...] currículo [...] (p.185). 
Especificamente no campo da Educação Física, existe um universo de variadas 
possibilidades de práticas corporais, e delas nasceram outros tantos conhecimentos, 
significados e representações que foram se codificando, recodificando e se organizando 
ao longo do tempo, constituindo a Cultura Corporal do Movimento. Esta é colocada em 
ação por meio do jogo, do esporte, da dança, da ginástica e da luta, agregando seus 
benefícios humanos e suas possibilidades de utilização como instrumentos de 
comunicação, expressão de sentimentos e emoções, de lazer e de manutenção e melhoria 
da saúde (DAOLIO, 2010; DARIDO; RANGEL, 2014) (p.186). 
A proposta que aponta para a expressão do corpo em movimento - corpo esse que é 
diverso, que tem limites e possibilidades - se distancia de questões meramente técnicas e 
se aproxima da concepção da Cultura Corporal de Movimento, ampliando essas 
possibilidades e considerando a heterogeneidade que nos cerca. Nesse sentido, busca-se 
valorizar e reconhecer as diferenças, não as identificando como obstáculos e sim como 
desafios, como recursos que podem enriquecer as relações humanas e promover ações 
transformadoras na Educação Física Escolar (p.186-187). 
Objetivo do texto: refletir sobre a congruência de discussões envolvendo processos 
inclusivos/excludentes na Educação Física Escolar e a diversidade presente nesse espaço 
de modo a promover a participação plena de to dos os alunos nas aulas (p.187). 
DESENVOLVIMENTO 
- O CONCEITO DE INCLUSÃO QUE NOS EMBASAMOS 
Ao considerar a inclusão como um processo dinâmico, dialético e infindável (SAWAIA, 
2011, BOOTH; AINSCOW, 2011, SANTOS et al, 2009) que envolve muitas mudanças 
objetivando aumentar a aprendizagem e participação plena de todos, reconhecemos a 
necessidade de refletirmos sobre essas questões na tentativa de atuarmos coletivamente 
no combate/minimização de pressões excludentes de toda ordem e na transformação de 
realidades que possibilita/incentiva reflexão por parte dos atores sociais envolvidos 
(p.187) 
Conforme Fonseca (2014) aponta, não há como garantir que ninguém, em nenhuma 
circunstância, esteja definitivamente incluído em qualquer lugar que seja. Nas palavras 
da autora “seria utópico, irreal e ingênuo dizer isso”, posto que “Não basta somente estar 
presente fisicamente numa sala de aula, por exemplo, e não ter a oportunidade de 
participar efetivamente do processo ensino-aprendizagem ali ocorrido, bem como não ter 
reconhecida sua singularidade” (p.55) (p.188). 
A lógica dialética do conceito inclusivo/excludente se distancia da ideia de se pensar a 
inclusão como normatização, homogeneização ou mera adaptação e destaca a 
contrariedade e a reversibilidade nesses processos dinâmicos (p.188). 
Inclusão perversa: entendido como inclusão como fim da exclusão, sem problematizar 
quem são, onde estão e porque são excluídos. 
Tal como a inclusão, a exclusão é pensada de modo amplo. Refere-se a todas aquelas 
pressões excludentes, temporárias ou prolongadas, que atrapalham a participação total. 
Elas podem ser resultantes de dificuldades ligadas a relacionamentos ou ao conteúdo 
ensinado, bem como de sentimentos de desvalorização (AINSCOW, 2011, p.08) (p.189). 
Posto isso, nos perguntamos quem são os excluídos e discriminados na Educação Física 
Escolar? Como entender esses processos de inclusão sem considerar as inúmeras pessoas 
que cotidianamente são ou se sentem excluídas nesse espaço? (p.189) 
[...] Educação Física Escolar [...] década de 1990 [...] discutir inclusão [...] 
prioritariamente a questão da deficiência (p.189). 
Não há como negar que pessoas com deficiências são público alvo excluídos da sociedade 
ao longo da história e não é diferente nas aulas de Educação Física, principalmente 
considerando uma Educação Física que enfoque prioritariamente o rendimento físico e a 
performance. No entanto, gostaríamos de reforçar que não é este o único público a ser 
excluído com frequência das aulas, mas são excluídos todos que, por qualquer razão que 
seja, não se enquadram no formato padrão de movimento tão cultuado pela Educação 
Física (p.189 – 190). 
- EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ENQUANTO UM DIREITO. O QUE ISSO TEM A 
VER COMA INCLUSÃO. 
LDB 9394/96 (BRASIL, 1996) [...] Educação Física [...] componente curricular 
obrigatório (p. 190). 
Considerando o conceito de inclusão de forma ampla conforme aqui apresentado, não se 
discute somente a participação de alunos com deficiências nas aulas, mas assume-se que 
todo e qualquer aluno tem esse direito (p.190). 
Desta maneira, as deficiências, as dificuldades ou distúrbios coordenativos, as doenças 
crônicas, bem como as diferenças quanto a etnia, gênero, religião, cultura, condições 
sociais e psíquicas por si só não podem constituir o motivo da não participação do aluno 
na aula (p.190). 
- EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E EXCLUSÃO: DECADAS DE UMA INTIMA 
RELAÇÃO 
Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, a escola, e especificamente a Educação Física, 
apresentava um cunho tecnicista e militarista, sendo uma das principais vias de promoção 
ideológica do regime militar (p.191). 
Formação de atletas (escola e faculdade) -priorizando o rendimento e a técnica. 
“podem fazer com que os futuros professores, se não formados numa perspectiva crítica 
e reflexiva, reproduzam tais exclusões em sua prática profissional futura” (p.192). 
“muitos dos licenciandos, ao iniciarem sua prática pedagógica, acabam reproduzindo 
modelos de ensino baseados nas práticas de ex-professores que tiveram durante sua 
vivência como aluno” (p.192). 
- DIVERSIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS: UM PASSO ADIANTE RUMO A 
INCLUSÃO 
A disciplina Educação Física tem uma peculiaridade com relação as outras disciplinas 
escolares, pois é permitida uma grande flexibilidade na seleção de conteúdos, ou seja, é 
possível trabalhar uma amplitude de ações, com variações, adaptações e aplicações 
diversas. É possível que o professor planeje estratégias, desconstrua ideias tradicionais e 
trilhe vários caminhos diferentes para se chegar a um objetivo (p.194). 
Qual a importância de diversificarmos os conteúdos trabalhados nas aulas? (p.195). 
Darido (2014) afirmam que diversificar as vivências corporais experimentadas nas aulas 
é facilitar a adesão dos estudantes as aulas, na medida que ampliam as chances de uma 
possível identificação (p.195). 
[...] quanto maior o leque de vivências corporais experimentadas pelo indivíduo, mais 
amplo torna-se o seu repertório motor e portanto, maior é oseu conhecimento a respeito 
do próprio corpo e de suas possibilidades (p.195). 
Os PCNs (BRASIL, 1998) [...] dimensão conceitual [...] dimensão procedimental 
[...]dimensão atitudinal [...] (p.196). 
[...] o papel da Educação Física ultrapassa o ensinar esporte, ginástica, dança jogos, 
atividades rítmicas, expressivas e conhecimento do próprio corpo para todos, em seus 
fundamentos e técnicas (dimensão procedimental), mas inclui também os seus valores 
subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para as atividades corporais 
(dimensão atitudinal). E finalmente, busca garantir o direito do aluno de saber por que ele 
está realizando esse ou aquele movimento, isto é, quais conceitos estão ligados àqueles 
procedimentos (dimensão conceitual) (DARIDO, 2014) (p.196). 
Dessa maneira, acreditamos que diversificar a seleção de conteúdos e trabalhar suas 
diferentes dimensões, constitui o primeiro passo rumo a práticas em uma perspectiva 
inclusiva na Educação Física escolar (p.197). 
- A NECESSIDADE DE AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO NAS 
AULAS PARA QUE SEJA POSSÍVEL INCLUIR 
É por esta razão que defendemos aqui a necessidade de uma ampliação no conceito de 
participação nas aulas por parte do professor para tornar o processo de inclusão possível 
em sua ação docente (p.197). 
Diminuir a ênfase dada ao domínio procedimental dos conteúdos também é aproximar o 
trabalho de uma perspectiva inclusiva, na medida que, amplia as possibilidades de 
participação dos alunos nas aulas (p.198). 
Assim, destacamos que para além do fazer, existem outras formas de participação nas 
aulas que devem também ser consideradas, tendo em vista o papel da escola na formação 
do indivíduo e por consequência, a contribuição da Educação Física para este papel 
(p.199). 
Mas então, o que é para nós participar? (p.199). 
- A POSTURA DO PROFESSOR DIANTE DA DIVERSIDADE: ALGUMAS 
REFLEXÕES 
[...] o papel do professor enquanto promotor/mediador de processos inclusivos não se 
restringe a seleção de conteúdos que possam contemplar a diversidade existentes no 
espaço escolar, mas vai muito além disso. De nada adianta propor conteúdos 
diversificados se os alunos não encontrarem um ambiente que permita que suas diferenças 
coexistam nas aulas, não sendo estas rechaçadas ou desconsideradas, mas sim 
contempladas e respeitadas (p.201). 
Portanto, o professor deve juntamente ao aluno, procurar entender os motivos 
apresentados por ele acerca de sua hesitação em participar das atividades e refletir se suas 
ações ou escolhas estão contribuindo para esta hesitação (p.202). 
para que haja possibilidade de êxito durante os processos de inclusão, o professor não 
pode deixar de apresentar e discutir nas aulas a diversidade presente no espaço escolar, 
nem tão pouco se omitir frente aos possíveis tensionamentos que possam surgir a partir 
da problematização dessas diferenças (p.202). 
[...] a postura do professor diante da turma deve contemplar o respeito as diferenças e o 
repúdio a qualquer forma de violência, incluindo aqui a violência subjetiva gerada pelas 
diferentes formas de exclusão (p.202). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A participação efetiva é i principio básico dos processos de inclusão (p.203)

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