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petição alimentos samuel

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_EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ª VARA DE FAMÍLIA DE FORTALEZA-CE.
PAULO SILVA COSTA, menor impúbere, nascido em 10.10.2010, neste ato representado por sua genitora MARIANA SILVA, brasileira, solteira, Domestica, RG nº 97003687 - SSP/CE, inscrita no CPF nº001. 001.001-01, com endereço a Rua Silva Jatahy, n 01 CEP: 60.003-003, Fortaleza - ce telefones: (XX) XXXXX, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado e bastante procurador (a) com fundamento no artigo 1.566, IV, do Código Civil e artigo 2º da Lei nº. 5.478/68, propor a presente ação:
AÇÃO DE ALIMENTOS
Em desfavor de ANDRE COSTA, brasileiro (a), solteiro, segurança na empresa Corpvs, RG nº 9700338757 - SSP/BA, inscrito no CPF nº001. 001.001-07, com endereço Rua: Antônio Fernandes, n 35, Ancuri CEP: 61003-003, Caucaia, ceara telefones: (XX) XXXXX, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I - DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente pleiteia o requerente que lhe seja concedido o benefício da Justiça Gratuita, pois não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Novo Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes e pelo artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal. Desse modo, a autora faz jus à concessão da gratuidade de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.
II - DOS FATOS
O menor é filho do Requerido, conforme prova a cópia da certidão de nascimento anexa. Apesar da relação jurídica que os une, o pai não vem prestando auxílio, com regularidade, para a criação e educação de seu filho.
Cumpre esclarecer que a genitora é doméstica, não possuindo renda nenhuma para sustento do menor, arcando sozinha com as despesas decorrentes da criação do menor, tais como moradia, alimentação, vestuário, educação, transporte, medicamentos, lazer e etc.
O requerido, por sua vez, trabalha como segurança auferindo por mês a quantia aproximada de R$ 1,800. 00. Cabe ressaltar que o pai não tem demonstrado interesse em arcar com as responsabilidades decorrentes da paternidade, deixando de atender aos vários apelos da representante do menor para que se responsabilize por parte das despesas.
Gastos do menor - Alimentando
	ALIMENTAÇÃO
	R$ 500,00
	LAZER
	R$ 50,00
	VESTUARIO
	R$ 50,00
	FARMÁCIA
	R$ 100,00
	TOTAL:
	R$ 700,00
III - DO DIREITO
De início, cabe ressaltar o entendimento da doutrina no que se refere ao conceito de pensão alimentícia, "quantia fixada pelo juiz e a ser atendida pelo responsável (pensioneiro), para manutenção dos filhos e ou do outro cônjuge" (Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas. Planejado, organizado e redigido por J. M. OTHON SIDOU. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. P. 618)
A família deve assegurar o bem estar da criança conforme disposto no Art. 227da Constituição Federal:
“Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação exploração, violência, crueldade e opressão.”
Os pressupostos da obrigação do alimentante sobre o alimentado estão presentes no caso em epígrafe, assim como nos ensina o renomado jurista Orlando Gomes em sua obra "Direito de Família", 9ª. Edição, Editora Forense, Rio de Janeiro, 1997, página 404, in verbis:
“Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. A expressão designa medidas diversas. Ora significa o que é estritamente necessário à vida de uma pessoa, compreendendo, tão-somente, a alimentação, a cura, o vestuário e a habitação, ora abrange outras necessidades, compreendidas as intelectuais e morais, variando conforme a posição social da pessoa necessitada.”
Destarte, ao analisar as atitudes de desídia do Requerido, que tem se omitido em seus deveres, deixando a rogo exclusivo da genitora os gastos com a criança, sabedor de que a genitora está arcando com dificuldade com o sustento da mesma.
Não cabe somente à genitora arcar com a criação e educação do menor, sendo este um dever de ambos os pais. Segundo o ensinamento de Yussef Said Cahali:
“ALIMENTOS - DEVER DE SUSTENTO À PROLE -I- O dever de sustento diz respeito ao filho menor, e vincula-se ao pátrio poder, seu fundamento encontra-se no art. 231, III, do CC, como dever de ambos os cônjuges em relação à prole, e no art. 233, IV, como obrigação recíproca do genitor, de mantença da família; cessado o pátrio poder, pela maioridade ou pela emancipação, cessa consequentemente aquele dever; termina, portanto, quando começa a obrigação alimentar. II- A obrigação alimentar não se vincula ao pátrio poder, mas à relação de parentesco, representando uma obrigação mais ampla que tem seu fundamento no art. 397 do CC; tem como causa jurídica o vínculo ascendente-descendente.” (ut Yussef Said Cahali, Dos Alimentos", RT, 2.ªed., p.504 ).
O Código Civil dispõe, em seu art. 1694:
“Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”.
Corroborando a tese, encontra-se o art. 2º da Lei nº 5.478/68:
“Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.”
Logo, é perceptível que o pedido de alimentos formulado pela Requerente é juridicamente possível, uma vez que há relação de parentesco entre as partes, e foram expostos os requisitos necessários para a fixação judicial dos alimentos, a saber, necessidade da menor e possibilidade de seu genitor.
IV - O VALOR DOS ALIMENTO
Os alimentos devem ser fixados na exata proporção do binômio necessidade do requerente e capacidade econômica do requerido, nos termos do §1º do art. 1.694:
“§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.”
 Nesse sentido, constata-se que, muito embora se desconheça a situação econômica dos Requeridos, o Requerente é criança e tem uma série de gastos inerentes a sua idade: médico, brinquedos, material e uniforme escolar, alimentação.
Assim, tem-se entendido que o percentual-base mais adequado para a fixação de honorários é de 30% (trinta por cento) sobre os rendimentos do alimentante, inclusas as verbas recebidas a título de férias remuneradas e décimo terceiro salário. Nessa linha,
“APELAÇÃO Cível. REVISIONAL DE ALIMENTOS. REDUÇÃO DO MONTANTE ALIMENTAR DE 30 % PARA 15% DOS RENDIMENTOS DO APELADO. IMPOSSIBILIDADE. (TJ/SC, AC nº 2007.054201-1, Relator Sérgio Izidoro Heil, Segunda Câmara de Direito Civil, Data: 08/01/2009.”
Deve-se, pois, fixar a verba alimentar em 30% (trinta por cento) sobre o valor do débito.
V - ALIMENTOS PROVISÓRIOS
 Nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde logo, fixar os alimentos provisionais, nos temos do art. 4º da Lei 5.478/68:
“Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) os benefícios da justiça gratuita, por serem juridicamente hipossuficientes;
b) a fixação dos alimentos provisórios em R$ 700,00 sobre os rendimentos brutos, abatidos os descontoslegais, acrescidos de férias e 13º, a ser depositada na conta bancária em nome da representante legal do menor.
c) a intimação do Ministério Público para acompanhar o feito;
d) a citação do requerido para apresentar resposta, sob pena de revelia;
e) a procedência do pedido, condenando o requerido ao pagamento dos alimentos definitivos no mesmo valor pleiteado no item b;
f) Seja condenado o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos moldes do art. 546 do CPC/2015
Protestar por todo tipo de provas admitidas em lei, inclusive documental.
Dá-se o valor da causa de R$ 8,400. 00 (Oito mil e quatrocentos reais) 
Termos em que pede deferimento.
Local e data.
Advogado: xxxx
OAB/UF.: XXXXX
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