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Direito Civil I - 2º estágio

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# Extinção da Personalidade Jurídica
Princípio “mors omnia solvit” (a morte a tudo dissolve)
Mesmo após a morte o indivíduo pode adquirir direitos e deveres na ordem jurídica.
A morte encefálica: é o divisor de águas para a extinção efetiva da personalidade jurídica
É a paralização/encerramento total das atividades cerebrais, mesmo que continue a respiração (mecânica).
Consequência: é a transferência dos direitos e deveres adquiridos ao longo da vida para os sucessores (titular de novos direitos e deveres.
Obrigações dos sucessores:
Os herdeiros não respondem pessoalmente pelas dividas do “de cujus”, ela vai apenas até as forças da herança.
Obrigações personalíssimas:
Extintas -> credores resolve-se em Perdas e Danos -> $
Espécies:
Morte Real: Lei de Registros Públicos (6.015/73, art. 77)
É a constatação do óbito para a prova material
Somente tem sepultamento mediante certidão de óbito
Atestado de óbito Médico Legista
O exame corpo cadavérico deve ser realizado por Médico ou na sua ausência, por duas pessoas qualificadas que constataram o óbito.
Atestado de óbito ≠ Laudo cadavérico
Morte Presumida sem declaração de ausência (CC, art. 7º c/c art. 88 da LPP)
Natureza Jurídica: ficção jurídica
Conceito: é a morte extremamente provável de pessoa que veio a óbito em situações de catástrofes ou acidentes (ex.: naufrágio, incêndio, etc.)
Quando as autoridades encerrarem as buscas nasce para a família o direito de ingressar no judiciário plateando a Declaração de Morte Presumida.
Ação de justificação judicial de óbito: obtenção de uma sentença declarando a data provável da morte.
Morte Simultânea ou Comoriência (CC, art. 8º): ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem no mesmo evento, sem que se possa precisamente saber a ordem da morte deles.
Consequência: se não for possível estabelecer os pré-mortos, declarar-se-á todos simultaneamente mortos, na mesma hora.
Sé existe necessidade de aplicação desse tipo de morte na aplicação entre herdeiros recíprocos.
Morte Civil:
Condenados à prisão perpétua.
Religiosos professos
Degredados de Portugal
Não existe a Morte Civil hoje, porém ainda há resquícios de justiça privada (atinge exclusivamente fins patrimoniais)
Espécies:
Herdeiros indignos ou deserdados: são excluídos do processo de inventário, não recebendo a herança.
Indignos do oficialato (Dec. Lei 1942): aplica-se aos Militares + Corpo de Bombeiros + Polícia Militar, que cometeram algum ato contra a corporação e por esse motivo é tido como “morto” para aquela corporação a qual se submetia-se, passando assim a cônjuge a receber uma pensão por serviços prestados por aquele militar como se ele estivesse realmente falecido. 
Ideia de município
# Domicilio (CC, art. 70 e ss....)
Conceito: é o local onde o indivíduo fixa a residência, com a intenção de permanência
“É a sede jurídica do indivíduo, onde presumidamente é encontrado para a prática dos atos da vida civil”.
Critério fixador:
A Residência é o critério fixador do domicilio. (Intenção de permanecer)
Morada ou Habitação: é o estado transitório de permanência em que não há intenção de permanecer.
Elementos (CC, art. 70):
Objetivo: é a relação jurídica material de fato concreto (Residência)
Subjetivo: é o “ânimus”, ou seja, é a sua intenção de permanecer definitivamente.
Domicilio > Residência > Habitação
Espécies (exceções):
Domicilio Plúrimo ou Multiplicidade de domicilio (CC, art. 71): ocorre nos casos do indivíduo possuir mais de uma residência em locais distintos, onde alternadamente more.
Domicilio Profissional (CC, art. 72): é o local onde o indivíduo exerce suas atividades profissionais (iniciativa provada).
Domicilio Ocasional (CC, art.73): é usado para aqueles indivíduos que não possuem residência fixa.
Ex.: Circenses, ciganos, comunidades hippies, etc.
Domicilio Aparente: má-fé 
Não possui dogmatismo
Teoria da Aparência Direito Francês
É criação doutrinária
É o local onde o indivíduo cria falsamente o domicilio verdadeiro bem distante do local onde efetivamente reside, com o objetivo de fugir das suas relações pessoais, contratuais, e ao chamado da justiça.
Regra: se comprovado a existência do domicilio aparente, este é desconsiderado e aplica-se o domicilio ocasional, ou seja, o local onde for encontrado.
Domicilio Necessário (CC, art. 76)
Conceito: está fora da opção do ser humano, pois este domicilio foi imposto/determinado pela vontade ou império das leis.
Incapazes: é sempre o mesmo domicilio do representante ou assistente legal.
Servidores Públicos: apenas aqueles que submeteram-se e aprovados em exame público, o domicilio será o local onde exercer permanentemente as funções
Especial (de eleição): Contrato as partes estabelecem o foro competente, relacionados as ações jurídicas para dirimir questionamentos, direitos e deveres.
Omissão: o domicilio de eleição é o resultante do local onde as obrigações devem ser cumpridas.
Restrição local (exceção): em se tratando de contratos de adesão (relação de consumo), cujas clausulas são redigidas unilateralmente.
Fornecedor de produto ou de serviço x Aderente (consumidor)
Obs.: O domicilio de eleição de contratos consumeristas serão nulos se constituir um obstáculo ao exercício do direito + abusiva + microscópio (CDC, atr. 51, inciso IV), valendo o domicilio do consumidor.
CPC, art. 112, parágrafo único: o juiz de direito declina “de oficio” (independente da vontade das partes) quanto a incompetência relativa.
# Direitos da Personalidade ser humanos 
Definição: são direitos inalienáveis (não pode ser objeto de negociação), permanentes e indissociáveis que protegem o ser humano.
São direitos imanentes (presos) ao indivíduo previstas legalmente e não menos importantes do que os direitos economicamente apreciáveis.
Ex.: propriedade, contrato, cheque, créditos, etc.) 
Gêneses:
Direitos Natural: independe de regulamentação estatal.
Direito Alienígena: 
Convenções e tratados internacionais:
Declaração Universal dos Direitos do homem e do Cidadão (1789)
Declaração da ONU
Convenção Europeia dos Direitos do Homem (1950)
No Brasil:
Inserção (leis especiais microssistemas) doutrina e jurisprudência
Direito Natural (imanentes ao ser humano) x Direito Estatal
Direito Alienígena: produto de sistemas jurídicos estrangeiros
Características (CC, art.11 e ss.)
Inalienáveis: é a principal característica, sob a qual as demais se sustentam.
Os direitos da Personalidade não pode ser objeto de alienação, doação, permuta ou dação em garantia (algo em garantia de dividas), eles estão fora do comercio jurídico.
Provoca outras características: intransmissíveis e indissociáveis
Vitalícias: acompanha o indivíduo durante toda a sua existência, antes do nascimento e mesmo “post mortem”.
São duradouros e permanentes, não admitindo interrupções ou suspensões.
Imprescritível: os direitos da Personalidade não perdem a validade para decurso do tempo, podendo o titular opor a sua validade sempre que houver ameaça ou lesão a esta categoria.
Direito de Ação: para cada ação ou ameaça o lesionado tem o prazo prescricional de 4 anos para fins de reparação civil $ 
O processo deverá ser sentenciado até esse tempo de 4 anos, caso contrário o processo será prescrito.
Não limitados: os direitos da Personalidade não estão adstritos ou restritos a um rol exaustivo. Podem sofrer ampliações ou criação para doutrina e jurisprudência.
 Código Civil
 Vida
 Integridade Física
 Nome Objetiva Rol exemplificativo: serve de ideia geral
 Honra para outros direitos da personalidade 
 Imagem Subjetiva
 Decato
 Vida provada
Ex.:direito a velhice digna, manipulação genética, segredo profissional, direitos autorais...
Absolutos: porque devem ser respeitados pelo particular, assim como o Ente Estatal, e o titular que sofre lesão (violação) pode opor este direito “erga omnes” defender em juízo
Salvo algumas exceções legais (suspensão)
Espécies:
Natos: decorre da própria personalidade jurídica do indivíduo, independem de previsão legal.
Adquiridos (Direito Estatal): decorre da realidade jurídica – estatal, ou seja, são alcançados no decorrer da vida.
Remédios Jurídicos: são ações judiciais que protegem o indivíduo contra lesões (efetiva violação) ou ameaça (promessa de mal futuro e realizável) aos direitos da personalidade, fazendo cessar a ameaça ou abstenção de lesão.
Espécies:
Ações Cautelares: são usadas para cautelar/proteger antecipadamente um direito que está sendo ameaçado.
Natureza jurídica: Premonitória O titular de um direito se antecipa à lesão
Ação de Obrigação de Fazer ou Não-Fazer: o titular de um direito da personalidade sofreu efeito lesão, e requer ao Magistrado que o agente agressor desfaça a ilicitude ou se abstenha de voltar a fazê-lo.
Fazer: o réu deve executar conduta positiva.
Não-Fazer: o réu deve se abster de conduta negativa.
Natureza jurídica: Cominatória Impor uma conduta
Efetividade: cominação de “Astreinta” Multa-diária em caso de descumprimento de decisão judicial que obrigou o réu a fazer algo ou abstenção de conduta.
Ações Indenizatórias: são usadas para ressarcimento financeiro contra lesões aos direitos da personalidade (compensação financeira).
Natureza jurídica: Ressarcitória.
Atos de Disposição (decidir) do próprio corpo:
Vedação legal (CF/88, art. 199 § 4º): há proibição legal de comercialização de órgãos, salvo nas hipóteses legais (9.434/97) de doação graciosa Entre vivos;
 Post mortem;
Deve-se cumprir requisitos e para fins:
Científicos: para estudo dos profissionais da área de saúde.
Terapêuticos: em caso de novas doenças, o corpo será doado para Instituições de pesquisa ou cientifica para descoberta de medicamentos para tratamento dessa nova doença.
Altruísticos: doação para salvar vidas.
Doação em vida: pode ocorrer de partes do corpo (desde que não provoque mutilação ou deformidade contra bons costumes), órgãos (duplos, não vitais ou regenerativos), tecidos e insumos (medula óssea, sangue, sêmen...)e só poderá acontecer entre parentes consanguíneos até 4º grau.
Doação “post mortem”: pode doar o corpo todo (inteiro) ou partes, tecidos, órgãos...
Não precisa ser necessariamente parentes.
Requisitos: somente expressa, positiva e inequívoca manifestação de vontade em doar após a morte.
Documento escrito + 2 testemunhas
Pode-se a todo e qualquer momento ser revogado
A doação não pode ser presumida (ninguém pode ser doador em potencial)
A autorização para a retirada é da família
Cônjuge ou companheiro;
Filhos;
Pais;
Irmãos;
Ou seja, cônjuge ou parentes consanguíneos até 2º grau.
Tratamento médico ou exigência de cirurgia (CC, art. 13 c/c art. 15)
Regra Geral: o profissional de saúde não pode obrigar ou exigir que o indivíduo se submeta:
Intervenção cirúrgica;
Terapêutica inovadora; (técnica ou tratamento)
Medicamentos novos;
Princípios:
Dever de informação;
Transparência;
Termo de consentimento esclarecido
Obs.: apenas em casos de urgência ou de iminente risco de morte, o médico pode submeter a cirurgia independente ou sem autorização do paciente.

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