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Estudo do certo e do errado

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Estudo do certo e do errado.
Nesse tipo de estudo, não há uma visão científica da linguagem, já que a preocupação maior é estabelecer a diferença entre o que é considerado certo e o que é considerado errado. O modo de falar das classes superiores é considerado correto e há preocupação em se passar esse modo de falar de uma geração para outra.
Estudo da língua estrangeira.
Através do contato entre comunidades com línguas diferentes, tem-se um estudo com a comparação entre diferentes sistemas linguísticos. Após a Pré-Linguística, temos o período conhecido como PARALINGUÍSTICA e que é representado por estudos que não entraram no domínio da linguagem.
Estudo filosófico da linguagem 
Busca compreender textos antigos, comparando-se textos do presente com textos do passado, através da literatura. Esse estudo ainda não é considerado ciência, pois não há busca por explicações.
Estudo logico da linguagem 
Após a Pré-Linguística, temos o período conhecido como PARALINGUÍSTICA e que é representado por estudos que não entraram no domínio da linguagem. Nesse período, aconteceu o: Estudo lógico da linguagem.  Estudo que mesclou filosofia e Linguística e que buscou descobrir a relação entre pensamento e linguagem.
Estudo biológico da linguagem 
Encara-se a linguagem como inerente ao ser humano e dependente de aspectos biológicos do corpo humano. Estudavam-se as características biológicas que permitem ao homem falar.
COMO SURGEM OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS?
O período LINGUÍSTICO começa antes da publicação do Curso de Linguística Geral. É preciso que se compreenda que Saussure não foi o inventor da Linguística, e sim o responsável pela mudança no foco dos estudos linguísticos. No início do século XIX, há o início dos estudos históricos, que podem ser considerados linguísticos.  Vejamos alguns fatos que antecedem essas pesquisas.
Daí: Gramática Comparada ou Linguística Histórica – estudo das transformações pelas quais as línguas passavam (comparação de sucessivos estados de língua).
Os primeiros comparativistas estavam interessados em confrontar o Sânscrito com outras línguas Indo-europeias, especialmente o Grego e o Latim.
 
A partir da descoberta do Sânscrito: 
1) interesse em identificar as famílias de línguas;
2) mostrar que a mudança linguística é um processo:   
a) regular: princípio de regularidade das mudanças; 
b) universal: todas as línguas evoluem;  
O PONTO DE VISTA CRIA O OBJETO
“Outras ciências trabalham com objetos dados previamente e que podem considerar, em seguida, de vários pontos de vista; em nosso campo, nada de semelhante ocorre. Alguém pronuncia a palavra nu: um observador superficial será tentado a ver nela um objeto linguístico concreto; um exame mais atento, porém, nos levará a encontrar no caso, uma após outras, três ou quatro coisas perfeitamente diferentes, conforme a maneira pela qual consideramos a palavra: como som, como expressão duma ideia, como correspondente ao latim nūdum etc. Bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto [...]”
Por considerar que há outras possibilidades de se estudar as línguas, Saussure afirma que ‘o ponto de vista cria o objeto (CLG, 1995, p. 15).
O que isso significa? A ideia é de que um mesmo objeto pode ser estudado de pontos de vista diferentes, podem ser feitas perguntas diferentes sobre esse objeto que nos levarão a respostas diferentes acerca desse objeto. Por exemplo, podemos analisar o fonema /s/ na palavra ‘gatas’: 
a) do ponto de vista morfológico: morfema de plural; 
b) do ponto de vista fonético: consoante fricativa dental surda;
c) do ponto de vista fonológico: /s/ é um fonema e distingue significado quando consideramos o par sente/gente, já que opomos [s] a [Ȝ].
 “Outras ciências trabalham com objetos dados previamente e que podem considerar, em seguida, de vários pontos de vista; em nosso campo, nada de semelhante ocorre. Alguém pronuncia a palavra nu: um observador superficial será tentado a ver nela um objeto linguístico concreto; um exame mais atento, porém, nos levará a encontrar no caso, uma após outras, três ou quatro coisas perfeitamente diferentes, conforme a maneira pela qual consideramos a palavra: como som, como expressão duma ideia, como correspondente ao latim nūdum etc. Bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto [...]”
Em 2012, foi lançado o livro Compreender Saussure a partir de manuscritos de  Loϊc Depecker pela Editora Vozes. Nele, temos oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos acerca de Saussure assim como podemos compreender como ele chegará aos fundamentos teóricos da Linguística moderna.
Em Escritos de linguística geral, publicado pela Cultrix, em 2004, temos que “a linguagem é um fenômeno; é o exercício de uma faculdade que existe no homem. A língua é o conjunto das formas concordantes que esse fenômeno assume em uma coletividade de indivíduos e em uma época determinada” (Apud DEPECKER, 2012, p. 32).
Se o signo linguístico é uma realidade armazenada nos cérebros dos indivíduos que compõem a comunidade que utiliza a língua.
Saussure nos diz que a língua é um objeto de natureza concreta e se a língua é composta por signos, esses signos também seriam de natureza concreta. Saussure considera também que os signos são tangíveis, já que podem ser recuperados pela escrita.
Na aula passada, vimos que Saussure afirma que a língua é “[...] um sistema de signos que exprimem ideias [...]”.  Como já dissemos, em Saussure, a língua deixa de ser um sistema de nomenclaturas e passa a ser estudada como esse sistema em que os itens se relacionam entre si. Esses signos aos quais ele se refere são os signos linguísticos. Como Saussure define esses ‘signos linguísticos’? O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som [...] tal imagem é sensorial [...]
(CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL, 1995, p. 80).
Assim, Saussure considerava que o signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces, representada em sua obra Curso de linguística geral (p. 80), como vemos a seguir:
Se o signo linguístico é uma entidade psíquica, então ele é uma abstração? Não. Como vimos na aula 5, para Saussure, os signos linguísticos são uma realidade armazenada nos cérebros dos indivíduos que compõem a comunidade que utiliza a língua.
“O princípio fundamental da arbitrariedade do signo não impede distinguir, em cada língua, o que é radicalmente arbitrário, vale dizer, imotivado, daquilo que só o é relativamente. Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, intervém um fenômeno que permite reconhecer graus no arbitrário sem suprimi-lo:  o signo pode ser relativamente motivado.
Assim, vinte é imotivado, mas dezenove não o é no mesmo grau, porque evoca os termos dos quais se compõe e outros que lhe estão associados, por exemplo, dez, nove, vinte e nove, dezoito, setenta etc. O mesmo acontece com ‘pereira’ que lembra a palavra simples ‘pera’ e cujo sufixo ‘-eira’ faz pensar em cerejeira, macieira etc., nada de semelhante ocorre com freixo, eucalipto etc.
[...] 
Não existe língua em que nada seja motivado; quanto a conceber uma em que tudo o fosse, isso seria impossível por definição. [...] Os diversos idiomas encerram sempre elementos das duas ordens – radicalmente arbitrários e relativamente motivados [...]”(CLG, 1995, p. 152-154, grifos do autor)
Segunda característica do signo linguístico: linearidade
Em nossa aula 6, tratamos da primeira característica do signo linguístico: a arbitrariedade. Agora, vamos tratar da segunda característica dos signos linguísticos estabelecida por Saussure: a linearidade.
Segundo Saussure, o significante possui uma natureza auditiva e representa uma extensão que somente pode ser medida em uma linha. Saussure reforça que a linearidade é dos significantes já que o significado é a representaçãomental ou conceito, a parte abstrata da palavra.
Não podemos emitir dois fonemas simultaneamente: a linearidade é uma característica das línguas naturais, pois os signos apresentam-se uns após os outros numa sucessão temporal ou espacial.  Não podemos superpor os sons: só se pode produzir um som após o outro; uma palavra depois da outra; uma frase depois da outra. Vejamos o que acontece em um texto que quebra esse princípio. Baposa e o Rode
Millôr Fernandes
Por um asino do destar, uma rapiu caosa, certo dia, num pundo profoço, do quir não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e vosa a rapendo foi mordade pela curiosidido. "Comosa rapadre" -- perguntou -- "que ê que vocé esti faza aendo?". "Voção entê são nabe?" respondosa a mapreira rateu. "Vem aí a mais terrêca sível de tôda a histeste do nordória. Salti aquei no foço dêste pundo e guardarar a ei que brotágua sim pra mó. Mas, se vocér quisê, como e mau compedre, per me fazia companhode". Sem pensezes duas var, o bem saltode tambou no pundo do foço. A rapaente imediatamosa trepostas nas coulhes, apoifre num dos xides do bou-se e salfoço tora do fou, gritando: "Adrade, compeus".
MORAL: Jamie confais em quá estade em dificuldém.
Disponível em http://www.releituras.com/millor_baposa.asp
Mutabilidade e imutabilidade do signo linguístico
Sabemos que o indivíduo tem sua criatividade ‘freada’ pelo fato de o signo linguístico ser imposto: ao usar a língua, o indivíduo quer comunicar suas ideias e, por isso, precisa utilizar o sistema da língua da mesma forma que os indivíduos que o cercam.
O caráter essencial do signo reside justamente nessa imposição e nessa arbitrariedade: para que haja mudanças no sistema é preciso que toda a coletividade concorde. Desse modo, tem-se que é necessária a união dos fatores tempo/língua/massa falante para que uma mudança seja efetuada no sistema.
“Cada elemento linguístico define-se em função dos outros e não de modo absoluto. Essa teoria, resumida na afirmação de que a langue é forme, non substance, está ilustrada nas famosas metáforas saussurianas do jogo de xadrez e dos trens de ferro: cada entidade do jogo ou da rede ferroviária é identificada e conhecida pela sua posição no sistema e não pela sua substância real. Na língua, essas interrelações se manifestam nas duas dimensões fundamentais do plano sincrônico: o eixo sintagmático, ou da ordenação sequencial dos elementos dos elementos no enunciado, e o eixo paradigmático (associativo), ou eixo dos sistemas de categorias de elementos contrastivos.”
(ROBINS, R.H. Pequena história da linguística.  Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979, p. 163).

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