Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA PRÁTICA: CARACTERÍSTICA DA INDUTÂNCIA E CHAVEA- MENTO DO DIODO DE POTÊNCIA Discente: Andressa Oliveira Rodrigues Fortaleza, 14 de Setembro de 2017 CARACTERÍSTICA DA INDUTÂNCIA E CHAVEAMENTO DO DIODO DE POTÊNCIA 1.1 OBJETIVOS Entender o efeito da indutância no circuito com e sem a presença do diodo de potência. 1.2 CIRCUITOS MONTADOS E LISTAGEM DE MATERIAL USADO 2 Fontes de alimentação CC; Controlador de PWM SG3525; Diodo 1N4007; Diodo de silício 30EPH06; MOSFET IRF740; Osciloscópio; Placa do circuito; Resistores diversos. 1.3 PRÉ-LABORATÓRIO Explique o gráfico mostrado na Figura 1, o qual ilustra o comportamento típico da corrente e tensão sobre um diodo de potência durante o intervalo de recuperação reversa. Figura 1 – Característica típica do desligamento de um diodo de potência Fonte: [2]. Quando ocorre mudanças abruptas de tensão, o diodo não passa para o estado de polarização reversa instantaneamente, pois os portadores minoritários requerem certo tempo para recombinar com as cargas opostas e ser neutralizados O diodo passa a conduzir em sentido reverso, logo conduz corrente no sentido inverso, a corrente reversa. Após um determinado tempo o diodo passa a não conduzir, esse tempo para a comutação do estado de condução para o de não condução é chamado tempo de recuperação reversa. O tempo de recuperação reversa provoca os picos negativos mostrados na Figura 1. 1.4 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO E EXPERIMENTAIS O experimento foi realizado conforme os tópicos do roteiro mencionado nas referências deste relatório. 1. Considerou-se o circuito de comando mostrado na Figura 2 (placa experimental do 3525). Identificou-se o resistor de ajuste do ciclo de trabalho (Rx) e o resistor do ajuste de frequência (R1), com os seguintes valores: Rx = 3,9 kΩ e R1 = 10 kΩ. Figura 2 – Circuitos experimentais Fonte: [2]. 2. Foi realizada a conexão dos componentes do circuito de potência, mas não se conectou o diodo D1. 3. Ajustou-se a fonte auxiliar que alimenta o circuito de comando em 18 V e testou-se o circuito de comando verificando o sinal no gate do MOSFET. Figura 3 – Tensão VGS para teste Fonte: Autor próprio. 4. Ajustou-se a fonte principal (fonte do estágio de potência - Vp) em 3 V e energizou-se o circuito de potência. Observou-se a forma de onda entre os terminais Dreno e Source do MOSFET. Com apenas 3 V, qual o valor de pico da tensão gerada pelo indutor? Vpk = 304V. Justifique o comportamento da forma de tensão obtida. Figura 4 – Tensão VGS com o circuito de potência Fonte: Autor próprio. Figura 5 – Tensão VDS com o circuito de potência Fonte: Autor próprio. O MOSFET atua como chave no circuito, quando está conduzindo, tem-se a circulação de corrente pelo indutor. No momento ao qual o MOSFET entra em corte a circulação de corrente pelo circuito é interrompida, esse efeito na indutância é observado pela relação de tensão no indutor 𝑉𝐿 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 . Tem-se que a tensão tende a valores de pico pela variação da corrente conforme ilustrado na Figura 5. O indutor também passa a fornecer energia ao circuito com polaridade inversa a fonte, o que também explica o formato de onda gerado. Por conta deste comportamento do indutor não é recomendado que o mesmo sofra mudanças instantâneas de corrente. 5. Mudou-se a configuração dos resistores de ciclo de trabalho e frequência para: Rx = 10 k e R1 = 330 . 6. Conectou-se um diodo (D1) 1N4007 em série com um resistor de 2,2 , conforme indicado na Figura 2. Ajustou-se a fonte de potência em 4,0 V. Observou-se e registrou-se as formas de onda de tensão e corrente no diodo. Mediu-se e anotou-se os parâmetros indicados em uma tabela de resultados. Figura 6 – Forma de onda de tensão VF Fonte: Autor próprio. Figura 7 – Forma de onda de tensão sobre o resistor de 2,2 Ω Fonte: Autor próprio. Figura 8 – Medição do tempo de recuperação reversa Fonte: Autor próprio. 7. Conectou-se um diodo (D1) 30EPH06 em série com um resistor de 2,2 , conforme indicado na Figura 2. Ajustou-se a fonte de potência em 4,0 V. Observou-se e registrou-se as formas de onda de tensão e corrente no diodo. Mediu-se e anotou-se os parâmetros indicados em uma tabela de resultados. Figura 9 – Forma de onda de tensão VF para o diodo ultrarrápido Fonte: Autor próprio. Figura 10 – Forma de onda de tensão sobre o resistor de 2,2 Ω para o diodo ultrarrápido Fonte: Autor próprio. Figura 11 – Medição do tempo de recuperação reversa para o diodo ultrarrápido Fonte: Autor próprio. Com as devidas medições, preencheu-se a tabela abaixo: Tabela 1- Resultados Diodo If Vf Trr Irpk 1N4007 0,60 A 1,32 V 15,60 µs -1,03 A 30EPH06 0,43 A 0,96 V 312,00 ns - 0,47 A Fonte: Autor próprio. 1.5 QUESTIONAMENTOS a. Justifique os picos de tensão obtidos no item 4 do experimento. Quais possíveis fatores limitam o pico de tensão gerados pelo indutor? Como mencionado no Item 4 deste relatório a tensão nos terminais do indutor tendem a valores de pico, podendo levar a destruição dos componentes. Sabendo que a tensão elevada no indutor é gerada por uma mudança rápida de corrente uma solução para o problema de sobre tensão seria a alocação de um diodo para a passagem de corrente. b. Comente detalhadamente as formas de onda (tensão sobre o indutor, corrente e tensão sobre o diodo) observadas nos itens 4,5 e 6 do experimento. Mostre claramente o intervalo de recuperação reversa dos diodos. A tensão sobre o indutor é ilustrada na Figura 5 e foi debatida no Item 4, bem como, no Item a do questionário. A Figura 6 apresenta a tensão sobre o diodo 1N4007, o diodo é polarizado diretamente quando a chave (MOSFET) se encontra aberta e, por conseguinte, tem-se a tensão de polarização. O diodo é reversamente polarizado quando a chave se encontra fechada e a tensão se iguala a da fonte com polaridade inversa. A forma da onda de corrente é ilustrada pela Figura 7, contudo os valores devem ser divididos por 2,2 Ω já que se trata da tensão sobre o resistor. Podemos observar que a forma da onda de corrente passa por valores positivos e negativos, o tempo de recuperação reversa mede a duração da transição da corrente de negativa para positiva, como ilustra a Figura 8 com a medição do tempo de recuperação reversa na mesma onda.Como se trata de um diodo comum o tempo de recuperação permite a circulação de uma corrente reversa. O formato da onda de tensão da Figura 9 para o diodo ultrarrápido é semelhante ao do diodo lento, contudo o tempo de recuperação reversa rápido acarreta na distorção da onda de tensão. Na forma da onda de corrente ilustrada na Figura 10 observou-se a diminuição do tempo de recuperação reversa. c. Compare a queda de tensão direta sobre os diodos ensaiados e trace comentários. Os valores obtidos foram de 1,32 V para o diodo 1N4007 e 0,96 V para o diodo 30EPH06, pode-se concluir então que além de um tempo de recuperação reversa menor o diodo ultrarrápido ainda possui menor valor para a queda de tensão. 1.6 CONCLUSÕES Com o experimento pode-se constatar a teoria vista em sala. Pode-se constatar as tensões elevadas produzidas pelo efeito da indutância que pode ocasionar a perda de componentes dos circuitos. A alocação de um diodo em série com o indutor se mostrou como uma excelente solução para o efeito de sobre tensão já que este fornece um caminho para que a corrente flua e, por conseguinte, o descarregamento da energia armazenada no campo do indutor. E, pode-se concluir que a escolha de um diodo comum ou ultrarrápido fica a critério da aplicação. O diodo ultrarrápido teria melhor performance em aplicações de chaveamento em alta velocidade, quando a aplicação não requer altas frequências pode ser utilizado um diodo comum sem que ocorra perdas de desempenho. 1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] International Ior Rectifier Diodo 30EPH06 Datasheet, “http://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/83472/IRF/30EPH06.html”. Acesso em 12 de Setembro de 2017 às 19:17. [2] Roteiro de práticas, Prática 03 - Característica da indutância e chaveamento do diodo de potência.
Compartilhar