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Fecundação e primeira semana de gestação Faculdades Integradas de Jacarepaguá Profª: Daniela Pinto Disciplina: Embriologia e Histologia Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Introdução Processo pelo qual o gameta masculino (espermatozóide) se une ao gameta feminino (ovócito) para formar uma célula (zigoto ou célula-ovo) Estrutura do ovócito Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Zona pelúcida Camada protéica: 12m de espessura, resistente, permeável e secretada pelo ovócito Glicoproteínas: ZP1 (200kDa), ZP2 (120kDa), ZP3 (83kDa) Oligossacarídeos da ZP3 promove ligação com receptores da membrana do espermatozóide (espécie- específico) Citoplasma cortical do óvulo Até 15 000 grânulos delimitados por membrana: - 1m de diâmetro - contém enzimas que alteram as ZP3 e ZP2 de modo que os espermatozóides não podem mais se ligar a zona pelúcida Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Estrutura do espermatozoide Cabeça: Acrossomo, Núcleo Cauda: Peça intermediária, principal, terminal Viabilidade: não sobrevivem mais de 72 hrs no trato genital feminino Alguns permanecem nas dobras do colo uterino, sendo liberados gradualmente. Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Eventos preparatórios • Maturação dos espermatozóides no epidídimo • Capacitação dos espermatozóides no trato genital feminino • Transporte dos gametas Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Transporte dos espermatozoides Espermatozoides depositados no fundo da vagina O pH neutro do sêmen (7-8,3) protege os espermatozoides contra a acidez bactericida do fluido vaginal Movimentação dos espermatozoides os permitem penetrar no muco cervical Ação muscular do trato genital feminino (rápida) e motilidade dos espermatozoides estão envolvidas com os movimentos no trato reprodutor feminino Os cílios das células epiteliais que revestem as tubas uterinas movimentam o fluido e auxiliam sua passagem ao longo da tuba até o sítio de fertilização Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Capacitação do espermatozoide A CAPACITAÇÃO é direcionada por substâncias secretadas por regiões da parede da tuba uterina, principalmente íons bicarbonato. É um período de condicionamento no aparelho reprodutor feminino, de 6-7hs. Somente os espermatozoides capacitados serão capazes de atravessarem a corona radiata e realizarem a reação acrossômica. Remoção de proteínas aderentes do plasma seminal Alterações metabólicas (aumento do AMPc, aumento do consumo de O2, diminuição do pH intracelular) Hiperativação da motilidade Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Quimiotaxia dos espermatozoides O óvulo atrai os espermatozoides devido à produção de substâncias químicas – quimiotaxia - efeito a distâncias curtas (Líquido folicular). Os espermatozoides capacitados são capazes de se deslocar em direção à região em que o óvulo se encontra devido a diferença de temperatura cerca de 2°C mais alta (36-38°C) – termotaxia Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Sequencia de eventos da fertilização FASES: • Fase 1 – penetração na corona radiata • Fase 2 – penetração na zona pelúcida • Fase 3 – Fusão das membranas plasmáticas do ovócito com a do sptz • Fase 4 – Formação e fusão dos pró-núcleos masculino e feminino Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Sequencia de eventos da fertilização Passagem pela corona radiata: -movimento das caudas dos sptz. (batimento flagelar) -ação da hialuronidase liberada do acrossomo Contato com a zona pelúcida - Reação Acrossômica: -fase importante da fertilização pois forma-se um caminho na ZP -ligação da membrana plasmática do espermatozóide com a Zona Pelúcida mediada pela ZP3 - estimula a reação acrossômica Reação acrossômica Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Devido ao aumento intracelular de Cálcio, surgem perfurações no acrossomo como resultado da fusão das membrana plasmática e membrana acrossomal Proteínase ácida – hidrolisa proteínas em pH ácido Colagenase – digere colágeno Acrosina – Protease que digere proteínas da zona pelúcida Betaglucuronidase Hialuronidase Neuraminidase Fosfolipase C Reação acrossômica Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Fusão das membranas do espermatozoide e do óvulo Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão - Vários sptz transpõem a zona pelúcida. - Contudo, somente um irá se fundir a membrana citoplasmática do ovócito secundário. - Quando isso ocorre, cessa a hiperativação, entra no ovócito secundário a parte anterior da cabeça do espermatozoide, ficando o restante do lado de fora. - Esse processo de fusão das membranas é controlado por proteínas fusogênicas de ambos os gametas. - Conhece-se algumas proteínas fusogênicas do espermatozoide, mas conhece-se pouco sobre as proteínas fusogênicas do ovócito secundário. Bloqueio da polispermia Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão - Normalmente, o ovócito secundário deve ser fecundado por apenas um espermatozoide. -Sendo assim, a membrana citoplasmática do ovócito secundário sofre várias modificações para evitar a poliespermia. - Reação cortical: exocitose de enzimas hidrolíticas, que degradam a glicoproteína ZP2 e modifica a glicoproteína ZP3. - Isso promove a imobilização e expulsão dos espermatozoides da zona pelúcida. Fusão das membranas do espermatozoide e do óvulo e bloqueio da poliespermia Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Formação e fusão dos pró-núcleos feminino e masculino Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão - Ocorre o reinício da segunda divisão meiótica, a qual gera duas células haploides, o óvulo – convertido em zigoto – e o segundo corpúsculo polar. - No zigoto, os núcleos haploides do espermatozoide e do ovócito se chamam pró-núcleo masculino e feminino. - Ambos migram para a região central do zigoto, onde ocorre duplicação do DNA. Formação e fusão dos pró-núcleos feminino e masculino Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Resultados da fertilização Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão • Restauração do número diplóide de cromossomos ( 2n = 46 cromossomos) • Variação da espécie - herança biparental, o evento do crossing over, mistura dos genes, produzindo recombinação aleatória do material genético • Determinação primária do sexo óvulo X e espermatozóideX ou Y (óvulo X + espermtz X = zigoto; óvulo X + espermtz Y = zigoto ) • Ativação do zigoto - início das clivagens 1ª semana de gestação Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Trompa de falópio Implantação Endométrio Fecundação 2º dia 5º dia 4º dia 3º dia 1º dia Massa celular interna Camada superficial de células Parede uterina Trofoblasto Cavidade uterina Estágio de Mórula Cavidade do blastocisto Botão embrionário Estágio de Blastocisto 1ª semana de gestação Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão • Blastômeros Compactação Mórula (glicoproteínas de adesão de superfície celular) Clivagem do zigoto Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Durante a clivagem, o zigoto fica dentro da zona pelúcida, espessa, gelatinosa, que se apresenta translúcida ao microscópio. A divisão do zigoto em blastômeros começa cerca de 30 horas após a fertilização. As divisões subsequentes seguem- se umas as outras, formando blastômeros progressivamente menores. Depois do estágio de oito células, os blastômeros mudam de forma e aderem firmemente uns aos outros formando uma bola compacta de células. Este fenômeno – conhecido como compactação – é mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular. Pouco depois de entrar no útero (cerca de 4 dias após a fertilização), a mórula forma em seu interior um espaço cheio de fluido, denominado cavidade blastocística (blastocele). O fluido da cavidade uterina atravessa a zona pelúcida para formar este espaço. Com o aumento do fluido na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes. 1ª semana de gestação Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Formação do blastocisto Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Pouco depois de entrar no útero (cerca de 4 dias após a fertilização), a mórula forma em seu interior um espaço cheio de fluido, denominado cavidade blastocística (blastocele). O fluido da cavidade uterina atravessa a zona pelúcida para formar este espaço. Com o aumento do fluido na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes. • Massa celular interna se agrupa (embrioblasto) • Massa celular externa (trofoblasto - células achatadas) • Desaparecimento da zona pelúcida • Implantação (nidação) Formação do blastocisto Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Fe cu n d aç ão Formação do blastocisto Neste estágio de desenvolvimento, o concepto é denominado blastocisto. A massa celular interna, ou embrioblasto, agora faz saliência na cavidade blastocística, e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Depois do blastocisto ter flutuado nas secreções uterinas por cerca de 2 dias, ele sai da zona pelúcida. A perda da zona pelúcida possibilita o rápido crescimento do blastocisto. Ao flutuar livremente no útero, o embrião é nutrido pelas secreções das glândulas uterinas. Cerca de 6dias após a fertilização (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto fixa-se ao epitélio do endométrio, geralmente do lado adjacente à massa celular interna, o pólo embrionário. Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Implantação Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão Aproximadamente no 6º dia tem início o período de implantação. O blastocisto, já sem a zona pelúcida, dirige-se a mucosa uterina e a região do embrioblasto se adere a ela. Os trofoblastos por sua vez são estimulados e começam a proliferar, invadindo o endométrio. Nessa fase distinguem-se o citotrofoblasto que constitui a parede do blastocisto e o sinciciotrofoblasto, cujas células estão em contato direto com o endométrio, formando um sincício com grande capacidade de proliferação e invasão. Enquanto isso, o embrioblasto sofre mudanças que permite diferenciar duas porções: o epiblasto e o hipoblasto. O útero na implantação Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão • Parede uterina: – Endométrio (mucosa) – Miométrio – Perimétrio • Alterações uterinas no ciclo menstrual (FSH e LH) – Fases uterinas: . Folicular ou proliferativa: Crescimento do folículo (FSH) e liberação de estrogênio (final da última fase menstrual) . Secretora ou pró-gestacional: Logo após oocitação, formação do corpo lúteo e produção de progesterona (hiperplasia endometrial). Camadas endometriais (compacta, esponjosa e basal) . Fase menstrual: queda de progesterona (sangramento e descamação) Períodos do desenvolvimento pré-natal Fe cu n d aç ão e p ri m e ir a se m an a d e g e st aç ão • Período pré-embrionário (fertilização até final da segunda semana) • Período embrionário (terceira semana até final da oitava semana) • Período fetal (nona semana até o nascimento) “E é assim, na primeira semana a mulher ainda nem desconfia que está grávida e acontece tudo isso dentro do corpo dela!”