Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Políticas Educacionais e Estrutura e Organização da Educação Básica Nome: Thaís Isalí Luz Curso: Pedagogia – 2° Semestre UNIVESP Polo Cravinhos/SP Atividade para avaliação – Semana 5 FUNDEB E AS DESIGUALDADES Analise o gráfico para responder à questão: Após analisar o gráfico e relacioná-lo com os conhecimentos que você já se apropriou até aqui, escreva um texto correlacionando como o investimento em educação é discrepante entre estados e diferente com relação ao mínimo nacional. Articule esta discussão com o conceito de democracia. Todos os alunos do Brasil têm o mesmo direito à educação? Por quê? Qual explicação Callegari fornece a respeito dos dados que o gráfico apresenta? Escreva sua resposta em um editor de texto, com clareza e coerência na redação e respeitando as normas ortográficas e gramaticais. Sempre faça a devida citação dos autores consultados, incluindo temas trabalhados em módulos anteriores. Introdução Existem recursos específicos para a área da educação e que são distribuídos de acordo com determinadas características. Vivemos em regime democrático e também por isso, além de experimentar diariamente os projetos aplicados pelo governo, com estudo, podemos entender e ter acesso ao funcionamento desses projetos e inclusive perceber se estão sendo aplicados à risca, exercendo assim nossa cidadania. Desenvolvimento De antemão precisamos compreender o significado da palavra Democracia. Democracia pode ser entendida como o “governo do povo”. Trata-se de um sistema de governo que se caracteriza pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade. Em nosso país, no âmbito escolar, a democracia implica em todos ter o direito a educação. A teoria é bem clara e direta, mas e na prática? Todos os alunos têm o mesmo direito à educação? O gráfico exposto acima mostra os valores direcionados por aluno e suas diferenças entre estados e em relação ao valor mínimo nacional. Não precisa ser um grande estudioso na área para deduzir que alguns estados ultrapassam exorbitantemente o valor mínimo nacional, enquanto outros estados ficam muito abaixo do mesmo. A redistribuição dos recursos para a educação é feita pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ele foi criado pela Emenda Constitucional n° 53/2006 e regulamentado pela Lei n° 11.494/2007 e pelo Decreto n° 6.253/2007 e substituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) que vigorou nos anos de 1998 a 2006. O Fundeb é um fundo de natureza contábil existente em cada um dos estados e o Distrito Federal e se constitui por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios vinculados a educação, conforme Artigo 212 da Constituição Federal. Cada fundo estadual distribui seus recursos de acordo com o número de estudantes matriculados na educação básica e esse dado é conferido através do Censo Escolar do ano anterior. Outra questão também considerada para a distribuição dos recursos é o tipo de ensino. Um aluno matriculado em uma creche em tempo integral pública, por exemplo, recebe um valor maior que um aluno matriculado na educação de jovens e adultos (EJA). Voltando ao exemplo do gráfico do Fundeb do Brasil, no ano de 2010, temos Roraima com investimentos altos, de quase o dobro do valor mínimo nacional e em contrapartida, Maranhão aponta investimentos baixíssimos, girando em torno da metade do valor mínimo nacional. Sobre as diferenças entre o que foi utilizado e o que realmente deveria ter sido investido não se têm informações correlacionadas à(s) causa(s). Para Callegari, há falta de regras por parte dos entes fiscalizadores para exigir o cumprimento de um gasto mínimo e máximo necessário para racionalização do Fundeb, bem como na prestação de conta dessas entregas de recursos. Dessa forma Cesar Callegari, p.104 diz: “Ao que se depreende, falta regramento impositivo específico: em relação ao cumprimento da implementação plena dos ajustes, por parte de todos os entes federados envolvidos; em razão de recursos dos FUNDEBs a maior ou a menor, na entrega e/ou recebimento, em relação ao que os Fundos recebem e distribuem.” O controle dos fundos é realizado pelo Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb. Segundo os parágrafos 2° e 3° do Artigo 211 da Constituição Federal, os municípios devem utilizar os recursos oriundo do Fundeb na educação infantil e no ensino fundamental enquanto os estados ficam responsáveis pelo ensino fundamental e médio. 60% desses recursos devem ser anualmente, utilizados na remuneração dos profissionais do magistério e o restante, ou seja, 40% nas demais ações de manutenção e desenvolvimento. O referido Conselho não tem poder fiscalizador já que não pode aplicar sansões, mas deve exercer o controle social da aplicação dos recursos. Segundo o ECA (artigo 53), “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Nesse sentido, a lei assegura: Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Direito de ser respeitado por seus educadores; Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; Direito de organização e participação em entidades estudantis, e Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Para que estes direitos sejam observados, o ECA também estipula os deveres do Estado (artigo 54). São eles: Garantir ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; Assegurar progressivamente a extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; Oferecer atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Oferecer atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; Garantir acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; Ofertar ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; Promover atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Vale ressaltar que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito e um dever do Estado que pode ser cobrado pela população quanto ao cumprimento desses direitos. Conclusão Todas as discrepâncias entre os valores gastos na educação de cada aluno, de acordo com sua região, testemunham contra o sentido da democracia e isso torna o país menos democrático e igualitário. Essa é uma questão social muito importante e precisamos fazer uso das interferências que a nossa legislação permite. Fala-se muito no papel do Estado e dos governantes, mas precisamos também nos responsabilizar, assumir o nosso papel e exercer nossa cidadania. As desigualdades são comuns em muitas áreas e atingem duramente aqueles considerados minorias sociais. Projetos com boas ideias, que beneficiaria quem realmente precisa, são ignorados ou utilizados de forma indevida. Por isso, conhecer as Leis que regulamentam questões de educação, nos ajuda a ter argumentos e força para exigir nossos direitos. É inadmissível que características socioeconômicas sentenciem o resultado educacional deuma criança. O ciclo da exclusão social precisa ser quebrado e a educação é uma forte arma contra essa segregação. Esse período eleitoral que estamos vivendo é muito propício para pensar e aplicar a cidadania que nossos antepassados lutaram tanto para conseguir. Precisamos conhecer as plataformas dos candidatos no que diz respeito à educação por exemplo. Os governantes são nossos representantes e conhecer suas propostas nos possibilita entender e avaliar se eles condizem com o nosso desejo maior que é a melhor qualidade de vida. Sabemos que a educação é um ponto chave no desenlace das questões que dificultam o desenvolvimento do país e assim, precisamos buscar e lutar por nossos direitos. Mais uma vez o conhecimento se desponta como solução. Conhecer as movimentações e planos que regem a educação do nosso país, como o Fundeb, permite que tenhamos evidências para questionar e exigir os nossos direitos. REFERÊNCIAS ANPED. Desigualdade entre estados é destaque em audiência sobre fundeb. Disponível em: <http://www.anped.org.br/news/desigualdade-entre-estados-e-destaque-em-audiencia- sobre-fundeb>. Acesso em: 26 set. 2018. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO À EDUCAÇÃO. Fundeb. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/sobre-o-plano-ou-programa/sobre-o- fundeb>. Acesso em: 24 set. 2018. JUSBRASIL. Constituição Federal - Constituição da Republica Federativa do Brasil 1988. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituicao-federal- constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988>. Acesso em: 26 set. 2018. TODA MATÉRIA. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-eca/>. Acesso em: 27 set. 2018.
Compartilhar