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ENTREVISTA
 DE 
DEVOLUÇÃO
O PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO ACABA COM UMA 
ENTREVISTA – A ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO.
ENTENDE-SE POR DEVOLUÇÃO DE INFORMAÇÃO A 
COMUNICAÇÃO VERBAL DISCRIMINADA E DOSIFICADA QUE O 
PSICÓLOGO FAZ AO PACIENTE, A SEUS PAIS E AO GRUPO 
FAMILIAR, DOS RESULTADOS OBTIDOS NO 
PSICODIAGNÓSTICO.
OBJETIVOS DA ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO:
❑TRANSMITIR UMA INFORMAÇÃO.
❑OBSERVAR AS REAÇÕES DIANTE DA MESMA (VERBAIS, GESTUAIS,ETC.) 
E A CAPACIDADE PARA FAZER “INSIGHT” COM O QUE ESTÁ LATENTE, 
JÁ QUE ISSO NOS INDICARÁ ATÉ ONDE PODEREMOS CHEGAR COM A 
DEVOLUÇÃO.
❑É A ÚLTIMA OPORTUNIDADE PARA O SURGIMENETO DE ELEMENTOS 
NOVOS, OU SEJA, É O PASSO FINAL DO PROCESSO QUE VAI NOS 
PROPORCIONAR UM PANORAMA COMPLEMENTAR EM RELAÇÃO AO 
MATERIAL ANTERIORMENTE RECOLHIDO.
❑ CONFORME A REAÇÃO DOS PAIS, DO FILHO OU DO ADULTO EM 
QUESTÃO, MATEREMOS A RECOMENDAÇÃO TERAPÊUTICA 
PREVIAMENTE PENSADA OU A MODIFICAREMOS APROPRIADAMENTE.
DENTRO DO QUE PODE SER PLANEJADO PELO PSICÓLOGO RECOMENDA-SE 
QUE:
❑APÓS A CONCLUSÃO DE TODAS AS ENTREVISTAS O MATERIAL DEVE SER ESTUDADO 
DETALHADAMENTE.
❑UMA VEZ ELABORADA A HIPÓTESE QUE MELHOR EXPLICA A SITUAÇÃO, É IMPORTANTE RESUMIR OS 
MOTIVOS DA CONSULTA COLOCANDO-OS EM ORDEM DE PATOLOGIA CRESCENTE, COMEÇAR COM O 
QUE É MAIS TRIVIAL AVANÇANDO PARA O MAIS PATOLÓGICO. É IMPORTANTE QUE NA ENTREVISTA 
DE DEVOLUÇÃO SE FALE PRIMEIRO DOS ASPECTOS SADIOS E POSITIVOS PARA DEPOIS ENTRAR 
NAQUELES QUE NÃO ESTÃO BEM.
❑OS ASPECTOS TRANSFERENCIAIS E CONTRATRANSFERENCIAIS NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS VISTO 
QUE TANTO NA ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO, COMO EM TODAS, TRABALHA-SE CONSTANTEMENTE 
COM ESTES ASPECTOS.
❑A LINGUAGEM DEVE SER SIMPLES. DEVE HAVER CLAREZA.
É IMPOSSÍVEL PADRONIZAR ESTA ENTREVISTA E EM CONSEQUÊNCIA É IMPOSSÍVEL 
ELABORAR UM MODELO VÁLIDO PARA TODOS OS CASOS. ENTRETANTO, EXISTEM 
ALGUNS PARÂMETROS TAIS COMO:
❑A DEVOLUÇÃO É FEITA PARA AS PESSOAS QUE CONSULTARAM EM PRIMEIRO LUGAR. POR 
EXEMPLO: AOS PAIS, SE CONSULTARAM POR UM FILHO.
O FILHO SERÁ CHAMADO MAIS ADIANTE, JÁ QUE NA DEVOLUÇÃO A ELE DESTINADA SERÁ INCLUÍDA 
A DECISÃO QUE OS PAIS TENHAM TOMADO EM RELAÇÃO A ALGUMA RECOMENDÇÃO.
❑DEVE-SE DEVOLVER A INFORMAÇÃO AOS PAIS E AO FILHO, SEPARADAMENTE, PARA FAVORECER A 
DISCRIMINAÇÃO DE IDENTIDADES DENTRO DO GRUPO FAMILIAR. SE NÃO HÁ DEVOLUÇÃO, A 
CRIANÇA SENTE QUE A SUA IDENTIDADE LATENTE FOI DEPOSITADA NO PSICÓLOGO E EM SEUS 
PAIS, FUNCIONANDO ELE COMO TERCEIRO EXCLUÍDO DE UMA COMUNICAÇÃO À QUAL TEM DIREITO, 
JÁ QUE SUA PROBLEMÁTICA É O MOTIVO CENTRAL DA CONSULTA.
❑PODE ACONTECER QUE O PRIMEIRO CONTATO TENHA SIDO FEITO POR UM FILHO DO GRUPO 
FAMILIAR PREOCUPADO COM UM IRMÃO OU, ENTÃO, O MARIDO PREOCUPADO COM A MULHER. 
NESTE CASO FALA-SE COM ELES EM PRIMEIRO LUGAR, CHAMANDO DEPOIS A FAMIÍLIA TODA OU 
ENTÃO O CASAL.
❑ SE A INFORMAÇÃO NÃO É DEVOLVIDA INTENSIFICAM-SE AS FANTASIAS DE DOENÇA, 
GRAVIDADE, INCURABILIDADE, LOUCURA, ETC.
❑ SE DEVOLVEMOS INFORMAÇÃO, DAMOS AO PACIENTE UMA OPORTUNIDADE DE SE VER COM 
MAIS CRITÉRIO DE REALIDADE, COM MENORES DISTORÇÕES IDEALIZADORAS OU 
DEPRECIATIVAS.
❑ NO CASO DE ADOLESCENTES ENCONTRAREMOS NELES ASPECTOS INFANTIS E OUTROS MAIS 
ADULTOS. SERÁ, PORTANTO, NECESSÁRIO:
✓ PROCURAR O MEIO DE MOSTRAR-LHES SEUS ASPECTOS INFANTIS SEM FERI-LOS E OS MAIS 
ADULTOS SEM “ADULTIFICÁ-LOS”. 
✓ A DEVOLUÇÃO A ADOLESCENTES APRESENTA SÉRIAS DIFICULDADES TAL COMO ACONTECE 
COM A PRÓPRIA TERAPIA, COMPARADA À CRIANÇAS E ADULTOS. A EXCESSIVA 
INTELECTUALIZAÇÃO COSTUMA CONSTITUIR UM OBSTÁCULO À COMUNICAÇÃO.
✓ DE UMA BOA DEVOLUÇÃO DEPENDE, EM ALTO GRAU, A BOA COLABORAÇÃO DO 
ADOLESCENTE COM O TERAPÊUTA QUE O TRATARÁ POSTERIORMENTE. É IMPRESCINDÍVEL 
QUE SE FAÇA A DEVOLUÇÃO AOS PAIS E AO ADOLESCENTE. ESTE JAMAIS DEVE SER 
EXCLUÍDO POIS NESTE PERÍODO ISTO ADQUIRE MAIOR TRANSCENDÊNCIA PELA REATIVAÇÃO 
DOS PROBLEMAS LIGADOS AO CONFLITO EDIPIANO, UNIDO AO LUTO PELA IDENTIDADE 
INFANTIL E À NECESSIDADE DE ASSUMIR UMA NOVA IDENTIDADE. 
✓ SE FAZEMOS A DEVOLUÇÃO SOMENTE AOS PAIS E SÓ COM ELES ESTABELECEMOS O 
CONTRATO, TRATAMOS O ADOLESCENTE COMO ALGUÉM CUJA OPINIÃO NÃO INTERESSA E 
QUE, ESTANDO EM CONDIÇÕES DE PARTICIPAR DO PROCESSO, TEM ESSA POSSIBILIDADE 
NEGADA.
❑ A DEVOLUÇÃO DE INFORMAÇÃO AO PACIENTE ADULTO, QUE VEM CONSULTAR 
ESPONTANEAMENTE, É MAIS FACILMENTE DE SER ACEITA COMO NECESSÁRIA.