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ANTROPOLOGIA CRIMINAL

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Pós-graduação afirmativo 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CRIMINOLOGIA 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
A ANTROPOLOGIA CRIMINAL 
 
 A antropologia criminal, hoje também denominada biologia criminal, é ciência 
criminológica que deve seu aparecimento, como conjunto de princípios sistematizados, a 
Cezare Lombroso. Segundo o famoso médico italiano, há um tipo humano especial, 
devidamente caracterizado por uma série de traços somato-psíquicos, e que é o 
“delinqüente nato”. Existem, assim, certos homens naturalmente criminosos, 
perfeitamente identificáveis por características particulares, a maioria das quais 
externamente visível. 
 Esse tipo criminoso, verdadeira species generis humani, que tem o nome de 
criminoso nato recorda o homem primitivo pois o delinqüente congênito é um ser atávico 
por força da degenerescência ou então, conforme ulterior concepção, por efeito de ação 
da epilepsia sobre os centros nervosos. Como ser atávico que representa uma regressão 
ao selvagem, o delinqüente nato apresenta estigmas morfológicos e traços psíquicos, 
muitos dos quais trazem grande analogia (ou mesmo identidade) com o homem primitivo. 
 Como disse MEZGER, com muito acerto, a existência de um delinqüente nato 
não se comprovou empiricamente. Embora possam ser encontrados homens com 
inclinação para o delito, por sua constituição inata, não representam eles “um tipo criminal 
unitário, fechado em si, com determinadas características corporais (somáticas) e 
anímicas (psíquicas) como genuína species generis humani”. 
 Poucos pesquisadores, diz DE GREEF, acreditam hoje que o criminoso 
represente um tipo biológico determinado de modo a nele se encontrarem característicos 
próprios, do ponto de vista anatômico e fisiológico. No entanto, conforme conclui esse 
grande criminólogo contemporâneo, talvez fosse preciso passar pela fase lombrosiana 
para chegar-se ao estado ciêntifico atual em que as pesquisas antropológicas têm 
conseguido conclusões de indiscutível valor. A antropologia criminal, como lembra 
GEMELLI, teve assim o mérito de haver iniciado o estudo do delinqüente e de ter 
demonstrado sua grande importância. Nascida sob o signo do naturalismo, a antropologia 
surgiu com todos os graves defeitos dessa concepção de vida, e por isso mesmo, parcial 
e unilateral. Ela amputou o estudo do homem criminoso, para nele encarar apenas a parte 
material e biológica, com abandono propositado do que é essencial à personalidade 
humana. 
 A verdadeira antropologia criminal precisa, portanto, partir do estudo completo 
do homem, quer focalizando seu organismo, quer a sua vida psíquica. “La vita psichica 
non à qualcosa de aggiunto o di separabile dalla vita orgânica; l’uomo nom é un corpo più 
un’anima o qualcosa di simile; l’uomo à un tutto, un essere sui generis che há una vita 
organica e una vita psichica irrducibili l’una all’altra.” 
 MEZGER, depois de reconhecer o grande mérito que teve Lombroso por ter 
sido quem primeiro promoveu o estudo do crime do ponto de vista científico-causal, diz 
também que o pensamento científico naturalista do século XIX falhou, pela suas 
generalizações e simplismo. 
 3 
 Hoje, a antropologia criminal (ou biologia criminal, como falam os alemães) é 
definida como a ciência que pesquisa “os fatores individuais do crime”, nele 
compreendendo os coeficientes “endógenos, somáticos e psíquicos, inerentes à vida do 
homem”. A psicologia criminal se insere, assim, nos domínios da biologia criminal, como 
parte integrante desta. Assim, a biologia criminal, compreendendo o estudo “morfo-psico-
moral do delinqüente, absorve em si a anatomia, a psicologia e a psicopatologia do 
criminoso”. 
 O Primeiro Congresso Internacional de Criminologia (Roma, 1938) adotou 
francamente essa orientação unitária a respeito da biologia, a não ser através de uma 
“psicologia livresca” de aparência científica, mas “inteiramente insuficiente”, ou pelas 
vulgarizações psicanalísticas. 
 Pode-se, portanto, conceituar a antropologia ou biologia criminal como a 
ciência do estudo integral da personalidade do delinqüente, para desta forma dar-se-lhe 
como objeto científico, não a pesquisa unilateral e truncada da antropologia positivista, 
mas sim o delinqüente como pessoa humana, composta de corpo e alma, de matéria e 
forma. Nesse estudo, não só os fatores endógenos do delito, mas também os coeficientes 
sociais que condicionaram ou provocaram a ação criminosa devem ser focalizados e 
equacionados. Como ensina Marcelo Caetano, “o papel do ambiente familiar e social na 
gênese do delito é estudado pela psicologia na indagação complexiva da atividade do 
delinqüente”. 
 
SOCIOLOGIA CRIMINAL 
 
 A sociologia criminal estuda o crime como fenômeno social. 
A disciplina em apreço remonta a Rousseau e Quetelet, mas o seu nome foi dado por 
Ferri, para quem a sociologia criminal seria a ciência enciclopédica do delito, da qual o 
Direito Penal não passaria de simples ramo ou subdivisão. 
 Já demonstramos a inaceitabilidade desse entendimento, que nem mesmo entre 
positivistas é pacificamente aceito. Como o direito é um fenômeno social, a ciência 
dogmático-jurídica acabaria desaparecendo, se em outros setores do direito se 
propugnasse pelo mesmo critério. Amanhã, um civilista criaria uma sociologia da 
propriedade e uma sociologia da família, e o direito das coisas e o direito e família seriam 
colocados, respectivamente, em cada uma dessas divisões da ciência sociológica, na 
mesma situação subalterna em que Ferri situou o Direito Penal. Depois viria uma 
sociologia política para absorver o Direito Constitucional, e assim por diante. 
O nexo do Direito Penal com a sociologia criminal é o mesmo nexo do Direito com a 
sociologia jurídica. Se o crime, como fenômeno social, exige estudos apurados pela ação 
turbativa que provoca na vida societária, também outros fatos sociais, de que o Direito 
cuida normativamente, são relevantes para o bem comum. Desajustamentos sociais que 
nem sempre vão desembocar no crime criam situações contrárias aos interesses 
coletivos, e tudo em conseqüência de problemas também afetos à ordem jurídica. 
Não se pode, portanto, admitir o conceito de Ferri, que, além de subordinar indevidamente 
o Direito Penal a uma ciência sociológica, encara o fenômeno jurídico-penal sob um 
estreito critério naturalista. 
 4 
 A conceituação de Grispigni, que dentro da própria escola positiva combateu o 
exagero de Ferri, situa a sociologia criminal no campo estrito do fenômeno da 
criminalidade, critério esse também abraçado por Etienne De Greef. 
Para o jurista italiano os fatores exógenos do delito não passam, em última ratio, de 
fenômenos pertinentes ao indivíduo, pelo que devem ser estudados na antropologia 
criminal. Só a criminalidade, que é o crime como fato social, constitui o objeto da 
sociologia jurídica. 
 Não é diferente o ensinamento do professor de Louvain, acima lembrado: “A 
criminalidade é um fenômeno social que se apresenta em dado momento, e esses 
caracteres gerais podem ser estudados e reduzidos a gráficos. Podem-se então, se isto 
aprover confrontar os dados assim recolhidos com outras atividades sociais. Pode-se 
indagar se existe, ou não, alguma correlação entre diversos desses dados e estabelecer 
desse modo uma ciência o crime como fenômeno social. Nasce assim uma sociologia 
criminal, que pode ser equiparada à qualquer outra sociologia... Durkhein pôde estudar o 
suicídio, sem cuidar da personalidadedos suicidas. Assim também pode-se estudar o 
crime sem cuidar-se do delinqüente”. 
 Estamos com essa orientação. A ciência criminal como fenômeno coletivo é do 
âmbito da sociologia; o delito, como fato individual, cai no campo da biologia ou 
antropologia criminal. Nem é possível a separação, no estudo do delinqüente, dos fatores 
exógenos e individuais. A interpenetração de ambos, na gênese do delito, é incontestável, 
pois a dinâmica da ação do ambiente é incindível, como notou Gemelli, da dinâmica da 
personalidade por serem dois aspectos de um só dinamismo que necessitam ser 
ponderados por quem pretenda “compreender o significado de uma ação delituosa”. 
Objeto assim da sociologia criminal é a delinqüência como “fenômeno social (ou de 
massa)”, o que se consegue procurando “o número total das manifestações criminosas de 
um agrupamento humano e suas condições gerais”, com o intuito de “determinar as 
regularidades da produção do fenômeno, com o que se estuda a sociedade “no seu 
aspecto de morbidez jurídico-penal”. 
 O método empregado, nesse labor científico, é o método estatístico. 
Não é a estatística uma ciência, mas sim o método apropriado para o estudo quantitativo 
dos fenômenos cometidos. Na pesquisa, enfim, da criminalidade, a sociologia criminal 
segue os métodos próprios de todas as ciências sociológicas. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DA ESPECIE HUMANA 
 Existe em todo o planeta uma grande diversidade de seres vivos. Desde 
o passado, para uma melhor compreensão, os sábios agrupavam os 
organismos de acordo com critérios que incluíam a dimensão, anatomia, modo 
de locomoção, entre outros. Foram as primeiras tentativas de colocar uma 
ordem na confusão existente. Milhões de formas de vida diferentes tinham que 
ser organizadas de alguma forma lógica. 
 Uma classificação que inclua organismos voadores, pode englobar seres 
tão diversos como insectos, aves e mamíferos (morcegos). Estas primeiras 
classificações eram em si próprias geradoras de confusão. 
 5 
 Quem pela primeira vez conseguiu organizar de uma forma coerente e 
sistemática esta diversidade foi o botânico sueco, Lineu (Carolus Linnaeus). 
Publicou uma obra, Systema Naturae, em 1758 que é ainda hoje a base de 
toda a Taxonomia (processo de denominar e classificar os seres vivos). 
 O sistema de Lineu utiliza um conjunto de duas palavras para definir 
cada espécie (conjunto de seres vivos com características semelhantes, que 
quando se reproduzem originam descendentes férteis). A chamada 
nomenclatura binária, utiliza para cada espécie uma palavra inicial para o 
género, escrita com a letra inicial em maiúscula, e outra palavra que é o 
restritivo especifico. Assim, Homo sapiens define a espécie humana, onde a 
primeira palavra designa o género e a segunda identifica a espécie. A 
identificação da espécie utiliza uma língua morta o latim, como tal, quando se 
escreve o nome científico, de uma espécie, utiliza-se o itálico ou sublinha-se 
cada uma das palavras, como os seguintes exemplos: 
 Correcto: Homo sapiens Homo sapiens 
 Incorrecto: Homo Sapiens Homo Sapiens Homo sapiens Homo sapiens 
 As espécies são agrupadas por afinidade em géneros. No seu conjunto é 
utilizado um sistema de categorias de acordo com divisões e subdivisões que 
reflectem o seu parentesco evolucionário. 
 
IDENTIFICAÇÃO PELOS DENTES 
Profª Lic. Maria de Lourdes Borborema Campos 
Não existem duas pessoas com a mesma dentadura. 
Esta é uma verdade que resulta das numerosíssimas variáveis individualizadoras que 
oferecem as peças dentárias e que tornam impossível o fato de que duas pessoas 
tenham dentaduras idênticas. Daí que exista uma tendência crescente, em Médicina 
Legal e Forense, de aplicar procedimentos odontológicos para auxiliar nos problemas de 
identificação. 
Atualmente, os dentes se erigem em elementos singulares na identificação odonto-legal. 
Talvez sua importância neste sentido seja decorrente da extraordinária resistência das 
peças dentárias às situações que, via de regra, produzem a destruição das partes moles, 
como a putrefação e as energias lesivas (agentes traumáticos, energias físicas, energias 
químicas, etc.). 
Uma das situações em que a identificação dos dentes oferece singular importância são os 
casos de grandes catástrofes ou desastres coletivos, infelizmente assaz freqüentes. 
Nestes eventos infortunísticos, os cadáveres sofrem ações destruidoras, quer pela 
fragmentação, quer pelo incêndio do local, o que impede que se ponham em prática os 
 6 
procedimentos mais elementares de reconhecimento como os traços fisionômicos, a 
identificação papiloscópica ou outros análogos. 
Um dos casos mais momentosos, ocorrido no Brasil em 1985, em que a contribuição da 
odontologia legal foi decisiva, foi o da identificação dos restos mortais do médico alemão 
Josef Mengele, cognominado o "Anjo da Morte", responsável pela morte de milhares de 
pessoas, confinadas no campo de concentração de Auschwitz, durante a II Guerra 
Mundial. 
Em catástrofes aéreas, como as acontecidas com o grupo musical "Mamonas 
Assassinas", em 02.03.1996, ou entre os 99 passageiros do avião da TAM que caiu em 
São Paulo, em 31.10.1996, a identificação, em grau de certeza, somente foi possível com 
base nos dados oferecidos pelo exame odontológico em 75 dos casos, sendo que apenas 
nos casos restantes a identificação se procedeu pelo exame de DNA ou outros 
procedimentos. 
É que as informações que podem ser obtidas através do exame dos dentes, não se 
limitam a checar os achados no cadáver com os registros nas fichas odontológicas, 
verificando tratamentos dentários ou outras informações clínicas. 
Mesmo quando nada se tem, mesmo quando a vítima nunca realizou tratamentos 
dentários, mesmo quando sequer consultou com um profissional, as informações que se 
podem obter do exame dental dos restos encontrados, conquanto seja uma ossada ou 
fragmentos dos ossos do esplacnocrânio (viscerocrânio), podem até orientar sobre dados 
úteis na investigação policial. Além de identificar se se trata de ossos e dentes da espécie 
humana, o mesmo estudo pode fornecer informações a respeito da vítima que 
possibilitem a individualização, mormente quando há noticiados casos de 
desaparecimento. Nesta esteira os dentes podem oferecer dados sobre o cadáver, como: 
• espécie, 
• grupo racial, 
• sexo, 
• idade, 
• altura, 
• dados particulares, 
• determinadas profissões. 
ESPÉCIE 
É obvio que ninguém questionaria o diagnóstico da espécie à qual pertencem certas 
peças dentárias, quando as mesma se encontram fixadas nos respectivos alvéolos. Basta 
analisar superficialmente o crânio ou a mandíbula, para detectar que aquel ou esta é ou 
não é humano. 
De fato, o diagnóstico da especie só se constitui em problema quando apenas temos uma 
ou mais peças dentárias isoladas. O que interessa, nesses casos é saber se referidos 
dentes pertencem ou não à espécie humana. Caso não sejam humanos, de regra, falece 
o interesse do Odonto-Legista, a menos que existam razões supervenientes. 
A característica morfológica fundamental, privativa dos dentes humanos e que os torna 
diferentes de quaisquer outras espécies animais, é que nos dentes humanos a coroa e a 
 7 
raíz se encontram em um mesmo plano, apresentando-se como segmentos de hastes 
retas. 
Contrariamente, nos animais, a raiz sempre descreve curvas, exibindo uma grande 
angulação. Apenas os macacos antropóides mostram uma certa semelhança, mormente 
nos incisivos e caninos. Nestes raros casos, tão somente, será necessário um exame 
mais minudente e, por vezes, será preciso recorrer à Zoologia (Anatomia Comparada). 
Em se tratando de fragmentos de peças dentárias, o exame microscópico pode realizar-se 
através de um corte sagital e observação por epi-iluminação,usando um microscópio 
igual ao utilizado em metalurgia. Com esta técnica os dentes humanos mostram 
características exclusivas, tais como: 
• os prismas do esmalte são ondulados, 
• referidos prismas são paralelos e perpendiculares à dentina, 
• estes prismas têm uma largura média de 5 � e um comprimento de 2 mm, 
• os prismas apresentam estrías escuras transversais a intervalos regulares em 
torno de 4 � , 
• a linha de união entre o esmalte e a dentina exibe um aspecto em guirlanda. 
GRUPO RACIAL 
As principais características raciais encontram-se presentes, especialmente, nos molares, 
através dos quais é possível diferenciar as raças ortognatas (brancos ou caucasóides), 
prognatas (negros, melanodermas e faiodermas) e as denominadas raças primitivas 
(aborígenes australianos, de Oceanía etc.) que em geral se caracterizam por 
apresentarem prognatismo maxilar variável mas expressivo. 
Nesta esteira, as raças ortognatas apresentam: 
• nos molares superiores, as cúspides palatino-distais muito pequenas, quando 
comparadas com as cúspides meso-palatinas. Não obstante, ambos grupos de 
cúspides encontram-se separados pelo sulco principal, constituído por uma 
depressão bem marcada. 
• o primeiro molar inferior conservando apenas uma marca leve da soldadura da 
cúspide posterior; 
• o segundo e terceiro molares inferiores não têm cúspides posteriores 
diferenciadas. 
As raças prognatas, por sua vez, têm: 
• nos seus molares superiores as cúspides palatino-distais de bom tamanho, e 
• nos molares inferiores, uma cúspide posterior diferenciada. 
As raças primitivas exibem molares inferiores semelhantes com os dos macacos 
chimpancés. 
O índice dentário se calcula utilizando-se fórmulas, sendo que uma das mais difundidas, é 
a de FLOWER: 
(Comprimento em reta entre borda mesial de 1º pm e borda distal do 3º m) x 100 
 8 
Distância basion-nasion 
O índice de Flower é útil para estabelecer diferenças entre grupos humanos, segundo a 
distribuição a seguir: 
Tipo Índice dentário = 
ID 
Grupo étnico 
microdontes < 41,9 Caucásicos 
mesodontes 42,0 a 43,9 negróides, 
mongólicos 
megodontes > 44,0 australóides 
 
Não dispondo de todas as peças dentárias, de modo a poder fazer a medição proposta 
por Flower, pode utilizar-se esta outra fórmula para estabelecer o índice dentário: 
(Comprimento de um dos incisivos médios superiores (11 ou 21)] x 100 
Distância basion-nasion 
Outra fórmula usada é a que considera a altura do indivíduo: 
Comprimento médio de todos os dentes 
Altura do indivíduo 
Os resultados obtidos pela aplicação de qualquer uma das fórmulas alternativas acima, 
devem ser confrontados com os índices da tabela acima. 
SEXO 
Com referência à morfologia dos dentes, verifica-se que os incisivos superiores são as 
peças dentárias que exibem maior dimorfismo sexual e, via de conseqüência, os dentes 
que podem oferecer dados relacionados com o sexo de um crânio ou de uma vítima. Isto, 
obviamente, é um fator limitante. 
Sabe-se que os incisivos centrais superiores são mais volumosos nos indivíduos de sexo 
masculino, que nos de sexo feminino. Todavia, as diferenças são milimétricas. 
Outra diferenciação morfológica, refere-se à relação entre o diâmetro meso-distal do 
incisivo central e aquele do incisivo lateral do maxilar superior. Este diâmetro é menor na 
mulher do que no homem. Isto uma vez que na mulher os dentes têm uma regularidade 
maior que no homem, isto é, são mais semelhantes entre si. 
Quanto à cronologia de erupção, verifica-se que no sexo feminino a erupção da dentição 
definitiva é mais precoce que no sexo masculino, sendo certo que a diferença entre 
ambos é da ordem de aproximadamente quatro (4) meses. 
ALTURA 
 9 
Existe um método matemático que permite o cálculo da altura do indivíduo a partir das 
dimensões dos dentes. A fundamentação do método reside no fato de que existe 
proporcionalidade os diâmetros dos dentes e a altura do indivíduo. Este procedimento foi 
criado e aperfeiçoado pelo professor argentino CARREA. 
Mede-se, em milímetros o "arco" de circunferência, constituído pela somatória, no arco 
inferior, dos diâmetros meso-distais do incisivo central, do incisivo lateral e do canino 
inferiores (31-32-33 ou 41-42-43). A "corda" deste "arco", geometricamente falando, é 
medida traçando a linha reta entre os pontos inicial e final - (borda mesial do incisivo 
central até a borda distal do canino ipsilateral) - do "arco". CARREA deu a esta medida o 
nome de "raio-corda inferior". 
A altura humana deve encontrar-se entre estas duas medidas, que hão de ser 
consideradas proporcionais, uma máxima, à medida do arco, e outra mínima, proporcional 
à medida do "raio-corda inferior". 
As fórmulas para fazer a estimativa da altura em milímetros, são as seguintes: 
arco x 6 x 10 x 3,1416 
1. Altura máxima (em mm) = � � � � � � � � � � 
2 
raio-corda x 6 x 10 X 3,1416 
2. Altura mínima (em mm) = � � � � � � � � � � � � � � 
2 
 
Esquema do traçado do "arco" e da "corda" entre a face mesial do primeiro incisivo 
inferior e a face distal do canino inferior do mesmo lado, que possibilitará as medições 
necessárias para calcular a altura conforme a fórmula de CARREA. 
A altura masculina estará mais próxima da altura máxima calculada, ao passo que a altura 
mínima será mais próxima da altura mínima calculada. 
 10 
Este procedimento possibilita o cálculo da altura nos casos de fragmentação ou 
esquartejamento, acidental ou criminal, dos cadáveres ou em aqueles casos em que o 
Odontolegista dispõe de restos humanos nos que foram preservadas as peças dentárias. 
Este índice apenas avalia a altura mais provável do indivíduo e não guarda qualquer 
relação com a causa médica ou jurídica da morte. 
“Odontologia Legal: Aspectos históricos” 
João Alves dos Reis Júnior 
Juliana Oliveira Araújo Cunha 
Luís Carlos Cavalcante Galvão 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A identificação pessoal é de grande importância em Medicina Forense, tanto por razões legais 
como humanitárias, sendo muito frequentemente iniciada antes mesmo de se determinar a causa da 
morte (GRUBER; KAMEYAMA, 2001). 
 Segundo Buchner (1985) & Evans e Knight (1986), métodos rotineiros de identificação 
incluem conhecimento visual de vestimentas, objetos pessoais, de impressões digitais, análise de 
DNA, bem como investigação médica, esquelética, sorológica, de cabelo e de dente. 
 Nos casos em que é necessário realizar a identificação de corpos que se encontram 
queimados, decompostos, esqueletizados, mutilados ou fragmentados por qualquer outra razão, é 
extremamente comum a dentição estar intacta e ser a única fonte de informação para esta 
investigação. 
 De acordo com Galvão (1996), em situações de identificação cadavérica, quando se dispõe da 
ficha odontológica do desaparecido, é perfeitamente possível sua identificação pela comparação do 
odontograma do cadáver com o fornecido pelo Dentista da pessoa desaparecida. 
 Desta maneira, diante da gama de técnicas disponíveis, as utilizadas pela Odontologia Legal 
são de grande valor para este propósito. Assim, define-se que a Odontologia Legal constitui, a 
rigor, um dos ramos da Medicina Legal, com a qual colabora, fazendo ou complementando exames 
especializados relativos à arcada dentária e anexos; tratamentos executados; peças dentárias e/ou 
protéticas; vestígios da ação lesiva provocadas por dentes(mordeduras), etc (VANRELL, 2002). 
 A partir desse conjunto de aplicações da Odontologia Legal, este artigo de revisão tem como 
objetivo mostrar, de forma resumida, a sua origem e as evoluções destas aplicações na sua linha 
histórica. 
 
 11 
REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO 
 
 A Odontologia Legal emergiu da casualidade etornou-se evidente após alguns acidentes, que 
apontaram para a necessidade de técnicas de identificação das vítimas. Uma das alternativas 
utilizadas foi o reconhecimento dos corpos através dos dentes. 
 O primeiro caso relatado pela literatura ocorreu em 04 de maio de 1897 em Paris, mais 
precisamente no Bazar da Caridade, local onde a burguesia estava reunida em torno de leilões 
beneméritos. Houveram quase 200 mortos, dos quais 40 restaram sem identificação, dentre eles a 
Duqueza de D’Aleman e a Condessa Villeneuve. Por sugestão do cônsul do Paraguai Dr. Albert 
Hans, os Dentistas daquelas personalidades foram chamados para identificar, através dos restos 
carbonizados, seus supostos pacientes, o que tornou possível a identificação das citadas pessoas 
dentre outras que também pereceram na tragédia (RADICCHI, 2005). 
 O registro mais antigo, isto é, a primeira publicação oficial na qual a Odontologia Legal foi 
caracterizada como uma ciência capaz de auxiliar a Medicina Legal, data de 1898 e é da lavra de 
Oscar Amoedo, dentista, cubano de nascimento e radicado na Cidade Luz, e foi publicada em 
Paris, que, à época, era considerada como o “centro mundial do conhecimento científico”. 
Entretanto, o termo Odontologia Legal não tinha sido cunhado, apenas o foi em 1924 por Luiz 
Lustosa Silva, professor emérito paulista que criou esta denominação e publicou, neste mesmo 
ano, sua obra “Odontologia Legal” que refere à disciplina com esse título e estabelece os primeiros 
limites do seu campo de ação. 
 Mais um fato histórico ocorreu em 1909, quando o Consulado da Legação Alemã do Chile foi 
consumido por um voraz incêndio de aspecto criminoso, que destruiu boa parte do prédio. Quando 
os bombeiros procediam ao rescaldo das ruínas, foram encontrados restos de um corpo que, após 
as primeiras tentativas de identificação, parecia pertencer a Willy Guillermo Becker, Secretário do 
Consulado, que estava desaparecido. Foi solicitado o auxílio do Cirurgião-Dentista Germán 
Basterrica, o qual, após percuciente exame provou cientificamente que os restos mortais não eram 
do funcionário do Consulado, antes do porteiro da Representação Diplomática, Ezequiel Tapia. A 
partir desse momento, começou a busca do Secretário desaparecido que acabou sendo capturado 
ao tentar atravessar a fronteira Chile-Argentina, usando disfarce de Padre. Os resultados obtidos 
impressionaram tão positivamente as autoridades que concederam ao Dr. Germán Basterrica, como 
recompensa, a aprovação do projeto de criação de uma Escola de Odontologia no Chile 
(VANRELL, 2002). 
 A partir desses relevantes acontecimentos a Odontologia Legal foi tornando-se evidente até 
sua posterior inclusão, em 1932, como curriculum mínimo no curso de odontologia. 
 12 
 Em 1966, a lei 5.081 define as atribuições do Cirurgião-Dentista, inclusive na área pericial, e 
regula o exercício da odontologia no território nacional. 
 A presente lei assim se expressa no seu artigo 6º: 
III- Atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para 
justificação de falta ao emprego. 
IV- Proceder à perícia odonto-legal em foro cível, criminal, trabalhista e em sede administrativa. 
IX- Utilizar, no exercício da função de Perito-Odontólogo, em casos de necropsia, as vias de 
acesso do pescoço e da cabeça (ARBENZ, 1988). 
 Mantendo sua importância em ascensão, no dia 26 de abril de 1993, o Conselho Federal de 
Odontologia, na Seção IV, da Resolução nº 185, no artigo 54, define os objetivos da especialidade: 
 Art.54. Odontologia Legal é a especialidade que tem como objetivo a pesquisa de fenômenos 
psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto 
ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios, resultando lesões parciais ou totais reversíveis ou 
irreversíveis. 
 Parágrafo único. A atuação da Odontologia Legal restringe-se a análise, perícia, e avaliação de 
eventos relacionados com a área de competência do Cirurgião-Dentista podendo, se as 
circunstâncias o exigirem, estender-se a outras áreas, se disso defender a busca da verdade, no 
estrito interesse da justiça e da administração. 
 Nos casos de carbonização humana, usualmente há uma limitação do emprego dos 
remanescentes biológicos para estudo. Nestes casos, tem-se usado, por eleição, dentes para 
análises forenses, já que sua constituição anatômica proporciona proteção ao material genético. 
 Quando impressões digitais, verificação de marcas de mordida, do sexo, exames 
antropométricos já estabelecidos são inviáveis para proceder-se à identificação humana; pode-se, 
então, utilizar-se a tipagem de um DNA para tal processo. 
 A tipagem molecular de material genético foi utilizada, oficialmente, pela primeira vez, por 
Jeffereys, Brookfild, Semeor (1995), na Inglaterra, para a resolução de um problema de imigração. 
Um ano após, o mesmo autor empregou esta técnica para identificar o verdadeiro estuprador e 
assassino de duas vítimas; a partir deste caso, a Criminalística e a Odontologia Legal ganharam 
novo fôlego e têm empregado a técnica de tipagem molecular de DNA como potente arma no 
esclarecimento de diversos delitos e na identificação humana (MOURA NETO, 1998). 
 Os estudos relacionando dentes e aspectos genéticos refletiam uma preocupação em relação à 
determinação do sexo, em virtude da possibilidade de marcação do cromossomo Y, contido em 
polpas dentárias (CAMERON, 1973; WHITTAKER; LLEWELYN; JONES, 1975). 
 A polpa dental é um dos poucos materiais orgânicos disponíveis para análise do DNA, em 
alguns casos especiais, como acidentes aéreos e corpos carbonizados ou putrefatos (POTSCH et 
 13 
al., 1992). Isto é possível devido a capacidade do dente em agir como uma cápsula protetora das 
células nucleadas da polpa dentária, de onde se extrai o material genético para esta análise. 
 Historicamente, a aplicação da Radiologia em ciência forense foi introduzida em 1896, 
apenas um ano após a descoberta dos raios X, por Roentgen, para demonstrar a presença de balas 
de chumbo na cabeça de uma vítima. Schuller (1921) propôs a possibilidade de se utilizar imagens 
radiológicas dos seios faciais para fins de identificação. Após esta publicação, muitas outras 
surgiram; finalmente, em 1927, Culbert; Law relataram a primeira identificação radiológica 
completa. Singleton (1951) empregou esta técnica em um trabalho de identificação de corpos de 
um desastre em massa. Desde então, cirurgiões-dentistas, com treinamento especial e experiência 
em Odontologia Forense, têm sido frequentemente requisitados para colaborar no processo de 
identificação de corpos individuais e de desastres em massa. 
 Continuando os processos de identificação, como uma informação complementar na 
averiguação forense, a utilização de crânio e dentes tem se mostrado altamente viável para tal 
objetivo. 
 Silva (1997) afirmou que o crânio feminino caracteriza-se por um menor desenvolvimento de 
suas estruturas, todas as protuberâncias ósseas, cristas e apófises são menores e mais lisas. O 
crânio masculino possui estes aspectos anatômicos mais pronunciados. Carvalho et al. (1992) 
relatam que há manifestações de caracteres secundários no crânio, sendo que a anatomia do crânio 
masculino é mais bem definida que a do feminino. 
 Galvão, em 1994, após mensurar as distâncias cranianas entre o centro do canal auditivo ao 
meato acústico externo, e outros pontos craniométricos, encontrou um índice de acerto, através de 
uma fórmula por regressão logística, de 93,8%, confirmando o método como confiável para a 
determinação do sexo. 
 É possível também realizar o diagnóstico do sexo através dos dentes. Um dos métodos 
baseia-se na quantidade de ácido necessário para neutralizar a dentina alcalinizada em pó, 
quantidade esta queé diferente em material feminino e masculino (ROSAS, 1979). Para a 
realização desta técnica, os dentes de maior utilidade são os caninos, tanto superiores quanto 
inferiores. 
 Nos processos de identificação de esqueletos, em determinadas situações, é imprescindível a 
realização da estimativa da estatura. Esta é realizada através de uma metodologia osteométrica, 
que leva em consideração, principalmente, os ossos longos. 
 Segundo Silva (1977), frequentemente, quando são encontradas ossadas, nem sempre estão 
presentes todos os ossos e, muitas vezes, apenas o crânio é encontrado. Dá-se aí a importância dos 
conhecimentos antropológicos do perito em Odontologia Legal para a realização da estimativa da 
altura a partir de informações de uma peça craniana. 
 14 
 A literatura mostra que o pioneiro na realização desta estimativa foi Carrea, em 1920, que 
realizou estudos visando proporcionar dados odontométricos (a partir de medidas mésio-distais 
dos incisivos centrais, laterais e caninos inferiores), que o possibilitasse fazer uma relação destes 
dados com a altura do indivíduo. 
 A aplicabilidade do referido método foi comprovada na perícia realizada por peritos brasileiros, 
no caso Josef Mengele, onde, junto com outras estimativas, demonstrou-se eficaz. 
 A análise das estruturas dentárias serve de embasamento para a identificação de diversas 
características, dentre estas a determinação do fenótipo “cor da pele”. 
 Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS relatou a 
existência de aspectos relacionados aos dentes como relevantes na determinação da cor da pele, 
analisando-se o formato das cúspides do primeiro molar inferior. 
 Favero (1991) relata a existência de cinco tipos étnicos fundamentais: caucasiano, negro, 
mongólico, indiano e australóide. Contudo, no Brasil, apenas concorrem os grupos de negros, 
brancos e vermelhos. Citando Carvalho (1982), em cerca de 100% da população européia a 
superfície lingual dos dentes incisivos é lisa, enquanto em cerca de 100% dos japoneses, e certos 
grupos mongolóides, essa superfície tem arestas. Na raça caucasiana o primeiro molar inferior é 
mais comprido e tem forma mais cônica do que o molar dos negros, o qual é mais retangular do 
que o dos mongolóides, que é mais redondo. 
 No trabalho descrito por Alvarado (1986) e Galvão (2000), foi realizada a análise do formato 
das cúspides do primeiro molar inferior em leucodermas, faiodermas e melanodermas, observando 
índices de 83,3% de dentes com formato mamelonado, 50% com formato intermediário e 86,7% 
com formato estrelado, respectivamente. 
 É possível também a pesquisa da identidade racial através da análise do crânio humano, que, 
segundo alguns autores, apresenta maior riqueza de detalhes para esta identificação do que outras 
estruturas ósseas. Segundo um estudo realizado por Krogman (1955), características como o 
tamanho do crânio, a altura do rosto, a abertura nasal, o formato do palato, dentre outras, permitem 
reconhecer o tipo racial. 
 Tão importante quanto a identidade racial, é a estimativa da idade do indivíduo. Hoje, a 
avaliação da idade pode ser realizada a partir de vários aspectos físicos pessoais como: peso, 
estatura, presença de rugas, crescimento ósseo, desenvolvimento dentário, dentre outros. 
 Mantendo o foco da Odontologia Legal, estudos têm demonstrado que os elementos dentários 
são as estruturas orgânicas que fornecem os melhores subsídios para estimativa da idade, porque, 
ao que tudo indica, sofrem menos interferência de fatores sistêmicos e de desnutrição, que afetam 
sobremaneira a maturidade orgânica e o desenvolvimento ósseo. Além disso, o estudo da evolução 
dentária possibilita a análise de um número considerável de dados, diminuindo, assim, a margem 
 15 
de erros. O desenvolvimento dentário vai da vida fetal até por volta dos 21 anos de idade. Também 
os fenômenos involutivos poderão ser pesquisados, seja na dentição decídua, seja na permanente 
(SILVA, 1997). 
 O problema da estimativa da idade em pessoas adultas foi estudado por Gustafson (1950), que 
analisou aspectos da involução dentária, elaborando uma classificação dos fenômenos a ela ligados 
(desgaste oclusal, periodontose, desenvolvimento de dentina secundária na cavidade pulpar, 
deposição de cemento na raiz, reabsorção da raiz e transparência do ápice radicular), a partir desse 
conjunto de informações foi construída uma formula que, após a sua resolução, permitia obter a 
idade fisiológica. 
 Vale ainda lembrar, que a análise dentária dos indivíduos transcende o aspecto morfológico do 
dente, devendo o perito odontolegal estar atento a outros fatores como: 
- Nível sócio-econômico, pois é comprovado que crianças, oriundas de famílias pobres 
financeiramente, possuem erupção dentária mais demorada. 
- Biótipo, uma vez que foi comprovado que em pessoas magras a erupção dentária é antecipada, 
quando comparada com as obesas. 
Por fim, verifica-se que a erupção dentária é também de suma importância para a verificação da idade. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Não é preciso muito esforço para perceber a grande evolução da Odontologia Legal em sua linha 
histórica. Atualmente, quase todas as técnicas apresentadas neste trabalho vêm sendo utilizadas a 
fim de maximizar a eficiência, tanto da identificação pós-morte quanto averiguação da arcada 
dentária de autores de crimes, servindo assim, de excelente suporte jurídico em casos de acidentes, 
incêndios, estupros com achados de marcas de mordidas, realização de perícia em tratamentos 
odontológicos, dentre outros. 
 
Referências Bibliográficas 
GRUBER, J. KAMEYAMA, M. M. O papel da Radiologia em Odontologia Legal. Pesqui 
Odontol Bras, v. 15, n. 3, p. 263-268, jul./set.2001. 
 
 BUCHNER, A. The identification of human remains. Int Dent J, v. 35, n. 4, p. 307-311, 
Dec. 1985. 
 
EVANS, K. T.; KNIGHT, B. Forensic radiology. Br J Hosp Med, v. 36, n. 1, p. 14-20, July 1986. 
 
GALVÃO, LCC. Identificação Médico-Legal através da ficha dentária anterior. Estudos Médico-
Legais. p.35 Edª Sagra-DC, 1996. 
 
VANRELL, J.P. Conceitos e Noções Históricas em Odontologia Legal. Odontologia Legal e 
Antropologia Forense. 1 ª ed. Editora Guanabara Koogan S.A. 2002. p.3. 
 
RADICCHI, R. A Odontologia Legal e os Institutos Médico Legais: uma parceria histórica. In. 
www.abo-ce.org.br acesso em 25 de maio de 2006. 
 
 16 
VANRELL, J.P. Conceitos e Noções Históricas em Odontologia Legal. Odontologia Legal e 
Antropologia Forense. 1 ª ed. Editora Guanabara Koogan S.A. 2002. p.4. 
 
ARBENZ, G.O. Introdução à Odontologia Legal Compêndio de Medicina Legal p. 15. 2ª Ed. 
livraria Atheneu. Rio de janeiro- São Paulo, 1983. 
 
JEFFEREYS, A.J., BROOKFILD, J.F.Y., SEMEOR, F.R. Positive identification of an 
immigration teste-case using human DNA fingerprints. Nature 1985;31:818-9. 
 
MOURA NETO, R.S. Análise Forense. Rev Panorama Justiça 1998; 9:38. 
 
CAMERON, J.N. Forensic Dentistry. London. Churchill Livingstone. 1973. 
 
WHITTAKER, D.K., LLEWELYN, D.R., JONES, R.W. Sex determination from necrotic pulpal 
tissue. Br Dent J 1975;139:403-5 
 
PESQUISA ANTROPOMÉTRICA TRIDIMENSIONAL DA 
POPULAÇÃO BRASILEIRA - PATPB 
Maria Cristina Palmer Lima Zamberlan 
Flávia Cristine Hofstetter Pastura 
Joana Stallivieri Neves 
 
1. INTRODUÇÃO 
Medidas antropométricas são dados de base, essenciais para a concepção de produtos 
adequados à população usuária, sejam eles bens de capital ou de consumo. Elas 
possibilitam o projeto e o desenvolvimento de produtos ergonomicamente adequados aos 
seus usuários. 
Antropometria é o ramo das ciências humanas que lida com as medidas corporais 
relacionadas ao tamanho, conformação e constituição física.A antropometria trata da medição das características que definem a geometria física, as 
propriedades de massa e capacidades em termos de força do corpo humano e da 
aplicação dos dados levantados nessa medição. 
O nome deriva de anthropos, que significa humano, e metrikos, que significa relacionado 
ou pertencente à medição. Os métodos antropométricos estão entre as ferramentas 
básicas de trabalho para a avaliação e o desenvolvimento de projeto, nos quais são 
consideradas as variações em tamanhos, proporções, mobilidade, forças e outros fatores 
que definem os seres humanos fisicamente. A sensibilidade e a capacidade de 
desempenho humano estão, em parte, relacionadas a essas características físicas; assim, 
questões antropométricas também influenciam aspectos relacionados à fisiologia e a 
psicologia do conforto e da percepção. 
 
A antropometria auxilia a: 
 
Avaliar posturas e distâncias para o alcance de dispositivos de controle e 
informação; 
 17 
 
� Definir espaços livres em torno do corpo; 
� 
� Identificar objetos ou elementos que impeçam ou interfiram na movimentação. 
� 
 
Uma grande parte das aplicações da antropometria diz respeito à avaliação de 
equipamentos, veículos, vestimentas e postos de trabalho. 
 
A antropometria é uma ciência em desenvolvimento e certos aspectos do seu objeto de 
estudo a qualificam como uma ciência histórica. Pesquisas antropométricas, em grande 
ou pequena escala, são eventos históricos e nunca podem ser repetidas exatamente da 
mesma forma, com as mesmas pessoas, pois essas pessoas terão mudado ao longo do 
tempo. Essas mudanças são causadas pelas variações fisiológicas que ocorrem ao longo 
do dia ou por processos de envelhecimento. Além disso, é provável que alguns dos 
indivíduos medidos não estejam mais disponíveis para a medição. Essa é a razão pela 
qual nas pesquisas antropométricas as populações são freqüentemente identificadas por 
ano de medição e também por ocupação e por grupo étnico. 
 
Os registros das pesquisas antropométricas já realizadas podem ser comparados aos 
dados de novas pesquisas. Esses registros podem nos auxiliar a traçar e prever a micro-
evolução de grupos humanos, fornecendo, desse modo, a base para previsões da 
evolução de determinada população, evolução essa que pode ser considerada no 
estabelecimento de critérios para projeto. 
2. HISTÓRICO DO INT EM PESQUISA ANTROPOMÉTRICA 
Visando contribuir para a melhoria da qualidade do produto industrial brasileiro, bem como 
para a melhoria das condições de trabalho em nosso país, o Instituto Nacional de 
Tecnologia - INT, do Ministério da Ciência e Tecnologia, vem atuando na área de 
ergonomia desde meados da década de 70, com ênfase na área de antropometria. 
 
A primeira pesquisa antropométrica desenvolvida pelo INT, denominada Medidas do 
Homem Brasileiro, foi realizada em 1979, em conjunto com a COPPE / UFRJ, durante a 
XXII Feira de Utilidades Domésticas, no Rio de Janeiro, tendo sido levantadas 32 
variáveis antropométricas em 1477 pessoas (816 homens e 661 mulheres). Em função da 
pouca precisão dos equipamentos utilizados na pesquisa, os dados tratados 
estatisticamente apresentaram inconsistências que comprometiam a sua qualidade, o que 
levou o INT à decisão de não publicar os resultados da pesquisa. 
 
Dada a falta de recursos para realizar uma pesquisa antropométrica em âmbito nacional e 
a inexistência de dados antropométricos confiáveis para o desenvolvimento de projetos de 
produtos, dentre eles máquinas, postos de trabalho e vestuário, realizamos entre 1985 e 
1986 a Pesquisa Antropométrica e Biomecânica dos Operários da Indústria de 
Transformação do Rio de Janeiro, na qual foram levantadas 46 variáveis 
antropométricas para o projeto de postos de trabalho e 24 medidas antropométricas para 
o desenvolvimento de vestuário, tendo sido medidos 3100 homens em 26 empresas no 
Rio de Janeiro. 
 
Em 1988, por demanda do SERPRO, desenvolvemos a Pesquisa Antropométrica dos 
Digitadores do SERPRO, na qual foram levantadas 35 variáveis antropométricas para o 
projeto de novos postos de trabalho para os digitadores, tendo sido medidas 405 pessoas 
(202 mulheres e 203 homens). A demanda do SERPRO por dados antropométricos 
 18 
confiáveis para o desenvolvimento de mobiliário ergonomicamente adequado, marca 
também o início do aumento significativo no Brasil dos Distúrbios Ósteomusculares 
Relacionados ao Trabalho – DORT, à época denominados Lesões por Esforços 
Repetitivos – LER, entre os trabalhadores que desenvolviam atividades repetitivas e de 
forma contínua em posturas inadequadas. 
 
Na medida em que se percebia, cada vez mais, a importância e a necessidade de uma 
pesquisa antropométrica em âmbito nacional foi elaborado, por meio de acordo de 
Cooperação Técnico-Científica entre o Ministério do Exército e o INT, o projeto Dados 
Antropométricos da População Brasileira. O acordo de cooperação para execução do 
projeto foi firmado em agosto de 1986, com apoio da FINEP, e tratava da realização, em 
conjunto, da Pesquisa Antropométrica da População Militar e da Pesquisa Antropométrica 
da População Civil Economicamente Ativa - PEA. 
 
Estimou-se a amostra da população civil – PEA, em 8640 pessoas, das quais 4320 
homens e 4320 mulheres, distribuída em 44 municípios brasileiros, situados em todas as 
regiões sócio-econômicas brasileiras. A amostra da população militar seria constituída de 
3456 militares, distribuída em 57 municípios, em todas as regiões militares brasileiras. 
 
Os objetivos desse projeto eram: a) levantar as medidas antropométricas da população 
brasileira - extratos militar e civil - tendo em vista a interação entre as pessoas e as 
máquinas, equipamentos e produtos; b) constituir uma base de dados antropométricos 
para consulta e utilização pelo sistema produtivo e por associações de defesa do 
consumidor; c) fornecer dados para montagem de um sistema computacional 
tridimensional para avaliação ergonômica de projetos de equipamentos, armamentos e 
automotivos militares, bem como para produtos de uso civil; d) subsidiar o 
estabelecimento de normas técnicas brasileiras. 
 
Ao início do 2º semestre de 1989, teve início a primeira fase do projeto, com a previsão de 
coleta de uma amostra de 1080 militares, representativa da população combatente do 
Comando Militar do Leste (RJ/MG) e uma amostra de 1440 civis – 720 homens e 720 
mulheres - representativa da população ocupada no setor industrial, em estabelecimentos 
com 300 ou mais empregados, das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo 
Horizonte. 
 
Entretanto, por uma série de fatores de ordem econômica, ocasionados principalmente 
pela desvalorização dos recursos do projeto em um contexto inflacionário no Brasil da 
ordem de 80% ao mês, apenas a coleta de dados da população militar (1080 militares), 
prevista para a primeira fase do projeto, foi concluída em dezembro de 1989. Em função 
da inexistência de recursos para darmos continuidade ao projeto, os dados levantados 
foram tratados e o projeto foi encerrado. 
 
Em 1992, por demanda da companhia telefônica do Rio de Janeiro, à época a TELERJ, 
realizamos a Pesquisa Antropométrica das Telefonistas de Auxilio à Lista da 
TELERJ, na qual foram levantadas 38 variáveis antropométricas para o projeto de novos 
postos de trabalho, tendo sido medidas 64 mulheres ocupadas no setor de auxílio à lista 
da companhia. A demanda da TELERJ também se deveu à necessidade de melhorar as 
condições de trabalho das telefonistas em decorrência do aumento de afastamentos do 
trabalho, em função dos DORT que acometiam as telefonistas desse setor. 
 
Nos anos noventa, na medida em que os recursos públicos para a execução de pesquisas 
dessa natureza tornavam-se cada vez mais escassos, demos continuidade às pesquisas 
 19 
teóricas em antropometria, buscandooutros métodos de pesquisa que viabilizassem 
técnica, econômica e operacionalmente o levantamento de dados antropométricos em 
âmbito nacional. 
 
A última pesquisa antropométrica realizada pelo INT, denominada Pesquisa 
Antropométrica dos Empregados Ocupados nos Setores de Produção e Montagem 
da EMBRAER, foi executada em 2001 sob demanda da Universidade Federal de São 
Carlos, no âmbito de um projeto de adequação ergonômica dos postos de trabalho 
realizado pela UFSCar para aquela empresa. Foram levantadas 51 variáveis 
antropométricas para o projeto de postos de trabalho e ferramentas em 338 pessoas (231 
homens e 107 mulheres) ocupadas nos setores acima citados. 
3. ERGOKIT – BANCO DE DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
As quatro pesquisas antropométricas e biomecânicas realizadas entre 1985 e 1992 foram 
consolidadas em 1994 em um banco de dados denominado ERGOKIT, que tem como 
objetivo oferecer ao setor produtivo dados dimensionais da população brasileira confiáveis 
e fidedignos. As proposições básicas do ERGOKIT são coletar, armazenar, tratar, divulgar 
e orientar a aplicação de dados antropométricos e biomecânicos da nossa população, que 
possam ser utilizados pelos profissionais de projeto dos diversos setores produtivos para 
a aplicação no desenvolvimento de produtos, postos e ambientes de trabalho, no caso da 
população adulta e em produtos como brinquedos e mobiliário doméstico e escolar, no 
caso da população infanto-juvenil. Nosso objetivo é, a cada nova pesquisa antropométrica 
realizada, agregar dados ao ERGOKIT. 
 
Esse kit é composto por quatro manequins antropométricos articulados em escala 1:5, 
representando a população adulta do Brasil, feminina e masculina nos percentis 5 e 95 
para uso em projetos; placas com manequins antropométricos nas escalas 1:10 e 1:20 
para auxiliar no projeto de postos de trabalho; CD-ROM contendo o banco de dados das 
quatro pesquisas tratadas estatisticamente; o manual de aplicação dos dados 
antropométricos e o manual de utilização do banco de dados. 
 
Estão consolidadas no ERGOKIT: 
- - 53 medidas antropométricas do corpo em geral para o dimensionamento de 
postos de trabalho 
- - 27 medidas antropométricas do corpo em geral para confecção de vestuário 
- - 28 medidas antropométricas da cabeça 
- - 48 medidas antropométricas dos pés 
- - 17 medidas antropométricas da mão 
- - 3 medidas de força para análise biomecânica. 
 
Por meio da aplicação dos dados antropométricos espera-se obter produtos industriais 
mais adequados, tanto às características da população brasileira, no caso de produtos 
para o mercado interno, quanto às especificidades que devem ser consideradas no caso 
de produtos destinados à exportação visando, assim, aumentar sua competitividade nos 
mercados para os quais se destinam. 
 
É importante salientar a relevância do Banco de Dados ERGOKIT: o ERGOKIT é ainda 
hoje a única base de dados que permite acesso às informações dimensionais básicas da 
população do Brasil, consolidando dados antropométricos de 4649 brasileiros adultos. 
Devemos ressaltar também que não possuímos no país pesquisas antropométricas 
infanto-juvenis representativas da variabilidade dessa população, pesquisas essas 
 20 
essenciais para o correto dimensionamento de produtos, principalmente os de certificação 
compulsória no país, como os móveis escolares. 
4. NECESSIDADE DE MODELOS TRIDIMENSIONAIS PARA PROJETOS EM CAD 
Embora consideremos crucial a manutenção e a expansão do banco de dados 
antropométricos da nossa população, podemos afirmar que, em função das 
transformações ocorridas na última década no processo de projeto de produtos para o 
setor produtivo, não basta tabular os dados e oferecê-los sob a forma de banco de dados. 
O setor produtivo demanda mais, demanda ferramentas que facilitem e disseminem o uso 
dos dados antropométricos da nossa população em projetos de produtos, postos e 
ambientes de trabalho. 
 
O processo de projeto de produtos, postos e ambientes de trabalho vem utilizando 
ferramentas CAD, e o fato de não disponibilizarmos os dados antropométricos 
configurados em manequins antropométricos virtuais, compatíveis com os sistemas CAD 
mais comumente utilizados em projeto, vem inibindo ou dificultando a disseminação e a 
utilização dos dados antropométricos em projetos para o setor produtivo. 
 
De modo a atender a nossa própria demanda para a prestação de serviços nas áreas de 
design e ergonomia, desenvolvemos em 1998 manequins antropométricos virtuais 
bidimensionais utilizando os dados antropométricos contidos no ERGOKIT. 
 
Essa versão virtual dos manequins antropométricos bidimensionais vem sendo utilizada 
em projetos de produtos, postos e ambientes de trabalho realizados para empresas como 
a PETROBRAS, Aracruz Celulose, Eletronuclear, Compahia Vale do Rio Doce, Busscar, 
Coca-Cola, Johnson Wax Professional, Banco do Brasil, CEF, Multibrás e SIEMENS, bem 
como para micro e pequenas empresas por meio do programa SEBRAE – PATME, dentre 
outras. 
 
Embora tenhamos conseguido, com sucesso, desenvolver manequins virtuais 
bidimensionais, encontramos inúmeras dificuldades na construção de manequins 
antropométricos virtuais tridimensionais, mais detalhados que os manequins 
bidimensionais e fundamentais para projetos mais complexos. Isso decorre do fato de que 
o INT vem utilizando equipamentos tradicionais em antropometria, a partir dos quais é 
possível levantar apenas variáveis lineares, que não possibilitam a correta construção de 
manequins tridimensionais. 
 
A correta construção de manequins antropométricos virtuais tridimensionais requer 
tecnologia de ponta para o levantamento das medidas da superfície corporal: o 
escaneamento tridimensional do corpo humano por meio de scanner 3D. 
 
Aumenta, cada vez mais, a demanda por dados e modelos mais específicos para cada 
área, pontuando a importância de modelos que possibilitem a análise de, por exemplo, 
pressões das superfícies externas sobre o tecido corporal, efeitos ambientais e 
modelagem de vestimentas. 
 
A evolução de novas técnicas de modelagem por computador tem sido acompanhada por 
um desenvolvimento paralelo de novas tecnologias de medição utilizando por exemplo, 
sistemas de raio laser (scanner 3D), vídeo-estero, imagem por ressonância magnética 
(MRI), tomografia assistida por computador (CAT), métodos que utilizam raio X, 
visualização por ultrasom, digitalização por som e métodos de medição do movimento. 
Muitos desses novos métodos reúnem computadores e sensores para fornecer dados 
 21 
digitalizados e pontos localizados num espaço tridimensional. Esses dados fornecem 
informações bastante diferentes das anteriores, unidimensionais ou bidimensionais. 
 
A tecnologia de escaneamento do corpo traz importantes vantagens para vários setores, 
que vão do setor do vestuário ao setor de cuidados com a saúde e a segurança. A 
indústria do vestuário é hoje, provavelmente, a que mais avançou no uso dessa 
tecnologia. A utilização da tecnologia de escaneamento do corpo para a individualização, 
para o design e para o desenvolvimento do vestuário se tornou uma meta e faz parte dos 
objetivos dessa indústria para um futuro próximo 
 
O levantamento mais apurado de medidas antropométricas, facilitado por essas novas 
técnicas, possibilita, por exemplo, a aquisição de peças de vestuário mais adequadas a 
cada indivíduo, descrições de detalhes mais finos das características da superfície do 
corpo como as pontas dos dedos, cílios, narinas, lábios, orelhas, etc, possibilitando a 
investigação em maior profundidade dos corpos humanos e o projeto mais adequado dos 
equipamentos de proteção individual, dentre outros produtos com os quais as pessoas 
interagirão. 
5. OBJETIVOS DO PROJETO PATPB 
O projeto Pesquisa Antropométrica Tridimensional da PopulaçãoBrasileira - PATPB, 
tem como instituições parceiras o Instituto Nacional de Tecnologia – INT/MCT, a 
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT, o Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT e o Centro São Paulo Design – CSPD. 
Temos como meta também agregar novos parceiros de outras cadeias produtivas além da 
cadeia têxtil, uma vez que os resultados obtidos beneficiarão diversos outros setores 
produtivos, da indústria de brinquedos à indústria do petróleo & gás no nosso país. O 
projeto PATPB tem como objetivos gerais: 
1. 1. Realizar pesquisa antropométrica da população brasileira utilizando tecnologia de 
escaneamento tridimensional de modo a representar em três dimensões a variabilidade 
antropométrica da população adulta e infanto-juvenil brasileira. 
2. 2. Constituir uma base de dados antropométricos tridimensionais da população 
brasileira para consulta pelo sistema produtivo, órgãos normativos, órgãos certificadores e 
associações de defesa do consumidor, buscando a qualidade de uso dos produtos, 
principalmente os de certificação compulsória no país. 
3. 3. Gerar dados antropométricos tridimensionais da população brasileira para 
aplicação pela indústria de produção de bens de capital e de consumo nos setores de 
máquinas e ferramentas, automotivos, mobiliário doméstico, escolar e de escritório, 
equipamentos de uso doméstico, vestuário, calçados, equipamentos de proteção 
individual, brinquedos, dentre outros. 
4. 4. Com base nos dados pesquisados e tratados, gerar manequins tridimensionais 
virtuais representativos da população brasileira, disponibilizando a sua aplicação em 
projetos que utilizam sistemas de modelagem virtual de produtos (CAD) para o setor 
produtivo. 
5. 5. A partir da repetição periódica desse tipo de pesquisa, possibilitar o estudo da 
evolução do crescimento da população brasileira. 
6. 6. Associar o perfil antropométrico ao perfil sócio-econômico da população amostrada; 
7. 7. Conhecer os padrões dimensionais da população das diferentes regiões do Brasil, 
o que possibilita a construção de cenários de planejamento que permitam modificar o 
perfil antropométrico existente em determinadas regiões do país; 
8. Fornecer aos Governos Estaduais e Federais dados antropométricos que orientem 
políticas de saúde e programas nutricionais dirigidos a categorias sócio-econômicas 
específicas em diferentes regiões do país. 
 22 
6. ASPECTOS METODOLÓGICOS 
O projeto PATPB tomará como base o projeto CAESAR - Civilian American and European 
Surface Antropometry Resource (Projeto de Pesquisa Antropométrica de Superfície da 
População Civil Americana e Européia), finalizado em janeiro de 2002, que teve com 
objetivo representar, em três dimensões, a variabilidade antropométrica da população civil 
da Europa e da América do Norte. 
 
O projeto CAESAR consistiu em uma pesquisa antropométrica com 4431 pessoas, com 
idades entre 18 e 65 anos, em três países: os Estados Unidos, a Holanda e a Itália, 
envolvendo a colaboração de diversos parceiros de vários países e várias empresas 
industriais e de serviços. Foi empregada tecnologia de ponta em medição tridimensional, 
sendo a primeira pesquisa antropométrica da superfície tridimensional do corpo, de 
grande porte, realizada no mundo. Os EUA, a Itália e a Holanda finalizaram a coleta de 
dados antropométricos tridimensionais em janeiro de 2002 e paises como o Japão e a 
Coréia deverão utilizar a mesma tecnologia para a coleta de dados antropométricos a 
partir do próximo ano. 
 
Utilizaremos no projeto a tecnologia de scanner tridimensional laser, que possibilitará a 
medição detalhada da superfície externa do corpo humano, por meio do levantamento de 
milhares de pontos, em três dimensões, com precisão e rapidez. Essa tecnologia 
naturalmente oferece muitas vantagens em relação aos métodos tradicionais de medição, 
utilizando fitas métricas, antropômetros e outros equipamentos. 
 
Esse método possibilita: 
1. 1. Eliminar as principais restrições das pesquisas antropométricas: o tempo e a 
reprodutibilidade. Uma vez criado, o arquivo da imagem escaneada pode ser utilizado 
inúmeras vezes para extrair informações, de modo confiável; 
2. 2. Arquivar o registro do escaneamento do corpo em 3D, o que permite levantar uma 
quantidade quase infinita de variáveis antropométricas, independente da presença física 
do indivíduo; 
3. 3. Reduzir a necessidade de aproximações estatísticas para determinação das 
variáveis, o que facilita o uso dos dados em sistemas CAD e em sistemas de 
prototipagem rápida; 
4. 4. Utilizar os dados obtidos para calcular áreas de superfície, formas dos segmentos 
corporais, contornos do corpo e outras medidas que não podem ser obtidas por meio dos 
métodos tradicionais em antropometria. 
Essas medições possibilitarão, também, o detalhamento de modelos humanos e suas 
formas físicas, fundamentais para a indústria, dentre elas a do vestuário. 
5. 5. Eliminar as diferenças que ocorrem entre medidores nos métodos tradicionais de 
medição, tornando os dados coletados comparáveis entre si de modo mais preciso, na 
medida que esse sistema independe do contato entre o equipamento e a pessoa a ser 
medida. 
 
Por meio do projeto PATPB será possível também: 
- - Capacitar técnicos brasileiros para o uso da tecnologia de scanner 3D; 
- - capacitar técnicos brasileiros para o uso de manequins antropométricos 3D para 
o desenvolvimento de novos produtos adequados à população usuária; 
- - disseminar informações sobre o uso dos manequins antropométricos 3D junto 
aos setores industriais e de serviços, de modo a agilizar o desenvolvimento de novos 
produtos – inovação; 
- - gerar dados para o sistema normativo, organismos certificadores, buscando a 
qualidade de uso, principalmente dos produtos de certificação compulsória no país; 
 23 
- melhorar a qualidade e a competitividade do produto nacional; 
8. O PROJETO PATPB E A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
A partir do projeto CAESAR foram estabelecidos métodos de coleta de dados 
padronizados a fim de que o banco de dados gerado na pesquisa possa ser expandido e 
atualizado. No projeto PATPB, a adoção dos mesmos métodos e da mesma tecnologia 
utilizadas no projeto CAESAR possibilita que os bancos de dados gerados nos dois 
projetos possam ser intercambiados. 
 
A troca de bancos de dados antropométricos entre EUA, Europa e Brasil e o uso dos 
dados antropométricos das populações européia e americana na elaboração de projetos 
de produtos pelas empresas brasileiras traz vantagens competitivas para as nossas 
empresas no que se refere a produtos para exportação. O uso dos dados antropométricos 
no design de produtos para exportação agrega valor aos produtos fabricados no país e 
aumenta a sua competitividade no mercado externo. 
 
De modo a ampliar o escopo da troca de dados em âmbito internacional, foi consolidado o 
grupo WEAR - World Engineering Anthropometry Resource, formado por pesquisadores 
representantes de países dos cinco continentes que tem como objetivos: a) Padronizar as 
metodologias de pesquisas antropométricas, de forma a possibilitar a comparação e o 
intercâmbio das bases de dados das diferentes populações; b) Disponibilizar as bases de 
dados antropométricos existentes; c) Criar uma base mundial de dados antropométricos. 
 
Pela sua competência e experiência na área de antropometria o Instituto Nacional de 
Tecnologia - MCT foi convidado pela coordenação do grupo WEAR para participar como 
instituição representante da América Latina. Já fazem parte desse grupo em expansão os 
Estados Unidos, a África do Sul, o Japão, a França, a Holanda e a Coréia do Sul. 
 
A primeira reunião técnica do grupo WEAR ocorrerá em agosto de 2003, durante o XV 
Congresso Trienal da Associação Internacional de Ergonomia (IEA), com oobjetivo de 
discutir a tecnologia a ser utilizada, os protocolos de medição e formas de cooperação 
internacional que viabilizem a realização das pesquisas nos vários países. 
9. RESULTADOS ESPERADOS DA PESQUISA 
O conhecimento das dimensões da população usuária possibilitará a padronização das 
dimensões dos produtos para todos os fabricantes, tanto para o mercado interno quanto 
para exportação. 
 
Por meio dessa tecnologia de ponta será possível obter a melhoria da qualidade e a 
agregação de valor aos produtos, a redução de perdas em matéria prima, a otimização 
das vendas e da estocagem, bem como a redução significativa do custo do design e da 
manufatura dos produtos. A melhoria das vendas e a redução dos custos final do produto 
possibilitarão também a geração de mais empregos no setor industrial. 
 
A Pesquisa Antropométrica Tridimensional da População Brasileira fornecerá dados 
digitais confiáveis e de uso imediato para o projeto de quase tudo o que vestimos ou 
operamos. Por meio dessa tecnologia será possível diminuir os custos de projeto e 
produção para todos os setores produtivos no país. 
 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 24 
[1] INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA (INT). ERGOKIT - banco de dados 
antropométricos e biomecânicos da população brasileira. Rio de Janeiro, INT, 1995. 
 
[2] PAQUETTE, Steven. BRANTLEY, J. David. CORNER, Brian D. LI, Peng. Oliver, 
Thomas. Automated extraction of Anthropometric data from 3D images. In: 
Proceedings of the XIVth Triennial Congress of the International Ergonomics Association 
and 44th Annual Meeting of the Human Factors and Ergonomics Society, San Diego, 2000, 
p. 727-730. 
 
[3] PASTURA, Flávia Hofstetter. Avaliação do uso do banco de dados 
antropométricos e biomecânicos ERGOKIT – DOS, no desenvolvimento de 
produtos/postos de trabalho, Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ, 2000. 
 
Sistema de identificação Facial assistido por 
computador 
 
 
 
Documento apresentado na 9ª Bienal Meeting of the International Association 
for Craniofacial Identification, FBI, Washington, DC, July 24, 2000 
Mineo Yoshino 
Chefe de Seção 
 
Hideaki Matsuda, Satoshi Kubota, and Kazuhiko Imaizumi 
Biologo 
 
Sachio Miyasaka 
Cientista Senior 
 
First Medico-Legal Section 
National Research Institute of Police Science 
Chiba, Japan 
Introdução 
A identificação facial obtida por meio de imagens gravadas nas mais diversas 
mídias, está se tornando um tema importante na Antropologia Forense, uma vez 
que é cada vez mais comum o uso de câmeras de segurança, elas são usadas 
como uma testemunha silenciosa em cenas de crime, podem ser encontradas em 
lojas de conveniência, bancos, e garagens do estacionamento. A identificação 
facial de imagens de segurança podem ser obtidas de três maneiras: comparação 
morfológica de características faciais, da análise antropométrica e superposição 
da face. 
A fim de avaliar duas imagens faciais, a técnica do superposição foi aplicada à 
comparação facial da imagem (Kubota et al. 1997; Bordos e Austin 1992; Vanezis 
e Brierley 1996; Yoshino et al. 1996). Bordo e Austin (1992) relataram a técnica da 
 25 
superposição de imagens de vídeo, em casos onde é possível aos técnicos do 
laboratório à fotografia do suspeito.. 
Vanezis e Brierley (1996) aplicaram a técnica de superposição de vídeo para 
identificar a imagem facial de suspeitos em 46 casos criminais. Da experiência 
pode-se observar que as comparações diretas poderiam ser feitas em 36 casos. 
A comparação de imagens faciais feitas a partir de cãmeras de segurança 
patrimoniais e fotos de suspeitos são frequentemente uma tarefa difícil uma vez 
que esses dispositivos geralmente oferecem imagens obliquas normalmente uma 
visão panorâmica, enquanto que as fotografia oferecem imagens frontais ou 
laterais. Para resolver este problema, Vanezis e Brierley (1996) desenvolveram um 
sistema de superposição de video face-to-face associado a uma análise 3D 
physiognomic. Este sistema se configura em uma ferramenta útil para a 
identificação facial da imagem uma vez que a superposição de video de duas 
imagens faciais podem ser executadas sob a mesma orientação facial, com este 
método temos uma importante solução na identificação dos criminosos (Kubota et 
al. 1997; Linney e Coombes 1998; Proesmans e Camionete Gool 1998; Yoshino et 
al. 1996). Apesar das vantagens, diversos problemas tais como o tempo da 
operação e a análise antropometrica apontaram alguns problemas. 
Com estes problemas em mente, os autores (2000) construíram um sistema de 
identificação facial assistido por computador inédito usando um método 
denominado finder physiognomic em escala 3D. O novo sistema permitiu a 
comparação morfológica, buscando uma análise antropometrica, pontos 
recíprocos que combinam com as imagens do suspeito quando sobrepostas sob o 
método face-to-face. Este artigo focaliza a confiabilidade da comparação facial da 
imagem com o sistema assistido por computador. 
Equipamentos e Métodos de Operação 
 26 
O sistema consite na sobreposição 
fisionômica obtida de imagens em escala 
3d obtidas no computador (Figura 1). O 
finder em escala 3D é composto de um 
detetor para medir a superfície facial e um 
controle computadorizado. O detetor tem 
dois dispositivos grating senoidal da 
projeção com o deslocamento de fase e as 
duas câmeras acopladas ao dispositivo 
(CCD) posicionados nos lados esquerdos 
e direito do instrumento. A unidade facial 
computer-assisted da superposiçao da 
imagem consiste em um computador host 
incluindo software proprietário, uma 
exposição de cor de superfície lisa, e um 
varredor da imagem coloridas para 
inputting imagens faciais 2D do criminoso. 
Os detalhes da especificação de cada 
instrumento foram descritos em outra parte 
(Yoshino et a morfologia do al. 2000). As 
faces 3d são obtidos usando o finder da 
escala baseado na projeção grating 
sinusoidal com o método do deslocamento 
de fase em 2.5 segundos, com exatidão da 
ordem de 0.16 milímetros. Os dados 
faciais da imagem 3D são armazenados 
no disco (MO) magneto-óptico (6 MB por 
pessoa aproximadamente) ou transferidos 
diretamente à unidade facial de 
superposiçao da imagem através da rede. 
Para fazer a comparação entre a imagem 
3D facial de um suspeito e a 2D imagem 
facial feita na cena de um crime, a 
imagem 3D facial é reproduzida 
primeiramente na exposição do 
computador host do disco do MO. Então a 
imagem facial 2D é feita com o varredor da 
imagem da cor e armazenada dentro do 
computador (figura 2, A e B). O scaling da 
imagem facial é executado convertendo os 
dados originais da medida 3D no número 
dos pixels na exposição. Neste sistema, a 
distorção da perspectiva da imagem facial 
3D é corrigida eletronicamente fazendo 
exame no cliente da distância entre a face 
e a câmera na cena de crime. Para a 
superposição 3D e 2D das imagens 
faciaisl, a imagem 3D facial é ajustada 
exatamente para combinar a orientação e 
o tamanho da imagem 2D. Após a 
determinação da orientação e do tamanho 
de ambas as imagens, um modelo fino da 
 
 
Figura 1. Facial image 
identification system. 
A = 3D physiognomic 
range finder 
B = control computer 
C = host computer for 
superimposition 
D = flat surface color 
display 
E = color image scanner 
 
 
 
 
Figure 2. Comparison 
between the 3D and 2D 
facial images. 
A = frontal fine texture 
image reproduced from 
the 3D physiognomic 
data 
B = 2D facial image 
taken with the color 
image scanner 
C = 3D facial image 
adjusted to the 
orientation and size of B 
 
 
 
 
 27 
estrutura da imagem facial 3D é convertida 
à imagem da textura (figura 2C). A forma e 
os relacionamentos posicionais de 
componentes faciais entre as imagens 3D 
e 2D são examinados pelo 
desvanecimentoou limpam o modelo da 
imagem (figura 3). Neste sistema, 18 
pontos foram traçados as imagens 3D e 
2D para avaliar os dados antropometricos, 
nos pontos recíprocos que combinam 
entre ambas as imagens (figura 4, A e B). 
A distância entre os dois pontos 
selecionados e o ângulo entre os três 
pontos selecionados nas imagens 3D e 
2D automaticamente são medidas e 
mostradas em uma coluna no lado direito 
da exposição (tabela 1). 
Figure 3. Face-to-face 
superimposition of the 
3D and 2D facial images. 
A = vertical wipe image 
B = horizontal wipe 
image 
 
 
 
Figure 4. Plotting the 
anthropometrical points 
on the 3D (A) and 2D (B) 
facial images. Eleven 
points are closely 
consistent with each 
other. 
C = superimposition 
image of A and B 
 
 28 
Os pontos selecionados nas imagens 3D e nas 2D 
são sobrepostos na base de um ponto padrão, e o 
ponto recíproco para apontar diferenças entre 
ambas as imagens é comparado (figura 4C). A 
distância entre os dois pontos antropométricos 
correspondentes em ambas as imagens é 
calculada dos valores coordenados. 
O estudo experimental os dados 3D facial de 25 
examinandos masculinos japoneses foi obtido 
usando o finder physiognomic da escala 3D. As 
faciais obliquas 2D esqjerda dos examinandos 
foram feitas com uma câmera imóvel digital (Nikon, 
DS-505A, 50mm, f-1.4) em uma distância de 1.5 m 
a 2.5 m. Para avaliar imagens faciais 3D e 2D da 
mesma pessoa, a imagem facial 3D facial de cada 
examinando foi comparada à imagem facial 2D dez 
vezes, rendendo 250 superposições. 
No exemplo da pessoa diferente, imagens faciais 
3D examinando cada um foram comparadas às 
imagens 2D de outros 24 examinandos, rendendo 
600 superposições. Como mostrado em figura 5, 16 
pontos foram selecionados de 18 pontos neste 
estudo. Os pontos selecionados foram traçados em 
imagens faciais 3D e nas 2D e sobrepostos então 
na base subnasal (figura 6). A tabela 2 mostra o 
ponto recíproco à diferença do ponto em 16 pontos 
em figura 6. A distância média obtida de 16 pontos 
recíprocos às diferenças do ponto entre ambas as 
imagens foi usada como um critério combinando, e 
seu ponto inicial foi determinado. Para avaliar a 
propriedade do ponto inicial para o positivo 
verdadeiro, um caso modelo em que a 2D imagem 
facial de um examinando é identificada das 
imagens faciais 3D dos examinandos foi 
investigado experimental. 
Uma imagem facial obliqua do examinando 2, que 
foi feito exame com a câmera imóvel digital de 5 
medidores, foi usada como a pessoa do alvo (figura 
7). A qualidade da imagem facial 2D era a mesma 
classe que as imagens que foram submetidas em 
casos reais. A imagem facial 2D imagem facial da 
pessoa do alvo foi comparada com a cada uma das 
imagens faciais 3D de 25 examinandos. 
Resultados 
Os statistics descritivos são mostrados na tabela 3, 
including a distância média dos pontos recíprocos 
entre o 3D e as 2D imagens facial das mesmas 
 
 
 
Figure 5. 
Anthropometrical 
points on the 3D 
facial image. 
Sixteen 
anthropometrical 
points are used in 
this experimental 
study. 
1 = right 
entocanthion (r-
en) 
2 = left 
entocanthion (l-
en) 
3 = right 
ectocanthion (r-
ex) 
4 = left 
ectocanthion (l-
ex) 
5 = right alare (r-
al) 
6 = left alare (l-al) 
7 = subnasale 
(sn) 
8 = stomion (sto) 
9 = right cheilion 
(r-ch) 
10 = left cheilion 
(l-ch) 
11 = right zygion 
(r- zy) 
13 = right gonion 
(r-go) 
15 = gnathion 
 29 
pessoas em 25 examinandos. Os dados mostram 
que o sistema de medição para o ponto recíproco 
às diferenças do ponto including a determinação de 
pontos anthropometrical era reproducible e de 
confiança. 
 
(gn) 
16 = left 
superaurale (l-sa) 
17 = left 
subaurale (l-sba) 
18 = left tragion 
(l-t) 
 
A tabela 4 mostra detalhes 
estatísticos para a distância 
média na superposição entre a 
imagem de pessoas diferentes. A 
distância média na superposição 
da mesma pessoa variou de 1.4 a 
3.3. Entrementes, a escala da 
distância média no 
superimposition da pessoa 
diferente era 2.6 a 7.0. O valor 
médio da distância média era 2.3 
para a mesma pessoa e 4.7 para 
a pessoa diferente, 
respectivamente. A diferença dos 
meios entre ambos os casos era 
significativa no 0.001 nível da 
confiança (t = 37.8, positivo df = 
848).The falso (os lotes do 
negativo de FP)/false (FN) para o 
3D e a 2D identificação facial da 
imagem baseados na distância 
média são mostrados em figura 8. 
O erro médio da distância e da 
porcentagem no ponto do 
cruzamento de FP/FN era 3.1 e 
4.2 por cento. A fim eliminar 
identificações positivas falsas, o 
ponto inicial da distância média 
para o positivo verdadeiro deve 
ser reduzido a 2.5. A tabela 5 
mostra a distância média na 
imagem do superimposition de 25 
examinandos no caso modelo. 
Embora os examinandos 2, 5, e 
19 fossem incluídos sob o ponto 
do cruzamento de FP/FN, o 
examinando 2 mostrou a distância 
média sob o ponto inicial para o 
positivo verdadeiro (figura 9). 
Conseqüentemente, a 2D imagem 
facial da pessoa do alvo foi 
identificada como o examinando 2 
com certeza científica. A 
identificação da imagem de 
DiscussionFacial é realizada para 
 
 
Figure 6. 
Superimposition of the 
selected 
anthropometrical points 
on the 3D and 2D facial 
images. 
A = 3D 
facial 
image 
B = 2D 
facial 
image 
C = Superimposition 
image of A and B 
 
 
 
 
Figure 7. FP/FN plots for facial 
image identification. The 
average distance and 
percentage error at the FP/FN 
crossover point are 3.1 percent 
and 4.2 percent. 
FP = false 
positive 
FN = 
false 
negative 
 
 
 30 
determinar se uma imagem facial 
na cena de um crime é aquela de 
um suspeito. Embora a 
comparação morphological de 
componentes facial esteja usada 
principalmente identificando a 
imagem facial caso que os 
trabalhos, a orientação da 
imagem facial da cena de crime 
são diferentes daquele de um 
suspect's em a maioria de casos. 
Conseqüentemente, o 
examinador deve considerar toda 
a discrepância no angulation ao 
decidir-se se o dissimilarity entre 
componentes facial é real ou por 
causa das diferenças na 
orientação. Nesse caso, os 
índices baseados em medidas 
facial não podem ser usados 
como o indicador comparando 
ambas as imagens. O sistema 
facial computer-assisted da 
identificação da imagem que usa 
o finder physiognomic da escala 
3D foi desenvolvido para resolver 
os problemas descritos 
previamente (Yoshino et al. 
2000). Neste sistema, a projeção 
grating sinusoidal com o método 
do deslocamento de fase foi 
introduzida à medida da 
morfologia 3D da cara, de modo 
que o momento da operação para 
obter os dados 3D physiognomic 
fosse reduzido por um fourth 
comparado com o aquele do 
sistema velho (Yoshino et al. 
1996). 
 
 
Figure 8. The 2D 
facial image of 
the target person 
(Examinee 2). 
 
 
 
 
Figure 9. Superimposition of the 
2D facial image of the target 
person and the 3D facial 
images of examinees. The 
average distance is shown in 
the lower right corner of each 
facial image. 
A = Examinee 2 
C = Examinee 9 
E = Examinee 17 
G = Examinee 22 
B = 
Examine
e 5 
D = 
Examine
e 12 
F = 
Examine
e 19 
H = 
Examine
e 25 
 
Assim, sugeriu-se que o finder physiognomic da escala 3D poderia ser aplicado ao 
 31 
câmeras e um projetor, produzindo a análise anthropometrical. Como mostrado na 
tabela 1, a medida anthropological do 3D e as 2D imagens facial poderiam 
rapidamente ser feitas na exposição e seus dados compararam. Catterick (1992) 
aplicou o sistema image-processing para reconhecer fotografias facial por dois 
índices calculados de três medidas do facial do midline. Explicou que os

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