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APOSTILA - ABITEP – ODONTOLOGIA LEGAL_ 
www.concursosdeodontologia.com.br odontolegal@abitep.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ODONTOLOGIA LEGAL 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo Gomes 
 
 
 
 
 
APOSTILA - ABITEP – ODONTOLOGIA LEGAL_ 
www.concursosdeodontologia.com.br odontolegal@abitep.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 
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ODONTOLOGIA LEGAL 
 
 
INTRODUÇÃO: 
De uma forma objetiva, a ciência odontológica pode ser desenvolvida no campo preventivo, curativo e legal. 
O objeto da odontologia legal é representado por todos os conhecimentos odontológicos, sem exceção, desde a 
anatomia dos dentes e maxilares e demais matérias básicas, até as mais complexas especialidades (Radiologia, 
Prótese, Ortodontia, Implantodontia, Endodontia). 
 
O objetivo da odontologia legal é a aplicação desses conhecimentos, seja na elaboração, seja na execução das leis que 
deles carecem. 
 
Os dentes e os arcos dentários podem fornecer, em certas circunstâncias, subsídios de real valor para a solução dos 
problemas médico-legais e criminológicos, de sorte a constituir mesmo, às vezes, os únicos elementos com os quais 
pode contar o perito. (Arbenz) 
 
Casos clássicos são referidos na literatura mundial: incêndio da Legação Alemã em Santiago (Chile), sufocação e 
esganadura da septuagenária Madame Cremieux (Paris), caso da Grã Duquesa Anastásia Nicolaiewna, verificação da 
não identidade de um cadáver que se supunha ser de Luiz XVII, caso Joseph Menguele (Brasil) entre outros que 
pertencem à história da medicina e da odontologia legal. 
 
Oscar Amoedo – “L Arte Dentaire em Medicine Legale” Paris, 1898 – refere 37 casos em que as fichas de cirurgiões 
dentistas foram os únicos elementos que permitiram a identificação de vítimas e criminosos. 
 
No Brasil, Tanner de Abreu em seu livro “Medicina Legal Aplicada a Arte Dentária” em 1920, juntamente com o início do 
ensino da odontologia legal, instituído em 1931 na Universidade do Rio de Janeiro, foram os fatos de maior destaque na 
história da odontologia legal nacional. 
A odontologia legal é lembrada e ganha relevância no âmbito penal quando da identificação médico-legal, através da 
análise, estudo e comparação dos arcos dentários, realizadas em cadáveres putrefeitos, carbonizados, fragmentos 
ósseos e de ossadas, nos casos em que não se estabelece a identificação pelos meios usuais como, por exemplo, a 
dactiloscopia e o reconhecimento. 
Não há dúvida que esta é uma área de trabalho complexo e minucioso, altamente especializado e com grande 
importância, desenvolvida na maioria das vezes em conjunto com os médicos legistas, e que na maioria dos casos, esta 
atuação permite abreviar o tempo de identificação, assim como representa enorme economia de recursos quando 
comparado com métodos mais onerosos, como, por exemplo, o alto custo e dificuldades técnicas de um exame de 
tentativa de extração de material genético - DNA. 
No entanto, na esfera penal, a rotina de trabalho no cotidiano nos mostra que um grande contingente de procura pelos 
serviços odontolegais, junto ao IML, são representados por exames realizados em pessoas vivas, seja em perícias de 
exame de corpo de delito em lesão corporal, seja de exames de estimativa da idade, tanto para maioridade penal, bem 
como para crimes sexuais em menores de 14 anos de idade. 
Outra área de atendimento que vem sofrendo um aumento significativo é relacionada aos casos de responsabilidade 
profissional (erro odontológico), em que é verificada, além da presença ou não de lesão corporal e a conduta do 
cirurgião-dentista frente à indicação, ao planejamento e plano de tratamento proposto. 
A atuação da odontologia legal, na área criminal, também é considerada de grande destaque junto à Equipe de 
Sexologia Forense, em casos de violência sexual quando da presença de marcas de mordidas, deixadas pelo agressor, 
o confronto com os arcos dentários do(s) possível (eis) suspeito(s) encaminhados ao setor especializado de odontologia 
legal, pode excluir ou identificar o autor do delito. 
Assim, a atividade da odontologia legal na área criminal se distingue das demais atuações de cirurgiões dentistas por 
seu objetivo e por suas finalidades, além da própria complexidade que requer conhecimentos especializados, 
justificando amplamente a atuação do odontolegista, geralmente vinculado à medicina legal criminal e, portanto ao 
Instituto Médico Legal (IML). 
 
CONCEITO – ODONTOLOGIA LEGAL 
 
Não é fácil estabelecer com precisão o conceito de Odontologia Legal, uma vez que ainda persiste em certos meios, 
certamente por influência de certos autores, e mesmo por alguns professores, a idéia de que ela é uma especialidade 
odontológica independente da Medicina Legal, sem nenhuma vinculação com esta. Este entendimento é inadmissível, 
visto que os objetivos são comuns: servir ao Direito. A única diferença reside no fato de que o cirurgião dentista oferece 
subsídios altamente especializados do seu campo de atuação; mas é o que acontece, também, com o psiquiatra e 
outros especialistas. Arbenz. 
Desta maneira, abaixo disponibilizamos alguns conceitos de medicina legal, bem como outros de odontologia legal, 
preconizados por diversos autores: 
 
 
 
 
 
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www.concursosdeodontologia.com.br odontolegal@abitep.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 
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Conceito de Medicina Legal 
 
A arte de fazer relatórios em Juízo. – Ambroise Pare 
A arte de por os conceitos médicos a serviço da administração da Justiça. – Lacassagne 
É o conjunto de conhecimentos médicos e biológicos necessários para a resolução dos problemas que apresenta o 
Direito, tanto em sua aplicação prática das leis como em seu aperfeiçoamento e evolução. - Calabuig 
É a parte da jurisprudência médica que tem por objeto o estabelecimento das regras que dirigem a conduta do médico, 
como perito, e na forma que lhe cumpre dar às suas declarações verbais ou escritas. - Souza Lima 
O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na elaboração, 
auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina 
aplicada. – Hélio Gomes 
A aplicação dos conhecimentos médicos e biológicos na elaboração e execução das leis que deles carecem. - Flamínio 
Fávero 
Aplicação dos conhecimentos médicos ao serviço da justiça e à elaboração das leis corretivas. Tanner de Abreu 
 
Conceito de Odontologia Legal: 
 
Deste modo, podemos entender a odontologia legal como “A ciência que utiliza os conhecimentos biológicos e 
odontológicos com a finalidade de analisar, esclarecer e subsidiar a Justiça, dentro do seu campo de atuação, nos 
casos em que a verdade necessita ser apurada”. 
Sua finalidade precípua é a aplicação dos conhecimentos da ciência odontológica a serviço da Justiça. Moacyr da 
Silva. 
A profissão de dentista não foge aos domínios vastos da medicina legal. Pode-se, mesmo, afirmar que a odontologia 
oferece interessante campo às aplicações médico legais, dentre as quais sobreleva pela sua importância, pela sua 
maior freqüência, a que concerne ao problema da identificação. É esse, na verdade, o assunto de maior vulto e de 
aplicação mais rigorosa dentro dos limites traçados à odontologia. Tanner de Abreu 
É a arte de ampliar os conhecimentos odontológicos à ação dos poderes públicos – administrativo, judiciário e 
legislativo. Luiz Silva 
 
De acordo com a Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia (aprovado pela 
resolução CFO 63/2005), a odontologia legal é definida como sendo: 
 
Artigo 63 - Especialidade que tem como objetivo a pesquisa de fenômenos psíquicos, físicos químicos e biológicos que 
podem atingir ou ter atingido o homem vivo, morto ou ossada, ou mesmo fragmentosou vestígios resultando lesões 
parciais ou totais, reversíveis ou irreversíveis. 
Parágrafo único – A atuação da odontologia legal restringe-se a análise, perícia e avaliação de eventos relacionados 
com a área de competência do cirurgião dentista podendo, se, as circunstâncias o exigirem, estender-se as outras 
áreas, se disso depender a busca da verdade, no estrito interesse da justiça e da administração. 
Artigo 64 – As áreas de competência para atuação do especialista em odontologia legal incluem: 
a) Identificação humana 
b) Perícia em fórum civil, criminal e trabalhista 
c) Perícia em área administrativa 
d) Perícia avaliação e planejamento em infortunística 
e) Tanatologia forense 
f) Elaboração de autos, laudos, pareceres, relatórios e atestados 
g) Traumatologia odontolegal 
h) Balística forense 
i) Perícia logística no vivo no morto integro, ou em suas partes em fragmentos 
j) Perícias em vestígios correlatos, inclusive de manchas ou líquidos oriundos da cavidade bucal ou nela 
presentes 
k) Exames por imagem para fins periciais 
l) Deontologia odontológica 
m) Orientação odontolegal para orientação profissional 
n) Exames por imagens para fins odontolegais 
 
CAMPO DE ATUAÇÃO ODONTOLOGIA LEGAL 
A odontologia legal pode ser exercida em âmbito penal, civil, trabalhista e administrativo. 
PERÍCIAS ÁREA CIVIL 
Pode ser realizada pelo cirurgião dentista, uma vez nomeado pelo juiz, ou ainda como assistente técnico, nas seguintes 
situações: 
Responsabilidade profissional (erro odontológico), bem como de avaliar custos e estimativas de preços em decorrência 
de um tratamento odontológico e exames de estimativa de idade em casos de adoção de menores com idade 
desconhecida. 
 
PERÍCIAS ODONTOLÓGICAS NO CAMPO PENAL 
Em regra, são aquelas realizadas junto ao Instituto Médico Legal. No Estado de São Paulo, de acordo com o Decreto Nº 
42.847, de 9 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a estrutura organizacional da Superintendência da Polícia Técnico-
Científica, verificamos em seu Capitulo 3, SUBSEÇÃO III (do Instituto Médico Legal), artigo 6º (da Estrutura do IML), 
Parágrafo I (do Centro de Perícias) item d, a existência do Núcleo de Odontologia Legal. 
 
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O Núcleo de Odontologia Legal do IML tem a atribuição de realizar pesquisas no campo da odontologia legal e 
de proceder a perícias odontolegais, com a competência de realizar exames em vivos, em mortos e em 
materiais e peças relacionadas à sua área de atuação. 
Deverá promover o aprimoramento científico e tecnológico, desenvolvendo estudos e pesquisas no campo da 
odontologia legal, visando aperfeiçoamento de técnicas e criação de novos métodos de trabalho, embasados nos 
critérios científicos e bioéticos, bem como de divulgar e publicar os trabalhos científicos realizados; 
As perícias realizadas no NOL compreendem exames em vivos, em mortos e em peças. 
 
EXAMES EM VIVOS 
As perícias realizadas pelo NOL/IML em pessoas vivas compreendem os exames odontolegais de corpo de delito de 
lesão corporal, incluindo os casos de responsabilidade profissional envolvendo cirurgiões-dentistas; os exames de 
estimativa da idade pela avaliação do desenvolvimento dos dentes; a análises de marcas de mordidas e os exames de 
constatação. 
 
Lesão corporal 
O maior bem jurídico tutelado pelo Estado, é a vida. Deste modo, qualquer ofensa à saúde ou a integridade física e/ou 
psíquica do indivíduo, é passível de uma apuração pelos órgãos competentes que representam o Estado. Os exames 
de corpo de delito de lesão corporal são realizados em vítimas de agressões, acidentes de trânsito, atropelamentos e 
outras ocorrências, que tiveram comprometimento da cavidade bucal (mobilidades e fraturas dentárias, perdas de 
elementos dentários) e do complexo maxilo-mandibular (fraturas ósseas, desordens temporomandibulares). Uma vez 
constatada a presença de lesões corporais e fixado o nexo de causalidade, essas lesões são devidamente qualificadas 
e quantificadas em conformidade com o artigo 129 do Código Penal Brasileiro. 
 
Estimativa da Idade 
De acordo com a literatura (Arbenz, 1961; Gustafson, 1966; Altini, 1983; Arbenz, 1988; Travassos, 1998), em 
determinadas situações, os dentes e os arcos dentários podem oferecer informações de real valor, freqüentemente com 
resultados superiores e mais fiéis que aqueles obtidos com outras metodologias empregadas no estudo da estimativa 
da idade. 
Os exames de estimativa da idade realizados pelo NOL/IML compreendem os casos de pessoas que não possuem ou 
perderam o registro anterior da certidão de nascimento, ou aqueles em que existem dúvidas quanto a esse documento, 
ou ainda, quando há documentos contraditórios. Tais exames são solicitados para instruir processos de adoção de 
crianças, para auxiliar no estabelecimento da idade real de infratores que já possam ter atingido a maioridade penal (18 
anos), e para subsidiar investigações de violência sexual, cuja vítima seja menor de quatorze anos, o que caracteriza 
uma violência contra vúlnerável. 
 
Marcas de Mordidas 
As impressões dentárias (marcas de mordidas) deixadas no corpo de pessoas também são estudadas pelo NOL. Essas 
análises são solicitadas para documentar investigações de violência física. Os peritos procedem à sua descrição 
pormenorizada das características individualizadoras, a sua localização, efetuam tomadas fotográficas que permitam 
avaliar as suas dimensões reais. 
Esses dados compõe um arquivo próprio para eventual confronto com possível(eis) suspeito(s) encaminhados ao NOL, 
na tentativa de excluir ou de identificar a autoria do delito. 
 
EXAMES EM MORTOS E EM MATERIAIS 
 
As atividades realizadas pelo NOL em mortos ou em materiais compreendem a emissão de laudos técnicos periciais 
pertinentes à sua área de atuação, de acordo com a legislação em vigor. 
São realizadas perícias de identificação humana em vítimas quando não é possível a aplicação das técnicas de 
identificação papiloscópica as perícias que permitam auxiliar na identificação antropológica de esqueletos; os exames 
de estimativa da idade pela análise dos arcos dentários e respectivos dentes, as pesquisas em próteses dentárias e em 
fragmentos dentários e a análise de marcas de mordidas em cadáveres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PERITOS E PERÍCIAS EM ODONTOLOGIA 
 
PERÍCIA 
 
É toda operação ordenada por autoridade judiciária ou policial, que se destina a ministrar esclarecimentos técnicos à 
Justiça. 
O juiz, tendo de julgar causas, as mais diversas e complexas, precisaria possuir conhecimentos que abrangessem 
praticamente todas as províncias do saber humano. Como não é sábio, nem onisciente, precisa recorrer aos 
especialistas (Vicente de Azevedo). 
Dessa forma, todas as áreas de conhecimento humano têm condições de oferecer subsídios para tal fim (medicina, 
odontologia, biologia, toxicologia, engenharia, física, química, bioquímica,...) 
As perícias podem ser realizadas no vivo, no cadáver, no esqueleto, no local, em objetos. 
Perícias em vivos – lesão corporal, estimativa da idade, conjunção carnal, atos libidinosos, violências sexuais em geral, 
gravidez, parto, infortúnios do trabalho, dosagem alcoólica, exames toxicológicos. 
Perícias em cadáveres – identificação, realidade da morte, cronologia da morte, causa da morte, exames toxicológicos 
das vísceras e outros complementares, necropsia em mortes violentas e suspeitas. 
Perícias no esqueleto – identificação antropológica, diagnóstico da espécie, sexo, estatura, idade, achados de 
violência. 
Perícias em local e objetos – armas de fogo, impressões digitais, vestes, manchas, etc. 
 
 
CREDIBILIDADE DA PERÍCIA 
O juiz aceitará a perícia por inteiro ou em parte, ou não a aceitará em todo,podendo nomear outros peritos para a 
realização de novo exame. Art 182 do CPP e art 436 do CPC. 
CONCEITO – PERÍCIA MÉDICO LEGAL - ODONTOLEGAL 
O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na elaboração, 
auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina 
aplicada. - Hélio Gomes 
 
A aplicação dos conhecimentos médicos e biológicos na elaboração e execução das leis que deles carecem. - Flamínio 
Fávero 
 
PROVA TÉCNICA: 
São os meios pelos quais a inteligência busca a conquista da verdade (Vicente de Azevedo). 
A procura da verdade requer o emprego de meios competentes e idôneos para demonstrar (provar) legalmente a 
existência de um ato jurídico (Arbenz). 
Para Flamínio Fávero as provas podem ser objetivas e subjetivas: 
Subjetivas: confissão, prova literal, prova testemunhal, presunções. 
Objetivas: também conhecidas como indiciais, técnicas ou circunstanciais, compreendem as provas indiciais (indícios 
manifestos, próximos e afastados) e as provas técnicas. 
As provas técnicas são as que melhores subsídios oferecem na busca da verdade e são obtidas por meio da realização 
das perícias. 
 
PERÍCIA MÉDICO-LEGAL (ODONTOLEGAL) 
Conjunto de procedimentos médicos (odontológicos) e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de 
interesse da Justiça. 
É um exame técnico acurado e objetivo, com a finalidade de comprovar ou descaracterizar uma situação concreta, no 
caso de natureza médica (odontológica), para o devido enquadramento legal no âmbito do Inquérito Policial (Processo 
criminal 
 
Perícia Odontológica -“É toda sindicância promovida por autoridade policial ou judiciária, acompanhada de 
exame, em que, pela natureza do exame, os peritos são ou devem ser cirurgiões dentistas” (SOUZA LIMA). 
 
PERÍCIA: 
SEMPRE Direta 
Exame Indireto – Retrospectiva 
O relatório médico, minucioso e conclusivo, descrevendo o ato pericial constitui o Laudo Médico (Odontológico) Pericial. 
 
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PERÍCIA CONTRADITÓRIA: aquela que diferentes peritos chegam a conclusões diversas sobre a mesma matéria 
médica. Nesta situação cada qual fará seu laudo. 
 
PERITOS 
 São os especialistas ou técnicos especializados, dotados de profundos conhecimentos técnicos e práticos do 
ramo a que se dedicam. São profissionais legalmente habilitados nas mais diversas áreas do conhecimento humano 
(medicina, odontologia, engenharia, física, bioquímica). 
 São os peritos que têm por missão realizar exames, cujos resultados são de interesse num processo. O perito 
não defende nem acusa. Sua função limita-se a verificar o fato, indicando a causa que o motivou. Deve proceder a 
todas as indagações que julgar necessárias, devendo consignar, com imparcialidade todas as circunstâncias, sejam 
favoráveis ou não ao acusado. 
 A execução de uma perícia requer tranquilidade e ambiente livre de interferências de pessoas não incumbidas na 
tarefa. 
 
 
PERITO - COMPETÊNCIA E INVESTIDURA 
Perito: pessoa qualificada que experiente em certo assunto a quem incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse 
da Justiça quando solicitado. 
A qualidade de perito decorre em função de cargo ou nomeação para o desempenho desta atividade, assim sendo 
podemos identificar: 
 
PERITOS CONCURSADOS – Oficiais 
 
a. Processos Judiciais: 
- Instituto Médico Legal (Médico Legista – Perito Oficial da Secretaria de Segurança Pública) – obrigatório no Direito 
Penal 
- IMESC – Instituto de Medicina Social e Criminologia (Perito Oficial da Secretaria da Justiça) 
- Polícia Federal 
 
b. Processos Administrativos: 
- Previdência Social – INSS (médico Perito) 
- Departamentos Médicos de Pessoal – União, Estado ou Município 
 
PERITOS NÃO CONCURSADOS – Ad Hoc/Nomeados/Louvados 
 
a. Judiciais - são nomeados pelo Juízo em cada processo e considerados de confiança pessoal do Juiz: 
Processo Civil 
Processo Trabalhista 
Processo Previdenciário – Acidentário e Comum 
Processo Penal - exceção 
b. Administrativos – são indicados para atuarem como peritos em procedimentos administrativos: 
Processo CRM – CRO 
 
ASSISTENTES TÉCNICOS: 
Peritos de confiança das partes, contratados e indicados para o processo pelo Autor/Réu. Atualmente são admitidos 
na fase processual na área penal. (VIDE LEGISLAÇÃO ABAIXO) 
 
LIMITES DE ATUAÇÃO 
A atuação do perito é delimitada pelo grau de seu conhecimento médico, pelo exame pericial e pela legislação 
pertinente à matéria e deve obediência às situações de impedimentos legais e éticos. 
Código de Processo Penal 
Código de Ética Odontológico 
 Limites de Atuação do Perito: 
 CPP, art. 182. O Juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceita-lo ou rejeita-lo no todo ou em parte. 
 CPC, art. 436. O Juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou 
fatos provados nos autos. 
 CPC, art. 437. O Juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando 
a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. 
 
 
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CORPO DE DELITO 
Conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso, são os elementos materiais perceptíveis pelos 
nossos sentidos, resultantes da infração penal. 
Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo ser 
suprido pela confissão do acusado. 
 
EXAME DE CORPO DE DELITO – DIRETO (PROVA TÉCNICO CIENTÍFICA – PERICIAL) PROVA DOCUMENTAL 
EXAME DE CORPO DE DELITO- INDIRETO (TESTEMUNHAL) 
 
O Código de Processo Penal determina, como um princípio geral, a exclusividade dos Peritos Oficiais para exame 
técnico. CPP, art. 159 §1º: não havendo peritos oficiais, o exame será feito por duas pessoas idôneas, escolhidas de 
preferência as que tiverem habilitação técnica. (Redação anterior) - -vide nova Redação 
Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA - CASA CIVIL - SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS 
LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008. 
Mensagem de veto 
Vigência 
Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro 
de 1941 – Código de Processo Penal, relativos à prova, e 
dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Os arts. 155, 156, 157, 159, 201, 210, 212, 217 e 386 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – 
Código de Processo Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações: 
“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.” 
(NR) 
“Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e 
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida 
sobre ponto relevante.” (NR) 
“Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas 
em violação a normas constitucionais ou legais. 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadaspuderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da 
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão 
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 
§ 4o (VETADO) “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior. 
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso 
superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do 
exame. 
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a 
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração 
do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. 
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de 
intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) 
dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em 
audiência. 
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no 
ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos 
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. 
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á 
designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.” (NR) 
 
 
 
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“CAPÍTULO V 
DO OFENDIDO 
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja 
ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença 
da autoridade. 
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à 
designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do 
ofendido, o uso de meio eletrônico. 
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o ofendido. 
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas 
áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. 
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, 
podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações 
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.” (NR) 
“Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os 
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. 
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços separados para a 
garantia da incomunicabilidade das testemunhas.” (NR) 
“Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que 
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.” (NR) 
“Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à 
testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, 
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do 
seu defensor. 
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim 
como os motivos que a determinaram.” (NR) 
“Art. 386. 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, 
todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
Parágrafo único. 
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; 
” (NR) 
Art. 2o Aqueles peritos que ingressaram sem exigência do diploma de curso superior até a data de entrada em vigor 
desta Lei continuarão a atuar exclusivamente nas respectivas áreas para as quais se habilitaram, ressalvados os peritos 
médicos. 
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação. 
Brasília, 9 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Tarso Genro 
José Antonio Dias Toffoli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOCUMENTOS ODONTOLEGAIS 
 
Documento é uma declaração escrita para servir de prova. 
Documento médico-legal é uma declaração escrita, de interesse jurídico, firmada por médico, sobre matéria 
médica. 
Desta forma, podemos definir documento odontolegal como sendo uma declaração escrita, de interesse 
jurídico, firmada por cirurgião dentista, sobre matéria odontológica. 
 
FORMAS DE DOCUMENTO 
 
• RELATÓRIO 
AUTO 
LAUDO 
• PARECER 
• ATESTADO 
 
RELATÓRIO 
 
“É a narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma perícia, determinada por autoridade policial ou 
judiciária, a um ou mais profissionais anteriormente nomeados e compromissados na forma da lei” (FLAMÍNIO 
FÁVERO). 
 
“É a descrição ou narração escrita, minuciosa, clara e fiel de um fato médico, todas as suas circunstâncias e 
conseqüências” (SOUZA LIMA). 
 
“É a descrição minuciosa de um fato médico (odontológico) e de suas conseqüências, requisitada por autoridade 
competente.“ (TOURDES) 
 
É uma peça ou documento sempre de caráter oficial. 
 
1 - AUTO: 
É o relatório ditado ao escrivão logo após o exame feito (perícia) pelos odontolegistas. 
 
2 - LAUDO: 
É redigido pelos peritos, após a realização do exame pericial, que fazem uma descrição minuciosa, concluem e 
respondem aos quesitos. 
Traduz o resultado de uma perícia, isto é, a materialização do ato pericial. 
 
PARTES DO LAUDO: 
 
1 - PREÂMBULO 
É a apresentação do perito, do examinando, da autoridade requisitante – Deve conter: 
Qualificação da autoridade que determinou a perícia; 
Qualificação do perito; 
- Finalidade do exame; 
- Qualificação do examinado 
 
2 – QUESITOS 
- São perguntas formuladas pela autoridade requerente (foro criminal) e pelas partes (foro cível) 
- No foro criminal os quesitos, emgeral, são oficiais, havendo quesitos próprios para os diversos tipos de 
perícias. Podem ser solicitados quesitos acessórios ou suplementares. 
 
3 – HISTÓRICO 
É a apresentação breve dos fatos geradores da perícia. 
Deve conter: 
- Data, hora e local da realização do exame; 
- Natureza do evento: agressão, acidente,...; 
- Local e tipo de atendimento médico, tempo de internação 
 
4 - DESCRIÇÃO 
É o “Visum et Repertum”, a exposição precisa, fiel e minuciosa dos elementos colhidos no decorrer do exame, 
tal qual se apresentam, livre de qualquer suposição ou conclusão. Pode conter resultados de exames 
laboratorias, descrição de radiografias,.... 
Não se deve omitir ou acrescentar nenhum dado. 
- EXAMES LABORATORIAIS, 
- RADIOGRÁFICOS, 
- FOTOGRÁFICOS, 
- MODELOS, 
- PEÇAS PROTÉTICAS, 
 
 
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Não deve ensejar jamais diferenças com outros examinadores. Os fatos descritos de forma objetiva são a base 
sobre a qual se assentarão as partes restantes do relatório médico legal. 
É a parte mais importante do relatório odonto legal. 
 
5 - DISCUSSÃO 
É a interpretação dos fatos descritos, fazendo diagnósticos, prognósticos, quando possível. 
Podem ser acrescentados pareceres de outros profissionais e fundamentações doutrinárias. 
Visa à resposta aos quesitos (necessidade de se vincular a abordagem às perguntas formuladas). 
 
6 - CONCLUSÕES 
Compreende a síntese do laudo e seus anexos, visando justificar a resposta aos quesitos. Usualmente 
agrupada à Discussão. 
 
7 - RESPOSTA AOS QUESITOS 
Respostas objetivas: Sim, Não, Prejudicada (quando não há subsídios para a resposta, ou quando não é 
competência do perito), sem elementos, aguarda evolução, necessita de exame complementar. 
 
8 - DATA E ASSINATURA DO PERITO 
 
PARECER MÉDICO LEGAL - ODONTOLEGAL 
 
FÁVERO - “é um documento particular pedido a quem tenha competência especial no assunto, que independe 
de qualquer compromisso legal e que é aceito ou faz fé pelo renome de quem o subscreve”. 
 
É a resposta a uma consulta formulada à pessoa, comissões de profissionais ou uma sociedade científica sobre 
fatos referentes à questão a ser esclarecida. 
 
PARTES DE UM PARECER 
Não tem fórmula especial para a sua redação, mas em geral contém: 
PREÂMBULO - apresentação do consultado e consultante. 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS - objeto da consulta e quesitos. 
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES - o consultado faz uma análise escrupulosa e minudente de todos os fatos 
apresentados e consigna o seu ponto de vista, o seu parecer a respeito do assunto. 
RESPOSTA AOS QUESITOS 
DATA E ASSINATURA 
 
Para FÁVERO, em geral, não há exames a serem feitos. 
 
ATESTADOS 
 
“É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e de suas consequências” (SOUZA LIMA). 
É um documento particular em que se firma a veracidade de um fato e suas consequências. 
Para cumprir os objetivos legais, o Atestador deverá obedecer as condições: 
1. ter praticado o ato (exame, consulta, intervenção cirúrgica, biópsia, radiografia, etc.); 
2. estar legalmente habilitado para o seu exercício profissional; 
3. não estar suspenso por decisão judicial, do exercício profissional por força de penalidade; 
4. não estar sujeito à interdição temporária de direitos; 
5. não estar suspenso do exercício profissional por força de penalidade imposta pelo respectivo Conselho 
Profissional. 
 
TIPOS DE ATESTADOS MÉDICOS - ODONTOLÓGICOS 
 
Atestados clínicos 
 
 Tem múltiplas finalidades, entre as quais certificar condições de sanidade ou enfermidade, 
conseqüências de intervenções cirúrgicas, impossibilidade de comparecimento ao trabalho por determinado 
número de dias. Evitar-se sempre a expressão “para os devidos fins”. 
 São sempre fornecidos a pedido do interessado, o que se deve deixar bem claro, com exceção dos de 
sanidade (interesse para admissão trabalhista). 
 
Atestados para internação compulsória 
 
 Há doenças cuja notificação por parte dos médicos para as autoridades sanitárias é obrigatória, sob pena 
de infringir o CPB (art. 269) caso não realizada a notificação. Sua finalidade é fornecer elementos para as 
estatísticas demógrafo-sanitárias e permitir o emprego de outras medidas profiláticas, entre as quais o 
isolamento domiciliar, ou internação hospitalar compulsória. 
 
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Incluem-se as doenças profissionais e aquelas produzidas em virtude de condições especiais de trabalho (art. 
169 da CLT). 
 
 
Atestados para fins previdenciários 
São as comunicações dos infortúnios para a obtenção de benefícios previdenciários. 
 
Atestados judiciários 
Nesta denominação, estão incluídos os atestados requisitados por juiz, como ex. os que os jurados justificam 
suas faltas às sessões do Tribunal do Júri (Hélio Gomes). 
 
Atestados de óbito – Exclusivamente ato médico 
Têm a finalidade de firmar a realidade do óbito, fornecer elementos para a estatística demográfico-sanitária e 
esclarecer a causa jurídica da morte. 
 
Conforme o artigo 77 da lei 6.015 de 31/12/73 nenhum sepultamento será feito sem certidão oficial, extraída 
após a lavratura do assento de óbito em vista do atestado médico. 
 
No caso de cremação, o atestado de óbito deve ser assinado por dois médicos ou por um médico legista. 
Atestado de Óbito 
 
Art. 177 da Lei dos Registros Públicos exige apresentação da Declaração de Óbito para o assentamento de óbito no 
Cartório de Registro Civil. 
 
O atestado médico constitui as informações médicas da causa da morte a serem registradas, no campo IV da 
Declaração de Óbito. 
 
Juridicamente a morte pode ser violenta ou natural. 
 
Médico Assistente de acordo com o Código de Ética Médica: 
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência 
ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação 
médico-legal. 
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios 
de morte violenta. 
Médico Assistente pode atestar óbito como substituto, desde que saiba a causa da morte (por exemplo, 
paciente hospitalizado). 
 
SVO: morte natural sem causa determinada ou sem assistência médica. 
Em locais onde não há SVO, cabe ao médico da Secretária de Saúde (Centro de Saúde) firmar no atestado a 
morte sem assistência médica. 
 
IML: mortes violentas (agentes exógenos), mortes suspeitas, cadáveres desconhecidos, presos sob a 
responsabilidade do Estado. 
Mortes por patologias decorrentes no transcurso do tratamento de traumas (doença metatraumática). 
 
Atestado em Natimorto 
Art. 53 – Lei dos Registros Públicos: obrigatório o registro de óbito, mesmo em natimorto. 
Deve ser declarado tratar-se de óbito fetal. 
Obrigatoriedade do fornecimento do atestado recai sobre as perdas fetais tardias (a partir de 22 semanas de 
gestação, acima de 500 gramas). Nas perdas fetais precoces ou intermediárias a OMS recomenda que sejam 
preenchidas, para fins epidemiológicos e sanitários. 
 
Nascido Vivo 
Respiração após a expulsão ou qualquer outro sinal de vida, como batimentos cardíacos, pulsação do cordão 
ou movimentos voluntários. 
 
QUEM PODE ATESTAR? 
 
• Médicos 
• Cirurgiões-dentistas – dentro dos limites de seu campo de atuação profissional 
 
ATESTADO FALSO 
 
 Quando o fato atestado não corresponde à veracidade dos fatos. 
atestado médico falso - CRIME PRÓPRIO - MÉDICO artigo 302 do C.P.B. 
atestado odontológico falso - artigo 299 do C.P.B. – CRIME DENTISTA - Falsidade Ideológica. 
 
 
 
 
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IDENTIFICAÇÃO 
 
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO 
 
Identidade: conjunto de caracteresque individualiza uma pessoa ou uma coisa, fazendo-a distinta das demais. 
Arbenz diferenciava: 
Semelhança: é uma relação de qualidade 
Igualdade: é uma relação de quantidade 
Identidade: é a essência de uma coisa ser ela mesma 
 
Identificação: processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou uma coisa, ou conjunto de diligências 
cuja finalidade é levantar uma identidade. 
 
Processo de Identificação: 
- Primeiro registro 
- Segundo registro e comparação 
 
Reconhecimento = Método não científico, mas aceito legalmente. 
 
Métodos de identificação: 
- Fotografia 
- Tatuagens 
- Retrato falado 
- Estigmas 
- Antropometria 
- Associação de métodos 
- Arcada dentária 
- Dactiloscopia 
 
 
IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA / POLICIAL 
 
Papiloscopia 
 
É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos 
pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais. 
Papiloscopista 
 
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia. Especialista em identificação, desde a coleta dos vestígios papilares até 
o arquivamento. 
 
As papilas dérmicas são formadas por cristas papilares e sulcos interpapilares e se formam por volta do 6º mês de 
vida intra uterina, permanecendo imutáveis por toda a vida, até a putrefação. 
 
As cristas papilares estão separadas umas das outras pelos sulcos interpapilares, numa distância de dois a sete 
décimos de milímetro. 
 
A Papiloscopia é dividida em quatro partes: 
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares; 
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares; 
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; e 
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais. 
 
Qualidades: 
a) Unicidade: - Caracteres que diferenciam dos demais indivíduos 
b) Imutabilidade:- Permanência livre de ação de fatores endógenos ou exógenos. 
c) Perenidade:- Resistência ao tempo. 
d) Praticabilidade:- Facilidade na obtenção e no registro. 
e) Classificabilidade:- Facilidade em classificar e localizar o registro. 
 
Dactiloscopia:- Juan Vucetich 
Desenho digital das cristas papilares 
Delta:- (ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas: nuclear, basilar e marginal). 
Tipos ou figuras fundamentais:- 
Verticilo:- presença de dois deltas e sistema nuclear central (35%) 
Presilha externa:- um delta à esquerda do observador (30%) 
Presilha interna:- um delta à direita do observador (30%) 
Arco:- ausência de delta ou ausência do sistema nuclear (5%) 
 
 
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Tipos fundamentais 
O sistema de classificação idealizado por Juan Vucetich consiste em quatro tipos fundamentais a saber: 
 
 Arco: é o datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que atravessam o campo digital, apresentando em sua 
trajetória formas mais ou menos paralelas e abauladas ou alterações características. É representado pela letra A para 
os polegares e número 1 para os demais dedos. 
 
Presilha interna: é o datilograma com um delta à direita do observador, apresentando linhas que, partindo da esquerda, 
curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando laçadas. É representado pela letra I para os 
polegares e o número 2 para os demais dedos. 
 
Presilha externa: é o datilograma com um delta à esquerda do observador, apresentando linhas que, partido da direita, 
curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando laçadas. É representado pela letra E para os 
polegares e o número 3 para os demais dedos. 
 
Verticilo: é o datilograma com um delta à direita e outro à esquerda do observador, tendo pelo menos uma linha livre e 
curva à frente de cada delta. É representado pela letra V para os polegares e o número 4 para os demais dedos. 
 
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Subtipos: 
Verticilo: circular, ovoidal, espiral e sinuoso X Ganchoso. 
Presilhas: longitudinais, transversais e verticiladas. 
Arco:- simples e angular 
 
Anomalias congênitas: são classificadas como 7º tipo sendo divididas em: 
1º Polidactilia: caracteriza-se pela incidência de mais de 5 dedos na mão. 
2º Ectrodactilia: caracteriza-se pela falta congênita de um ou mais dedos na mão. 
3º Sindactilia: caracteriza-se pela união de dois ou mais dedos na mão. 
Cicatriz: símbolo X, classifica-se como 8º tipo quando não for possível determinar o tipo fundamental da impressão 
devido a deformidade causada. 
Amputação: símbolo 0, classifica-se como zero ou 10º tipo na classificação, caracterizada pela falta da falange distal, 
salvo nos casos de anomalias congênitas. 
 
 
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Formula Dactiloscópica = Mão direita - Série 
 Mão esquerda- Seção 
 
 Polegar Demais Dedos 
Direita Fundamental Divisão 
Esquerda Subclassificação Subdivisão 
 
 Exemplo: A 2443 
 I 2221 
 
Fórmula Dactiloscópica 
 
 Polegar Demais dedos 
 Verticilo V 4 
Presilha Externa E 3 
Presilha Interna I 2 
Arco A 1 
Amputação 0 0 
Inqualificável X X 
 
 
Pontos Característicos do Sistema de Vucetich 
Estipulou-se em número de 9 (nove) os pontos característicos que são "acidentes" presentes entre as cristas 
papilares e utilizados para identificar as impressões papilares através de suas coincidências. Podem ser encontrados 
até 150 em uma única impressão digital completa, sendo identificados com a seguinte nomenclatura e forma: 
 
 1- Ponto - Como o próprio nome sugere, é como um ponto final de uma frase escrita que se encontra entre duas 
linhas. 
 
 
 2- Ilha ou Ilhota - É pouco maior que um ponto e se caracteriza por ser o menor pedaço de linha da impressão digital, 
medindo aproximadamente de dois à quatro pontos de comprimento. 
 
 
 3- Cortada - É um pedaço pequeno de linha de duas à quatro vezes maior que uma "ilha" 
 
 
 4- Extremidade de linha - É todo final de linha seguida pelo estreitamento das duas linhas paralelas que a ladeiam. 
Esse estreitamento deve ser considerado para que não seja confundido com uma interrupção do desenho da linha, 
causado por agentes externos à formação natural da mesma. É o ponto característico mais comum em uma impressão 
digital. 
 
 
 
 5- Bifurcação - Quando se analisa uma impressão, faz-se observando-a circularmente no sentido horário tomando-se 
como base do raio (ou ponteiro) a parte mais central do desenho. Feito isso, conclui-se que, as linhas que se seguem 
nesse sentido e abrem-se em duas outras formam uma Bifurcação. 
 
 
 
 6- Confluência - Da mesma forma que a bifurcação porém, em sentido contrário, ou seja, quando duas linhas seguem 
no sentido horário e, em dado momento, juntam-se em uma única linha, formando assim uma confluência. 
 
 
 
 7- Haste ou Arpão - Dá-se o nome de Haste ou Arpão ao ponto quando um segmento de linha forma um apêndice na 
linha, semelhante a uma haste ou uma "fisga de arpão" de pesca podendo ser confundida com uma pequena 
confluência ou bifurcação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 8- Ponte ou Anastomose - Ocorre quando duas linhas são ligadas por um seguimento curto formando entre elas uma 
ponte de ligação, semelhante a anastomose das folhas das plantas.9- Lago ou Encerro - Esse ponto é formado por uma abertura da linha e seu fechamento logo em seguida, formando 
com isso uma espécie de "bolha" na linha. 
 
 
 
Possibilidade de repetição: 
Com 4 tipos fundamentais e pontos característicos = acima de 10 quatrilhões 
Com 2 acidentes em um dedo = 16 
Com 12 acidentes em um dedo = acima de 16 milhões 
 
Estabelecimento da identidade 
(Odon Ramos Maranhão) 
Âmbito mundial =17 elementos ou pontos 
Serviço policial = regra dos 12 pontos (marcar 8 a 12 acidentes) 
 
(Genival Veloso França) 
12 pontos 
 
A legislação brasileira, pelo uso e costume, exige a coincidência de, no mínimo, 12 (doze) pontos idênticos, na mesma 
localização, com a mesma "nomenclatura" e sem nenhum ponto discrepante, para atestar uma identidade. 
 
Impressões em locais de crime 
As impressões em locais de crimes podem ser encontradas de três formas básicas: 
Moldadas: quando as impressões são encontradas em materiais que permitem a modelagem em baixo relevo (massa 
de fixar vidro por exemplo), tendo o perito que fotografá-la aplicando à mesma uma luz oblíqua para produzir sombra 
nos sulcos do molde, revelando assim o desenho formado pelas cristas papilares e ou poderá moldar tal impressão com 
material apropriado como silicone ou gesso, por exemplo. 
Visíveis ou entintadas : quando as impressões são deixadas visíveis no local por ter o agente manuseado substâncias 
como tinta, sangue, graxa, sujeira etc. sendo fácil sua localização tendo no entanto o perito que fotografá-las para o 
estudo que se fizer necessário. 
Latentes: São as impressões mais comuns por serem produzidas por substâncias segregadas pelo próprio corpo do 
agente como suor e gorduras. 
 
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL: ANTROPOLOGIA 
Espécie 
 
Sangue 
 
Provas genéricas: 
 
De orientação: 
Reação de Adller: (benzidina + acido acético + H2O2 ) = azul intenso 
Reação de Amado Ferreira: (benzidina + acido láctico + H2O2) = verde bandeira 
Reação de Kastle Meyer ou Kastle Scheeds Meyer (fenolftaleina + potassa) = vermelho fucsina 
Reação de Van-Deen (solução alcoolica de tintura de guaiaco) = azul claro 
 
De certeza: 
Espectroscopia – espectro de absorção da hemoglobina (faixa) nas raias de Fraunhofer. 
 
Cristais de Teichmann (acido acético a quente + NaCl) = cristais de hemina (cloridrato de hematina) = cristais 
romboédricos de cor havana – chocolate. 
Cristais de Hemocromogênio: (soda + piridina + glicose + H2O) = cristais arborescentes alaranjados. 
 
Provas Especificas: 
Uhlenhuth – albumino reação com soro anti humano ou soro de cada espécie animal 
Coombs – anti globulina humana (soro de Coombs) 
 
 
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Provas Individuais 
ABO 
MN 
Rh 
 
Esperma 
 
Sinais de orientação – propriedades físicas 
Forma: irregular (lâmpada de Wood) 
Cor: branca/amarelo citrino progressivamente escura (lâmpada de Wood) 
Odor: sui generis 
Consistência: coagulação 
 
Sinais de probabilidade 
Cristais de Florence – reagente de Florence (lugol = iodo metalóide + iodeto de potássio + H2O) = cristais romboédricos 
marrom amarelado de iodeto de colina. 
Cristais de Barberio – ácido pícrico = cristais amarelos 
Dosagem de Fosfatase ácida 
 
Provas de certeza 
Prova de Corin – Stockis = esfregaço com espermatozóide 
Soro anti-esperma 
Christmas Tree 
 
Ossos 
 
Macroscopicamente morfologicamente pelas dimensões e características anatômicas 
Microscopicamente pelos canais de Havers 
 
Características Homem Animal 
Forma Elíptica ou Irregular Circular 
Diâmetro Superior a 3 µm Inferior a 25 µm 
Número 8 a 10 por mm2 Superior, chegando a 40 por mm2 
 
Pelos 
 
Prova Química: 
Alfa-naftol – trata-se o fio pelo acido sulfúrico e junta-se Alfa-naftol, cor violeta e dissolução completa = fibra vegetal; 
caso contrario pelo animal. 
Timol – água, timol e o fio, se for algodão = violeta. 
 
Diferença entre pelo humano e animal: 
 
Camada Humano Animal 
Medula Falta ou reduzida – células invisíveis Grande diâmetro – células grandes 
Córtex Espessa – pigmento fino Delgada- pigmento granuloso 
Cutícula Delgada – lisa Espessa - com lacunas 
Diâmetro 24 a 100 micra 
150 – 160 micra (pelo pubiano) 
> 160 – 170 micra 
Índice 
Medular 
0,20 a 0,35 > 0,40 
 
 
Raça ou Etnia (Brasileiro sem tipo definido) 
 
Tipos Étnicos 
Caucásico 
Mongólico 
Negroide 
Indiano 
Australóide 
 
Elementos de caracterização racial 
Índice Cefálico -Formula de Retzius = largura x100 / comprimento do crânio 
Dolicocéfalo = < 75 
Mesaticéfalo = 75 a 80 
Braquicéfalo = > 80 
 
 
 
 
 
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Índice Tíbio femoral e Radio umeral 
 
Índice Raça negra Raça branca 
Tíbio femoral Superior a 83 Inferior a 83 
Radio umeral Superior a 80 Inferior a 75 
 
Ângulo Facial 
 
Raças 
 Caucásica Mongolóide Negra 
Jacquart 76,5º 72º 70,3º 
Cloquet 62º 59,4º 58º 
Curvier 54º 53º 48º 
 
Sexo 
Biológico – cromossomial, gonadal, cromatínico, genitália interna e externa. 
Jurídico 
Psíquico (identificação do próprio indivíduo) 
Médico Legal: Cadáver (putrefeito, carbonizado, etc) – restos de órgãos identificadores (útero, ovário, próstata); 
Corpúsculo de Barr. 
 
Esqueletizado. 
 
Crânio 
 
Caracteres Anatômicos Homem Mulher 
Capacidade 1.400 cm3 ou mais 1.300 cm3 
Apófises mastóideas Rugosas e proeminentes Pouco proeminentes 
Arcos superciliares e Glabela Salientes Suaves 
Frontal Inclinação posterior Verticalizado 
Rebordos (cristas) supraorbitários Rombos Cortante (afilados) 
Côndilos occipitais Longos e delgados (sola de 
sapato) 
Curtos e largos (forma de rim) 
Ângulo Nasal Pronunciados Suave 
Mandíbula Peso médio – 80g Peso médio – 63g 
 
Tórax 
 Homem = cone invertido 
 Mulher = ovóide 
 
Pelve 
 
Caracteres Anatômicos Homem Mulher 
Em geral Rugosa, com inserções musculares 
marcadas 
Lisa, com inserções pouco proeminentes 
Forma De coração Circular 
Íleo Alto Baixo 
Articulação sacro ilíaca Grande Pequena e mais obliqua 
Acetábulo Grande e dirigido para o lado Pequeno e dirigido antero lateralmente 
Buraco obturador Grande e oval Pequeno e triangular 
Corpo do púbis Triangular Quadrangular 
Sínfise do púbis Alta Baixa 
Ângulo subpubiano Estreito e em forma de V Amplo e em forma de U 
Sacro Longo, estreito e pouco curvo, 
podendo ter mais de 5 segmentos 
Curto, largo e marcadamente curvo em 
S1-2 e S3-5, c/ 5 Segmentos 
 
 
Idade 
Idade Fetal: aspecto morfológico, pela estatura e pelos Raios X (Tabela de Told). 
Crescimento fetal: 6,0 cm no 1º trimestre e 5,5 do 4º mês em diante. 
Recém nascido: 48 a 50 cm de estatura e de 3000 a 3500g de peso 
 
Ponto de Béclard – núcleo de ossificação da epífise distal do fêmur que aparece no 9º mês de vida intra uterina. 
 
Idade pelos Dentes 
Primeira dentição: mínimo 5 meses e máximo 36 meses, sendo as médias 7 meses a 26 meses. 
Segunda dentição: mínimo 5 anos e máximo 28 anos, sendo a média 5,5 a 6 anos e 18 anos. 
 
Presume-se: 
32 elementos dentários (16/16) idade superior a 18 anos 
 
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28 elementos dentários (14/14) idade entre 14 e 18 anos 
24 elementos dentários (12/12) menor de 14 anos. 
 
Ossificação 
 
 Núcleos de ossificação 
 Soldadura das epífises (cartilagem de crescimento) 
 
Núcleo de ossificação Período de surgimento 
Epífise radial 18º a 24º mês de vida 
Ulna 5-8 anos 
Pisiforme 10-13 anos 
Semilunar e Piramidal 4-7 anos 
Trapézio e Trapezóide 5-8 anos 
Capitato e Hamato 4-5 anos 
 
Idade entre 14 e 21 anos: Raio X de punho e mão direitos: trapezóide é o osso com melhor índice de segurança. 
 
 
Soldadura das epífises Masculino Feminino 
Radio 20-21 anos 18-19 anos 
Ulna 19-20anos 17-18anos 
 
Estatura 
 
 Em vivo e no cadáver medição direta. 
Esqueletizado – medida dos ossos longos e utilização das tabelas de Broca; Etiénne Rollet; Trotter e Gleser; 
Mendonça; Lacassagne e Martin. 
 
Identificação pelos Dentes 
 
Importante em carbonizados e esqueletizados. 
Depende de registro prévio do dentista da vítima (ficha odontológica). 
 
Processo em identificação baseado em (Sistema Odontológico de Amoedo) 
- Característica de cada dente 
- Caries 
- Detalhes de cada restauração 
- Próteses 
- Aparelho ortodôntico 
- Ausência de elementos dentários 
- Cor, erosão, limpeza e malformações. 
 
Sistema de anotação da Federação Dentária Internacional: 
- 11 a 18 – maxilar superior direito 
- 21 a 28 – maxilar superior esquerdo 
- 31 a 38 – mandíbula esquerda 
- 41 a 48 – mandíbula direita 
 
Impressão Dentária – possibilita a identificação de um indivíduo com as marcas da mordida baseado no 
número, posição, forma e dimensões dos elementos dentários, assim como de presença ou ausências, 
disposição dos dentes, modificação do eixo dentário e problemas de oclusão. 
 
Outros Métodos de Identificação 
 
Palatoscopia ou rugoscopia palatina 
- Baseado na impressão das saliências existentes no palato que constituem facetas imutáveis. 
- Disposição das rugas: inicial, complementar, sub-inicial e sub-complementar. 
 
Queiloscopia 
- Impressões labiais 
 
Superposição de Imagens (crânio-foto-comparativo ou Método de Piacentino) 
Superposição de foto com crânio 
Superposição crânio facial por vídeo 
 
Sistema Otométrico de Frigério: distância entre pavilhão auricular e parede craniana (ângulo aurículo temporal), 
diâmetro máximo e mínimo da orelha. 
 
 
 
 
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Radiografias 
 
Comparação de radiografias com atenção aos seios frontais e maxilares, marcas vasculares da artéria 
meníngea media, presença de prótese, mal formações, placas metálicas (osteossíntese) e consolidações 
viciosas. 
 
A identificação pode ser possível por radiografia dentária, desde que exista radiografia anterior e sejam 
evidentes os confrontos de características individualizadoras. 
Impressão Digital Genética do DNA 
 
Registro da Voz (Kersta) 
Método eletro acústico, com utilização do sonógrafo, baseado nas particularidades de cada indivíduo. 
 
RECONSTRUÇÃO FACIAL FORENSE 
 
Trata-se de uma técnica auxiliar nos processos de identificação humana. É baseada em uma sobreposição de 
imagem de uma determinada pessoa desaparecida em um crânio desconhecido. 
Existe a possibilidade de se realizar a reconstrução facial em duas dimensões, por meio de desenhos e 
sobrepondo camadas de tecido mole sobre imagem radiográfica ou a fotografia do crânio utilizando-se dos 
conhecimentos baseados no retrato falado. Atualmente os estudos estão direcionados para as reconstruções em três 
dimensões, ou seja, conseguidas por meio de esculturas modeladas em material plástico ou argila, como também 
utilizando os recursos de programas de imagens computadorizadas. 
 As técnicas utilizadas têm como base uma média na espessura da profundidade dos tecidos moles sobre 
diversos pontos craniométricos. Exames complementares de rotina utilizados nas ciências forenses têm contribuído 
para a melhora desta técnica uma vez que a utilização de tomografia computadorizada poderá auxiliar no 
estabelecimento da espessura dos tecidos moles na face. 
No entanto alguns fatores como sexo, idade, etnia e até mesmo estado nutricional e hábitos usuais de indivíduo 
podem influenciar nas diferentes espessuras dos tecidos moles sobre a face. 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO ODONTOLEGAL 
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO 
 
Desde as épocas mais remotas, a civilização humana preocupou-se em conhecer e identificar seus membros e, para 
evitar atitudes prejudiciais aos integrantes dos grupos sociais - ou coibir manifestações que pusessem em risco os 
privilégios das castas dominantes - foram estabelecidas punições. Uma das mais antigas citações, o Código de 
Hamurabi - da época pré-cristã – relacionava procedimentos punitivos àqueles que roubassem ou delatassem, adotando 
a Lei de Talião: olho por olho, dente por dente. 
 
Ao que tudo indica, o processo de identificação de criminosos originou-se do procedimento de marcar, com ferro 
aquecido ao rubro, a fronte e as espáduas do culpado, denominado sinal do ferrete. Outra forma de castigo era a 
amputação de uma determinada parte do corpo. 
 
No Brasil, à época da escravatura, o processo de marcar escravos fugitivos recapturados de quilombos era usual, e só 
foi abandonado após a promulgação da Lei Áurea, no século XIX. 
 
Atualmente, há a necessidade de identificar o indivíduo ao longo de toda a sua existência - ao nascimento, durante a 
vida escolar, no decorrer da atuação profissional, e até mesmo em atividades de lazer. Desta forma, a identificação 
humana é imprescindível nos âmbitos social e jurídico - seja este de alçada cível, seja de alçada criminal. 
 
A identificação também é uma das modalidades de perícias de âmbito criminal. O processo de identificação mais 
freqüentemente utilizado no Brasil é a dactiloscopia – desenvolvida em 1891 por Vucetich, na Argentina -, que se baseia 
nos desenhos e pontos característicos presentes na polpa digital (falange distal) dos dedos das mãos. 
 
A análise dessas particularidades permite estabelecer, com certeza, a identidade de um indivíduo, uma vez que essa 
técnica respeita os requisitos biológicos de unicidade, perenidade e imutabilidade - imprescindíveis em um processo de 
identificação -, e contempla os requisitos técnicos de praticabilidade e classificabilidade. 
 
Entretanto, há situações em que não é possível aplicar a datiloscopia, como aquelas que envolvem cadáveres 
carbonizados, putrefatos ou mesmo esqueletizados, nos quais houve destruição das polpas digitais dos dedos. 
 
A par desse tipo de ocorrência, os índices de violência vêm crescendo de maneira alarmante no Brasil, e os requintes 
de crueldade são cada vez mais comuns, contemplando carbonização, decapitação ou até mesmo esquartejamento da 
vítima. Também há os casos em que o agressor, para tentar impedir a identificação da vítima, mutila-a e/ou destrói suas 
impressões digitais e características físicas, principalmente as faciais. Em tais circunstâncias, a identificação é tarefa 
árdua e investigativa, e deve ser realizada por profissionais que tenham conhecimentos de ciências biológicas e 
periciais. 
 
 
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A identificação dos indivíduos é imprescindível, e permeia todos os aspectos das relações humanas, tanto no âmbito 
social quanto no âmbito jurídico - foro cível ou criminal – (Arbenz, 1988). Para Gomes (1997), é condição indispensável 
à convivência social a posse de documento que assegure a fácil identificação de cada indivíduo. A existência legal de 
uma pessoa é definida pelo nascimento com vida e seu devido registro civil, assim como a pessoa deixa de existir 
legalmente com o devido assento de óbito no Cartório de Registro Civil e, como se sabe só se pode emitir a Declaração 
de Óbito da pessoa perfeitamente identificada. 
 
Identidade é: ...3. Conjunto de circunstâncias que determinam precisamente uma pessoa. – 4. Conjunto de caracteres 
pessoais que serve para individualizar as pessoas...” (Nova Cultural, 1999; p.505). Também Rojas (1936) definiu 
identidade como o conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa, distinguindo-a das outras e Ribeiro, em 1949, 
já considerava a identidade ”um fato e não uma convenção; torna-se, pois necessário fixar meio inequívoco e único de 
prová-la, legalmente, para facilitar a prática de atos civis dos indivíduos, na vida jurídica, isto é, nas relações familiares, 
sucessórias, contratuais, políticas, no exercício de todos os direitos e obrigaçõespessoais que se baseiam na certeza 
da identidade individual” 
 
Para Simas Alves (1965), identidade é o conjunto de caracteres físicos, funcionais ou psíquicos, normais ou patológicos, 
que individualizam determinada pessoa, e identificação é o emprego de técnicas especiais para determinar a identidade 
de alguém. 
 
Sob o ponto de vista médico-legal, identificar é estabelecer que um indivíduo - vivo ou morto - é ele mesmo. Em 
Hollanda (1986), identificar é “determinar a identidade”. Assim, a identificação é a determinação das características que 
distinguem uma pessoa da outra, ou seja, é a determinação da pessoa (Webster, 1930). 
 
Fávero (1991) ressalta que, pela identificação, estabelece-se a identidade, realiza-se um diagnóstico, qualifica-se; 
portanto, a identificação é um processo, uma sucessão de atos. Também Simonin (1966) parece concordar com essa 
ótica de identificação como um processo, quando postula que identificar é comparar as imagens sucessivas de uma 
pessoa, ou suas marcas deixadas, e estabelecer os caracteres de semelhança. 
MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO 
 
A identificação humana é um dos assuntos que maiores desafios trouxe às civilizações ao longo da história (Paiva, 
1999). 
E, ao longo da história da humanidade, diferentes métodos de identificação foram propostos, destacando-se aquele 
preconizado por Bertillon. Esse método era calcado em um tríplice assinalamento de caracteres: antropométricos 
(assinalamento antropológico); somatoscópicos (assinalamento descritivo); e sinais particulares (cicatrizes, quelóides, 
tatuagens, manchas, amputações). O autor procurava, com base na observação desses caracteres, construir um 
sistema que pudesse classificar e individualizar as pessoas. 
 
O processo de identificação física pessoal deve contemplar as seguintes particularidades (França, 1998): 
a) Unicidade - conjunto de caracteres que torna o indivíduo diferente de todos os outros. 
b) Imutabilidade - os elementos registrados devem permanecer sempre, sem sofrer a ação de qualquer fator 
endógeno ou exógeno. 
c) Perenidade - capacidade que alguns elementos têm de resistir ao tempo. 
d) Praticabilidade - elementos de fácil obtenção, e cujo registro também seja fácil. 
e) Classificabilidade – execução que permita não apenas a classificação adequada, mas que também 
proporcione fácil acesso às fichas. 
Tradicionalmente, as três primeiras particularidades – a, b e c - são denominadas requisitos biológicos, e as duas 
últimas – d e e – são conhecidas como requisitos técnicos. 
 
Atualmente, a dactiloscopia - estudo baseado na análise das impressões digitais - é o processo usual de eleição para o 
estabelecimento da identidade humana, pois apresenta os requisitos biológicos e técnicos necessários aos processos 
de identificação. 
 
Na identificação médico legal, sob o aspecto físico, consideramos que o desenvolvimento da técnica de identificação 
humana pode ser subdividido em 02 categorias: 
1. A identificação de ordem geral ou reconstrutiva; 
2. A identificação individual ou comparativa. 
 IDENTIFICAÇÃO DE ORDEM GERAL (RECONSTRUTIVA) 
 
• Investigação da espécie animal 
Características morfológicas e estudos histológicos 
Exame dos arcos dentários, do sangue e de pêlos. 
 
• Investigação do sexo 
Calcula-se que o exame do esqueleto completo permite diagnóstico diferencial em 94% dos casos. 
 
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Ossos da pelve, crânio, tórax, fêmur, 1ª vértebra cervical (átlas). Em geral os ossos femininos são mais 
delicados, com extremidades articulares em menores dimensões e inserções musculares menos 
pronunciadas, entre outras observações. 
 
• Estimativa da idade 
Centros de ossificação; 
Estágio de mineralização dos dentes (Altini, 1983; Gustafson, 1966); 
Osteofitose; 
Sinostoses - soldadura dos ossos do crânio, que se iniciam por volta de 35 a 40 anos, às vezes menos. 
Cada sutura inicia o processo de sinostose em determinada idade, que pode sofrer alterações individuais, 
algumas vezes intensas. 
 
• Estimativa da estatura 
Aplicação de tabelas baseadas no comprimento dos ossos longos; fêmur, tíbia, fíbula, rádio, ulna, úmero. 
 
• Determinação do biótipo 
Longilíneo - predomínio dos membros sobre o tronco - indivíduo alto; 
Brevilíneo - predomínio do tronco sobre os membros indivíduo baixo; 
Normolíneo - equilíbrio entre o tronco e os membros. 
 
• Investigação da cor 
 Buscar dados que permitam afirmar que o esqueleto apresenta características compatíveis com 
negros (melanodermas), brancos (leucoderma), amarelos (xantoderma), ou se é resultado de uma 
miscigenação. O estudo se orienta, principalmente, no valor de uma série de índices e ângulos cranianos. 
IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL (COMPARATIVA) 
 
Cada pessoa possui individualidade morfológica do esqueleto que a distingue de seus semelhantes por 
caracteres próprios. 
 
O processo de identificação individual compreende obrigatoriamente três fases: 
• o primeiro registro, 
• o segundo registro e 
• comparação. 
• 
A identidade obtida através dessa categoria apresenta um alto grau de confiabilidade e precisão, sendo 
que aqui se insere a odontologia legal que contribui sistematicamente para os procedimentos de 
identificação. 
 
Podem ser utilizadas, na comparação, radiografias intra e extra-bucais, modelos de gesso dos arcos dentários, ficha 
odontológica e/ou médica que forneçam dados suficientes para esta comparação. 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
 
Nesse contexto insere-se a medicina legal, que contribui significativamente com a justiça. Em um primeiro momento, 
esse ramo da medicina pesquisa a causa mortis, o que auxilia no estabelecimento da causa jurídica do fato e, muitas 
vezes, permite a apuração da responsabilidade penal nos casos de mortes violentas. Em um segundo momento – com 
a aplicação dos conhecimentos da antropologia física -, a medicina legal pode ser o único meio capaz de estabelecer a 
identidade de uma pessoa. 
 
Essa identificação é necessária não apenas no âmbito do direito criminal - subsidiando as investigações policiais -, mas 
também na esfera cível – possibilitando a aplicação de instrumentos relacionados aos direitos de herança, de sucessão, 
de pensão etc. Isto porque, se o atestado de óbito não for emitido nominalmente, não há como proceder à partilha dos 
bens, requerer pensão ou realizar outros procedimentos que são praxe após a morte, pois, oficialmente, a pessoa não 
morreu. 
 
Mas, embora em determinadas situações a atuação médico-legal seja a única forma de identificar uma pessoa, as 
dificuldades encontradas pela equipe pericial para realizar essa tarefa não são poucas, seja pela carência de recursos 
tecnológicos, seja pela escassez de dados para a comparação. Essa última dificuldade pode decorrer do grau de 
destruição das peças a serem periciadas, ou da má qualidade da documentação apresentada para o confronto. 
 
Entretanto, e apesar dessas dificuldades, o trabalho pericial deve ser pautado na minuciosa aplicação de técnicas de 
confiabilidade comprovada, o que é fundamental para prover o poder judiciário de esclarecimentos adequados. 
ODONTOLOGIA LEGAL 
 
Com freqüência, os arcos dentários permanecem conservados mesmo em cadáveres carbonizados, mutilados, ou 
naqueles cujas características físicas estão muito destruídas. Assim, é possível analisar as particularidades anatômicas 
presentes nessa região - sejam elas próprias do indivíduo, sejam resultantes de tratamento(s) odontológico(s) 
 
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realizado(s) -, o que faz com que a odontologia legal seja de suma importância nos processos de identificação humana, 
atingindo, muitas vezes, resultados irrefutáveis diante da justiça. 
 
Do ponto de vista jurídico, a odontologia legal pode oferecer esclarecimentos técnicos de relevância em questõespericiais de âmbitos penal, cível e trabalhista. E muito embora – como anteriormente mencionamos - a identificação 
humana permeie todas as áreas do convívio humano, social e/ou jurídico, as perícias de identificação médico e 
odontolegal são competência exclusiva dos peritos que atuam no âmbito criminal. Esses exames periciais são 
realizados por médicos legistas e odontolegistas, geralmente lotados em Institutos Médico-Legais. 
 
O Estado de São Paulo ainda não contempla a carreira de odontolegista, mas o organograma (artigo 6º, item I-d) 
constante do Decreto nº 42.847/98 – de 09 de fevereiro de 1998 - que criou a Superintendência da Polícia Técnico 
Científica (SPTC), prevê a criação do Núcleo de Odontologia Legal (NOL), subordinado ao Centro de Perícias Médico 
Legais do Instituto Médico Legal de São Paulo (IML/SP), e a implantação da citada carreira (São Paulo, 1998). O 
NOL/IML/SP tem a competência de realizar perícias e pesquisas no campo de atuação da Odontologia Legal. 
EXAME DE VÍNCULO GENÉTICO - DNA FORENSE 
 
Com o crescente desenvolvimento da biologia molecular, as técnicas de investigação que empregam as seqüências 
do ácido desoxirribonucléico (DNA) vêm sendo utilizadas em quase todas as áreas das ciências biológicas e permeiam 
até mesmo as relações humanas. 
 
Mas, embora os periódicos especializados e os jornais e revistas de informações gerais apregoem ser esse método a 
solução para todos os problemas médico-legais, especialmente no que concerne aos processos de identificação, a 
extração de material biológico para a realização de exames de DNA ainda padece de limitações (Gomes, 2001). 
 
O Instituto de Criminalística de São Paulo (IC), órgão oficial de Perícias Criminalísticas do Estado de São Paulo, dispõe 
atualmente de serviço especializado nessa técnica, preferencialmente para casos que estejam vinculados à área penal. 
 
A Resolução SSP 194/99 - de 02 de julho de 1999 – (São Paulo, 1999), estabelece normas para a coleta e os exames 
de material biológico voltados à identificação humana. Nesse instrumento, há um protocolo de esclarecimento, que 
informa o(s) membro(s) da família sobre os objetivos da retirada da amostra de sangue – que, no caso previsto na 
citada resolução, atuará como padrão de confronto na análise do DNA. 
 
Assim, o(s) membro(s) da família que se dispuser(em) a ceder o material, autoriza(m) de livre e espontânea vontade a 
sua retirada, ciente(s) de que o material biológico retirado será utilizado exclusivamente para efeitos de investigação 
científica forense, com o objetivo precípuo de preservar seus direitos ou, se for o caso, os direitos de seu parente. 
 
Em algumas das perícias médico-odontolegais realizadas para identificação que não obtiveram resultado conclusivo, 
foram coletados - e acondicionados em local apropriado - alguns ossos e elementos dentários para posterior tentativa 
de extração de DNA para confronto, na expectativa de um eventual surgimento de suspeito. 
 
A competência legal dos procedimentos de coleta, armazenamento e encaminhamento de material biológico para o 
Núcleo de Biologia Forense do Centro de Exames e Análises e Pesquisas (CEAP) do Instituto de Criminalística - 
responsável pela extração e análise de DNA – é do médico legista, no IML, e do perito criminal, quando o vestígio for 
encontrado em um local de crime. 
 IDENTIFICAÇÃO PELOS ARCOS DENTAIS 
 
Em algumas situações, entretanto, não podemos contar com o sistema de identificação dactiloscópico, como nos casos 
de carbonizados, mutilados, afogados, ou seja, em ocorrências que fogem dos padrões habituais. Nessas 
circunstâncias, devemos eleger outros meios para a realização das identificações. E é justamente em ocorrências dessa 
ordem que a odontologia legal pode oferecer subsídios de real valor - senão os únicos – para o estabelecimento da 
identificação humana, afirma Arbenz (1988). O autor ressalta, ainda, que o perfeito conhecimento das particularidades 
anatômicas normais - macroscópicas e microscópicas - dos dentes humanos é indispensável para o sucesso dessas 
perícias. 
A odontologia legal desempenha importante e decisivo papel na identificação de corpos vitimados por acidentes de 
massa (Stevens, 1970; Lundevall, 1976; Puego et al., 1993). 
 
Conforme salienta Silva (1997), o valor da odontologia nas perícias de identidade reside no princípio universalmente 
aceito e que declara: “Um mesmo indivíduo não possui dois dentes absolutamente iguais entre si; no mundo não 
existem duas bocas iguais”. Desta forma, os elementos dentários podem fornecer informações decisivas para a 
identificação humana (Halik, 1991), e a análise criteriosa e a interpretação das características dos dentes e dos arcos 
dentários possibilitarão que o odontolegista, em muitas ocasiões, logre êxito no estabelecimento da identificação 
humana. 
Nas últimas quatro décadas, os estudos odontolegais têm sido reconhecidos como o mais confiável método de 
identificação (Gladfelter, 1989; Clark, 1994), pois apresentam resultados tão exatos quanto aqueles obtidos com o 
emprego da papiloscopia (Phillips, 1993). 
 
Katz & Cottone (1988) destacam a importância da odontologia forense na identificação humana. E Melani (1999) 
complementa, lembrando que, freqüentemente, são os parâmetros odontolegais que indicam características individuais 
que permitem - por meio do meticuloso confronto entre registros e características dentais - o estabelecimento da 
 
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identidade humana. O autor vai além quando pondera que, apesar de a odontologia legal ser um método de 
identificação predominantemente comparativo, o crescente avanço tecnológico e científico dessa e de outras áreas do 
conhecimento possibilita, atualmente, reconstruções de alto grau de precisão no campo pericial. 
 
Embora a odontologia legal não se restrinja à análise dos elementos dentários, a grande resistência e as propriedades 
de conservação das características estruturais dos dentes são fatores importantes em investigações direcionadas à 
identificação: dois de seus principais componentes, o esmalte e a dentina, apresentam alto grau de dureza. O esmalte é 
um tecido duríssimo, de origem ectodérmica, que forma uma capa protetora, de espessura variável, sobre a superfície 
da coroa: constituído por cerca de 96% de hidroxiapatita, 2% de matéria orgânica e 2% de água, é o tecido calcificado 
mais duro do organismo humano. A dentina, juntamente com a polpa, constituem o corpo do dente: suas propriedades 
físicas assemelham-se muito àquelas do tecido ósseo, mas sua resistência é maior, pois é um tecido conjuntivo 
avascular e mineralizado, cuja composição é de aproximadamente 70% de matéria inorgânica, 18% de matéria 
inorgânica e 12% de água (Melani, 1999). 
 
As perícias de identificação pelos dentes e pelos arcos dentários podem ser realizadas no ser vivo, no cadáver, no 
esqueleto, em dentes ou em fragmentos dentários encontrados em determinado local (Arbenz, 1988). 
 
 O precário estado de conservação, e a incompleta presença dos tecidos remanescentes são problemas comuns 
para a equipe pericial (Sada & Arroyo, 1985). Assim sendo, a eficiente atuação - mediata e imediata - no local de crime 
facilitará o exame perinecroscópico, que é o ponto de partida imprescindível nos casos de identificação. 
 
 Para tanto, o corpo deve ser examinado – ainda no local do crime -, para a verificação dos (eventuais) danos nos 
arcos dentários, e é necessário anotar – registrar – os danos constatados em todos os tecidos que compõem essa 
região. Tal conduta auxilia a localização de fragmentos à volta do corpo que, segundo Eckert (1981), podem ser: 
• Estruturas anatômicas: partes dos ossos da mandíbula e da maxila; 
• Elementos dentários: dentes avulsionados; 
• Restaurações: obturações, coroas, incrustrações etc. 
• Trabalhos protéticos: próteses removíveis, aparelhos ortodônticos, próteses totais

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