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REVISÃO CIÊNCIA POLITICA - UNESA

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Ana Carolina Silveira 
 
REVISÃO DE CIÊNCIA POLÍTICA 
CONCEITO 
A ciência politica estuda o Estado e as suas relações com os grupos humanos. Estuda, ainda, os 
agentes políticos internos que lutam pela conquista, aquisição e pelo exercício do poder, ou 
pelo menos de influencia-lo, visando a satisfação dos seus interesses. 
POLITICAGEM: Política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações 
insignificantes. 
 A "politicagem" como degradação da política - Embora a política seja o meio por 
excelência pelo qual o grupo social atinge seus interesses, uma forma equivocada de 
se entender o conceito vem sendo utilizada com o intuito de neutralizar os poderes da 
cidadania e atender os interesses privados de poucos. Por esta razão, faz-se 
importante definir o conceito de política em detrimento de suas formas degradadas, 
posicionando a vontade do cidadão no centro da vida comunitária. 
APOLITISMO: princípio que se caracteriza pela ausência de política. 
POLÍTICA E PODER 
Se a política não pode ser compreendida sem que entendamos o conceito de poder, é possível 
afirmar que este consiste na habilidade dos indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios 
interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência de outras pessoa s. 
Sabemos que por vezes, o exercício do poder envolve o emprego direto da força, mas a força 
daí emanada costuma-se considerar ilegítima. O - poder legítimo - é aquele exercido sob o 
consentimento daqueles a quem cumpre seguir as prescrições estabelecidas. Este tipo de 
poder, costuma-se denominar de autoridade. 
DISCURSO POLITICO 
É o meio de transmissão de ideias que o individuo se utiliza pra atingir um publico alvo. Em 
virtude do publico alvo o discurso politico será moldado para atender um nível cultural, 
educacional e financeiro dos receptores 
• Forma de estabelecer relacionamento 
FINALIDADE: Gerar convencimento. 
PÚBLICO ALVO: São aqueles destinatários do discurso publico. 
RETÓRICA 
 
É a arte de falar e escrever bem, a arte de se expressar bem. 
Escolher as melhores palavras para um discurso, adequadas para o publico. 
 
 
PERSUASÃO: Convencer o ouvinte do jeito que você quer. 
DISCURSOS 
O discurso politico tem como característica expressar ideias de forma argumentativa e 
persuasiva. É de se notar, então, que o discurso politico concede visibilidade para o exercício 
da cidadania, no qual o cidadão, procura impor ideias, valores e projetos, recorrendo à força 
que possuem as palavras. 
• DISCURSO DELIBERATIVO 
Vai falar de uma coisa boa ou má que vai acontecer no futuro com objetivo de 
convencer o ouvinte. 
• DISCURSO JUDICIÁRIO 
Discurso feito pelos operadores do Direito, feito para falar de algo injusto ou justo que 
aconteceu no passado com o objetivo de convencer o julgador. (campo da razão) 
• DISCURSO EPIDICTICO OU VITUPÉRIO 
Discurso religioso no campo da moral, vai falar do digno ou indigno no ato de tentar 
comover o ouvinte no presente. (campo da emoção) 
A ORIGEM DO ESTADO 
 NATURALISTA: Formação do Estado de forma espontânea, sem a convergência da 
vontade de diversos homens. O ser humano é um “animal politico” inclinado a fazer 
parte de uma polis, a cidade, entendida esta como sociedade politica. Assim, para os 
naturalistas, a cidade precede a família e até mesmo o individuo, tendo em vista que 
responde a um impulso natural do ser humano. 
O homem se juntou a sociedade por uma necessidade natural. 
 
• Filósofo Aristóteles : “ O homem é por natureza um animal social.” 
 
 CONTRATUALISTA: A formação do Estado ocorre mediante concretização da vontade 
de diversos homens. 
O contratualismo é uma linha teórica que abarca várias teorias com características 
diversas, embora unidas todas elas pela ideia central de que o Estado é fruto de um 
contrato (ou pacto) entre humanos. Como linha teórica abrangente, tem por 
pretensão analisar os fundamentos que explicam o surgimento da sociedade, do 
Estado, bem como aqueles que justificam a autoridade política. Por isso, é no interior 
do espaço teórico -filosófico por que transitam estas teorias que são estudados 
importantes conceitos como soberania, poder político, estado de natureza, leis 
naturais, além, é óbvio, o próprio conceito moderno de Estado. 
O homem se reuniu a sociedade porque pensou que havia uma vantagem em se 
reunir. 
 
 
 
 
 
 
• Thomas Hobbes: A sua concepção antropológica afirma que o homem é 
naturalmente mal e egoísta, sendo que o Estado surge como forma de controlar os 
"instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da 
vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário, porém, que o soberano tenha 
amplos poderes sobre os súditos, que devem transferir o seu poder ao governante, 
agindo este como soberano absoluto, a fim de manter a ordem. Esta concepção vai 
fundamentar o Estado absolutista moderno e repercutir enormemente entre os 
estudiosos da teoria e filosofia políticas pós – Hobbes. 
- O ser imaginário, Leviatã, sobrevivia dos humanos, ele era o Estado. 
 
ESTADO DE NATUREZA: Luta de todos contra todos. 
Orgulho e vaidade (conatos) te levam ao que você quer (a gloria) mas o medo da 
morte violenta te faz temer. 
 
• John Locke: Na concepção do filósofo inglês, aos direitos naturais à vida, à 
liberdade e à propriedade (anteriores a qualquer decisão política tomada pelos 
detentores do poder) se junta, como garantia de que serão estes respeitados, o direito 
a resistir ao tirano que não estiver apto a garanti-los. 
- O homem é bom; 
- Sem lei escrita temos um homem sujeito natural, essencial ter liberdade; 
- Não adianta ter vida sem liberdade; Liberdade bem mais precioso do homem. 
 
ESTADO DE NATUREZA: Não é um estado de luta e sim cooperação fundado sob a 
racionalidade humana. 
 
• Jean Jacques Rousseau: - O contratualismo rousseauniano parte do 
pressuposto da necessidade de se estabelecer um pacto legítimo, que lhes devolva a 
liberdade natural perdida com o surgimento das relações sociais. Para isso, o corpo 
soberano formado pelo povo (concomitantemente súdito e soberano) é quem detém 
os poderes para elaborar as leis, de forma a reforçar a concepção de legitimidade 
advindo desta (as leis são dirigidas a quem as fez). Assim, o governo (corpo 
administrativo) está absolutamente limitado pela vontade geral (lei) do povo soberano 
que tem a função de submeter as vontades particulares. Com isso, a visão 
rousseauniana concebe que a representação política não deve se dar por meio de uma 
democracia representativa, mas sim por intermédio de uma democracia direta, nos 
moldes daquela experimentada pelos gregos. Embora a participação democrática do 
povo se aprofunde no pensamento rousseauniano, neste não encontramos uma boa 
fundamentação para os hoje denominados direitos fundamentais, visto que a vontade 
geral (lei do ponto de vista político) se impõe contra qualquer outro direito. 
- Falava em contrato social, um acordo entre os indivíduos, pra ele contrato que não 
trata da propriedade, não interessa; 
- A natureza fez o ser humano diferente, se reúne a sociedade de forma voluntaria , 
para tentar se igualar, porem o que iguala é a lei; 
 
 
- Justo: Vontade Geral Estado justo deve discutir a vontade de geral. 
- Pacto: Tomada de consciência, desigualdades  Pessoa rica tem mais acesso a 
liberdade; 
 
ESTADO DE NATUREZA: Individuos isolados nas florestas, garantindo a sobrevivência 
com que se pode extrair da natureza, prevalecendo a paz, comunicando-se com 
gestos, gritos e cantos (estado de felicidade original – bom selvagem) 
O homem é naturalmente bom por natureza, a sociedade que o corrompe.Formação de grupos sociais acaba por corromper o homem. 
 
COLETIVISTA 
Legitimidade  A sociedade voluntariamente obedece a esse ser imaginário, Estado 
comando de poder. 
 
• Hans Kelsen (LEGAL): DIREITOINDIVIDUOESTADO 
O Direito diz o que o individuo é, que diz o que o Estado é. 
- Fala da lei; 
- O ordenamento jurídico impõe condutas, um fundamento que se chama legitimidade 
legal, que é quando a sociedade obedece voluntariamente, pois o povo quer a lei seja 
cumprida. 
 
• Karl Marx (FORÇA): INDIVIDUOESTADO 
O individuo é capaz de definir o Estado, tanto que os burgueses definiram o Estado 
para se protegerem. 
- Tudo era de todos, até que houvesse uma Revolução dividindo tudo. Cada um com 
sua parte. 
- Força de trabalho retira os redentores (poderosos) do meio de produção, com 
objetivo de enriquecer todos do meio ativo, não só do redentor. 
- Cada individuo trabalha pelo bem de todos. 
- Dentro do capitalismo você é preso do burguês, no comunismo você é livre. 
 
• Hegel: ESTADOINDIVIDUO 
O Estado é o ápice da inteligência. O Estado é a alma, você o corpo. 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO 
 POVO – nacionais ( natos , naturalizados ), o povo é elemento constitutivo (orgânico) 
do Estado, consubstanciado na sociedade com vínculo jurídico com o Estado e entre si. 
Como elemento constitutivo do Estado, o povo é sujeito de poder público. 
 
 
 POPULAÇÃO – Expressão numérica, demográfica, ou econômica que abrange o 
número de pessoas que vivem no território de um Estado ou mesmo que se achem 
nele temporariamente. Não necessita de uma vinculação jurídica especial para que 
 
 
alguém se inclua numa população. Assim, a expressão não tem sentido jurídico e não 
pode ser usada como sinônimo de povo. 
 
 NAÇÃO – Identidade cultural; Pessoas podendo conter estrangeiros, Expressão 
utilizada durante a Revolução Francesa (século XVIII), para traduzir o povo como 
unidade homogênea, servindo para externar tudo quanto se referisse ao povo. Nesse 
sentido, se falava em governo da nação ou soberania nacional. 
 
 TERRITÓRIO – É o aspecto físico, terra, ar e agua. É elemento constitutivo material do 
Estado, ao passo que, sem ele, não existe Estado. Surgiu da necessidade de se 
delimitar um determinado espaço, para que se evitasse o surgimento de conflitos e 
para que se especificasse a atuação espacial do poder soberano. 
 
1. Não existe Estado sem território. Perdendo seu território, o Estado desaparece, 
ressalvados os casos de perda temporária ou parcial; 
2. O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado; 
3. Sendo o âmbito da ação soberana, o território é objeto de direito do Estado, tendo 
este com aquele uma relação, inclusive, de domínio; 
 
 PODER POLITICO: É a possibilidade efetiva que tem o Estado de obrigar os indivíduos a 
fazer ou não fazer alguma coisa, e seu objetivo deve ser o bem público. Quando o 
poder, no seu exercício não visa ao bem publico , não é mais o Poder do Estado, não é 
mais um direito, não obriga jurídica e moralmente; É apenas força , a violência de 
homens que estão no governo. 
PODER SOBERANO 
 Impõe a população o dever de retirar do seu bolso e dar ao governo em força de 
tributos; 
 Impõe um dever, uma ação ou não ação; 
 Uma relação de subordinação; 
• Santo Tomé de Aquino: Não nega a essência divina, aparta a fé e a razão fazes de uma 
mesma moeda, porem, situadas em planos distintos. A origem do poder politico vem de Deus, 
porem o uso do poder e a maneira de exercê-lo provêm dos homens. 
 • Jean Bodin: A soberania é una, indivisível, irrevogável, perpétua, indelegável, ou seja, é um 
poder supremo que não pode ser desafiado por qualquer tipo de oposição. 
 
LEGITIMIDADE E LEGALIDADE COMO FUNDAMENTOS DA SOBERANIA ESTATAL 
 LEGITIMIDADE: Se atrela ao grau de lealdade de todos os seus cidadãos, ao grau de 
adesão por convicção. 
• Que tem as qualidades requeridas pela lei 
• Neste tipo e poder, a pessoa não obedece a autoridade do líder ou de uma tradição 
injustificada, mas tão somente a racionalidade da lei, feita de forma abstrata, 
igualmente valida para todos, sendo por isso mesmo superior à própria vontade do 
governante. 
 
 
• No Estado Democrático de Direito, a fonte básica de legitimação do poder politico é 
a lei, principalmente a Constituição, que é a norma ápice do Estado, bem como o 
filtro axiológico sob o qual as lei infraconstitucionais devem ser interpretadas. As 
normas jurídicas são impessoais e destinadas a todo corpo social. 
• Max Weber: Na visão de Weber o Estado, na qualidade de detentor do 
poder soberano, tem monopólio legitimo de uso da força. 
Para Weber, 3 são as hipóteses de exercício do poder legitimo: 
 
- O Poder Tradicional: Típico das monarquias, que independe da legalidade 
formal; 
- O Poder Carismático: Normalmente exercido pelos lideres autênticos, que 
interpreta, os sentimentos e as aspirações do povo, muitas vezes contra o 
direito vigente; 
- O Poder Racional: É exercido pelas autoridades, investidas pela lei, havendo 
coincidência necessária, apenas neste caso, entre legitimidade e legalidade; 
 
 LEGALIDADE: Poder da lei 
A SOBERANIA NA VISÃO DOS CONTRATUALISTAS 
 
 HOBBES = ABSOLUTA 
LOCKE = LIMITADA 
ROUSSEAU = VONTADE GERAL 
WELFARE STATE 
 
O Estado do Bem-estar também é conhecido por sua denominação em inglês, Welfare State. 
Os termos servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões 
mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos. 
FORMAS DO ESTADO 
 
 UNITÁRIO: Unidade de poder politico, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o 
território do Estado. 
1. É politicamente centralizado 
2. Há apenas uma Constituição e uma única ordem jurídica. 
3. Apenas o Poder Central é expresso. 
 
FEDERAL: Se caracteriza pela existência de Estados-membros sem soberania (mas com 
autonomia e capacidade de auto organização politico administrativa) e sem direito de 
secessão, ou seja, sem o direito de separar-se da União. 
1. É politicamente descentralizado. 
2. Há manifestação do poder constituinte derivado decorrente (Constituições Estaduais). 
3. A vontade regional é considerada pelo Poder Central. 
 
 
 
FEDERAÇÃO: País Independente. 
CONFEDERAÇÃO: É um tratado com países autônomos. 
 
FORMAS DE GOVERNO 
• ARISTÓTELES 
 FORMAS PURAS (BUSCAM O INTERESSE GERAL) 
1. MONARQUIA – GOVERNO DE UM SÓ; 
2. ARISTOCRACIA – GOVERNO DE VARIOS; 
3. DEMOCRACIA – GOVERNO DO POVO; 
 
 FORMAS IMPURAS (BUSCAM CONVENIENCIAS PARTICULARES) 
1. TIRANIA – CORRUPÇÃO DA MONARQUIA; 
2. OLIGARQUIA – CORRUPÇÃO DA ARISTOCRACIA; 
3.DEMAGOGIA – CORRUPÇÃO DA DEMOCRACIA; 
• MAQUIAVEL 
Rejeitava a distinção entre formas puras e impuras. Para ele, a classificação deve partir da 
ideia de que os governos se sucedem em ciclos, sendo inútil diferi-los em bons ou maus. 
Para ele o que ocorre são os ciclos de governo. 
MONARQUIA  TIRANIA 
ARISTOCRACIA  OLIGARQUIA 
DEMOCRACIA  DEMAGOGIA 
 
A politica como ela é e não como deve ser. 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERISTICAS FUNDANTES DA REPUBLICA E DA MONARQUIA 
 REPUBLICA 
 
- TEMPORALIDADE: Mandato com prazo de duração pré-determinado. Para evitar o 
continuísmo, vedam-se as reeleições sucessivas. 
- ELETIVIDADE: Eleito pelo povo que sempre participa do processo eleitoral de 
escolha. 
- RESPONSABILIDADE: O chefe de governo é politicamente responsável, ou seja, deve 
prestar contas de seus atos, diretamente ao povo, ou indiretamente a um órgão de 
representação popular. 
 
 MONARQUIA 
 
- HEREDITARIEDADE: Transmissão de direitosem virtude dos laços de sangue. 
- VITALICIEDADE: Condição atribuída ao término do direito de ser o monarca somente 
ocorre com a morte ou comprovada ausência de condições de cumprir suas 
atribuições. 
- NÃO REPRESENTATIVIDADE POPULAR: O exercício da função de monarca não 
decorre da escolha popular.

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