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ESTADO, PODER E GOVERNO

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30/09/2022 15:01 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/6
1 - ESTADO, PODER E GOVERNO 
 
A compreensão da formulação do Estado-Nação tal como se coloca atualmente é fundamental para o
entendimento sobre os pilares da organização da sociedade moderna. A origem desta estrutura de
Estado e forma de organização encontra-se no Iluminismo, consolidada nas obras de Hobbes (Leviatã) e
Montesquieu, sobre Estado absoluto e tripartição de poderes, respectivamente. 
 
O objetivo aqui é elucidar as origens históricas e os conceitos principais na formação do Estado
moderno, bem como as suas conectividades com a política, o poder e o governo. Para tanto, esta aula
está dividida em seis seções, conforme segue. 
 
1.1 Dois pontos de vista: sociológico e jurídico 
 
Justamente por ser elemento central na organização da sociedade, as teorias de Estado são múltiplas.
Os dois pontos de vista principais são o de natureza jurídica e sociológica. A abordagem jurídica tem
como foco principal a formulação e a manutenção dos três grupos de direitos fundamentais: 1) direitos
civis: igualdade e liberdade; 2) direitos políticos: manutenção de um Estado de Direito (democracia); 3)
direitos sociais: saúde, educação e assistência social. 
 
Já a abordagem sociológica se concentra nas definições do Estado como elemento organizador da
sociedade como um todo e não somente de direitos e obrigações dos indivíduos. 
 
1.1.1 Marxismo e funcionalismo 
 
No caso das teorias sociológicas sobre o Estado, há duas vertentes que se destacam: o marxismo,
fundado basicamente no princípio de que é a infraestrutura, isto é, a forma como os homens se
organizam para produzir e distribuir a riqueza é que determina a superestrutura jurídica, política e
social. 
 
Importante recordar que, por um princípio de dialética, Marx esclarece que, depois de formadas, a infra
e a superestrutura podem se influenciar e se alterar em ordem invertida. Já no caso da vertente
funcionalista de Hobbes, a base é a tripartição de poderes, isto é, a divisão do poder antes absoluto em
três: executivo, judiciário e legislativo. Esta divisão está feita de forma funcional, de acordo com o que
se defende ser as funções do Estado: a capacidade de manter a ordem pública; defender seus membros
uns dos outros (administrar a justiça) e defender seu território e seu povo de terceiros. 
 
 
1. 2 Estado e sociedade 
 
Para se compreender a relação entre Estado e sociedade, é fundamental entender o homem como
“animal político por natureza”. Isso quer dizer que os problemas políticos derivam da necessidade do
homem de viver em sociedade. A etimologia da palavra política nos revela este sentido: do grego polis,
significa vida em comum. 
 
Assim, pode-se definir política de pelo menos duas formas: 1) a organização social que procura atender
à necessidade natural de convivência dos seres humanos; 2) toda ação humana que produza algum
efeito sobre a organização, funcionamento e os objetivos de uma sociedade. 
 
Ou, ainda, como definiu Bobbio (1987, p. 64), “é a arte por meio da qual os homens se associam com o
objetivo de instaurar, cultivar e conservar entre si a vida social”. Em sendo assim, Estado e sociedade se
articulam por meio da política e, portanto, surge a necessidade de se estabelecer formas de essa
articulação ocorrer sem coerção ou qualquer outro mecanismo que considere o interesse das minorias
em detrimento dos demais. 
 
Importante ressaltar que no Estado-Nação moderno a família ainda continua como o embrião político da
sociedade que está dividida em classes sociais, como trabalhadores, empresários, sindicatos e governo,
em que cada um busca os seus interesses e tenta otimizar o seu bem-estar econômico e social. Sendo
assim, a sociedade deve se articular para cobrar do Estado seus direitos. 
 
1.2.1 Governantes e governados 
 
Para caracterizarmos a diferença entre governantes e governados, é importante recuperar a definição de
Estado e diferenciá-lo de governo: a) Estado: ordem jurídica soberana que tem por fi m o bem comum
de um povo situado em um território; 
b) governo: sistema pelo qual está organizada a administração de um país. 
 
30/09/2022 15:01 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6
Assim, os elementos constitutivos clássicos do Estado-Nação são a existência de um povo, residente em
um território demarcado e organizado politicamente sob um governo. 
 
Essa definição se estabeleceu no mesmo momento histórico em que as declarações dos direitos
americanos e franceses influenciavam de forma geral a instauração do princípio de que o governo é para
o indivíduo, e não o indivíduo para o governo, influenciando todas as constituições no período posterior. 
 
1.2.2 O processo de formação e constituição do Estado moderno
 
O processo que defi niu o nome Estado vem desde os romanos, com a nomenclatura Status Rei Publicae,
sendo utilizada a palavra Status como uma situação e estado dos contextos. Em Maquiavel (1513),
temos o texto da sua obra mais conhecida, O príncipe, iniciando da seguinte forma: “Todos os
estados...”. Jean Bodin (1576) escreve Da República, e Hobbes (1600) usa civitas nas obras latinas e
common wealth (riqueza comum) nas obras inglesas. 
 
No entanto, o interesse nesta aula não é datar a origem e a formação do Estado, mas sim compreendê-
lo enquanto um ordenamento político que veio substituir o ordenamento anterior. 
 
Assim, convencionou-se a utilização do termo Estado para designar o contrato social, isto é, um
denominador dentro dos tipos de sociedades que se organizaram diante de um poder soberano que será
exercido pelo próprio Estado. Ou, ainda conforme Bobbio (1987, p. 73), 
 
(...) o Estado, entendido como ordenamento político de uma comunidade, nasce da dissolução da
comunidade primitiva fundada sobre os laços de parentesco e da formação de comunidades mais amplas
derivadas da união de vários grupos familiares por razões de sobrevivência interna (o sustento) e
externa (a defesa). 
 
 
Nascimento do Estado Sociedade: 
selvagem/barbárie → civilizada/cidadão 
 
 
1.2 Os três aspectos fundamentais do poder 
 
Para melhor entendimento dos aspectos fundamentais do poder do Estado, é importante definir poder
como o fato de possuir a força, a autorização ou a moral para exercer influência e poder de decisão
sobre algo. Da etimologia da palavra, temos do grego a palavra kratos, que significa força e/ou potência
e a palavra arché, que significa autoridade. Assim nascem os nomes das formas de governo: 
 
• aristocracia: nobres que detêm o poder por herança; 
• democracia: governo do povo e para o povo; 
• oclocracia: governo e poder pela multidão, plebe; 
• monarquia: chefe de Estado tem título de rei/rainha; 
• oligarquia: poder exercido por um grupo do mesmo partido, classe ou família; 
• fisiocracia: poder de um grupo restrito de proprietários de terras; 
• burocracia: administração com cargos definidos e estáveis; 
• poliarquia: a soberania reside numa coletividade ampla; 
• escarquia: poder exercido por um vice-rei. 
 
Os conceitos listados acima são formas pelas quais o poder pode ser exercido. No entanto, a filosofia
política apresenta o poder sob três aspectos fundamentais: 
 
a) substancialista: tem a sua expressão mais concreta no poder militar, psicológico, domínio econômico
e outros; 
b) subjetivista: poder exercido por meio de leis que conduzem a vida e a conduta dos cidadãos; 
c) relacional: poder exercido por meio da influência, em que um ator induz outros atores a agirem de
um modo que, em caso contrário, não agiriam; conhecido como pacto social. 
 
“O poder de A implica a não-liberdade de B”. 
“A liberdade de A implica o não-poder de B.” 
 
1.3 As formas do poder e o poder político 
 
Abordamos até aqui os conceitos de Estado e suas relações com os conceitos de política e poder. Agora,
trataremos dediferenciar o poder político de todas as outras formas que pode assumir. Em princípio, há
três tipos de poder: 
 
a) paterno (pai sobre filhos) → natural; 
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b) senhorial ou despótico (tirano/senhor sobre escravos) → delito; 
c) político (governante sobre governados) → contrato. 
 
É importante ressaltar que, para alguns autores, o uso da força física é a condição necessária para a
definição do poder político, mas não a condição suficiente. Por exemplo, o que diferencia os poderes
político e religioso é o exercício da força, uma vez que o Estado tem exclusividade deste direito sobre
um determinado território, ou seja, summa potestas. 
 
Jean Bodin define Estado como um governo justo de muitas famílias e daquilo que lhes é comum, com
poder soberano, absoluto (obediência ao poder coativo) e perpétuo (não submetido a outras leis). Já
Max Weber afirmava que a força física legítima é o fio condutor da ação do sistema político. 
 
 
1.4.1 As três formas de poder 
 
Temos entre as formas de poder: a) poder político (exclusividade da força — meios e fins); b) poder
econômico (dada escassez que condiciona o comportamento dos trabalhadores que não têm emprego —
salário baixo) e: c) poder ideológico, que é aquele que se vale da posse de certas formas de saber,
doutrinas, conhecimentos, às vezes apenas de informações, ou de códigos de conduta para exercer uma
influência sobre o comportamento alheio e induzir os membros do grupo a realizar ou não uma ação. 
 
1.5 O Estado representativo
 
O Estado representativo é a formação de uma vontade coletiva, regido pela regra da maioria, em que
indivíduo não é pelo Estado, mas o Estado é pelo indivíduo. Ou, ainda, nas palavras de Bobbio (1987, p.
117), O pressuposto ético da representação dos indivíduos considerados singularmente e não por grupos
de interesse, é o reconhecimento da igualdade natural dos homens. Cada homem conta por si mesmo e
não enquanto membro deste ou daquele grupo particular. 
 
Essa definição nos remete para o conceito de democracia como sendo a forma mais acabada que se tem
de Estado representativo, sendo definida como uma forma de governo do povo, para o povo e pelo povo,
caracterizada por: 
 
• soberania do povo: voto direto, secreto e universal; 
• limitação dos poderes; 
• prevalência da vontade da maioria; 
• elenco de direitos e garantias fundamentais; 
• temporalidade da representação no poder; 
• primado da lei sobre a vontade. 
 
Hoje a definição de democracia se amplia para incluir a justiça social, além de aspectos políticos. Mas
dada a extensão desse tema, dedicaremos a próxima seção à discussão sobre esse papel do Estado. 
 
1.5.1 Uma breve discussão sobre o papel do Estado 
 
A partir da luta da classe burguesa contra os vínculos feudais e por sua própria emancipação, 
 
(...) a sociedade civil, como esfera das relações econômicas que obedecem a leis naturais e superiores
às leis positivas (segundo a doutrina fisiocrática), ou enquanto regulada por uma racionalidade
espontânea (o mercado ou a mão invisível de Adam Smith), pretende destacar-se do abraço mortal do
Estado, o poder econômico é claramente diferenciado do poder político e ao fi m deste processo o ‘não-
Estado’ se afirma como superior ao Estado, tanto na doutrina dos economistas clássicos quanto na
doutrina marxiana, embora com sinal axiológico oposto (Bobbio, 1987, p.123). 
 
No bojo da idéia figurada de abraço mortal do Estado, nascem as discussões sobre o papel e o tamanho
do Estado, das quais se destacam Estado mínimo, em oposição ao Welfare State4, e fim do Estado. 
 
Desde logo, o que se nota é uma discussão sobre qual é a crise que enfrenta o Estado: qual é a
natureza dessa crise? Seria somente a questão de esta organização não conseguir atender às demandas
da sociedade? Ou ainda, essa mesma sociedade 
teria uma concepção de que o Estado seria um mal necessário, uma vez que a sua ausência
representaria o caos? 
Para responder a essas inquietudes há, diversas vertentes. Bobbio nos indica como identificá-las: 
 
Quando a sociedade civil sob a forma de sociedade de livre mercado avança a pretensão de restringir os
poderes do Estado ao máximo necessário, o Estado como mal necessário assume a figura do Estado
mínimo, figura que se torna o denominador comum de todas as maiores expressões do pensamento
liberal (Bobbio, 1987, p. 129). 
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 Relação 
 Produz / Controla / Cria
Sociedade Estado 
a) Necessidade a) Perversidade 
b) Felicidade / afeto b) Vícios 
c) Relações c) Distinções 
d) Protege d) Pune 
 
 
Esse tipo de pensamento é aceito quando se tem a ótica de que o papel do Estado é perverso e cheio de
vícios, em que o mercado passa a ter todas as condições de ofertar o bem-estar econômico e social sem
os males do Estado. Porém, temos que refletir sobre o momento em que o mercado não oferece as
soluções esperadas e temos que recorrer ao Estado como solução para os problemas vigentes.
 
 
 
Exercício 1:
Ao estudar o Estado, percebe-se que o poder é fundamental para estabelecer a ordem. 
Podemos destacar o poder como
A)
substancialista quando exercido no âmbito militar.
B)
subjetivista quando exercido no âmbito jurídico.
C)
relacional quando exercido sob influência de um governante.
D)
Todas as afirmativas anteriores estão corretas
E)
Nenhuma das afirmativas anteriores está correta
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Exercício 2:
Segundo Norberto Bobbio, no Estado de Direito, os elementos constitutivos do Estado são:
A)
a soberania, a ordem e o exército.
B)
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o povo, a soberania e a ordem.
C)
o povo, o território e a soberania.
D)
o território, a ordem e a soberania.
E)
(Nenhuma das alternativas anteriores está correta).
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Exercício 3:
Em um Estado representativo, é correto afirmar que
A)
o indivíduo é pelo Estado, mas o Estado não é pelo indivíduo.
B)
a vontade coletiva é a regra da maioria.
C)
há um sistema político monocrático.
D)
(Todas as alternativas anteriores estão corretas).
E)
(Nenhuma das alternativas anteriores está correta).
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
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Exercício 4:
A partir da discussão de Estado e sociedade, compreende-se que é fundamental entender o homem como “animal político por
natureza”, isto é, os problemas políticos derivam da necessidade do homem de viver em sociedade. Assim, podemos definir política,
pelo menos, de dois modos. Política 
I é um conjunto de ações individuais que procuram atender à necessidade natural de convivência dos seres humanos e toda ação
humana que produza algum efeito sobre a organização, funcionamento e os objetivos de uma sociedade.
II é uma organização social que procura atender à necessidade natural de convivência dos seres humanos e toda ação humana que
produza algum efeito sobre a organização, funcionamento e os objetivos de uma sociedade.
III é uma organização social que procura atender à necessidade natural de convivência dos seres humanos e toda ação humana que
produza algum efeito sobre a organização, funcionamento e os objetivos deuma comunidade em particular.
Está correto o afirmado em
A)
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I, II e III.
B)
I somente.
C)
II somente.
D)
I e II somente.
E)
III somente.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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