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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1 AULA 8: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Na aula de hoje, trataremos de assuntos diversos relacionados com a organização do Estado na Constituição Federal de 1988. São assuntos que dizem respeito às formas de estado, às formas de governo, aos sistemas de governo, ao princípio da separação de poderes – dentre outros. Digo sempre em sala de aula que essa é a parte mais cansativa do curso (especialmente quando se trata do estudo de jurisprudência isolada do STF!), mas que faz uma grande diferença em qualquer concurso, especialmente naqueles sob a responsabilidade da Esaf. Então, vamos lá, animados, pois essas questões poderão mudar a sua vida! 1) (ESAF/AFC/STN/2005) Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias. Item ERRADO. Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os governantes e governados, no tocante à aquisição e exercício do poder. São duas as tradicionais formas de governo: república e monarquia. A república é marcada pela eletividade (os governantes são eleitos pelos governados), temporalidade (os governantes são eleitos para o exercício do poder por um período certo de tempo) e responsabilidade (os governantes têm o dever de prestar contas de seus atos perante os governados). A monarquia é caracterizada pela hereditariedade (o poder é transmitido de antecessor a sucessor, no âmbito de determinada família real), vitaliciedade (o monarca exerce o poder de forma vitalícia) e irresponsabilidade (o monarca não responde pelos seus atos perante o povo, haja vista que não foi por este eleito). O modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, dá origem aos sistemas de governo (presidencialismo e parlamentarismo), a seguir estudados. 2) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) A forma republicana não implica a necessidade de legitimidade popular do presidente da República, razão pela qual a periodicidade das eleições não é elemento essencial desse princípio. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 2 Item ERRADO. Uma das características da forma republicana de governo é a temporalidade no exercício do poder, que será renovado mediante a realização de eleições. Enfim, ao lado do dever de prestar contas (responsabilidade), a eletividade e a temporalidade são os princípios básicos da forma republicana de governo. 3) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Como conseqüência direta da adoção do princípio republicano como um dos princípios fundamentais do Estado brasileiro, a Constituição estabelece que a República Federativa do Brasil é composta pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. Item ERRADO. É certo que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal, conforme preceitua o art. 1º da Constituição Federal. Entretanto, essa realidade decorre do princípio federativo, e não do princípio republicano. Como examinado, da forma republicana de governo decorrem a eletividade, a temporalidade e o dever de prestar contas. 4) (ESAF/AFC/STN/2005) A divisão fundamental de formas de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado unitário centralizado como Estado unitário descentralizado ou regional. Item CERTO. Forma de Estado diz respeito ao modo de exercício do poder político no território do Estado, isto é, se só há um centro de poder político ou se existem diferentes centros de poder político no mesmo território. São duas as principais formas de Estado: (a) unitário ou simples; (b) federado, composto ou complexo. No Estado unitário ou simples, temos um só poder político central no território. Esse estado unitário poderá ser centralizado ou puro (quando a definição de políticas e o exercício dessas políticas estão centralizados no poder central) ou descentralizado ou regional (quando as políticas definidas pelo poder central são executadas de maneira descentralizada por entes administrativos criados para esse fim). No Estado federado, composto ou complexo, temos mais de um poder político no território. Esses poderes políticos são organizados no texto de uma Constituição, são dotados apenas de autonomia (e não de CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 3 soberania!) e não podem se separar do Estado (não têm o direito de secessão, isto é, a federação é uma união indissolúvel de diferentes poderes políticos autônomos). O Estado composto ou complexo pode assumir, ainda, a forma de confederação, em que também há mais de um poder político no território. Porém, na confederação esses poderes políticos são organizados no texto de um tratado internacional, são dotados de soberania e, portanto, podem se separar da confederação quando entenderem conveniente (ou seja, os Estados confederados têm o direito de secessão, isto é, a confederação é uma união dissolúvel de diferentes poderes políticos soberanos). 5) (ESAF/AFRE/RN/2005) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo. Item ERRADO. O presidencialismo não é forma de governo, mas sim sistema de governo. Esse é o único erro da questão! Triste esse tipo de questão da Esaf, que só muda uma palavra no enunciado! Mas, fazer o quê? Melhor não estressar, não adianta brigar com o examinador! O importante é ficar atento aos mínimos detalhes dos enunciados das questões. Sistema de governo diz respeito ao modo como se relacionam os Poderes no âmbito do Estado, sobretudo o Legislativo e o Executivo, dando origem ao presidencialismo e ao parlamentarismo. As principais características do presidencialismo são as seguintes: (a) independência entre os Poderes Executivo e Legislativo; (b) chefia monocrática ou unipessoal, isto é, o Presidente da República exerce simultaneamente a chefia de Estado e a chefia de Governo; (c) exercício de mandatos por prazo certo. As principais características do parlamentarismo são: (a) maior colaboração e interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo; (b) chefia dual, isto é, as funções do Poder Executivo são desempenhadas por um chefe de Estado (Presidente da República ou Monarca) e um chefe de Governo (Primeiro Ministro); (c) exercício de mandatos por prazo incerto (o mandato do Primeiro Ministro pode ser abreviado, se ele perder o apoio do parlamento; o mandato dos parlamentares pode ser abreviado a qualquer tempo, com a dissolução do parlamento). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 4 Como se vê, a assertiva apresenta uma característica do presidencialismo, pois esse sistema de governo realmente tem por característica reunir em uma única autoridade (o Presidente da República) a Chefia do Estado e a Chefia do Governo. O único erro da assertiva é que presidencialismo não é forma de governo, mas sim sistema de governo! Fique atento às “pegadinhas” das bancas examinadoras. 6) (ESAF/AFRE/RN/2005) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Item ERRADO. Mais uma vez, a Esaf brincando com esses conceitos! Sistema de governodiz respeito ao modo como se relacionam os poderes no âmbito do Estado, sobretudo o Legislativo e o Executivo, dando origem ao presidencialismo e ao parlamentarismo. A forma como se dá a instituição do poder na sociedade, bem assim a relação entre governantes e governados, define a forma de governo (república ou monarquia). 7) (ESAF/AFC/STN/2000) Imagine que uma certa Constituição disponha que o exercício das funções do Poder Executivo é dividido entre um Chefe de Estado e um Chefe de Governo. Este último é escolhido entre os integrantes do Poder Legislativo e depende da vontade da maioria do parlamento para se manter no cargo. De seu turno, em certas circunstâncias, o Executivo pode dissolver o Legislativo, convocando novas eleições. A partir dessas considerações, é certo dizer: a) Uma tal constituição, pelas características acima delineadas, introduz a forma federativa de Estado. b) Um Estado-membro no Brasil poderia, se quisesse, adotar o mesmo regime referido no enunciado da questão. c) De uma constituição como a referida pode-se afirmar, com segurança, que se classifica como uma constituição flexível, instituindo um regime tipicamente antidemocrático, na medida em que permite um autêntico golpe de Estado (a dissolução do parlamento pelo Executivo). d) A constituição aludida assumiu característica própria de regime parlamentarista, em que a separação entre os poderes do Estado não costuma ter a mesma rigidez do regime presidencialista. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 5 e) De acordo com a informação dada, a norma constitucional referida consagra regime parlamentarista, Estado unitário e apresenta característica de constituição flexível. Gabarito: “d” Como vimos, no parlamentarismo o exercício das funções do Poder Executivo é dividido entre um Chefe de Estado (Presidente da República ou Monarca) e um Chefe de Governo (Primeiro Ministro). A sistemática é, em resumo, a seguinte. O Chefe de Estado escolhe o Primeiro Ministro dentre integrantes do Parlamento. Uma vez escolhido, o Primeiro Ministro elabora um plano de governo e o submete à apreciação do Parlamento. Enquanto houver apoio ao seu plano de governo, o Primeiro Ministro permanece no cargo. Se ele perde a maioria parlamentar, exonera-se automaticamente. Por outro lado, se o Primeiro Ministro sentir que está perdendo apoio parlamentar, poderá dissolver o parlamento e convocar novas eleições, visando obter a renovação do Parlamento e ampliar a sua base de apoio, o que, se obtido, assegurar-lhe-á a permanência no cargo. Portanto, a Constituição aludida assumiu característica própria de regime parlamentarista. 8) (ESAF/AFRE/RN/2005) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa. Item CERTO. Vimos que o aspecto que diferencia o Estado federado do Estado unitário é a inexistência de diferentes poderes políticos autônomos neste (ao contrário do Estado federado, no Estado unitário temos apenas um poder político central). Porém, vimos também que o Estado unitário ou simples pode ser descentralizado ou regional, isto é, composto de um só poder político central, mas descentralizado em termos administrativos, para a execução das funções estatais definidas pelo órgão central. 9) (ESAF/AFRE/RN/2005) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional. Item ERRADO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 6 Em um Estado federal temos, de fato, uma entidade federativa denominada União, além dos entes federados regionais, dotados de autonomia política. Porém, a União é pessoa jurídica de direito público interno. Somente o Estado federal, o todo, é ente de direito público internacional. Essa confusão é comumente feita porque na federação brasileira quem representa a República Federativa do Brasil no cenário internacional é a União (CF, art. 21, I - compete exclusivamente à União manter relações com Estados estrangeiros). 10) (ESAF/AFC/STN/2005) A criação de novos municípios, a partir do desmembramento de áreas de um município já existente, que será precedida de consulta prévia às populações interessadas, somente será possível quando a União editar lei complementar disciplinando a forma de apresentação e publicação do Estudo de Viabilidade Municipal. Item ERRADO. Nos dias atuais, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios dependem de (CF, art. 18, § 4º): a) lei complementar federal, determinando o período dentro do qual poderão ocorrer essas modificações territoriais; b) lei ordinária federal, estabelecendo a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal; c) consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; d) lei ordinária estadual, formalizando a modificação. A assertiva está errada porque a lei exigida para disciplinar a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal é lei ordinária federal, e não lei complementar. De novo, a Esaf e a mudança de uma só palavra na assertiva! 11) (ESAF/AFC/STN/2005) Por expressa determinação constitucional, na organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, é assegurada soberania à União e autonomia aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Item ERRADO. Todos os entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios - são dotados somente de autonomia, nos termos estabelecidos na Constituição (CF, art. 18). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 7 A soberania, conforme vimos, é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos. 12) (ESAF/AFC/STN/2005) A obrigação de prestar contas, que tem por conseqüência a existência de sistemas de controle interno e externo da União, dos Estados e dos Municípios, é um elemento essencial do princípio federativo, o qual é adotado como princípio fundamental da República Federativa do Brasil. Item ERRADO. Como visto, a obrigação de prestar contas (responsabilidade) é decorrência imediata - e elemento essencial - do princípio republicano, e não do princípio federativo. 13) (ESAF/AFC/STN/2005) O poder político ou poder estatal é o instrumento de que se vale o Estado moderno para coordenar e impor regras e limites à sociedade civil, sendo a delegabilidade uma das características fundamentais desse poder. Item ERRADO. A doutrina moderna afirma ser o poder político uno, indivisível e indelegável. Assim, quando se fala em separação de poderes, essa referência diz respeito, em verdade, à divisão de determinadas funções a diferentes órgãos do Estado (função legislativa, função executiva e função judiciária). Enfim, o poder político é uno e indivisível. A tripartição incide sobre as funções estatais, que serão exercidas por meio de diferentes órgãos do Estado (órgãos legislativos, executivos e judiciários). Entretanto, em questões de concursos não devemos nos ater a esse preciosismo terminológico, pois a verdade é que a expressão “separação de poderes” está enraizada no direito brasileiro. A assertiva está errada porque afirma que a delegabilidade é uma das características fundamentais do poder político (e, como vimos, o poder político é indelegável). 14) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005)O Estado-membro não pode recusar fé aos documentos que ele próprio expediu, mas pode recusá-la aos documentos públicos produzidos nos Municípios. Item ERRADO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 8 Determina a Constituição que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos uns dos outros (CF, art. 19, II). Portanto, não pode o Estado recusar fé a documentos públicos produzidos pelos Municípios, pela União ou pelo Distrito Federal – e vice-versa. 15) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Dada a autonomia dos Municípios, o Estado-membro não participa dos fenômenos da fusão e do desmembramento dessas pessoas jurídicas de direito público. Item ERRADO. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei ordinária estadual, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado depois de cumpridos os requisitos exigidos pelo art. 18, § 4º, da Constituição (já estudados nesta aula). 16) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Somente por emenda à Constituição Federal é possível desmembrar um Estado-membro, para a criação de um novo Estado integrante da Federação. Item ERRADO. Determina a Constituição que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar (art. 18, § 3º). Assim, a aprovação final da medida se dá por lei complementar do Congresso Nacional, após ouvir as Assembléias Legislativas interessadas (CF, art. 48, VI), e não por emenda à Constituição. 17) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Os subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembléias Legislativas estaduais devem ser fixados por ato do Congresso Nacional. Item ERRADO. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado são fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa (CF, art. 28, § 2º). O subsídio dos Deputados Estaduais é fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 9 cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais (CF, art. 27, § 2º). Não há participação do Congresso Nacional na fixação de subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembléias Legislativas estaduais. 18) (ESAF/APO/MPOG/2005) Decorre do princípio republicano a previsão constitucional da competência do presidente da República de manter relações com Estados estrangeiros. Item ERRADO. A competência do Presidente da República para manter relações com estados estrangeiros não é decorrência do princípio republicano, mas sim do sistema de governo presidencialista. É o presidencialismo que impõe ao chefe do Executivo a tarefa de exercer a chefia de estado e a chefia de governo. Com efeito, no presidencialismo o Presidente da República exerce, simultaneamente, a chefia de estado (quando representa a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais e, também, quando corporifica a unidade interna do Estado) e a chefia de governo (quando trata dos negócios internos do país, tanto os de natureza política, quanto os de natureza administrativa). 19) (ESAF/APO/MPOG/2005) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União, salvo após a sua demarcação, quando passarão a ser bens da comunidade indígena que as ocupe de forma tradicional. Item ERRADO. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União (CF, art. 20, XI), mesmo após o ato de demarcação (marcação dos limites territoriais pela autoridade competente). 20) (ESAF/APO/MPOG/2005) Em relação à polícia militar do Distrito Federal, compete ao Distrito Federal disciplinar a sua remuneração, uma vez que os policiais militares do Distrito Federal são servidores do Distrito Federal. Item ERRADO. Determina a Constituição que compete à União organizar e manter a polícia militar do Distrito Federal (CF, art. 21, XIV). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 10 Especificamente em relação à remuneração dos membros da polícia militar, o STF aprovou a Súmula nº 647, nestes termos: “Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. A Esaf tem reiteradamente cobrado as Súmulas do STF, aprovadas na vigência da Constituição de 19888, em 2003 (Súmulas 622 a 736). Não se esqueça que agora temos também as três primeiras súmulas vinculantes, aprovadas pelo STF após a EC nº 45/2004. Não deixe de estudá-las! 21) (ESAF/APO/MPOG/2005) Estabelece o texto constitucional que o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, tendo por limite o subsídio, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Item ERRADO. De fato, o subsídio dos Deputados Estaduais é fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa. Porém, o limite do subsídio dos Deputados Estaduais é 75% (setenta e cinco por cento) do subsídio, em espécie, dos Deputados Federais (CF, art. 27, § 2º). 22) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos Territórios divididos em Municípios, as contas do governo do território serão submetidas à Câmara Territorial, com prévio parecer do Tribunal de Contas Territorial. Item ERRADO. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º). Se o Território Federal for dividido em Municípios, as contas destes (dos Municípios) serão fiscalizadas, no que couber, de acordo com as regras estabelecidas para a fiscalização dos Municípios em geral, previstas no art. 31 da Constituição Federal. 23) (ESAF/AFRE/MG/2005) Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios. Item ERRADO. Cabe ao Município criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (CF, art. 30, IV). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 11 24) (ESAF/AFRE/MG/2005) O Município pode, como decorrência do seu poder de auto-organização, criar um tribunal de contas municipal para efetuar o controle externo do Poder Executivo municipal. Item ERRADO. A Constituição Federal proíbe a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas pelos Municípios (art. 31, § 4º). Vale lembrar que, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, essa vedação, prevista no § 4º do art. 31 da Constituição, não alcança os Estados-membros. Significa dizer que os Estados podem criar Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais, desde que na sua estrutura orgânica. 25) (ESAF/AFRE/RN/2005) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político. Item ERRADO. Vimos que o poder político é uno, indivisível e indelegável. O poder político não se triparte. A tripartição diz respeito, em verdade, às funções estatais a serem desempenhadas por diferentes órgãos. 26) (ESAF/AFC/STN/2005) A função executiva, uma das funções do poder político, pode ser dividida em função administrativa e função de governo, sendo que esta última comporta atribuições políticas,mas não comporta atribuições co-legislativas. Item ERRADO. Sabe-se que na tradicional tripartição das funções entre os três Poderes da República, cabe ao Poder Executivo a chamada função executiva, isto é, a função de resolver administrativamente os conflitos concretos, surgidos na aplicação das normas. Por sua vez, a função executiva é tradicionalmente dividida em: função de governo e função administrativa. A função de governo compreende atribuições políticas, co-legislativas e de decisão. A função administrativa compreende as atividades de intervenção, fomento e serviço público. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 12 A assertiva está errada porque afirma que a função de governo comporta atribuições políticas, mas não comporta atribuições co- legislativas. 27) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Constitui vedação constitucional de caráter federativo o estabelecimento de aliança entre as unidades da Federação e igrejas, inclusive os representantes destas, sendo possível, na forma da lei, a colaboração de interesse público. Item CERTO. Determina a Constituição que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público (art. 19, I). Um exemplo de colaboração que a lei poderia autorizar seria a prestação de serviços de utilidade pública pela entidade religiosa, com o apoio do Poder Público. 28) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Supondo que as proposições abaixo constassem do texto de uma Constituição estadual, aponte a única opção que seria compatível com os limites impostos pela Constituição de 1988 à autonomia constitucional dos Estados-membros. a) No primeiro ano da legislatura, a Assembléia Legislativa reunir-se-á em sessões preparatórias para a posse de seus membros e eleição da respectiva Mesa, para mandato de dois anos, permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. b) O Governador do Estado, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. c) O Ministério Público estadual formará lista tríplice entre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador- geral, que será nomeado pelo Governador do Estado após aprovação pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. d) A não execução da programação orçamentária decorrente de emendas de parlamentares constitui crime de responsabilidade. e) São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre matéria tributária. Gabarito: “a” CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 13 A assertiva “a” está certa, em razão de jurisprudência do STF sobre o assunto, conforme comentários a seguir. A Constituição Federal determina que cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente (CF, art. 57, § 4º). Veja que, no Legislativo Federal, os membros das Mesas não podem ser reconduzidos para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente (o Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados, por exemplo, não pode ser reconduzido para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente). Poderá o membro da Mesa ser reconduzido na eleição imediatamente subseqüente, mas não para o mesmo cargo. Muito se discutiu se essa vedação à recondução alcançava também os membros das Mesas do Legislativo nos Estados, Distrito Federal e Municípios. Alguns entendiam que sim, outros que não. O STF firmou entendimento de que essa vedação à recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente não é de observância obrigatória pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. Portanto, se a Constituição do Estado quiser permitir essa recondução aos membros da Mesa da Assembléia Legislativa poderá fazê-lo, sem nenhuma ofensa à Constituição Federal. Antes de passarmos ao exame da assertiva “b”, cabe esclarecer que essa vedação só se aplica no âmbito da mesma legislatura. Quando há mudança de legislatura, é permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. A assertiva “b” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, a imunidade do Presidente da República quanto aos atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º) é exclusiva do Presidente da República, não podendo ser estendida a Governador. A assertiva “c” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do Estado não pode condicionar a escolha do Procurador- Geral de Justiça à prévia aprovação da Assembléia Legislativa. O processo de escolha e nomeação do Procurador-Geral de Justiça tem regra própria prevista na Constituição (CF, art. 128, § 3º), na qual não há participação da Assembléia Legislativa (os Ministérios Públicos formam lista tríplice dentre integrantes da carreira e o Governador escolhe um dos três e nomeia, sem participação da Assembléia Legislativa). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 14 A letra “d” está errada porque a Constituição do Estado não pode definir crimes de responsabilidade. Segundo a jurisprudência do STF, só a União pode definir crimes de responsabilidade, pois cabe privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I). Essa orientação consta da Súmula nº 722 do STF, nos termos seguintes: “São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.” A assertiva “e” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, matéria tributária no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não é de iniciativa privativa do chefe do Executivo, podendo também os membros do Legislativo (congressistas, deputados estaduais e vereadores, conforme o caso) apresentar projeto de lei sobre a matéria. A regra da Constituição Federal que estabelece a iniciativa privativa do Presidente da República em matéria tributária diz respeito, tão-somente, à matéria tributária no âmbito dos Territórios Federais (art. 61, § 1º, II, b). 29) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A criação de municípios depende apenas de consulta às populações interessadas e de lei estadual autorizadora. Item ERRADO. Como vimos em comentário a uma questão anterior, nos dias atuais, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios dependem de: (a) lei complementar federal, determinando o período dentro do qual poderão ocorrer essas modificações territoriais; (b) lei ordinária federal, estabelecendo a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal; (c) consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; (d) lei ordinária estadual, formalizando a modificação territorial. 30) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Prefeitos municipais não se sujeitam à Justiça Federal. Item ERRADO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 15 Determina a Constituição que o Prefeito será julgado perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X). Porém, segundo a jurisprudência do STF, a competênciado Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau (Súmula nº 702). Assim, nos crimes eleitorais o Prefeito será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral, órgão de segundo grau da Justiça Eleitoral; nos crimes federais, pelo Tribunal Regional Federal, órgão de segundo grau da Justiça Federal. 31) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Em decorrência do princípio federativo, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os Territórios são entes da organização político-administrativa do Brasil. Item ERRADO. Os entes integrantes da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (CF, art. 18). Os Territórios Federais não são entes federados e não são dotados de autonomia política. São meras repartições territoriais pertencentes à União (CF, art. 18, § 2º). 32) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Cabe aos Estados- membros definir os crimes de responsabilidade do Governador e disciplinar o respectivo processo. Item ERRADO. Segundo a jurisprudência do STF, somente a União pode definir crimes de responsabilidade e estabelecer as normas sobre o respectivo processo e julgamento (STF, Súmula nº 722). 33) (ESAF/AFC/CGU/2003) O plebiscito consiste em uma consulta feita ao titular do poder constituinte originário, o qual, com sua manifestação, irá ratificar, ou não, proposta de emenda à constituição ou projeto de lei já aprovado pelo Congresso Nacional. Item ERRADO. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 16 O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. São dois meios de exercício da soberania popular, previstos no art. 14 da Constituição Federal. A diferença básica entre eles diz respeito ao momento da consulta: o plebiscito é consulta popular prévia; o referendo é consulta popular posterior. A assertiva está errada porque afirma que o plebiscito constitui consulta posterior, para ratificação do ato. 34) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em um Estado Parlamentarista, a chefia de governo tem uma relação de dependência com a maioria do Parlamento, havendo, por isso, uma repartição, entre o governo e o Parlamento, da função de estabelecer as decisões políticas fundamentais. Item CERTO. Vimos que no parlamentarismo a permanência do Primeiro Ministro como chefe de governo depende da vontade do parlamento, vale dizer, o Primeiro Ministro só permanecerá no cargo enquanto mantiver o apoio do parlamento. Ou, em outras palavras: a permanência do chefe de governo no poder depende da vontade do parlamento. Há, portanto, uma repartição entre o governo e o parlamento na fixação das decisões políticas do Estado, haja vista que essas políticas serão propostas pelo governo, mas dependerão do apoio parlamentar para sua aprovação. Ao apoiar as políticas propostas pelo governo, o parlamento assume em relação a elas uma co-responsabilidade. 35) (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos hoje definidos na CF/88, não é possível a criação de novos municípios no Brasil, uma vez que ainda não foi elaborada, pela União, a lei complementar que definirá o período em que esses municípios poderão ser criados. Item CERTO. Estabelece a Constituição Federal que a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei (art. 18, § 4º). Como se vê, a criação de Municípios somente poderá ocorrer dentro do período determinado por lei complementar federal, editada pelo Congresso Nacional. Como até hoje essa lei complementar federal não CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 17 foi editada pelo Congresso Nacional, não é possível, atualmente, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de nenhum Município no Brasil. Aliás, nos dias atuais, para a criação de Município no Brasil é necessária, antes de tudo, a expedição de duas leis federais, a saber: a) uma lei complementar federal, fixando o período dentro do qual poderá ocorrer a criação; e b) uma lei ordinária federal, fixando a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal. Somente depois da aprovação dessas duas leis federais é que poderemos ter a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, desde que obedecidos os demais requisitos do art. 18, § 4º, da Constituição. 36) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as eleições para Prefeito seguirão as mesmas regras definidas na Constituição para a eleição do Presidente da República, se o município tiver mais de duzentos mil habitantes. Item ERRADO. Mais uma vez o troca-troca de palavra pela Esaf! As eleições para Prefeito seguirão as mesmas regras definidas constitucionalmente para a eleição do Presidente da República se o Município tiver mais de duzentos mil eleitores (CF, art. 29, II). Significa dizer que nos Municípios com até duzentos mil eleitores não há segundo turno nas eleições para Prefeito, ainda que a diferença de votos entre os dois candidatos mais votados seja de apenas um voto. Nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores, se não obtida por um candidato a maioria absoluta de votos no primeiro turno, far-se-á segundo turno, seguindo-se as mesmas regras fixadas para a eleição do Presidente da República (CF, art. 77). 37) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, a Câmara Municipal não poderá gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, não sendo incluído nesse percentual o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Item ERRADO. Mais uma vez a Esaf cobrando detalhes literais da Constituição! CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 18 Determina a Constituição que a Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores (art. 29-A, § 1º). O erro do enunciado é a afirmação de que no limite de setenta por cento não está incluído o gasto com o subsídio dos Vereadores. 38) (ESAF/AFC/CGU/2003) O parecer prévio, emitido pelo órgão competente, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, é meramente indicativo, podendo ser rejeitado pela maioria simples dos membros da Câmara de Vereadores. Item ERRADO. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, § 2º). Importante notar que o parecer elaborado pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas do Presidente da República é meramente indicativo, podendo o Congresso Nacional, com plena autonomia, acatá- lo ou não, quando do julgamento das contas. O mesmo ocorre com o parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado sobre as contas do Governador, que não vincula a Assembléia Legislativa do Estado. Porém, no tocante às contas do Prefeito, o parecer emitido pelo órgão competente - Tribunal de Contas do Estado ou Tribunal de Contasdo Município, onde houver -, a princípio vincula a Câmara Municipal, só podendo ser afastado por deliberação de dois terços dos seus membros. 39) (ESAF/AFT/2003) Segundo a CF/88, a criação de um Território, a partir do desmembramento de parte do território de um Estado, far-se-á por lei complementar, aprovada no Congresso Nacional, após aprovação da criação do Território, em plebiscito, do qual participa apenas a população diretamente interessada, sendo obrigatória, ainda, a audiência da Assembléia Legislativa do Estado. Item CERTO. A resposta a essa assertiva é encontrada a partir da combinação do art. 18, §§ 2º e 3º com o art. 48, VI, da Constituição Federal. O § 2º do art. 18 da Constituição exige lei complementar para a criação de Território Federal. O § 3º do mesmo art. 18 exige aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, para o desmembramento do Estado para formar novo Território Federal. O inciso VI do art. 48 estabelece a obrigatoriedade de o Congresso CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 19 Nacional, antes de editar a lei complementar, ouvir a Assembléia Legislativa. 40) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as disponibilidades de caixa dos municípios poderão ser depositadas em instituições financeiras oficiais ou privadas, a critério do município. Item ERRADO. Determina a Constituição que as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central, e que as disponibilidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (CF, art. 164, § 3º). Veja que em relação à União a regra não admite exceções: as disponibilidades de caixa da União deverão sempre ser depositadas no Banco Central. Em relação aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regra não é absoluta: as disponibilidades serão depositadas em instituições financeiras oficiais, mas se admite o depósito em instituições privadas, nos casos previstos em lei. Entretanto, segundo a jurisprudência do STF, essa lei que preverá os casos em que tais disponibilidades poderão ser depositadas em instituições privadas é lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso Nacional, e não lei do próprio ente federativo titular dos recursos. 41) (ESAF/AFC/CGU/2003) Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta, unicameral. Item ERRADO. Mais uma vez a Esaf com o tal jogo de palavras! Estabelece a Constituição que os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum (CF, art. 166), e não em sessão unicameral, como afirma a assertiva. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 20 42) (ESAF/AFC/CGU/2003) A vedação de vinculação de receita de impostos a despesas, prevista na CF/88, impede a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos municipais para a prestação de garantia à União. Item ERRADO. O princípio da não-vinculação da receita de impostos - previsto no art. 167, IV, da Constituição – veda, como regra, a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa (CF, art. 167, IV). Porém, a própria Constituição estabelece exceções a esse princípio, ao permitir a vinculação de impostos para: a) a efetivação da repartição das receitas tributárias entre os entes federados, prevista nos arts. 158 e 159 da Constituição; b) as ações e os serviços públicos de saúde; c) a manutenção e o desenvolvimento do ensino; d) a realização de atividades da administração tributária; e) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, prevista no art. 165, § 8º, da Constituição. Como se vê, uma das exceções diz respeito à vinculação de receitas para a prestação de garantia às operações de crédito por antecipação de receita. Memorize essas exceções ao princípio da não-vinculação da receita de impostos, pois elas são reiteradamente cobradas pelas bancas examinadoras... 43) (ESAF/AFT/2003) A competência originária do STF para julgar as causas e os conflitos entre autarquias da União e os Estados não se restringe aos conflitos de atribuições que possam, potencialmente, comprometer a harmonia do pacto federativo. Item ERRADO. Essa é uma daquelas questões da Esaf sobre jurisprudência do STF que só é gabaritada pelo candidato que está muito antenado às orientações do Tribunal! Reza a Constituição que compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (CF, art. 102, I, f). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 21 Veja que o dispositivo constitucional não faz qualquer restrição expressa quanto ao tipo de causa e conflito para o fim de determinação da competência do STF. Porém, o STF estabeleceu uma importante regra sobre a incidência dessa sua competência originária, a saber: a) compete ao STF o julgamento das causas e conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, sendo irrelevante o conteúdo da matéria discutida; b) as causas e os conflitos que envolverem entidade da administração indireta (isto é, entre duas entidades da administração indireta, ou entre uma entidade da administração indireta e uma entidade da administração direta) só serão julgados pelo STF se potencialmente afetarem o equilíbrio federativo. Portanto, sempre que a causa ou conflito envolver uma entidade da administração indireta, o STF só apreciará originalmente a ação se a controvérsia for de tal magnitude que afete potencialmente o pacto federativo. Se não houver risco ao equilíbrio federativo, a ação deverá ser proposta perante a Justiça ordinária competente. Veja que a assertiva está errada porque afirma que a competência do STF não se restringe aos conflitos de atribuições que possam, potencialmente, comprometer a harmonia do pacto federativo, o que na hipótese dada não é verdade, pois se trata de conflito envolvendo entidade da administração indireta (autarquia). 44) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) As assertivas abaixo consignam deliberações que não podem ser adotadas pelo poder constituinte estadual. Uma delas, porém, contém decisão que a Constituição Estadual pode tomar legitimamente. Assinale esta opção. a) Adotar regime parlamentarista de governo no Estado. b) Subordinar a nomeação do Procurador-Geral da Justiça do Estado à prévia aprovação do seu nome pela Assembléia Legislativa. c) Outorgar ao Governador do Estado imunidade à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária. d) Impor transferência obrigatória para a inatividade do Desembargador que, com trinta anos de serviço público, complete dez anos no Tribunal de Justiça. e) Condicionar o processo criminal contra o Governador do Estado perante o Superior Tribunal de Justiça à licença da Assembléia Legislativa. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 22 Gabarito: “e” A assertiva “a” está errada porque os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios não podem adotarsistema de governo e forma de governo distintos daqueles estabelecidos na Constituição Federal (presidencialismo e república, respectivamente). A assertiva “b” está errada porque a Assembléia Legislativa não participa do processo de escolha e nomeação do Procurador-Geral de Justiça, chefe do Ministério Público do Estado. Determina a Constituição que os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador- Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução (CF, art. 128, § 3º). Como se vê, não há participação do Poder Legislativo no processo de escolha e nomeação do Procurador-geral de Justiça, não podendo a Constituição do Estado dispor em sentido contrário. Vale lembrar, porém, que a destituição dos Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios é competência do Poder Legislativo, por deliberação de maioria absoluta (CF, art. 128, § 4º). Enfim, o Poder Legislativo não participa do processo de escolha e nomeação do Procurador-geral de Justiça, mas é quem tem competência para destituí-lo, se for o caso. A assertiva “c” está errada porque a imunidade quanto às prisões cautelares do Presidente da República - prevista no art. 86, § 3º, da Constituição – não pode ser estendida aos Governadores de Estado e do Distrito Federal. Essa imunidade, segundo a jurisprudência do STF, é privativa do Presidente da República. A assertiva “d” está errada porque os juízes gozam da prerrogativa da vitaliciedade (CF, art. 95), que não poderá ser afastada por norma da Constituição do Estado. A assertiva “e” está certa porque a imunidade processual do Presidente da República quanto à instauração do processo (necessidade de autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros - prevista no art. 86, caput) pode ser estendida aos Governadores de Estado e do Distrito Federal. Significa dizer que a Constituição do Estado pode prever que o Governador só será processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ após a autorização da Assembléia Legislativa, por dois terços dos seus membros. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 23 45) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A lei orgânica do Município pode estabelecer que o Prefeito será julgado por crimes comuns pelo Juiz de Direito da Comarca em que situado o Município. Item ERRADO. A Constituição Federal estabelece que o Prefeito será julgado perante o Tribunal de Justiça - TJ (CF, art. 29, X). Vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, essa competência do TJ para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau, ou seja, Tribunal Regional Federal (TRF) ou Tribunal Regional Eleitoral (TRE), conforme o caso (Súmula nº 702). 46) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Para que o prefeito seja processado criminalmente, a Constituição Federal exige que a Câmara de Vereadores confira licença para tanto. Item ERRADO. O Prefeito não dispõe de nenhuma imunidade, sendo julgado perante os tribunais do Poder Judiciário – TJ, TRF ou TRE, conforme o caso – sem necessidade de autorização da Câmara Municipal. 47) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O prefeito não pode ser preso enquanto estiver no desempenho do seu mandato. Item ERRADO. Conforme comentado em questão anterior, o Prefeito não dispõe de nenhuma imunidade. 48) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É inconstitucional a lei municipal que concede reajuste automático de vencimentos aos servidores municipais pela variação de índices apurados por órgãos do Governo Federal. Item CERTO. Trata-se de Súmula do STF, segundo a qual é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária (Súmula nº 681). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 24 A fundamentação é de que essa vinculação afetaria a autonomia do ente federativo, que passaria a estar obrigado a reajustar os vencimentos dos seus servidores de acordo com a variação de índice da União. 49) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Assinale a opção que, pelos dados que apresenta, não revela conter hipótese de inconstitucionalidade. a) Lei da iniciativa de vereador que institui direito de creche para os servidores públicos municipais. b) Lei da iniciativa do prefeito que estabelece horário de funcionamento das agências bancárias no território do Município. c) Lei da iniciativa de vereador que dispõe sobre o uso e ocupação do solo urbano do Município. d) Emenda à lei orgânica do Município que estabelece a faculdade de servidores públicos municipais converterem em abono pecuniário um terço das suas férias anuais. e) Norma da lei orgânica do Município que determina a prévia anuência da Câmara Municipal para os convênios celebrados por agentes do Executivo Municipal. Gabarito: “c” As assertivas “a” e “d” estão erradas porque a lei orgânica estaria concedendo vantagens a servidores públicos, e essa matéria – concessão de vantagens a servidores públicos no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios - é de iniciativa privativa do chefe do Executivo, por força do art. 61, § 1º, da Constituição Federal. Portanto, não pode a Constituição do Estado ou a Lei Orgânica do Município e do Distrito Federal conceder vantagens a servidores públicos, sob pena de ofensa à iniciativa privativa do chefe do Executivo. Essas vantagens só poderão ser concedidas em texto de lei de iniciativa privativa do respectivo chefe do Executivo (Governador ou Prefeito, conforme o caso). Vale lembrar que essa vedação não se aplica à Constituição Federal, haja vista que, como vimos em aula pretérita, não há iniciativa privativa em se tratando de emenda à Constituição Federal. A assertiva “b” está errada porque a competência para fixar o horário de funcionamento das agências bancárias é privativa da União. Os Municípios são competentes para fixar o horário de funcionamento do comércio local (farmácias, shopping center etc.), mas não de instituições bancárias. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 25 A assertiva “c” está certa, porque compete aos Municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (CF, art. 30, VIII), matéria que não é de iniciativa privativa do chefe do Executivo. A assertiva “e” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, é inconstitucional condicionar a eficácia de convênios celebrados pelo Executivo à prévia aprovação do Legislativo, por ofensa ao princípio da separação dos poderes. 50) (ESAF/AFC/2000) A fiscalização, mediante controle externo, dos Municípios, no Brasil, é feita exclusivamente por órgãos estaduais. Item ERRADO. Estabelece a Constituição que o controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver (art. 31, § 1º). O erro da assertiva está em afirmar que essa fiscalização é feita exclusivamente por órgãos estaduais. Conforme visto, a fiscalização dos Municípios no Brasil, mediante controle externo, somente é feita por órgãos estaduais quando no Município a ser fiscalizado não exista Conselho ou Tribunal de Contas.51) (ESAF/AFC/2000) Em obediência ao princípio da tripartição de poderes, não há hipótese, prevista constitucionalmente, de desempenho, pelo Poder Legislativo, de função jurisdicional. Item ERRADO. No Brasil, o postulado da separação de poderes não assume feição rígida, de forma que todos os Poderes da República exercem predominantemente funções típicas e, também, funções atípicas. O Poder Legislativo desempenha função jurisdicional quando o Senado Federal julga certas autoridades da República nos crimes de responsabilidade, julgamento que poderá culminar no impeachment (CF, art. 52, I e II e parágrafo único). 52) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Uma vez que a fórmula federal expressa uma opção constitucional, somente por emenda à Constituição é possível transformar a federação brasileira num Estado unitário. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 26 Item ERRADO. Na vigência da Constituição Federal de 1988 não há possibilidade de transformação do Estado federal brasileiro em Estado unitário, haja vista que a forma federativa de Estado é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, I). 53) (ESAF/AFRF/2000) Os Estados-membros participam da formação da vontade federal, por meio de representação paritária na Câmara dos Deputados. Item ERRADO. Os Estados-membros participam da formação da vontade nacional por meio de representação paritária (todos os Estados têm o mesmo número de representantes) no Senado Federal (CF, art. 46). A Câmara dos Deputados representa o povo, e não os Estados-membros (CF, art. 45). 54) (ESAF/MPOG/APO/2000) Em virtude do princípio da autonomia dos Estados-membros, eles podem subdividir-se, dando surgimento a novos Estados, independentemente de aprovação de órgão federal, respeitada a necessidade de consulta à população diretamente interessada. Item ERRADO. A subdivisão de Estado depende da vontade do Congresso Nacional, haja vista que a modificação só poderá ser formalizada por lei complementar federal (CF, art. 18, § 3º). A Constituição Federal estabelece que os Estados-membros podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem uns aos outros, ou formarem novos Estados ou Territórios federais, mas, para isso, devem ser observados os seguintes requisitos: a) aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito; e b) aprovação do Congresso Nacional, por lei complementar federal, após a oitiva das Assembléias Legislativas (CF, art. 18, § 3º c/c art. 48, VI). 55) (ESAF/MPOG/APO/2000) Cabe aos Municípios instituir tribunais de contas municipais; enquanto não o fizerem, o controle externo pelo Poder Legislativo municipal será realizado com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado. Item ERRADO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 27 O controle externo das contas municipais é feito pelo Poder Legislativo municipal, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver (art. 31, § 1º). A Constituição proíbe que os Municípios criem Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais (art. 31, § 4º). 56) (ESAF/MPOG/APO/2000) Incumbe ao Estado-membro editar a lei orgânica dos Municípios, diploma em que serão fixadas as principais competências do Poder Legislativo municipal. Item ERRADO. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do respectivo Estado (CF, art. 29). Como se vê, em face da autonomia política outorgada ao Município, compete a esse ente federativo a elaboração da sua Lei Orgânica (capacidade de auto-organização e autolegislação). 57) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Na Federação brasileira, a União é entidade soberana, enquanto os Estados-membros e o Distrito Federal são entidades autônomas. Item ERRADO. Na Federação brasileira todos os entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – são dotados, tão-somente, de autonomia, nos termos do art. 18 da Constituição. 58) O princípio da separação dos poderes, consagrado constitucionalmente, não impede que certas funções tipicamente legislativas sejam cometidas pelo constituinte também ao Poder Executivo e ao Poder Judiciário. Item CERTO. O princípio da separação dos poderes no Brasil não é rígido, de forma que todos os Poderes da República exercem funções típicas (predominantes) e, também, funções atípicas. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 28 O Poder Executivo desempenha, de forma atípica, funções legislativas, principalmente, quando elabora medidas provisórias (art. 62), leis delegadas (art. 68) e decretos autônomos (art. 84, VI). O Poder Judiciário desempenha, de forma atípica, função legislativa quando os tribunais elaboram seus próprios regimentos internos (art. 96, I, a). 59) Vantagens de servidores públicos federais instituídas por lei federal não podem ser concedidas a servidor público estadual em norma da Constituição Estadual. Item CERTO. Regime jurídico, remuneração, estabilidade, aposentadoria e concessão de vantagens a servidor público são matérias de iniciativa privativa do chefe do Executivo (CF, art. 61, § 1º) e, portanto, não podem ser disciplinadas na Constituição do Estado ou na Lei Orgânica do Distrito Federal e Municípios. Essas matérias, nas esferas estadual e municipal, deverão ser tratadas por meio de lei, de iniciativa privativa do chefe do Executivo (governador ou prefeito, conforme o caso). Elas não poderão ser disciplinadas no texto da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica, sob pena de fraude à iniciativa privativa do chefe do Executivo. 60) É legítima previsão constitucional que condicione a nomeação ou a destituição de Secretários estaduais à aprovação da Assembléia Legislativa. Item ERRADO. Segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do Estado não pode condicionar a nomeação, exoneração ou destituição de Secretários de Estado à prévia aprovação da Assembléia Legislativa. Segundo o STF, deve ser observado o modelo federal, em que os Ministros de Estado, auxiliares do chefe do Executivo, são de livre nomeação, exoneração e destituição pelo Presidente da República. Essa mesma vedação aplica-se ao Distrito Federal e aos Municípios no tocante à nomeação, exoneração e destituição dos respectivos auxiliares do chefe do Executivo (Secretários Distritais e Secretários Municipais, respectivamente). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 29 61) (ESAF/AFC/CGU/2006) Não é elemento essencial do princípio federativo a existência de dois tipos de entidade – a União e as coletividades regionais autônomas. Item ERRADO. É essência de um Estado do tipo federado a existência de duas entidades: a União e os entes federados regionais, dotados de autonomia política. 62) (ESAF/AFC/CGU/2006) O princípio republicano tem como características essenciais: a eletividade, a temporariedade e a necessidade de prestação de contas pela administração pública. Item CERTO. A forma republicana de governo está assentada, precisamente, nessas características: eletividade, temporalidade e dever de prestar contas. 63) (ESAF/AFC/CGU/2006) A reintegração de um Território Federal ao seu Estado de origem, depende de emenda constitucional. Item ERRADO.A reintegração de um Território Federal ao Estado de origem depende de lei complementar federal, aprovada pelo Congresso Nacional (CF, art. 18, § 2º). 64) (ESAF/PFN/2006) O princípio da separação dos poderes não constitui obstáculo a que os Estados-membros adotem a solução parlamentarista no desenho da repartição de poderes da sua constituição estadual. Item ERRADO. Os Estados-membros não podem adotar o sistema de governo parlamentarista, nem a forma de governo monárquica. 65) (ESAF/ACE/TCU/2006) Na composição dos Tribunais de Contas dos Estados, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal, caberá ao Governador a indicação de dois Conselheiros, sendo uma das vagas ocupada, alternadamente, por integrante da carreira de auditor e por integrante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. Item ERRADO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 30 Essa matéria está consolidada na Súmula nº 653 do STF, nos termos seguintes: “No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.” 66) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública. Item CERTO. A forma de governo adotada na Constituição de 1988 é a republicana, que, de fato, tem por princípio o dever de prestar contas. 67) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Em razão de sua autonomia administrativa, para criar, organizar e suprimir distritos, o município não é obrigado a observar a legislação estadual. Item ERRADO. Determina a Constituição que compete aos Municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (art. 30, IV). 68) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Após a Constituição de 1988, ficou vedada a criação, no âmbito do Estado, de Tribunal de Contas dos Municípios. Item ERRADO. Como vimos, a vedação prevista no art. 31, § 4º, da Constituição Federal dirige-se somente aos Municípios, não alcançando os Estados- membros. 69) (ESAF/ESPECIALISTA/MPOG/2005) Cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Item CERTO. Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal (CF, art. 21, XIII e XIV). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 31 70) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ - BA/2005) Em relação ao federalismo, é correto afirmar que o Brasil é exemplo de Estado federal por desagregação, que não existe hierarquia entre os entes federados e que a repartição de competências entre eles somente se pode fazer no nível constitucional. Item CERTO. Item de altíssimo nível! O Estado federado pode formar-se por agregação ou por desagregação. A federação é formada por agregação quando antigos Estados independentes abrem mão de sua soberania e se unem para a formação de um único Estado federal, indissolúvel, no qual gozarão, apenas, de autonomia. A federação é formada por desagregação quando um Estado unitário descentraliza-se, instituindo uma repartição de competências entre entidades federadas autônomas, criadas para exercê-las. As federações clássicas são formadas por agregação, como a Federação dos Estados Unidos da América. A federação brasileira formou-se por desagregação, que é o meio atípico de formação de um Estado federado. De fato, uma das características de um Estado federado é a inexistência, nele, de hierarquia entre os entes federados. Todos os entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios - desempenham suas atribuições previstas na Constituição, sem relação de subordinação entre eles. Por último, é correto afirmar que a repartição de competências é matéria prevista diretamente na Constituição, vale dizer, a legislação infraconstitucional não pode estabelecer a partilha de competência entre os diferentes entes federados. 71) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ - BA/2005) O princípio da simetria é um dos princípios implícitos do sistema constitucional brasileiro e aplica- se tanto a estados quanto a municípios. A despeito disso, a lei orgânica dos municípios não pode fixar para os vereadores regime de imunidade com a extensão daquele aplicável aos deputados estaduais e federais e aos senadores. Item CERTO. O princípio da simetria é um dos importantes princípios previstos na Constituição Federal, segundo o qual, de regra, matérias previstas na esfera federal são aplicáveis, também, nas esferas estadual, distrital e CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 32 municipal. Por exemplo: as matérias que são de iniciativa privativa do Presidente da República (CF, art. 61, § 1º) são, por força da simetria, de iniciativa privativa dos governadores e prefeitos, fazendo-se as devidas adequações. Entretanto, é verdade que a lei orgânica dos municípios não pode fixar para os vereadores as mesmas imunidades previstas na Constituição Federal para os congressistas e para os deputados estaduais. Não pode porque existe regra específica na própria Constituição Federal, segundo a qual os vereadores somente dispõem de imunidade material, restrita à circunscrição do Município (art. 29, VIII: “inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município”). 72) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) A definição dos crimes de responsabilidade é competência legislativa privativa da União, assim como o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento destes. Item CERTO. Conforme já examinado nesta aula, essa orientação encontra-se consolidada na Súmula nº 722 do STF, nos termos seguintes: “São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.” 73) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) A organização político- administrativa da República Federativa do Brasil restringe-se aos estados, aos municípios e ao DF, todos autônomos, nos termos da Constituição Federal. Item ERRADO. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição Federal (art. 18). 74) (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Decorre do princípio republicano a regra constitucional de que o mandato do presidente da República será de quatro anos. Item CERTO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 33 Uma das características da forma republicana de governo é a temporalidade no exercício do poder. Logo, a regra constitucional de que o mandado do Presidente da República será de quatro anos é decorrência do princípio republicano. 75) (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) A forma de Estado unitário se contrapõe ao conceito de Estado monárquico. Item ERRADO. A forma de Estado unitário contrapõe-se à forma de Estado composto, complexo ou federado. O que se contrapõe ao conceito de Estadomonárquico é a forma de governo republicana. 76) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Devido ao fato de o Brasil ser país federativo, em que os estados-membros e municípios detêm autonomia com fundamento constitucional, o legislador constituinte estadual pode criar, desmembrar ou remembrar municípios no respectivo território, bastando que siga os procedimentos previstos na própria constituição do estado. Item ERRADO. Para que o estado-membro crie, desmembre ou faça a fusão de municípios é necessário que ele obedeça à lei complementar federal (que fixará o período em que essas modificações territoriais poderão ocorrer), bem assim à lei ordinária federal (que fixará a forma de apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal), tudo isso na forma do art. 18, § 4º, da Constituição Federal. 77) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) A despeito da autonomia que a Constituição assegura aos estados-membros, na Federação brasileira, estes não podem validamente adotar um Poder Legislativo de feição bicameral nem um processo legislativo essencialmente dissociado dos moldes aplicáveis à órbita da União. Item CERTO. Os estados-membros não podem adotar Legislativo bicameral, tampouco são livres para estabelecer o seu processo legislativo de elaboração das leis, haja vista que, segundo o Supremo Tribunal Federal, as regras básicas do processo legislativo federal são de observância obrigatória pelos estados, Distrito Federal e municípios. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 34 78) (CESPE/OFICIAL DE CHANCELARIA/MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES/2006) No Estado federal, cada componente da Federação detém soberania e autodeterminação para desempenhar relações de direito público internacional. Item ERRADO. No Estado federado, os entes federados que o integram dispõem, apenas, de autonomia, e não desempenham relações de direito internacional. Somente o Estado federado como um todo é dotado de soberania, e, como tal, realiza relações de direito internacional com outros Estados soberanos. 79) (CESPE/OFICIAL DE CHANCELARIA/MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES/2006) No Brasil, o Estado federal está fundado no princípio da divisibilidade. Item ERRADO. A República Federativa do Brasil é indissolúvel, isto é, os entes federados não dispõem do direito de secessão. 80) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A especialização inerente à separação entre os poderes é, meramente relativa. Consiste em uma predominância no desempenho desta ou daquela função. Cada poder, em caráter secundário, colabora no desempenho de outras funções, pratica atos teoricamente fora de sua esfera. Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 134-5 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta acerca das funções atípicas dos poderes do Estado. a) Cabe à Câmara dos Deputados dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação, extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a fixação da respectiva remuneração. b) Compete à Câmara dos Deputados, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), julgar os ministros do próprio STF, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 35 c) Compete ao presidente da República, nos casos de relevância e urgência, editar medidas provisórias, em matéria reservada à lei complementar. d) Compete aos tribunais elaborar o seu regimento interno. Gabarito: “d” A assertiva “a” está errada porque, apesar da competência de dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços, a Câmara dos Deputados não dispõe de competência para fixar a remuneração dos seus servidores. A remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é fixada por lei, de iniciativa privativa da Câmara dos Deputados (CF, art. 51, IV). Enfim, a Câmara dispõe da iniciativa privativa para apresentar o projeto de lei, mas este deverá ser aprovado pelas duas Casas do Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República. A assertiva “b” está errada porque a competência para julgar as mencionadas autoridades nos crimes de responsabilidade pertence ao Senado Federal, e não à Câmara dos Deputados, nos termos do art. 52 da Constituição Federal. A assertiva “c” está errada porque é vedada a adoção de medida provisória para tratar de matéria reservada à lei complementar (CF, art. 62, § 1º, III). A assertiva “d” está certa porque, de fato, compete aos tribunais do Poder Judiciário elaborar o seu próprio regimento interno (CF, art. 96, I, a). Trata-se de situação em que o Poder Judiciário realiza função atípica legislativa. 81) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) No que se refere às formas de Estado e formas e sistema de governo, assinale a opção correta. a) Estado unitário é aquele em que não ocorre a chamada descentralização administrativa à mercê do poder central. b) A federação é uma forma de governo em que o sistema federativo é intocável, sendo que os estados-membros possuem o poder de se auto- organizarem. c) Para Maquiavel são formas de governo a República e a monarquia. d) O parlamentarismo e o presidencialismo são formas de governo previstas no texto constitucional. Gabarito: “c” CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 36 A assertiva “a” está errada porque, como vimos, um Estado unitário pode ser do tipo descentralizado ou regional, hipótese em que haverá uma descentralização administrativa para a execução das políticas definidas pelo poder central. A assertiva “b” está errada por dois motivos. Primeiro, porque “federação” não é forma de governo, mas sim forma de Estado. Segundo, porque numa federação o sistema federativo não é intocável, sendo permitidas modificações em seu conteúdo, desde que essas não quebrem o pacto federativo. A assertiva “c” está certa, pois, de fato, as duas tradicionais formas de governo são: a república e a monarquia. A assertiva “d” está errada, porque parlamentarismo e presidencialismo são sistemas de governo, e não formas de governo. Veja que não só a Esaf, mas as bancas examinadoras em geral costumam fazer esse tipo de “pegadinha” com os conceitos de formas de Estado, forma de governo e sistemas de governo. Fique atento para não se confundir com esses conceitos na hora da prova! 82) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A indissolubilidade da Federação brasileira impede que os estados venham a se incorporar a outros estados. Item ERRADO. A indissolubilidade da República Federativa do Brasil impede que os entes federados se separem, com o objetivo de formação de um novo Estado soberano. Essa indissolubilidade não impede, porém, que os Estados-membros venham a incorporar-se entre si, na forma do art. 18, § 3º, da Constituição. 83) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TJ – PA/2006) A invocação da proteção de Deus, presente no preâmbulo da Constituição Federal, não é norma central, cuja reprodução seja obrigatória nas constituições estaduais, pois não possui força normativa. Item CERTO. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o preâmbulo da Constituição Federal: a) não integra o Direito Constitucional; b) não
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