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Teoria Geral da Execução - parte 2

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1 – PROCESSO DE EXECUÇÃO (Livro II, CPC – arts.566/795)
Teoria Geral da Execução (2ª parte)
1.1.11 Requisitos para realizar qualquer execução - art.580
Na condição de ação, a execução forçada sofre a subordinação de pressupostos processuais e às condições da ação, tal como ocorre com o processo de conhecimento. Deve ser válida a relação processual desde seu surgimento, bem como durante sua condução até o provimento executivo final. Devem as partes estar representadas por advogados, a competência devidamente indicada e o procedimento escolhido adequado à pretensão. Assim, para execução forçada, prevalecem as mesmas condições genéricas de todas as ações.
Todavia, a certeza do direito contido no título, faz com que tais condições sejam mais fáceis de serem auferidas pelo juiz. Diante dessa peculiaridade, é no título que se revelam todas as condições da ação executiva.
Segundo HTJ podemos afirmar que as condições ou pressupostos específicos da execução forçada são:
o formal, que se traduz na existência do título executivo, onde se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida;
O prático, que é atitude ilícita do devedor, consistente no inadimplemento da obrigação, que comprova a exigibilidade da dívida.
Do título e de seus requisitos substanciais já tratamos anteriormente. Seguiremos então com comentários à inadimplência do devedor. 
Segundo o dicionarista Aurélio Buquerque de Holanda, inadimplir significa deixar de cumprir no termo convencionado (um contrato ou qualquer das condições dele); descumprir. 
Na execução forçada, só a conjugação dos dois requisitos acima é que torna viável o manejo do processo de execução, devendo ambos serem observados, indistintamente, em todas as espécies de execução, sejam de obrigação de pagar quantia certa, obrigações de dar, de fazer ou não fazer.
Geralmente, relaciona-se a idéia de inadimplemento com a de exigibilidade da prestação, de maneira que enquanto não vencido o débito, não se pode falar em descumprimento da obrigação do devedor. Ensina HTJ que:
A simples verificação, no título, do que já ocorreu o vencimento, é a prova suficiente para abertura da execução. Ao devedor é que incumbe o ônus da prova em contrário, isto é, a demonstração de que incorreu o inadimplemento, o que deverá ser alegado e provado em embargos à execução (art.741, inc.VI e 745), ou em impugnação ao cumprimento de sentença (art.475-L, inc.VI).
O inadimplemento pressupõe uma situação de inércia culposa. Por isso, se ocorre o cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor, “o credor não poderá iniciar a execução” (art.581) e se já iniciada, porém saldada a obrigação, será extinta a execução forçada nos moldes do art.581 c/c 794, I.
1.1.12 Títulos Executivos Extrajudiciais – art.585
A doutrina ainda não estabeleceu de forma satisfatória e segura um conceito de título executivo. Todavia, duas correntes que almejam explicar sua substância, teorizam que:
É predominante na qualificação do título o seu aspecto de documento, cuja função é provar o direito subjetivo substancial de maneira cabal e inconteste (Carnelutti, Rosenberg, Goldschimidt – Teoria Documental);
O título é o ato ao qual a lei liga a eficácia de aplicar a vontade sancionatória (Liebman, Andrioli – Teoria do Ato).
Ernane Fidélis dos Santos conceitua o título executivo extrajudicial como sendo:
O acertamento das relações jurídicas, de forma que se crie título executivo, onde, em princípio, o direito já é reconhecido, pode também ser feito pelos particulares, sem dependência de nenhuma sentença judicial.
Para Vicente Greco Filho (2006, p. 25), “é documento ou ato documentado que consagra obrigação certa e que permite a utilização direta da via executiva”. 
Com relação aos títulos executivos extrajudiciais e utilizando as doutrinas de Humberto Theororo Júnior, Ernane Fidélis dos Santos e Vicente Greco Filho, devemos compreender que:
Foram criados durante a Idade Média face à exigência do comércio, cuja finalidade fora garantia e rapidez de cobrança;
Eram equiparados à sentença quanto à força executiva (como ainda são);
Não há diferença, a não ser de origem, entre eles e os títulos executivos judiciais. Ambos se prestam a dar pronta e efetiva realização ao direito neles reconhecido;
São divididos em particulares (quando originados de negócio jurídico privado e elaborado pelas próprias partes) e públicos (quando constituídos através de documento oficial, emanado de algum órgão da administração pública);
Não é admitida sua criação sem a expressa previsão de lei (só a lei estipula quais são e fixa suas características formais indispensáveis;
Só eles tornam adequado o processo de execução e suas medidas executivas;
Devem ser sempre líquidos, certos e exigíveis (art.586 – faltando liquidez e certeza, o documento de crédito deixa de ser título executivo, obrigando à propositura de processo de conhecimento para a obtenção de uma sentença;
Sua grande maioria tem por objeto o pagamento de quantia em dinheiro.
Como já mencionado acima, os títulos executivos extrajudiciais são indicados no art.585 do CPC. Trataremos agora, apenas dos mais utilizado, indicando suas características mais marcantes que surtem efeitos práticos para a Execução forçada.
Duplicata�: criação brasileira – tem seu estatuto na Lei nº 5.474, de 18/07/1968, atualizado pela Lei nº 6.458/77. A duplicata mercantil é título casual, ou seja, é expedida nos contatos de compra e venda mercantil, com prazo não inferior a 30 dias, sempre correspondendo à fatura das mercadorias vendidas. Duplicata que não corresponda a uma efetiva compra e venda mercantil é título sem nenhum valor entre as parte, sendo até considerados crimes a sua emissão e aceite. Tanto pode haver execução por duplicata aceita, como da não aceita pelo sacado, desde que exista protesto e comprovante de entrega de mercadoria. (art.7º e 8º da Lei nº5.474/68).
Site sugerido para leitura complementar: 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI163783,101048-A+duplicata+virtual+como+instrumento+de+execucao+de+titulo
Cheque: documento pelo qual uma pessoa saca contra outra (banqueiro ou empresa bancária) fundos que estejam a sua disposição (Lei nº 7.357, de 02/09/1985, art.4º - Lei do Cheque). Como título cambiariforme, o cheque tem também rigor formal (art.1º da mesma lei). É ordem de pagamento à vista. Mesmo que a emissão tenha sido feita com intuito simples de promessa, considera-se não escrita toda e qualquer menção no cheque que determine o contrário (bom para certo dia, por exemplo). Apresentado ao sacado, e não pago, já é título executivo, com plena exigibilidade (art.32 da Lei do Cheque).
Site sugerido para leitura complementar: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei-do-cheque-n%C2%BA-7357-de-02-de-setembro-de-1985
Nota Promissória: também tem seus requisitos formais determinados pelo Decreto nº 2.044/2008, art.54. É título de circulação, mas criado pelo próprio devedor e não pelo credor; daí não haver nota promissória sem a assinatura do devedor. Pode ser oferecida em branco apenas com a assinatura do devedor para que o credor preencha, porém para execução todos os requisitos, deverão estar presentes: denominação de nota promissória, soma de dinheiro a pagar, nome da pessoa a quem deve ser paga, assinatura do emitente ou do mandatário com poderes especiais (art.54, inc.I a V).
Site sugerido para leitura complementar: http://jus.com.br/artigos/2846/a-nota-promissoria-e-os-seus-requisitos-essenciais-a-luz-da-lei-uniforme
Documentos público e particular: documento público é aquele cuja elaboração se deu perante qualquer órgão público (ex: termo de confissão de dívida em repartição administrativa ou compromisso de responsabilidade pela indenização dos danos em acidente automobilístico firmado perante repartição de trânsito). Ambos são equiparados no que tange à força executiva, todavia no público requer-se apenas a autenticaçãodo agente público e no particular necessária a assinatura de duas testemunhas. (o que vale também para a confissão de dívida formalizada por particulares).
� Sobre a duplicata, a obra de Fidélis é a mais completa sobre o assunto. Sugiro a leitura das pgs.18/22.

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