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Curso de Direito Administrativo para TCU

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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS P/ O TCU 
PROFESSOR SANDRO BERNARDES 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Olá, amigos. Hoje, com muito prazer, iniciamos nosso curso de questões comentadas do 
CESPE, com vistas à preparação para o concurso de Analista de Controle Externo do Tribunal de 
Contas da União - ACE. 
A intenção desse curso, conforme já explicado na aula demonstrativa, é ser o mais objetivo, 
sem se perder, claro, a qualidade e a profundidade requerida em provas do CESPE. Essa banca, em 
nossa minha visão, é bastante mais “sistêmica” que as demais, exigindo, normalmente, conhecimentos 
de várias matérias em um só item. Daí, logo esclarecendo, em algumas questões passearemos por 
vários assuntos, antes de adentrarmos o mérito do item em si. Ressalte-se, ainda, que esta primeira aula 
será um pouco mais conceitual que as demais, por conta de ser mais uma introdução ao Direito 
Administrativo. 
Ainda explicando nos referindo ao método, ao fim de cada aula constarão as questões, sem os 
comentários, para que, caso deseje, o aluno possa se testar, antes de analisar as respostas. Todavia, 
sugerimos que se tenha atenção especial aos itens que vocês errarem, pois há uma tendência natural de 
fixarmos o que não entendemos. Assim, o fórum será muito útil para os esclarecimentos adicionais. 
No mais, comecemos o nosso curso. Nesta aula serão vistos os seguintes assuntos: 
 
I – ESTADO: ELEMENTOS; FUNÇÕES CLÁSSICAS; CONCEITO 
II – DIREITO: DEFINIÇÃO; OS GRANDES RAMOS; O DIREITO ADMINISTRATIVO, SEU 
OBJETO E FONTES 
III – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: DISTINÇÕES COM RELAÇÃO AO 
REGIME JURÍDICO DE DIREITO PRIVADO 
IV – PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONSTITUCIONAIS E NÃO 
CONSTITUCIONALIZADOS 
V – SISTEMAS ADMINISTRATIVOS: OS MODELOS FRANCÊS E INGLÊS 
 
 Sempre que possível, ainda, faremos comentários a respeito de possíveis temas exigíveis na 
prova dissertativa para o cargo de Analista do TCU. 
Passemos aos itens, então. 
 
1 - (2004/CESPE/AGU) O Estado e o administrado comparecem, em regra, em posição de igualdade 
nas relações jurídicas entre si. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Estado: elementos de definição 
Comentários: 
O item, que é de fácil resolução, serve logo para ilustrar uma distinção, muito comum, em provas 
feitas pelo CESPE: a diferença entre regra e exceção. De fato, o Estado, EM REGRA, não comparece 
em condição de igualdade nas relações que venha a constituir com os Administrados (os particulares, 
em geral). De outra maneira. O Estado, via de regra, comparece de modo diferenciado (desigual) nas 
relações jurídicas constituídas com particulares. A doutrina, comumente, diz que o Estado, então, se 
apresenta em posição VERTICAL nas relações mantidas com terceiros, possuindo uma série de 
prerrogativas e sujeições (restrições), as quais constituirão o REGIME JURÍDICO 
ADMINISTRATIVO (tipicamente de direito público), no qual uma das partes (o Estado ou seus 
representantes) comparece em posição de supremacia quando comparado ao particular. Tal situação 
decorre por conta do princípio da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO, 
entendido por parte da doutrina como essencial para o melhor funcionamento do Estado. 
Em situações específicas, o Estado pode, EM PRIMEIRA ANÁLISE, constituir relação jurídica em 
“pé de igualdade” com os particulares. Nesse caso, o Estado é submetido, PREDOMINANTEMENTE, 
às normas que valem para os particulares em geral, típicas do Direito Privado. Todavia, o Estado, por 
intermédio de seus órgãos, entidades e representantes, nunca é, ABSOLUTAMENTE, igual ao 
particular, seja comparado A ESTE ou COM ESTE. Exemplos deixam mais clara a afirmativa. 
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Suponha que uma empresa qualquer resolva fazer uma “promoção”, vendendo produtos, automóveis, 
por exemplo, a preços bem mais baratos que os correntes no mercado. Um órgão público, então, toma 
conhecimento da promoção. Pergunta-se: pode o órgão aproveitar a oferta e, livremente, adquirir os 
veículos? A resposta é um sonoro NÃO! A razão disso é que a Constituição Federal obriga, de modo 
geral (mas com exceções), seja feito licitação (inc. XXI do art. 37 da Constituição de 1988 – CF/88). 
Percebe-se, facilmente, que o Estado não é tão “livre” quanto os particulares nas suas relações de 
compra e venda, típicas do direito privado, contando com restrições decorrentes do próprio sentido 
jurídico das instituições estatais: os órgãos/entidades/agentes do Estado funcionam como “tutores” do 
interesse público, e, por conta disso, encontram distinções quando comparados ao particular. 
Noutra situação hipotética, o Estado vai realizar um pagamento em razão de uma compra que fez. 
Emite, para isso, uma ordem de pagamento à vista, um cheque. O sujeito que tem a posse do 
documento o apresenta ao banco, para sacá-lo, só que, surpresa, não há dinheiro na conta suficiente 
para cobrir o cheque, que é devolvido. A situação seria indistinta com relação ao particular, o qual 
também teria seu cheque devolvido, caso não possuísse fundos na conta específica para cobertura do 
mesmo. Todavia, após a 2ª devolução, caso o sujeito que tem a posse dos cheques resolva cobrá-los 
mediante ação judicial específica, o Estado torna-se “diferente” do particular, comparados, ambos, na 
condição de devedor. Ilustrando algumas dessas diferenças: o primeiro tem o prazo em quádruplo para 
contestar e em dobro para recorrer judicialmente da decisão que lhe seja desfavorável. Daí que, mesmo 
numa relação jurídica de direito privado, como na emissão de cheques (regida pelo Direito Comercial, 
ramo do direito privado), o Estado possui alguns privilégios decorrentes de sua posição perante a 
sociedade, de responsável pelo cumprimento dos interesses públicos. 
Assim, este primeiro item pode ser sintetizado da seguinte forma: 
I) Em regra, o Estado comparece em posição diferenciada (vertical) nas relações jurídicas que 
venha a constituir com os particulares em geral. Isso é decorrência da própria posição do Estado 
perante a sociedade: a de responsável, em sentido amplo, pelo cumprimento dos interesses públicos; 
II) em determinadas circunstâncias, o Estado pode constituir relação com o particular em 
aparente igualdade (posição horizontal). Todavia, mesmo nestes casos, em que a relação é regida, 
essencialmente, por normas de Direito Privado, o Estado nunca é ABSOLUTAMENTE igual aos 
particulares, contando com privilégios e restrições quando comparado a este. 
 
2 - (2005/CESPE/SERPRO/Analista Jurídico) As atividades tipicamente legislativas e judiciárias 
não são objeto de estudo do direito administrativo. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Estado: funções clássicas 
Comentários: 
O Direito é uma ciência que, como todas, é dividida em diversos ramos, para que, didaticamente, possa 
ser melhor estudado. 
A primeira grande divisão do Direito (seus “grandes ramos”) é em Público e Privado. 
O Direito Público, em uma primeira acepção, regula, principalmente, a organização e competência 
(atribuições) do Estado, ou seja, todos os interesses estatais e sociais (Direito Público Interno). Noutra 
vertente, o Direito Público (externo), por sua vez, ocupa-se das relações dos Estados soberanos entre 
si, assim como das atividades destes com os organismos internacionais. 
Já o Direito Privado cuida predominantemente dos interesses individuais, de modo a dar segurança às 
relações das pessoas em sociedade, seja em suas relações individuais, seja em suas relações com o 
Estado. 
Todavia, essa grande divisão é insuficiente para um estudo adequado da matéria jurídica. Daí que se 
pode falar em, metaforicamente, “sub-ramos” do direito. O Direito Público interno, que nos importa 
aqui, subdivide-se em ramos. Exemplo disso, o Direito Administrativo,que é ramo do direito 
público, que estuda, no essencial, a atividade administrativa do Estado. Todavia, o Estado possui ainda 
duas outras atividades clássicas, consagradas no atual texto da Constituição Federal (art. 2º): a de 
legislar e a de julgar. 
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A atividade legislativa estatal é estudada por outro ramo do Direito Público interno – o Constitucional, 
que, dentre outros assuntos, estuda o processo de elaboração das leis e a hierarquia entre estas 
(processo legislativo). 
Já as atividades judiciárias essencial, ou seja, a produção de sentenças com vistas à solução de 
conflitos porventura surgidos no seio da sociedade, são estudadas por diversos outros ramos do 
Direito, como os processuais (processo penal e civil). Ressaltamos que essa tripartição clássica das 
atividades de Estado (legislar, julgar e administrar) vem de longa data e, mais modernamente, encontra 
em Charles de Secondat, o Barão de Montesquieu, um de seus expoentes de maior expressão. Contudo, 
como já dito, o Direito Administrativo não se ocupa das demais atividades de Estado, mas tão só da 
Administrativa. 
 
3 - (2006/CESPE/TCE-AC/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO) A natureza da atividade 
administrativa é a de múnus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo de defesa, 
conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Estado: funções clássicas 
Comentários: 
Conforme dito no item logo acima, 3 são as atividades (funções) clássicas do Estado: legislar; julgar e 
administrar. As duas primeiras são objeto de outros ramos jurídicos. O Direito Administrativo tem por 
objeto tão só a atividade administrativa, que pode ser conceituada de várias maneiras, a partir do 
critério utilizado para a definição. Os mais comuns são os que se seguem: 
I) Subjetivo (orgânico): o sujeito exercente distinguiria a função como administrativa. 
Identificando-se quem produziu o ato, como sendo por parte de integrante do Poder que tem por 
incumbência o desempenho da atividade administrativa (o Executivo), seria identificada a função. O 
critério subjetivo merece críticas, sendo insuficiente, visto que todos os Poderes podem exercer, ainda 
que atipicamente, atividade administrativa. De fato, os outros Poderes, Legislativo e Judiciário, 
também exercem, ATIPICAMENTE, tarefas administrativas, quando fazem, por exemplo, concurso 
para seleção de servidores, licitações, etc. Além disso, mesmo agentes não pertencentes aos quadros da 
Administração Pública podem desempenhar atividades administrativas, tais como os delegatários de 
serviço público, como concessionários e permissionários. 
II) Objetivo-material: Por este critério, alguns elementos intrínsecos (características 
próprias) da função administrativa permitiriam que a mesma fosse identificada. Ainda que de 
interessante discussão, a adoção deste critério é extremamente trabalhosa, visto que demanda 
discussões a respeito destas características que delimitariam a atividade administrativa. Além disso, no 
mundo jurídico, uma coisa é o que é por força da norma que assim determina, ou seja, pelo regime que 
lhe outorga e não por alguma causa intrínseca, substancialmente residente na essência da coisa. Assim, 
boa parte da doutrina utiliza-se do critério 
III) Objetivo formal: por este critério, a função administrativa seria determinada não pelas 
características essenciais, mas por características de direito, ou seja, pelo tratamento normativo que lhe 
corresponda. A atividade administrativa caracterizar-se-ia por se desenvolver em razão de comandos 
infralegais, e, em alguns casos, infraconstitucionais. 
 Dos três critérios, o mais acertado é o critério formal, se tivéssemos que tomar um, 
isoladamente. 
 Contudo, de maneira prática e voltando-se ao objetivo pretendido neste texto, preparação para 
concursos públicos, pensamos que o melhor critério para identificação da função administrativa é o 
residual, ou seja, o que não seja formulação de regras legais (função legislativa) ou resolução de lides 
(função jurisdicional) pelo Estado, é função administrativa. Dessa maneira, pode-se afirmar que 
função administrativa é a desempenhada pelo Estado, em quaisquer de seus Poderes, ou por seus 
representantes, de maneira subjacente à Constituição e às Leis, sob regime de Direito Público, 
com vistas ao atendimento concreto das demandas da coletividade. 
 
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4 - (2006/CESPE/TCE-AC/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO) O direito administrativo pode ser 
conceituado de acordo com vários critérios. Desses, o que prepondera, para a melhor doutrina, é o 
critério do Poder Executivo, segundo o qual o direito administrativo é o conjunto de regras e princípios 
jurídicos que disciplina a organização e a atividade desse poder. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Direito Administrativo: critérios para definição 
Comentários: 
Os doutrinadores (os principais autores) muito têm discutido sobre qual essencial deve ser adotado 
para a conceituação do Direito Administrativo (não mais da função administrativa em si, mas do ramo 
do direito que lhe é próprio, o Direito Administrativo). Nesse sentido, alguns podem ser destacados: 
I) Do serviço público: de inspiração francesa, por tal critério o Direito Administrativo 
estudaria as atividades entendidas como serviço público. Críticas são feitas a este critério: 1º) o 
conceito de “serviço público” é muito amplo e, com isso, Direito Administrativo abrangeria assuntos 
que seriam estudados por outros importantes ramos do direito, como o Constitucional; 2º) serviço, em 
si, é atividade material, não jurídica. Em sentido amplo, abrangeria mesmo atividade industriais e 
comerciais prestadas pelo Estado, e, nesse sentido, fugiria ao objeto do estudo do Direito 
Administrativo; 
II) Do Poder Executivo: por este, o Direito Administrativo teria por objeto de estudo a 
atividade desempenhada pelo Poder Executivo, pois é de incumbência as atividades de Administração 
Pública estatais. O critério é insuficiente, já que estas atividades são principalmente, mas não 
exclusivamente, realizadas pelo Executivo. Ademais, há outras atividades levadas a efeito pelo 
Executivo que, por sua essência, são regidas por outros ramos do direito, como o Constitucional, Civil, 
Comercial, etc. 
III) Das relações Jurídicas: o objeto de estudo do Direito Administrativo seria constituído 
pelo conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados. O critério é 
também insuficiente, já que: 1º) diversos outros ramos também regem a relação Estado X administrado 
(Direitos Tributário, penal, eleitoral, etc.); 2º) o Direito Administrativo 
IV) Teleológico: por tal critério, o Direito Administrativo seria um sistema de princípios 
jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. O ponto comum dos 
autores que adotam esse critério é o entendimento de que o Direito Administrativo compreende normas 
que disciplinam a atividade concreta do Estado para consecução de fins de utilidade pública. Crítica ao 
critério: não se ocupa de definir os limites do Direito Administrativo, o qual, em certa medida, 
abrangeria mesmo a atividade legislativa do Estado. 
V) Negativo ou residual: o Direito Administrativo é definido excluindo-se as atividades do 
Estado de legislação e de jurisdição, além das atividades patrimoniais, regidas pelo direito privado. 
Também podem ser realizadas críticas ao conceito: 1º) um critério não positivista não tem por 
preocupação a definição de um objeto de estudo, mas de não estudo, o que, academicamente, é 
indesejável, já que a matéria seria estudada por exclusão; 2º) há atividades patrimoniais que devem serestudadas pelo Direito Administrativo, tal como o comércio público de bens. 
VI) Da distinção entre a atividade jurídica e social de Estado: de acordo com o critério em 
questão, o Direito Administrativo seria definido considerando, de um lado, o tipo de atividade exercida 
(a atividade jurídica não contenciosa) e, de outro, os órgãos que regula. Leva-se em consideração, 
portanto, o sentido objetivo (atividade concreta exercida) e o sentido subjetivo (órgãos do Estado que 
exercem aquela atividade) de Administração Pública. Aproxima-se bastante do critério mais utilizado 
para a definição do Direito Administrativo, qual seja, o da Administração Pública. 
VII) Da Administração Pública: em face desse critério, o Direito Administrativo constitui o 
ramo do direito que rege a Administração Pública como forma de atividade; define suas pessoas 
administrativas, organização e agentes e lhes regula, enfim, os seus direitos e obrigações, umas com as 
outras e com os particulares, por ocasião do desempenho da atividade administrativa. Ainda que se 
possa criticar o conceito, pode-se afirmar que no direito brasileiro, hoje, é mais aceito pela doutrina, 
com autores de peso utilizando-o para traçar sua definição de Direito Administrativo. 
 
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Voltando para o item sob exame, o que o torna INCORRETO é afirmar que o critério do Poder 
Executivo é preponderante para a definição do Direito Administrativo, vez que prevalece no 
Brasil, atualmente, o critério da Administração Pública. A descrição quanto ao critério do Poder 
Executivo contida no item, ressaltamos, está correta. 
 
5 - (2004/CESPE/TCU/ANALISTA) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito 
administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda tem sua 
influência relacionada com a deficiência da legislação. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Direito Administrativo - fontes 
Comentários: 
Inicialmente, ainda que óbvio, cabe destacar que o Direito Administrativo, ciência que é, nasce de 
algum lugar. É exatamente este o sentido de “fontes”, as quais funcionam como se fossem o “ponto de 
partida” do direito. No Direito Administrativo, 4 são as fontes tidas por principais: I) A Lei; II) a 
jurisprudência; a III) a doutrina; e, IV) os costumes. Passemos a comentar cada uma dessas, 
rapidamente. 
A Lei é a mais importante fonte para o Direito Administrativo Brasileiro, geradora de direitos e 
obrigações, impondo-se tanto à conduta dos particulares, quanto à ação estatal, isto é, obrigando, 
inclusive, ao próprio ente legislador (p. ex: lei geral de licitações e contratos – Lei 8.666/93 e a lei 
geral das concessões/permissões – Lei 8.987/95). 
A Lei, enquanto fonte, tem um sentido amplo (lato sensu), ou seja, abrangendo todas as normas 
dotadas produzidas pelo Estado, ou por quem o represente, que alcance, de alguma maneira, a 
atividade administrativa do Estado. Nesse sentido, a Lei, enquanto fonte do Direito Administrativo, 
abrange desde a maior de todas elas, a Constituição Federal, passando por leis ordinárias, 
complementares, delegadas, medidas provisórias e outras normas com força de Lei, como os extintos 
Decretos Lei. 
Bom registrar, ainda, que a Lei costuma ser indicada, corretamente, como fonte escrita e primária 
para o Direito Administrativo. Ressaltamos, todavia, que há outras normas, infralegais que são fontes 
para o Direito Administrativo, também. Contudo, são fontes secundárias, vez que a Administração 
Pública, via de regra, organiza-se mediante Lei, em decorrência do princípio da legalidade contido no 
caput do art. 37 da CF/88, a ser estudado mais à frentes. 
A Jurisprudência é um conjunto de decisões judiciais reiteradas num mesmo sentido, a respeito de 
uma matéria. Dessa forma, não se pode considerar “jurisprudência” uma decisão judicial isolada, a 
qual, no máximo, constitui um caso paradigmático, referencial, que indica uma situação concreta que 
fora submetida à apreciação de um juiz ou tribunal judicial. 
Apesar de fazermos referência à jurisprudência como sendo resultante de decisões judiciais, bom 
lembrar que o TCU tem sua própria jurisprudência. Isso se deve, dentre outros dispositivos, ao inc. II 
do art. 71 da CF/88, que dá ao TCU poder para julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as 
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que 
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. 
Quanto à jurisdição do TCU, fazemos os seguintes alertas I) as decisões proferidas pelo Tribunal não 
fazem coisa julgada da mesma forma que as decisões judiciais. De fato, ainda que proferida uma 
decisão (Acórdão) pelo TCU, o assunto poderá será levado à apreciação do Judiciário, em razão do que 
dispõe o inc. XXXV do art. 5º da CF/88, o qual é transcrito para facilitar o entendimento: a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Dessa forma, o TCU pode ter 
suas decisões; II) ainda que as decisões do TCU possam ser questionadas judicialmente, em razão 
do que dispõe a atual Constituição Federal, haverá limites para a manifestação judicial quanto às 
decisões da Corte de Contas. De fato, não poderia o Judiciário substituir o TCU e, por exemplo, 
mudar a natureza de uma decisão em processo de contas (tomada ou prestação) de irregulares para 
regulares com ressalva. Agisse assim, o magistrado/Tribunal judicial estaria “furtando” competência 
que, constitucionalmente, é do Tribunal. 
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Destacamos do item em análise que a Jurisprudência no Brasil, via de regra, não possui força 
vinculante. Diferentemente do sistema norte-americano, no qual as decisões proferidas pelas instâncias 
superiores vinculam as inferiores, para os casos idênticos, o que é conhecido como sistema do stare 
decises, no Brasil, os Juízes possuem “maior liberdade”. De fato, os magistrados brasileiros podem 
interpretar as informações que constam dos processos judiciais que lhes são submetidos com maior 
amplitude que os americanos, em razão do que se chama no Brasil de princípio do livre convencimento 
por parte do magistrado. Contudo, duas observações são feitas quanto à atividade jurisdicional, a 
despeito de não ser objeto de estudo de nossa matéria: I) o livre convencimento do Juiz encontra 
limites, vez que deve se ater aos fins pretendidos pela norma. Nesse sentido, assim determina a Lei de 
Introdução ao Código Civil – LICC Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. Assim a liberdade de interpretar por parte do magistrado não se converte em 
arbítrio, vez que encontra limites; II) há algumas decisões advindas do Judiciário que vincularão tanto a 
atuação daquele Poder, quanto a própria Administração Pública. Neste sentido, damos destaque, dentre 
outras, às súmulas vinculantes, constantes do sistema jurídico nacional, a partir da Emenda Constitucional 45, 
conhecida como a de Reforma do Judiciário (ver art. 103-A, CF/88) 
Por fim, a Jurisprudência é fonte não escrita do Direito Administrativo, impondo-se pela força moral 
que possui junto à sociedade. 
Doutrina significa o conjunto dos trabalhos dos estudiosos a respeito do Direito Administrativo, ou 
seja, os livros, os artigos, os pareceres, elaborados por estudiosos desse ramo jurídico. tais trabalhos 
fornecem, muitas vezes, bases para textos legais, para sentenças e acórdãos e para interpretações. É 
fonte escrita e mediata para o Direito Administrativo, não gerando direitos para os 
particulares, mas contribuindo paraa formação do nosso ramo jurídico, sendo utilizado, 
inclusive, para fins de interpretação. 
Já os costumes são os comportamentos tidos por obrigatórios pela consciência popular. 
No que respeita ao Direito Administrativo, o costume, como fonte, é de menor relevância, ante o 
princípio da legalidade, insculpido no art. 37 da atual Constituição Federal. Contudo, ainda que menor 
importância, é fato que o costume constitui, sim, fonte para o Direito Administrativo, dada a 
deficiência da legislação relativa a tal ramo jurídico, a qual é notoriamente reduzida, ainda. 
Dessa forma, por tudo que se expôs, percebe-se a correção do item, que pode ser assim resumido: 
I) Tanto a jurisprudência, quanto os costumes, são fontes para o Direito Administrativo, NÃO 
ESCRITAS e SECUNDÁRIAS; 
II) A jurisprudência, via de regra, não vincula a atuação do Administrador Público. Existem 
exceções, todavia, em que decisões judiciais possuirão caráter vinculante, assunto que é melhor 
estudado no Direito Constitucional, na parte relacionada ao Controle de Constitucionalidade; 
III) Ainda que de menor relevância, os costumes constituem fonte para o Direito 
Administrativo, sobretudo em razão da deficiência da legislação relativa a tal ramo jurídico, a qual é 
notoriamente reduzida, ainda. 
 
6 - (2004/CESPE/TCU/ANALISTA) A expressão regime jurídico-administrativo, em seu sentido 
amplo, refere- se tanto aos regimes de direito público e de direito privado a que se submete a 
administração pública quanto ao regime especial que assegura à administração pública prerrogativas na 
relação com o administrado. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Regime Jurídico-Administrativo 
Comentários: 
Mais uma questão de Analista do TCU. Bom, inicialmente, partimos da definição da expressão 
“regime jurídico”, isoladamente. Regime jurídico quer dizer o conjunto de normas/princípios 
aplicáveis à uma determinada situação. Muitas vezes a expressão é conjugada com um qualificativo, 
um termo, que lhe trará adjetivação. Exemplo: regime jurídico de servidores, de licitações, etc. Nesses 
casos, a expressão diz respeito às normas principais aplicáveis à matéria: a servidores, a licitações e 
outras. 
No item que estamos examinando, aponta-se o regime jurídico administrativo como sendo maior que 
os regimes de direito público e privado. Na verdade, o regime jurídico administrativo é de Direito 
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Público, aplicável à atividade administrativa do Estado, daí, um primeiro erro na questão. O regime 
jurídico administrativo não abrange o direito público, mas sim É DE DIREITO PÚBLICO. 
Alguns doutrinadores, como a Prof. Maria Sylvia Di Pietro, fazem uma distinção quanto aos regimes 
jurídicos aplicáveis à Administração Pública. Sinteticamente, a autora diz que o Regime Jurídico DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA engloba tanto as normas de direito público (regime jurídico 
administrativo), quanto de direito privado (regime jurídico de direito privado) aplicáveis à própria 
administração em situações específicas. 
DICA: OS CONCEITOS “DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA” SÃO MAIORES QUE OS 
“ADMINISTRATIVOS”. Assim, regime jurídico DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA abrange o 
regime jurídico ADMINISTRATIVO, mas também o de DIREITO PRIVADO a que pode estar 
submetida a Administração. Da mesma forma, ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA são mais 
abrangentes que ATOS ADMINISTRATIVOS, abarcando, além destes, os ATOS DE DIREITO 
PRIVADO PRODUZIDOS PELA ADMINISTRAÇÃO. 
Por conseguinte, mais um erro no item em exame: o Regime da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é que 
engloba os regimes ADMINISTRATIVO ou DE DIREITO PRIVADO a que pode se submeter a 
Administração. 
Além disso, no Regime Jurídico Administrativo (de Direito Público) a Administração dispõe de 
prerrogativas, bem como se submete a restrições que não se aplicam aos particulares, de modo geral. 
Assim ocorre em razão do significado que o Estado tem na existência da sociedade: a de ser 
responsável pelo cumprimento dos interesses coletivos (públicos). Em conseqüência, a Administração 
Pública dispõe de “poderes especiais” (prerrogativas do Direito Público) que não são colocadas à 
disposição do particular. Como exemplos de tais prerrogativas: o exercício do poder de polícia, a 
desapropriação de bens, a possibilidade de aplicação de sanções administrativas independente da 
intervenção judicial, etc. 
Todavia, no regime jurídico administrativo, a Administração não é só prerrogativas. Jamais! Há 
também as sujeições, a contrapartida das ditas prerrogativas. Mais uma vez, exemplos ilustram bem. 
Imagine que a Administração Pública tenha de adquirir veículos e toma conhecimento que uma loja 
está com uma “promoção”, com preços bastante inferiores aos correntes no mercado. Poderia o 
Administrador livremente (ao seu arbítrio) adquirir os veículos? Sonoramente, NÃO! A razão disso 
que é Constituição Federal, por exemplo, submete à Administração ao dever de licitar suas aquisições 
(art. 37, inc. XXI, CF/88), restringindo o que se poderia nominar de “liberdade” da Administração em 
realizar contratos. Assim, o Regime Jurídico Administrativo poderia ser resumido em duas expressões: 
PRERROGATIVAS ou SUJEIÇÕES do Estado no desempenho de suas atividades Administrativas. 
Ainda quanto aos regimes jurídicos aplicáveis à Administração, como já se disse, a Administração 
Pública pode estar submetida em uma situação, preponderantemente, a normas do Direito Privado. É o 
que acontece, por exemplo, na exploração de atividades econômicas por parte do Estado. Nesse 
sentido, o inc. II do § 1º do art. 173 da CF/88 estabelece que as empresas públicas e sociedades de 
economia mista que explorem atividades econômicas se submetem às mesmas normas que valem para 
as empresas privadas quanto a direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Assim, o 
Banco do Brasil, sociedade de economia mista federal, ao atuar no mercado se submete, via de regra, às mesmas 
“regras do jogo” que valem para os bancos privados. A doutrina clássica costuma firmar que, nestes casos, o 
órgão ou entidade da Administração Pública encontra-se em posição “horizontal” quando comparada ao 
particular. Ainda que a afirmativa não esteja de todo incorreta, merece algumas observações. 
Por mais que a Administração Pública se submeta PREDOMINANTEMENTE ao Direito Privado, esta 
submissão não é INTEGRAL. Isso se dá por que, ao fim, o papel dos órgãos/entidades da 
Administração é o atingimento do interesse público, independente de qual o regime jurídico aplicável 
ao caso. Assim, em razão da supremacia do interesse público sobre privado, princípio essencial para o 
bom entendimento do Direito Administrativo, a aplicação do Direito Privado à Administração nunca é 
INTEGRAL, vez que o Estado não pode ser igualado, de forma absoluta, aos particulares. 
De toda a exposição neste item, ficam os seguintes resumos: 
I) Regime jurídico é um conjunto de normas/princípios aplicado a determinada situação; 
II) O regime jurídico aplicável à Administração pode ser tanto de direito público 
(administrativo), como de direito privado ; 
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III) O regime jurídico administrativo é um conjunto de prerrogativas e sujeições concedido à 
Administração Pública, para melhor cumprimento dos interesses públicos; 
IV) Ainda que se submeta, predominantemente, a normas de direito privado, a Administração 
Pública nunca se submete de forma integral a normas de tal ramo jurídico. Isso se dá, em especial, em 
razão da supremacia do interesse público sobre o privado, princípio essencial para o bom entendimento 
do direito administrativo. 
 
7 - (2006/CESPE/TCE-AC/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO) O regime jurídico de direito público 
encontra-se fundadonos princípios da prevalência do interesse público sobre o privado e o da 
indisponibilidade desse interesse público. No entanto, de acordo com uma concepção moderna do 
direito administrativo, de cunho gerencial, não se pode afirmar que o interesse público se confunde 
com o do Estado. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Regime Jurídico-Administrativo 
Comentários: 
Em nossa visão, a questão é EXCELENTE, pois trata de um tema que tem andado “na moda” em 
concursos recentes. É, concurso tem moda também... 
Em determinadas épocas, alguns assuntos passam a ser recorrentes nas provas, como o que nós vamos 
tratar agora: a diferenciação entre interesse público primário e secundário. Antes disso, porém, 
analisemos o trecho inicial da questão que fala de dois princípios essenciais ao entendimento do 
regime jurídico administrativo: os da supremacia e indisponibilidade do interesse público. 
De plano, bom esclarecer que os princípios funcionam como pilares do conhecimento. Há, claro, 
princípios próprios aplicáveis à Administração Pública. Alguns são constitucionais explícitos, como os 
que constam do caput do art. 37 da CF/88. Outros são encontrados implicitamente no texto 
constitucional. Mais princípios vêm de textos legais, como os do art. 2º da Lei 9.784/99, e, por fim, a 
doutrina “constrói” inúmeros princípios, a partir da interpretação da ordem jurídica. Por serem 
orientativos, os princípios não possuem, entre si, hierarquização conceitual: não há princípio mais ou 
menos importante, todos são de igual importância. O que acontece, em um caso concreto, é que um (ou 
mais de um) pode prevalecer quando comparado a outro. Mas não se fulmina, tão só, um princípio em 
benefício de outro. 
Ainda que nas questões seguintes se vá tratar de inúmeros princípios de Administração Pública, os dois 
tratados no item (supremacia e indisponiblidade do interesse público) são apontados pela doutrina 
majoritária como fundamentais ao bom entendimento do Direito Administrativo. 
O interesse público, por dizer respeito ao coletivo, se sobrepõe aos interesses individuais. Claro que a 
prevalência do interesse público não é um fim em si mesmo: a pretexto de dar cumprimento aos 
interesse públicos não pode o Administrador Público simplesmente fulminar os direitos e liberdades 
individuais, garantias consagradas constitucionalmente. A “chave” então da melhor interpretação do 
princípio da supremacia do interesse público é a ponderação entre as prerrogativas (poderes) estatais 
de um lado e os direitos/liberdades individuais de outro. Há que se preservar o equilíbrio, dado que não 
há poderes ilimitados concedidos à Administração Pública. 
Por outro lado, o cumprimento dos interesses públicos cumpre não aos órgãos e entidades da 
Administração em si, vez que estes não passam de mera ficção jurídica. Para que os interesses públicos 
sejam atingidos, necessita-se de agentes públicos, que tornarão concreta a atuação da Administração 
Pública. Esses agentes, na busca pelo atingimento dos interesses públicos, atuam não em razão de 
vontade pessoal, mas daquilo que lhes impõe a norma, em sentido amplo. Assim, a doutrina 
majoritária tem dito que “falta vontade” àquele que atua em nome do interesse público, o agente 
público. De outra forma, este atua por determinação ou autorização da norma, que torna o interesse 
público indisponível ao agente em si. Pois bem, superada a explanação quanto aos princípios 
apontados na questão, tratemos da tal concepção moderna do direito administrativo, “de cunho 
gerencial”. 
É fácil perceber que o Estado, e a Administração Pública, não são mais os mesmos, se comparados a 
épocas passadas. De fato, muitas mudanças significativas ocorreram ao longo de todo o sec. XX, não 
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só para o Estado, mas para a sociedade de modo geral. Nesse sentido, surgiram teóricos a 
propagandear uma “aproximação” do funcionamento da máquina pública com relação à iniciativa 
privada. Sem maiores críticas, já que não é nosso intuito neste curso, podemos afirmar que a 
adaptação de conceitos da iniciativa privada para a atuação da Administração pública é bastante 
salutar, em alguns contextos. Claro que tal procedimento encontrará limites, visto que há uma nítida 
diferenciação entre a Administração Pública e os particulares: os últimos tem por objetivo, via de 
regra, satisfazer seus próprios interesses, enquanto a primeira tem por papel primordial atender aquilo 
que se deva entender por interesses públicos. 
Pois bem. Nesse “processo de adaptação” surgiu uma corrente de pensamento que é conhecida como 
NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, que apregoa um movimento mais gerencial dos corpos 
estatais. Esse gerencialismo substituiria, em parte, conceitos da “surrada” burocracia estatal, tornando 
a máquina pública mais arejada, mais leve, conseqüentemente, mais apropriada ao próprio 
funcionamento da Administração Pública, que deve se tornar mais sintonizada com a agilidade das 
instituições privadas. Com isso, necessita mudar mesmo as normas jurídicas que condicionam o 
funcionamento da Administração Pública, ou seja, prega-se a mudança no arcabouço jurídico do 
Direito Administrativo, o que, em muito, já foi feito em nosso país. Um exemplo único é emblemático: 
as Parcerias Público-Privadas, regulamentadas pela 11.079/2005. Como o próprio nome indica, busca-
se a parcerização Estado-Particular, no intuito de se atender de forma mais adequada as necessidades 
emergentes do contexto enfrentado. Está-se diante, portanto, da gênese de um “novo Estado”, muito 
mais cooperativo do que fora a pouco tempo, que busca na sociedade o parceiro para o atendimento 
das demandas coletivas, dos ditos “interesses públicos”. Daí, passamos para o trecho final da questão, 
que trata desse conceito extremamente impreciso, o interesse público. 
Ainda que quase inviável se precisar o que é “interesse público, não se pode conceituar este como 
aquele que diz respeito ao Estado, em si, relacionados à entidade representante. Tampouco pode-se 
conceituar o interesse público como sendo resultante do somatório dos interesses individuais. Dessa 
forma, a doutrina costuma segmentar o interesse público em: 
I) primário – corresponde ao cumprimento da Lei, que corresponde, portanto, ao interesse 
público propriamente dito. 
II) secundário – entendido como a necessidade de a Administração lograr vantagens para 
si. 
 
Quanto ao último caso (interesse público secundário), é bom lembrar que o Estado é uma instituição 
que age por intermédio de órgãos, entidades e agentes, mas que, ao fim, num plano extra jurídico, tem 
interesse de “maximizar” seus ganhos, e que muitas vezes tenderá a privilegiar interesses secundários 
em detrimento dos primários. Mais um exemplo para se ilustrar o que se expõe. 
O Estado pode, em determinado momento, querer elevar, ao máximo as alíquotas dos tributos, como 
impostos, por exemplo, para ter mais receita para cobrir dívidas passadas. Neste caso, tenderia a agir 
como um particular: maximizar receitas para cobrir despesas. Só que, evidentemente, não é isso que a 
sociedade e Lei exigem do Estado. De outra forma, quer-se do Estado que a tributação seja feita nos 
limites necessários para que se proporcione o bem estar social do coletivo. Por conseguinte, pode-se 
afirmar que só é permitido ao Estado perseguir interesses públicos secundários quando estes 
coincidirem, ou ao menos não sejam obstaculizados, com os interesse públicos primários. Assim, 
correto o examinador quando afirma que o interesse público [primário] não coincide com o do Estado. 
De fato, em um aspecto puramente “gerencial”, o Estado tenderia a tentar maximizar seus próprios 
interesses, que podem muitas vezes não coincidir com aqueles dispostos na norma. 
 
8 - (2007/CESPE/PGE-PA/ADMINISTRADOR) A Os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência aplicam-se à administração pública direta, indireta e fundacional 
de todos os poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública 
Comentários: 
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A questão é extremamente simples, a partir da correta leitura do caput do art. 37 da CF/88. 
O referido dispositivo coloca, explicitamente, 5 princípios a serem aplicados à Administração Pública, 
velhos conhecidos de quem já vem há tempos se preparando para concursos públicos: Legalidade; 
Impessoalidade; Moralidade; Publicidade e Eficiência (o tradicional LIMPE, tão repetido em sala nos 
cursos preparatórios para concursos). Todavia, é bom lembrar que os princípios, e todo o art. 37 da CF, 
valem para TODOS OS PODERES, DE TODOS AQUELES QUE INTEGREM A FEDERAÇÃO 
BRASILEIRA (União; Estados; DF e Municípios), na Administração Direta e Indireta. É útil, nesse 
contexto, transcrição do dispositivo constitucional referido: Art. 37 - A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: 
Não resta dúvida quanto à correção da questão: todos os poderes, de qualquer das pessoas da 
federação, devem cumprir com os princípios constitucionalmente estabelecidos. 
 
9 - (2006/CESPE/ANA/Analista/CF) Conforme previsto na Constituição de 1988 as administrações 
públicas direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios obedecerá aos princípios de legalidade, probidade administrativa, moralidade, publicidade 
e eficiência. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública 
Comentários: 
A questão é quase repetição da anterior, só que, ao tempo que omite a impessoalidade como princípio, 
acresce um outro princípio: do a probidade. 
Aproveitando o art. 37 da CF/88, citado no item anterior, vê-se que o artigo diz que Administração 
Pública deverá seguir os princípios citados no próprio dispositivo. Contudo, o trecho final do artigo diz 
também, ainda, ao seguinte... Daí que TODO O ARTIGO 37, EM SEUS PARÁGRAFOS E INCISOS 
É APLICÁVEL À ADMINISTRAÇÃO DE QUALQUER ESFERA DA FEDERAÇÃO. 
Por sua vez, o § 4º do art. 37, de observância obrigatória assim menciona: Os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
O assunto improbidade é tão importante na ordem jurídica brasileira que é tratado em norma própria, 
qual seja, a Lei de Improbidade Administrativa, a 8.429/92. Todavia, o assunto improbidade 
administrativa não tem sido exigido nos últimos editais para o cargo de Analista do TCU, inclusive 
para o certame de 2007, razão pela qual nos poupamos de maiores comentários. 
Pois bem, mas voltando ao texto constitucional. O § 4º do art. 37 da CF/88 também deve ser observado 
por toda a Administração Pública, pelo que deve ser considerado um princípio também, construído 
pela seguinte ótica: é dever do Administrador Público agir de forma proba, honesta. A violação de tal 
dever, importando em ato de improbidade, será punida na forma prevista de maneira ampla na 
Constituição, e, de forma mais precisa, e de acordo com o que preceitua a Lei 8.429/92. 
É interessante registrar, por fim, que existem inúmeros princípios de Administração Pública que, ainda 
que não tenham sido chamados assim, de princípios, o são, vez que reconhecidos amplamente pela 
doutrina, como, por exemplo, o da probidade administrativa. Dessa maneira, podemos distinguir os 
princípios CONSTITUCIONAIS de Administração em: I) explícitos – aqueles constantes do caput do 
art. 37 (LIMPE) e II) Implícitos ou reconhecidos doutrinariamente – dispersos ao longo do texto do 
mesmo art. 37 e mesmo em outros trechos da Constituição atual. 
 
10 - (2006/CESPE/ANA/Analista/CF) Entre as disposições fundamentais do art. 37 da Constituição 
Federal, encontram-se as do concurso público, das licitações, da responsabilidade objetiva do Estado, 
da participação na Administração e da probidade administrativa. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública 
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Comentários: 
Este item serve para complementar o anterior. Todas as mencionadas disposições fundamentais do art. 
37 constituem princípios de Administração Pública: 
I) concursos públicos – exigência do inc. II do art. 37. O acesso a cargos e empregos públicos 
ocorrerá, via de regra, mediante concurso público, que, em princípio, deverá ser realizado. Para tal 
regra há exceções, a serem vistas em momento mais oportuno, em aulas futuras; 
II) licitações – o inc. XXI do art. 37 determina que, SALVO EXCEÇÕES PREVISTAS EM 
LEI, as compras, alienações, obras e serviços a serem contratados pela Administração Pública devem 
ser antecedidos de licitação. Bom notar, desde logo, que licitações e contratos são coisas diferentes: 
para que os últimos sejam firmados, as primeiras devem, em regra, ser realizadas. Assim, licitações são 
o antecedente e o contrato o conseqüente; 
III) responsabilidade do Estado: a regra da responsabilidade civil objetiva, estabelecida no § 6º 
do art. 37, não se aplica a todos as entidades do Estado. Todavia, como teremos aula oportuna para 
abordarmos o assunto, apenas faz-se o registro; 
IV) dever de probidade: abordado na questão anterior, determina que o agente público 
mantenha conduta honesta, reta. 
Em suma, percebe-se, sem dificuldade que os comandos do art. 37 contém inúmeros princípios que 
não foram assim chamados, mas merecem ser assim reconhecidos, pelo seu valor para ordem jurídica. 
 
11 - (2007/CESPE/PC-PA/TEC EM ADM) De acordo com o princípio da legalidade, é permitido ao 
agente público, quando no exercício de sua função, fazer tudo que não seja expressamente proibido 
pela Constituição Federal. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública - legalidade 
Comentários: 
O princípio da legalidade é da essência do Estado de Direito e, por isso, fundamental para o Direito 
Administrativo, porquanto este nasce com aquele. É fruto da necessária submissão do Estado à Lei. 
De acordo com a acepção clássica do princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer 
aquilo que a norma lhe determina de modo expresso ou autoriza, ainda que de maneira ampla. No 
primeiro caso, ter-se-á atuação vinculada, como será visto a seu tempo. No segundo caso, quando a 
Administração Pública goza de uma maior margem de liberdade (mas sempre com limites postos pela 
norma), verificar-se-á discricionariedade. 
Ressaltamos, desde logo, que o princípio da legalidade também vale para o Particular, mas com um 
outro enfoque: se uma norma não proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade, pode 
agir da maneira que melhor entender. Pode-se, previamente, concluir que a Administração Pública só 
pode agir da maneira que a Lei lhe determinar ou autorizar, enquanto que o particular age da maneira 
que julgue mais conveniente, desde que a Lei não lhe proíba. 
Assim, o agente público, que é quem torna concreta a atuação da Administração Pública, não pode 
fazer tudo o que não seja proibido em lei. Contrário disso. O agente público só pode fazer o que a 
norma autoriza ou determina. Quem, em princípio, pode fazer tudo o que a norma (e não só a 
Constituição) não proíbe é particular, para o qual o princípio da legalidade terá mais caráter restritivo 
do que impositivo: não sendo proibidoem norma, é possível ao particular fazer. 
 
12 - (2005/CESPE/TCU/Analista) A existência de atos administrativos discricionários constitui uma 
exceção ao princípio da legalidade, previsto expressamente na Constituição da República. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública - legalidade 
Comentários: 
Como dito no item anterior, a Administração Pública pode agir de forma determinada ou autorizada 
em lei. No primeiro caso, tem-se a atuação vinculada à norma, com a produção de atos dessa natureza, 
vinculados. Nestes, a doutrina costuma apontar que falta liberdade ao Administrador, que se limitaria 
simplesmente a cumprir o que estabelece a norma, de forma clara e precisa. Como bom exemplo que 
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pode ser dado de atuação (e ato) vinculada à norma tem-se a concessão de licença gestante para 
servidora pública, prevista no art. 207 da Lei 8.112/90, que estabelece o regime jurídico aplicável aos 
servidores públicos da União, da Administração Direta, de Autarquias e Fundações Públicas. A 
referida licença DEVE ser concedida com prazo de 120 dias consecutivos, podendo ser usufruída pela 
servidora a partir do 1º dia do 9º mês de gravidez, salvo antecipação determinada por prescrição 
médica. Na licença gestante, pouca liberdade há para a autoridade responsável pela sua concessão: 
satisfeitos os requisitos pela servidora, a licença será concedida, não cabendo à autoridade qualquer 
juízo quanto à conveniência e oportunidade quanto à concessão. 
Noutros casos, a Administração Pública contará com um certo grau de liberdade, mais ou menos 
amplo, que convencionou-se chamar, doutrinariamente, de discricionariedade administrativa. Contudo, 
mesmo quando possui tal liberdade, que, em síntese, diz respeito à conveniência (modo) e 
oportunidade (momento) de agir, a Administração não escapa do dever de cumprir a Lei. Noutras 
palavras: discricionariedade não é sinônimo de arbitrariedade, livre disposição de vontade. 
Discricionariedade significa, sim, liberdade, mas com limites postos pela Lei. Podemos ilustrar a 
última afirmativa com mais um exemplo extraído da Lei 8.112/90, em seu art. 87, que cuida da 
possibilidade de concessão de licença capacitação. Para esclarecimento, vale citar o dispositivo: 
Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-
se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de 
curso de capacitação profissional. 
O trecho negritado não está assim no original e destaca exatamente o ponto em que a norma concede 
discricionariedade à Administração: fica a seu critério a concessão da referida licença que, no 
momento, não carece de maiores análises. Todavia, como dissemos, a Lei estabelece ao menos 
“contornos” para discricionariedade. De fato, na licença sob exame, são limites: I) o servidor necessita 
ter 5 anos de efetivo exercício; II) a duração será de ATÉ 3 meses (e não DE 3 meses); e, III) o curso 
tem que ser relacionado às atribuições do cargo ocupado. Em síntese: mesmo em atos discricionários, a 
Administração atrela-se à Lei. 
 
13 - (2004/CESPE/Defensor Público) Para parte da doutrina, o princípio da impessoalidade na 
administração pública nada mais representa do que outra formulação do princípio da finalidade. 
 Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública - finalidade 
Comentários: 
De plano, pode-se dizer que o princípio da impessoalidade tem uma “dupla formulação”. 
Numa primeira vertente, para parte da doutrina a impessoalidade como princípio significa que o 
administrador público só deve praticar atos voltados à consecução do interesse público. Assim, por tal 
princípio, o tratamento dado aos administrados em geral deve levar em consideração não o “prestígio” 
desfrutado pelos mesmos, mas sim suas condições objetivas frente às normas que cuidam da situação, 
tendo em conta o interesse público, que deve prevalecer. Para esses doutrinadores, a atuação impessoal 
determina uma atuação finalística da Administração, ou seja, voltada ao melhor atendimento dos 
interesses públicos. Assim, o princípio da impessoalidade é sinônimo de finalidade, daí porque correto 
o item. Mas continuemos com nossas análises. 
Outra interessante acepção do princípio da impessoalidade é a que informa que os atos e provimentos 
administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade 
administrativa em nome do qual age o funcionário. Assim, por essa linha, pelos atos dos agentes 
responde a Administração Pública, em razão da impessoalidade de atuação daqueles. A tese é 
consagrada em diversos momentos da nossa atual Constituição Federal, como, por exemplo, no art. 37 
§ 6º do texto Carta Magna, que estabelece: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
Pelo dispositivo transposto, que destaca a tese consagrada da responsabilidade objetiva, a ser estudada 
em aulas adiante, vê-se que pelo dano causado pelo agente, responde a pessoa jurídica à qual aquele é 
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vinculado, nítidamente em razão da impessoalidade da atuação funcional. Daí dizer-se que o agente 
tem sua atuação imputada ao órgão/entidade a que se vincula. 
 
14 - (2006/CESPE/UNB/ICMS/ACRE) A vedação constitucional e legal de promoção pessoal de 
autoridades e de servidores públicos sobre suas realizações administrativas decorre do princípio da 
finalidade ou impessoalidade. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública – impessoalidade 
Comentários: 
Na segunda concepção do princípio da impessoalidade mencionada no item anterior, registrou-se que 
os atos praticados pelo agente são imputados ao órgão/entidade ao qual se vincula. Daí que a atuação 
do agente, em realidade, é da própria Administração Pública. Não se justifica, portanto, que as 
realizações da Administração Pública gerem louros PESSOAIS ao agente. Evita-se, com isso, a 
confusão entre público e privado. Destacamos a vedação expressa constante da CF/88, que assim 
estabelece no § 1º do art. 37: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
 
15 - (2007/CESPE/PC-PA/TEC EM ADM) A prática do nepotismo na administração pública, 
caracterizada pela nomeação de parentes para funções públicas, pode ser considerada uma violação ao 
princípio da impessoalidade. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública - impessoalidade 
Comentários: 
Excelente questão, mais uma vez, no velho e bom “estilo CESPE”. Cumpre, inicialmente, definir o que 
pode ser visto como nepotismo. 
Nepotismo funciona como uma espécie de favoritismo, preferência, por alguns. No direito 
administrativo brasileiro, o nepotismo é identificado com a identificação de parentes para cargos de 
chefia, os cargos em comissão. 
Não há uma LEI que vede, expressamente, o nepotismo no âmbito de todas as esferas federativas. 
Apesar de ser prática indesejável, o nepotismo não seria, então, uma ilegalidade explícita, por falta de 
Lei que assim estabeleça. 
Todavia, além do princípio da Legalidade, outros princípios constitucionais devem ser observados, e 
aplicados, na produção de atos administrativos. Assim, o nepotismo precisa ser enfrentado tendo em 
vista TODOS os princípios constitucionais, o que jáfoi feito pelo Supremo Tribunal Federal - STF. 
Ao apreciar a Ação Declaratória de Constitucionalidade 12/2006 – ADC 12, a Corte Constitucional 
entendeu que o nepotismo é uma afronta a princípios de Administração Pública constantes do art. 37 
da CF/88. 
Na ocasião, fora questionada Resolução nº 7/2005, do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, que em 
seu art. 1º assim dispõe: É vedada a prática de nepotismo no âmbito de todos os órgãos do Poder 
Judiciário, sendo nulos os atos assim caracterizados. 
Diante mão, lembramos que Resolução 7/2005 do CNJ só se aplica ao Poder Judiciário, em razão da 
consagrada independência dos Poderes (art. 2º da CF/88), além de disposição expressa na Constituição 
Federal que atribui ao referido Conselho competência específica para controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder Judiciário, podendo, para tanto, expedir atos regulamentares 
válidos no âmbito deste Poder. Por útil, optamos pela transcrição de parte da ementa do julgado de 
referência: os condicionamentos impostos pela Resolução em foco não atentam contra a liberdade de 
nomeação e exoneração dos cargos em comissão e funções de confiança (incisos II e V do art. 37). 
Isto porque a interpretação dos mencionados incisos não pode se desapegar dos princípios que se 
veiculam pelo caput do mesmo art. 37. Donde o juízo de que as restrições constantes do ato 
normativo do CNJ são, no rigor dos termos, as mesmas restrições já impostas pela Constituição de 
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1988,dedutíveis dos republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da 
moralidade. É dizer: o que já era constitucionalmente proibido permanece com essa tipificação, 
porém, agora, mais expletivamente positivado... 
Destacamos o trecho acima porque deixa claro que O NEPOTISMO É AFRONTA AOS PRINCÍPIOS 
DA IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, EFICIÊNCIA e IGUALDADE. Ainda que não seja uma 
ilegalidade estrita no âmbito de todos os poderes, a nomeação de parentes de cargo em comissão não 
se alinha ao atual ordenamento jurídico, conforme entende o Supremo Tribunal. 
 
16 - (2007/CESPE/TCE-GO/Procurador) O nepotismo, por ofender os princípios constitucionais da 
impessoalidade e da moralidade, caracteriza abuso de direito, porquanto se trata de manifesto exercício 
do direito fora dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, o que acarreta a nulidade do ato. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública – impessoalidade e moralidade 
Comentários: 
Este item serve para reforçar os entendimentos do anterior. Vamos aos comentários, destacando 
expressões contidas nas afirmativas: 
- abuso de direito: inicialmente, uma questão semântica - não seria, estritamente, abuso de direito, mas 
sim de poder por parte da autoridade. O nepotismo é abuso de poder, vez que o ato praticado pela 
autoridade responsável pela nomeação para o cargo de chefia incide em desvio de finalidade, 
resultando no uso de uma atribuição pública para infundir patrimônio público e privado. Não é a 
postura esperada de uma autoridade. Todavia, a nomeação de pessoas para cargos comissionados 
também é um direito por parte da autoridade, pelo que o trecho que menciona o “abuso de direito” não 
poderia ser considerado, integralmente, errado; 
- nepotismo X fins econômicos: a princípio, não há correlação direta entre o nepotismo e fins 
econômicos, vez que não há ato anti-econômico em si. O nepotismo encontra repúdio, mas por razões 
morais, sociais, costumeiras, por assim dizer. Daí, um primeiro equívoco na questão; 
- nepotismo X nulidade: apesar de não haver nulidade expressa, vez que não há lei que impeça, DE 
FORMA GERAL, o nepotismo no âmbito dos poderes da república, há nulidade implícita, decorrente 
de interpretação principiológica. Neste sentido é o entendimento do STF no Mandado de Segurança 
23.780: Servidora pública da Secretaria de Educação nomeada para cargo em comissão no Tribunal 
Regional do Trabalho da 16ª Região à época em que o vice-presidente do Tribunal era parente seu. 
Impossibilidade. A proibição do preenchimento de cargos em comissão por cônjuges e parentes de 
servidores públicos é medida que homenageia e concretiza o princípio da moralidade 
administrativa, o qual deve nortear toda a Administração Pública, em qualquer esfera do poder. 
O julgado acima é emblemático, vez que foi questionada uma decisão do TCU na qual a Corte de 
Contas determinou a exoneração de uma servidora para cargo em comissão no PODER JUDICIÁRIO, 
em razão de ilegalidade, em razão do que dispunha a então vigente Lei 9.421/96. A norma vedava 
nomeação de parentes de juízes e membros de Tribunais Judiciais, no âmbito de atuação destes. A 
referida vedação para nomeação de parentes é repetida no texto da Lei 11.416/2006, que foi 
responsável pela revogação da Lei 9.421/96, e que trata da organização das carreiras do Poder 
Judiciário da União. Assim dispõe o art. 6º da Lei 11.416/2006: No âmbito da jurisdição de cada 
tribunal ou juízo é vedada a nomeação ou designação, para os cargos em comissão e funções 
comissionadas, de cônjuge, companheiro, parente ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, dos respectivos membros e juízes vinculados, salvo a de ocupante de cargo de 
provimento efetivo das Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário, caso em que a vedação 
é restrita à nomeação ou designação para servir perante o magistrado determinante da 
incompatibilidade. 
Dessa forma, é NULO O ATO QUE FIRA O DISPOSITIVO ACIMA, o qual, todavia, VALE TÃO 
SÓ PARA O PODER JUDICIÁRIO. Assim, pode-se tecer a seguinte conclusão: 
- o nepotismo afronta, dentre outros princípios, os da impessoalidade e moralidade; 
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- não há norma que vede, expressamente, ato que impeça a nomeação de parentes para cargos de 
chefia (cargos em comissão ou funções de confiança) no âmbito dos Poderes Legislativo e. Há 
vedação expressa tão só no âmbito do Poder Judiciário da União. 
 
17 - (2005/CESPE/SERPRO/Analista Jurídico) Com base na melhor doutrina, o princípio da 
moralidade é o mesmo que o princípio da legalidade. Assim, todo ato administrativo ilegal será imoral 
e todo ato praticado dentro da legalidade será moral. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública - moralidade X legalidade 
Comentários: 
É de interesse a distinção entre a legalidade e moralidade, enquanto princípios, os quais, por razões 
óbvias, não podem ser entendidos como sinônimos perfeitos. Pelo primeiro (legalidade), a 
Administração Pública só pode atuar de acordo com o que a Lei estabelece ou autoriza. No primeiro 
caso (norma estabelece a conduta) ter-se-ia a atuação vinculada à norma e atos dessa natureza 
(vinculados). No segundo caso (norma autoriza, mas não descreve, com minudência, a conduta) surge 
a discricionariedade administrativa, que pode ser entendida como uma espécie de liberdade 
administrativa, mas com limites definidos pela norma. Ressaltamos que mesmo na atuação 
discricionária, não há que se falar em liberdade irrestrita para o agente público, mas sim de liberdades 
COM LIMITES DA NORMA. Não há, portanto, arbítrio por parte do agente público, o qual deve agir 
conforme a norma determina ou autoriza. 
Já a moralidade, em nosso modo de ver, é um dos conceitos que conta com um dos maiores graus de 
abstração no mundo jurídico: o que seria a “moral”? ainda que o conceito desta seja passível de 
inúmeras interpretações, é claro que sua definição perpassa por uma noção muito subjetiva, sendo 
influenciada, ainda, pelo momento histórico vivido. Exemplo disso é o nepotismo, tratado nas duas 
questões anteriores. Há 10, 20 anos atrás seria impensável alguma autoridade judicialdizer que a 
prática do nepotismo não se alinhava ao princípio da moralidade. Hoje, felizmente, nosso direito 
evoluiu, e a nomeação de parentes para cargos de chefia (nepotismo) passou a ser refutado pela 
sociedade, de modo geral, bem ainda por tribunais judiciais. 
Cabe ressaltar, ainda, que princípio da moralidade tem profunda relação com o “padrão de 
comportamento” desejável dos agentes públicos, estreitando-se com o que poderia nominar, 
sinteticamente, por ética. 
Há de se registrar que por dizer respeito à “comportamento”, existe extremada dificuldade em tentar se 
“isolar” uma moral essencialmente administrativa, ou seja, do Estado. De fato, para se chegar ao 
conceito de padrão, o intérprete da lei será certamente influenciado pela noção de moral “comum”, que 
prevalece no seio da sociedade do momento histórico em questão. Em síntese: a “moralidade” 
administrativa e a comum são indissociáveis, pelo quê não há como se falar de uma sem se abordar a 
outra. 
A moralidade administrativa é reforçada pela própria Constituição em várias passagens, como por 
exemplo nos arts. 5º, LXXIII (ação popular), 37, § 4º e 85, V, (atos de improbidade administrativa) e 
70 (princípios da legitimidade e economicidade, dos quais irradia a moralidade). 
Enfim, tendo presente os apontamentos acima expostos, é fácil observar a consagração do princípio da 
moralidade administrativa, mesmo em âmbito constitucional. Dessa maneira, cabe aos órgãos 
competentes e aos cidadãos em geral diligenciar aos órgãos judiciais para que se invalidem atos 
ofensivos à moral, com a conseqüente aplicação aos responsáveis das devidas punições. 
Voltando ao item, cabe ao Judiciário o controle do ato administrativo tanto sob o aspecto da 
legalidade, obviamente, quanto sob o aspecto da moralidade. Exemplo disso é a prática do nepotismo, 
a qual é vista como amoral por diversos tribunais judiciais, como o próprio STF. 
Por fim, ressaltamos que legal e moral são qualificativos próximos, mas não idênticos. Ambos têm 
origem em um mesmo conceito: a conduta, mas possuem círculos de abrangência diferenciados. 
Vejamos com um exemplo concreto. 
Imaginemos que um servidor do TCU passe a namorar a filha de um dos Ministros da Corte de Contas, 
que é muito ciumento. Tão logo descobre o relacionamento, o Ministro que, na nossa hipótese, poderia 
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remover o servidor, resolve assim proceder, mandando-o para um distante rincão de nosso país, no 
intuito de separar o casal. A pergunta: a princípio, a conduta da autoridade seria legal? A princípio, 
sim. Mas, no aspecto do comportamento esperado da autoridade, o ato não se alinharia à moral, daí por 
que deveria ser anulado, uma vez que conteria um desvio de finalidade, ou seja, praticado visando fins 
outros, que não o interesse público. Assim, ainda que se tratem de conceitos concêntricos (origem no 
mesmo conceito: a conduta), moralidade e legalidade distinguem-se: cumprir, aparententemente, a lei, 
não implica, necessariamente, na observância da moral. 
 
18 - (2006/CESPE/ANA/ANALISTA ADM.) Ato administrativo eivado de ilegalidade praticado por 
superintendente de conservação de água e solo (SAS) da Agência Nacional de Água (ANA) poderá ser 
examinado pelo Poder Judiciário sob o aspecto da legalidade, mas não, da moralidade. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública – moralidade X legalidade: controle jurisdicional 
Comentários: 
Esta questão é somente para reforçar as duas anteriores: ainda que legalidade e moralidade sejam 
conceitos que não se confundam, ambos podem dar vazão á apreciação de um ato administrativo pelo 
Poder Judiciário. Uma das teorias que permitem o controle judicial do ato administrativo sob o aspecto 
da moralidade é a do desvio de finalidade, destacado no item anterior: um ato administrativo praticado 
visando fins outros que não públicos constitui abuso de poder, devendo, portanto, ser anulado. 
Ressalte-se que vício de finalidade, ausentes outras informações, é vício que determina a anulação do 
ato. Nesse sentido, exemplificativamente, deve ser anulada a remoção de servidor feita com caráter 
punitivo, a licitação realizada tão só para atender interesses de determinados fornecedores “próximos” 
do governo, etc. 
 
19 - (2005/CESPE/TCU/Analista) Um jornal noticiou que, de acordo com o princípio constitucional 
da publicidade, a publicação na imprensa oficial é requisito essencial de validade dos atos 
administrativos praticados pela administração federal direta. Nessa situação, a afirmação veiculada 
pelo jornal é correta. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública - publicidade 
Comentários: 
O quarto princípio constitucional de previsão expressa é o da publicidade. Por este, a Administração 
Pública deve tornar públicos seus atos, na forma prevista na norma. A publicidade é um princípio 
democrático, republicano, por assim dizer, que faz com que se possibilite mesmo o controle da 
Administração, por razões que são dotadas de obviedade: sem se dar transparência aos atos da 
Administração, inviável pensar-se no controle desta. 
Todavia, não se pode confundir publicidade com publicação. A última é um dos meios de se dar 
cumprimento à primeira, o princípio em si. De fato, é possível dar-se cumprimento ao princípio da 
publicidade, ainda que não tenha ocorrido publicação do ato administrativo, assim entendida esta como 
divulgação do ato em meios da imprensa escrita, como Diários Oficiais ou jornais. Veja-se, a exemplo, 
a modalidade de licitação convite, tratada no § 3º do art. 22 da Lei 8.666/93, que assim estabelece: 
Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados 
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual 
afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 
24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas (o grifo não é do original). 
Conforme se vê do dispositivo transposto, o Estado tem por obrigação enviar o convite para, no 
mínimo, três interessados no mesmo, bem como AFIXÁ-LO em local público. Contudo, a Lei não 
exigiu, estrito senso, a publicação do convite. Conclui-se, portanto, que podem existir outras formas de 
se cumprir com a publicidade, mesmo que não haja publicação do ato. São exemplos: notificação 
direta do interessado, afixação de avisos, divulgação na internet, etc. 
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Para saber quais os atos que necessitam ser publicados deve-se compulsar o instrumento básico 
orientador da atuação do Estado: a Lei. Na falta de disposição específica desta, a regra é que atos 
externos, que alcançam particulares estranhos ao serviço público, devem ser divulgados por meio de 
publicação em órgão oficial (diários oficiais). Atos interna corporis dos órgãos/entidades 
administrativos também necessitam ser divulgados, mas não demandam publicação em diários oficiais. 
Em razão disso, muitos órgãos, como o próprio TCU, acabaram criando boletins internos, cuja função 
principal é exatamente dar publicidade aos atos internos da instituição. 
 
20 - (2007/CESPE/PC-PA/TEC EM ADM) Conferir transparência aos atos dos agentes públicos é 
um dos objetivos do princípio da publicidade. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública – publicidade 
Comentários: 
Como dissemos na questão anterior, o princípio da publicidade vai ao encontro da democracia, 
permitindo o controle da gestão da coisa pública, trazendo às claras o que é feito da coisa pública. A 
transparência, portanto, é um dos finsobjetivados por intermédio do princípio da publicidade. 
Ademais, a publicidade é da essência da República, que demanda transparência, sendo certo, por outro 
lado, que o devido processo legal (art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal), com suas conseqüências 
naturais, a ampla defesa e do contraditório, só pode realizar-se se existente a publicidade. 
É importante ressaltar que a doutrina registra, com propriedade, que a publicidade não é elemento de 
formação do ato, mas sim requisito de sua eficácia, entendida esta última como aptidão do ato para 
produção dos seus efeitos. Por oportuno, bom lembrar que os elementos do ato administrativo são 5, a 
serem examinados na aula pertinente ao assunto. Apenas para registro, citamos desde logo os 
mencionados elementos: COMPETÊNCIA, FINALIDADE, FORMA, MOTIVO e OBJETO. 
A doutrina costuma apontar, ainda, os seguintes objetivos que são cumpridos por intermédio do 
princípio da publicidade: 
 I) permitir o controle dos atos da Administração Pública, dando, inclusive, oportunidade ao 
controle social, assim entendido como aquele realizado pela própria coletividade Este fim possui 
estreita correlação com a transparência e com o princípio democrático: compreendendo-se democracia 
como governo do povo, é preciso que o povo saiba o que é feito com os recursos entregues à 
Administração Pública, por intermédio dos tributos que paga. Nas auditorias e fiscalizações realizadas 
pelo TCU muitas vezes nós, Analistas, nos deparamos com a seguinte situação: liberam-se recursos 
federais para uma obra em um município, por exemplo, a obra não é executada e a população sequer 
toma conhecimento disso... 
Ainda enfatizando o assunto controle social, lembramos que o assunto é tão importante que é item 
específico do conteúdo do edital do TCU na disciplina ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, no tópico 6, 
referente ao Governo eletrônico (E-Gov). Lá se enfatiza o assunto: Transparência da Administração 
Pública,Controle social e cidadania. Chamamos atenção para o tópico, visto que o tema se reveste em 
excelente matéria para ser abordada numa eventual questão dissertativa. 
 II) desencadear o decurso dos prazos de interposição de recursos, que são contados a partir 
do momento em que o ato se torna público. Lembramos que se o ato alcança estranhos aos quadros da 
Administração deverá, salvo exceções, ser publicado; 
 III) marcar o início dos prazos de decadência e prescrição administrativas. 
Por fim, lembramos que há exceções ao dever de a Administração tornar públicos seus atos, desde que 
assim seja necessário. Nesse sentido, a CF/88 estabelece no inc. XXXIII do art. 5º: todos têm direito a 
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, 
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (o grifo é nosso). Os critérios para 
definição das informações essenciais à segurança da sociedade encontram-se regulamentados pela Lei 
11.111/2005, à qual remetemos à leitura. 
Outro dispositivo da Carta Magna que permite certa restrição à necessidade de a Administração dar 
publicidade de seus atos é o inc. LX do art. 5º, que estabelece: a lei só poderá restringir a publicidade 
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dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Dispensamos 
outros comentários a essas duas exceções, que são abordadas por matéria específica, qual seja, o 
Direito Constitucional. O que é de importante registro para o nosso curso é a seguinte informação: 
ainda que a PUBLICIDADE (não a publicação) seja um princípio para os atos da Administração 
Pública, não se reveste de caráter absoluto, encontrando exceções no próprio texto da CF/88. 
 
21 - (2004/CESPE/PF/Delegado-Nacional) A veiculação do ato praticado pela administração pública 
na Voz do Brasil, programa de âmbito nacional, dedicado a divulgar fatos e ações ocorridos ou 
praticados no âmbito dos três poderes da União, é suficiente para ter-se como atendido o princípio da 
publicidade. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Princípios de Administração Pública - publicidade 
Comentários: 
Este item é mais “curioso” do que complexo. 
Como dito nos dois itens anteriores, a Administração Pública deve dar publicidade a seus atos, de 
maneira tal que estes possam ser conhecidos, e controlados, por aqueles que são seus destinatários. A 
maneira de se cumprir o dever (princípio) de publicização vem contido, via de regra, em norma. 
Todavia, não há norma que indique que a divulgação na Voz do Brasil (aquele programa radiofônico 
das 7 da noite) é suficiente para atendimento do princípio da publicidade. Assim, ainda que a Voz do 
Brasil possa levar ao conhecimento da população o que tem sido feito no âmbito dos 3 poderes da 
União, a divulgação no citado programa de rádio é insuficiente para cumprimento do princípio da 
publicidade, ainda que contribua para o conhecimento do ato pela sociedade. Nesse sentido, é 
jurisprudência do STF a respeito do assunto. 
 
22 - (2004/CESPE/TCU/ANALISTA) O princípio da eficiência relaciona-se com o modo de atuação 
do agente e com o modo de organização e estruturação da administração pública, aspectos cujo 
conteúdo identifica-se com a obtenção de melhores resultados na relação custo versus benefícios e com 
o satisfatório atendimento das necessidades do administrado. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Princípios de Administração Pública - eficiência 
Comentários: 
O princípio da eficiência é o “caçula” dos que constam no caput do art. 37 da CF/88, inserido no texto 
desta mediante a Emenda Constitucional n. 19, de 04/06/1998 – EC 19/98. A doutrina, em geral, vem 
tecendo críticas à citada mudança, ao argumento de que à Administração sempre foi imposta a 
obrigação de atuar eficientemente, ou seja, agir de forma célere e precisa, produzindo resultados. 
Todavia, a despeito da crítica doutrinária, a eficiência deve ser aceita, por razões óbvias, como 
princípio expresso de Administração Público, ante o que estabelece o atual texto da Constituição. 
Aspecto que merece destaque, no presente curso, é a necessidade de que o princípio da eficiência seja 
analisado em confronto com o art. 70 da Constituição Federal, onde está disciplinado o controle da 
Administração Pública Federal realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do TCU (art. 71, 
CF/88). No âmbito da Corte de Contas Federal, é firme o entendimento de que o controle da 
Administração Pública levado a efeito pelo TCU deve levar em conta não só aspectos restritos de 
legalidade. De outra forma, deve levar em consideração aspectos relacionados à otimização do gasto 
público, ou seja, a eficiência na utilização de tais valores. É que se conclui a partir do citado art. 70 da 
CF/88, que estabelece que o controle da Administração ocorrerá também quanto à legitimidade e 
economicidade, ou seja, se houve eficiência no dispêndio dos recursos públicos. Pois bem. Feitos os 
registros preliminares, passemos ao conteúdo do item. 
O princípio (ou dever) de eficiência se impõe a toda Administração Pública, em razão do que 
dispõe o multi-citado art. 37 da CF/88. Parte da doutrina entende que caso aja eficientemente, o agente 
público exercerá suas atribuições com presteza, rendimento funcional, em síntese, com perfeição. 
Alguns ainda entendem a eficiência como o mais “moderno” princípio de Administração Pública, que 
já não se contenta em apenas dar cumprimento estrito à norma, mas exige de si mesma resultados 
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positivos para os serviços que presta, atendendo de forma satisfatória aos cidadãos destinatários das 
ações públicas, os quais

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