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Poderes Constituídos • Poder Legislativo e processo legislativo • Poder Executivo • Poder Judiciário 1 Separação de Poderes • Separação atual é fruto do iluminismo e do constitucionalismo • Revolução Americana de 1776 • Revolução Francesa de 1789 • Esboçada por Locke, Kant e foi muito desenvolvida na Europa por Montesquieu e nos EUA por Hamilton, Jay e Madison – Os federalistas • Separação de poderes almejou conter poder para uma finalidade garantística Obs.: Poderes sofreram releituras • Estruturas do século XIX. Estamos no século XXI 2 • Sociedade do século XX demanda mais do Estado direitos sociais • Poder Executivo se agiganta • Função de administrar e governar passou a englobar nossas searas como regulação da economia e intervenção nas relações sociais • Legislar no século XVIII / XIX era algo de caráter esporádico • Atividade anual e rotineira era aprovação do orçamento • Resto eram intervenções pontuais • Século XX aumenta a intervenção normativa do estado • Aumento normativo não se deu sob o monopólio do Legislativo • Executivo absorveu parcela do poder normativo => Algo contemporâneo • Período autoritário se intensifica • Contemporaneamente as agências reguladoras tem se mostrado como um foco forte desse fenômeno Pergunta: Processo legislativo é rápido ou moroso? R: É moroso, mas há necessidade de celeridade • Exige-se postura técnica do Legislativa em alguns temas 3 (!) George Ripper - Inflação legislativa no século XX Atenção! O PL não se apequenou • PL fortaleceu sua função de controle político • Parlamentares controlam cada vez mais atos do Executivo em vez de elaborarem atos normativos • Controle se tornou função típica do PL • Crescimento do PJ veio em ciclo subsequente à expansão do Executivo • PJ tutela direitos fundamentais e controla atos administrativos • Controle de constitucionalidade cada vez mais importante • Aproximar justiça do cidadão • PJ não é mais a ‘boca da lei’ como pregava a escola da exegese francesa • PJ tem um papel criativo/construtivo - Kelsen Atenção! Federação é uma forma de contenção de poder 4 • A separação de poderes está reconfigurada • Finalidade de impedir a concentração na mesma autoridade persiste • Separação passou a englobar outras finalidades 5 Poder Legislativo • Âmbito nacional é bicameral Pergunta: Por que se tem duas casas? R: Meio de moderar/conter o poder • Gerundinos na revolução francesa propunham essa lógica • Jacobinos eram a favor do Unicameralismo => decidir e implementar diretamente. • Ciência política chama de ponto de veto • Quanto mais ponto de veto tiver, mais se contém o poder Problema! Pontos de veto em excesso impedem a decisão • Bicameralismo é um importante ponto de veto 6 Atenção! Forma bicameral não foi desenvolvida para o Estado Federal • Ponto de veto em Estados que tiveram a necessidade de compor interesses entre classes • Inglaterra – nobreza (Câmara dos Lordes) e povo (Câmara dos Comuns) • Origem remonta aos séculos XIII e XIV => Muito anterior à CF/1787 dos EUA • Ponto de veto cria uma Casa mais conservadora • A Câmara Alta tende a ser um contraponto à Câmara Baixa • Matéria específica • Idade • Mandato • Câmara Alta contém os rompantes da Câmara Baixa • Um modera o outro 7 (!) Mariana Llanos - Câmara Alta mantém a estabilidade política na federação • O interesse do povo muda de forma mais célere • Mandatos menores e idade menor • O interesse dos Estado é mais constante; perpetuidade dos laços federativos • Mandatos maiores e idade maior • Bicameralismo tem três inspirações 1. Estamental – típico do modelo inglês 2. Arranjo de moderação 3. Representação dos estados na federação Atenção! Nem todo bicameralismo é federal • França é bicameral – Unitária • Inglaterra é bicameral – Unitária • Bicameralismo está associado ao constitucionalismo • Século XX e XXI constitucionalismo gira em torno de direitos fundamentais • No passado girava em torno de contenção do poder 8 • Bicameralismo pode ser simétrico ou assimétrico • Assimétrico – Câmara Alta atua em nichos distintos da Câmara Baixa • Simétrico – Câmara Alta faz a mesma coisa que a Baixa Obs.: Brasil adota um bicameralismo simétrico, mas há funções distinta • Senado tem mais funções deliberativas Ex: aprovar ministros, julgar presidente • Processo legislativo tem as mesmas funções • Câmara detém predominância no processo legislativo => Casa Iniciadora • Processo legislativo nos EUA havendo impasse no projeto de lei se cria um comitê para superar as divergências 9 Composição do Congresso Nacional • Câmara dos Deputados • Representação proporcional ao número da população – art. 45, §1/CF • Mínimo de 8 e máximo de 70 • Resquício do regime militar que ficou “esquecido” na CF/88 Atenção! ADI 815 – STF: Não há norma constitucional inconstitucional • Mandato de 4 anos com renovação total • Requisitos para ser Deputado – Art. 14/CF Pergunta: Quantos deputados existem no Congresso Nacional? R: Art. 45, §1 => LC define número e representatividade por Estado • LC 78/93 estabeleceu número de 513 • LC 78/93 delegou ao TSE determinar quantidade por Estado 10 Atenção! TSE fez novas contas e redistribuiu o número de deputados. Impugnou-se a resolução do TSE no STF sob a alegação de violação de reserva de lei • STF afirmou ser necessário lei formal • Alteração de cadeiras é um processo político • Nada impede que a LC trace os parâmetros objetivos da conta e o TSE faça os cálculos como foi feito • Senado Federal • Representação paritária entre Estados-membros => 3 senadores por Estado • Mandato de 8 anos com renovação proporcional de 1/3 para 2/3 a cada 4 • Requisitos – Art. 14/CF Pergunta: Quem é o CN? R: Câmara e o Senado 11 Reuniões Pergunta: Quando começa a sessão legislativa e quando termina? R: Depende • Ordinária – art. 57 • Extraordinária – §6 • Conjunta – §3 • Preparatória - §4 Ordinária • CN se reúne todo ano em duas sessões legislativas 1ª sessão – 02/02 a 17/07 2ª sessão – 01/08 a 22/12 • 18/07 a 31/07 e 23/12 a 01/02 – recesso parlamentar 12 Atenção! Art. 57, §2/CF • Não se interrompe sessão legislativa sem a aprovação das leis orçamentárias Pergunta: Qual a diferença entre sessão legislativa e legislatura? R: Legislatura período de 4 anos => Uma legislatura tem 4 sessões legislativas Extraordinária • Presidente do Senado convoca – Intervenção, Estado de Defesa, Sitio e posse do Presidente Obs.: Presidente toma posse em 01/01 => Recesso parlamentar • Presidente da República, Câmara, Senado ou maioria da Casa – Caso de urgência ou int pub • Na extraordinária somente se delibera aquilo que ensejou a sessão • §7 – vedado pagamento de indenização pela convocação, salvo se hipótese do §8 13 Conjunta • Sessão unicameral • Início de sessão legislativa • Elaborar regimento comum • Receber compromisso do Presidente na posse • Deliberar sobre veto em Projeto de Lei Preparatória • Sessão ordinária inicia em 02/02 • Eleição das mesas diretoras ocorre antes • 01/02 parlamentares tomam posse e elegem membros das Mesas Diretoras • Mandatos de 2 anos não renováveis Obs.: Não é recondução ser da Mesa em Legislaturas distintas 14 • Mesa Diretora exerceatribuições administrativas e de polícia • Sua composição segue às forças da Casa – art. 58, §1 15 Comissões – art. 58 • O PL tem inúmeras comissões tramitando (permanente ou temporária) • São compostas por números restritos de parlamentares • Examinam propostas legislativas e dão pareceres Comissão Temática/Permanente - §2 • Discute e vota projeto de lei que dispensa a passagem pelo Plenário • Recurso de 1/10 => Votação no plenário • Realiza audiência pública Atenção! Compete ao regimento interno estabelecer as comissões Ex: Art. 32 do Regimento Interno da Câmara – CCJ, Com. Integração Nacional, etc 16 Comissão Especial/Temporária • Surgem para atuar de forma específica e se extinguem com fim de seu trabalho Ex: Comissão para projeto do CPC/15 CPI - §3 • Função típica do PL é legislar e fiscalizar • Na CPI o PL recebe poderes adicionais para exercer sua função fiscalizadora • “terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais” => Controvérsia em CPI está nessa expressão • Criada pelo requerimento de 1/3 dos Membros da Casa • Objetivo da CPI é investigar => CPI não pune; não tem poder punitivo • Após apuração o relatório é encaminhado para os órgãos cabíveis que decidirão sobre seu teor • Relatório atestar um crime é enviado ao MP • Relatório atesta questões tributárias é enviado a Receita 17 Atenção! CPI é comissão temporária => Prazo certo 120 dias + 60 – art. 35, §3/RCD STF => CPI é direito subjetivo de minoria – MS 26441 • Uma vez obtido o requisito de 1/3 não pode ser desconstituída pela vontade da maioria Atenção! CPI é uma comissão => Art. 58, §1 • Partidos indicam os membros de sua composição à luz da sua bancada Pergunta: Para que se faz uma CPI? R: Para investigar um fato determinado • Art. 35, §1/RICD • Acontecimento público e de caráter relevante, social, econômico, políticogimento Interno • CPI não pode ter tema genérico senão vira mecanismo de ingovernabilidade • Oposição faria CPI de tudo 18 • Fato certo pode envolver outros fatos mas não pode ser genérico Ex: Irregularidades do governo Temer • Necessário ter algo concreto para investigar Pergunta: CPI pode investigar empresa privada? R: Houve uma CPI sobre a CBF • CPI não serve para atestar se uma empresa está sendo ou não mal administrada • CBF mexe com patrimônio cultural • É possível investigar empresa privada desde que haja pertinência com relevância pública Atenção! CPI não serve apenas para investigar o Executivo • É possível CPI para investigar Legislativo e Judiciário • Já houve CPI do Judiciário que acabou propiciando o surgimento do CNJ 19 • CPI não pode investigar conteúdo da decisão judicial => conduta do magistrado sim Ex: CPI convocou juíza federal para prestar esclarecimentos sobre o porquê dela ter liberado dois presos que iriam depor na CPI na véspera do fato => CPI convocou para explicar sua decisão • Impetrou HC e o STF afirmou que ela não necessitava comparecer Obs.: A federação é um limite à CPI • CN não pode fazer CPI para investigar servidor de Niterói • Salvo se a atuação dos agentes atingir o interesse federal Poderes da CPI • Tem poder de investigação próprio de autoridade judicial • Efetua uma verdadeira investigação parlamentar => procedimento jurídico-constitucional • STF: CPI tem poderes, mas não pode tudo • Sigilo bancário, fiscal, dados de comunicação telefônica => Necessário observar requisito formal/material • Formal: decisão da Comissão e não do relator • Material: necessário haver “justa causa” usada no processo penal 20 Obs.: Interceptação telefônica e busca e apreensão domiciliar estão fora dos poderes da CPI => Reserva de jurisdição Atenção! CPI não pune! Expede relatório • Encaminha ao MP ou órgão competente 21 Imunidades Parlamentares • Prerrogativas inerentes aos parlamentares A. Imunidade material – art. 53 • O fato sequer será considerado crime => Prerrogativa de Direito Penal • Tentativa de reforço da liberdade de expressão de conteúdo político • Imunidade material é sinônimo de democracia • Independência de pensamento e manifestação no tocante ao voto Imunidade material é concedida em razão do múnus público • Parlamentar afastado não tem imunidade Ex: Parlamentar exercendo cargo de Ministro não tem imunidade • Imunidade afasta a responsabilidade civil e penal 22 Atenção! Imunidade material não é direito absoluto • Discurso incitando ódio poderia ensejar a responsabilidade B. Imunidade Formal • Prerrogativa atrelada à prisão e processos a ser instaurados => Processo Penal • Quando parlamentar pode ser preso e quando se instaura processo • Surge com a diplomação • Imunidade formal tem natureza dúplice: prisão e processo • §2 – Prisão • §3 - Processual • Exceto os casos de imunidade material os parlamentares estão sujeitos às leis penais 23 B.1 Imunidade à prisão – Art. 53, §2 • Conhecida como freedom from arrest • Abarca tanto prisão sob ótica civil quanto penal • A freedom americana e inglesa somente rondam a ótica cível Ex: devedor de alimentos ou depositário infiel • Parlamentar não sofre nenhum tipo de prisão • Provisória – temporária, flagrante delito de crime afiançável, preventiva • Definitiva • STF admite com o trânsito em julgado => Imunidade não prevalece sobre o devido processo legal • Parlamentar não pode ser preso, salvo flagrante delito de crime inafiançável • Autos são enviados em 24h para a Casa decidir sobre a prisão => Voto aberto Ex: Álvaro Lins no RJ. Deputado estadual. Foi preso e a ALERJ mandou soltar 24 B.2 Imunidade Processual • Somente para crime pratica após a diplomação • Inicia-se processo penal e a Casa Legislativa pode sustar seu andamento • Ação penal fica suspensa até findar o mandato • Imunidade formal não impede feitura de inquérito e propositura da ação penal • Ação penal será proposta perante STF • Com recebimento da denúncia abre-se prazo para exercício da imunidade formal • Casa é notificada e tem prazo para deliberar => Quórum qualificado: art. 53, §3 • Crime após diplomação • Prazo de 45 dias para analisar 25 Atenção! Prerrogativa de foro = julgamento por crime penal somente no STF • Art. 53, §4 c/c art. 102, I, b/CF Pergunta: E se a ação penal resultar em prisão? Parlamentar perde o mandato? • Condenação criminal transitada gera a suspensão dos direitos políticos • Em regra direitos políticos suspensos engloba o direito de representar • Art. 55, VI, §2 => Perda do mandato será decidida pela respectiva Casa por maioria absoluta • CF criou uma exceção à regra da suspensão dos direitos políticos em caso de prisão • Suspensão fica condicionada a uma deliberação ulterior da Casa • Não seria uma decisão vinculada mas discricionária • A perda não seria declarada mas decidida • STF: condenação criminal gera perda automática do mandato • AP 470 => consequência da condenação (2012) 26 • AP 565 => Perda não é automática • Há uma falha na constituição mas o texto é preciso Obs.: Caso do Donadon => Câmara instaurou o processo para decidir sobre a perda • Votação era secreta e se manteve o mandato • Em votação aberta o mandato foi perdido • Ação de quebra de decoro Incompatibilidade • Art. 54 restringe exercício de determinadas atividades por parlamentares 27 Perda do Mandato • Há duas formas de perda: extinção e cassação • Extinçãodecorre de uma decisão vinculada do PL => Passível de controle pelo PJ • Cassação decorre de uma decisão política que tem um núcleo insindicável => Não é todo ato que poderá ser controlado pelo PJ • Art. 55, II c/c §1º - Abuso de suas prerrogativas quebra o decoro • Regimento interno se vale de tipos abertos • Hipóteses que gritam imoralidade entram em quebra de decoro que gera a possibilidade de cassação • Art. 55, III – Não comparecer 1/3 das sessões • Art. 55, IV – perder ou tiver direito políticos suspensos • Art. 55, V – Quando a Justiça Eleitoral decidir • Art. 55, VI- sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado 28 • Os §§ do 55 decidem quando é cassação e quando é extinção • §2 => I, II e VI são de cassação • §3 => III, IV e V é extinção. Cassação • Tem dimensão política • Casa Legislativa decide sobre a perda do mandato • Controle do PJ somente no tocante às questões procedimentais Extinção • Perda é declarada => não há decisão pela Casa • Age de ofício ou provocada. • Controle do PJ é amplo 29 Caso Aula 7 José resolveu candidatar-se ao cargo de Deputado Federal. Não se elegeu por 05 votos! Ficou como 1.º suplente do seu partido. Apesar da derrota eleitoral, como teve muitos votos, foi chamado para uma reunião do partido na Câmara dos Deputados. Passeando pelos corredores viu que em uma sala ocorria um debate da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a constitucionalidade de um Projeto de Lei. Assistia atento ao debate quando observou que um parlamentar do seu partido, que era o referido PL, estava bastante exaltado e gritava ao microfone chamando a vários de seus colegas deputados de “vagabudos”. O parlamentar teve o som do seu microfone cortado e assim foi forçado a parar de argumentar. José, indignado, não pensou duas vezes, dono de uma voz poderosa, começou a argumentar no mesmo sentido que o parlamentar antes fazia. Quando foi solicitado a calar-se, enervou-se mais e disse que era suplente e estava trabalhando enquanto os outros todos ali eram “vagabundos”, “ganhavam sem trabalhar”, “não serviam para nada” e que “deveriam era fechar o congresso”. José e o parlamentar de seu partido foram contidos pela Polícia do Legislativo e indiciados pelos crimes de injúria e desacato. Descreva como ficaria a situação de cada um dos Réus. 30 Caso Aula 8 Parlamentar, membro de um CPI, vai realizar diligência investigatória fora do DF, em um Estado da Federação. Lá chegando, suas ações estão protegidas pela imunidade parlamentar ? 31 Processo Legislativo • Rito da feitura de um ato normativo • Processo legislativo capta as vontades majoritárias • Procedimento que não atropela minorias • Estabelece como as normas em um Estado de Direito são feitas Princípios de processo legislativo 1. Princípio da tipicidade • Normas primárias definida pela Constituição – art. 59/CF • Legislador não pode inventar novos tipos legislativos Ex: criar uma “lei reforçada” que atua entre LC e EC 2. Competências legislativas constitucionais • CF traça as competências do processo legisaltivo • Lei das leis (!) Kelsen – Constituição é uma norma que disciplina como as demais normas serão feitas 32 3. Simetria do processo legislativo • As regras atinentes ao proc. Leg. Federal valem para todos os níveis de governo Ex: Se a CF afirma ser competência do Presidente => Estado é competência do Governador Atenção! CF/88 não prevê norma extensível • Jurisprudência do STF • Experimentalismo institucional • ADIn contra norma da constituição do Rio de Janeiro => Voto aberto • ADIn contra norma da Constituição do Mato Grosso => Conselho Estadual de Justiça 33 4. Princípio da ordem pública • Não se pode subverter o iter do processo legislativo Ex: Iniciativa do Chefe do Executivo. Parlamentar deu início. Chefe do Executivo sanciona Pergunta: O vício convalidou? R: Não! STF entende que não convalida por ser vício de ordem pública (!) Sarmento – é convalidável. Em uma ótica de democracia deliberativa é normal que um aprenda com o outro. Portanto, o Presidente poderia não ser a favor no começo, mas sanciona porque se convenceu 34 Lei complementar Pergunta: Qual é a função da lei complementar? R: Complementar a CF • E R R A D O ! ! ! • LC não se destina a complementar ou regular preceitos constitucionais • Tem apenas quórum diferenciado de votação Pergunta: Quando é lei complementar e quando é lei ordinária? R: Quando a CF assim disser • LC envolve dois pressupostos: 1. Índole formal – quórum de maioria absoluta 2. Índole material – nichos em que a constituição reserva à LC 35 Pergunta: O que ocorre com uma lei feita no rito da complementar quando a constituição não exigia? Ela é inválida? R: Não! O processo legislativo de LO e LC é igual • Diferença resta no tocante ao quórum • LO quórum maioria simples. LC maioria absoluta. LO votado com quórum de LC não tem nenhum problema • Natureza será de LO Ex: LC 70 • Atenção! Possível editar LC para matéria de LO mas o contrário não é viável • LC tem que ser inicia por PLC => Requisito formal de ordem pública Pergunta: Altera-se status de norma com advento de nova constituição ou EC? R: Sim! Ex: CTN => LO recepcionado como LC 36 Pergunta: existe hierarquia entre LC e LO? R: Para o Supremo não existe • Direito Tributário => É possível haver • Há casos em que LO retiram fundamento de uma LC • Fora desses casos não haverá Atenção! STF não há hierarquia nem nesses casos • Se houvesse hierarquia não poderia ser feito controle de constitucionalidade • O problema seria de legalidade (!) Sarmento – Há casos em que há hierarquia. A CF indica que a LC é norma normarum => Norma que condiciona a produção de outras normas • Nesse caso há uma hierarquia entre ela e aquela cuja produção condiciona Ex: LO e CTN 37 Processo Legislativo A. Deflagração do processo • Iniciativa tem previsão constitucional • Primeira fase do processo • Art. 61 elenca os legitimados em PL • Competência privativa => CF indica o responsável • Competência comum => Não elege nenhum ato específico Obs.: Ministro do Supremo, PGR e Tribunal Superior somente têm inciativa nos casos em que a CF lhes atribua essa competência Ex: sobre PJ, MP • Competência comum somente abarca parte do rol do 61 38 Obs.: O modelo de iniciativa tradicional compete somente a parlamentar • No Brasil o rol é mais amplo • Modelo americano é o tradicional/clássico Obs2.: As hipóteses de iniciativa privativa do chefe do executivo são estendidas aos Governadores – Simetria => STF Obs3.: Art. 61, §1 - Competência privativa do Executivo • Executivo cria cargos apenas na sua estrutura • Cargos criados no PL ou PJ ficam a cargo dos próprios poderes Atenção! Matéria tributária antes da CF/88 era reservada exclusivamente ao Presidente. Após 88 passou a ser comum • Art. 61, §1, b induz ao erro => Parece ser exclusiva do Presidente • Somente em Territórios! 39 Atenção 2! Art. 127, §5 e art. 61, §1, d são conflitantes • Art. 61 diz que somente o Presidente pode iniciar a lei da organização do MP • Art. 127 faculta ao PGR iniciá-la • Interpretação sistemática => Ambos têm competência • Art. 127 flexibiliza o Art. 61 nesse ponto 40 41 Iniciadora Revisora Sanção ou veto Sessão Promulgação Unicameral Veto Derrubado42 Iniciadora Revisora Alteração Sanção ou veto Iniciadora Rejeita Aprova 43 Iniciadora Revisora Arquiva Fim PL Iniciadora Arquiva Fim PL Discussão e votação • Deliberações ocorrem separadamente em cada Casa • Exceto quando a Constituição impuser sessão unicameral Pergunta: Onde começa o Processo Legislativo? Câmara ou Senado? R: Em regra, Câmara • Senado apenas quando for iniciativa de Senador ou Comissão do Senado • PEC proposta por Assembleias Legislativas • Casa que inicia = Casa Iniciadora • Casa que atua secundariamente = Casa Revisora Obs.: Processo legislativo está previsto nos regimentos internos da Câmara e Senado • Regimento que impõe por quais comissões o PL tem que tramitar Atenção! STF - Violações ao procedimento legislativo que não envolvam processo legislativo (rito imposto pela Constituição) não são impugnáveis judicialmente • Desrespeito ao regimento interno não é impugnável no PJ => Matéria interna corporis do Legislativo 44 • PL em discussão admite emendas parlamentares mas há limites - Art. 63 • Aumento da despesa prevista em PL de iniciativa do Presidente • Carta 69 o CN não podia apresentar emendas => Atualmente pode desde que não gera despesa • Veda-se “caudas legislativas” => Pertinência temática Ex: Lei sobre locações => Não pode ter emenda para falar de usineiros • Não tem previsão constitucional mas é a prática do processo legislativo Pergunta: Como ocorre a tramitação do processo legislativo? A. Casa iniciadora pode: 1. Rejeitar o PL gerando seu arquivamento 2. Aprovar com emendas (supressivas, modificativas ou aditivas) 3. O que for aprovado vai para a Revisora 45 B. Casa Revisora pode: 1. Rejeitar o PL gerando seu arquivamento 2. Aprovar do jeito que foi enviado 1. Vai para o Presidente sancionar/vetar 3. Aprovar com emendas 1. O que foi alterado volta para a Iniciadora aprovar ou não as alterações 2. Iniciadora decide se mantém ou rejeita a alteração 3. Rejeitando restaura a redação original 1. Vai para sanção ou veto Pergunta: O que volta para a Iniciadora? O PL ou os destaques alterados? Pergunta: Foi feita uma alteração de português ou de redação. Não mudou sentido ou teor. Tem que voltar? 46 Sanção e Veto • Faculdade do Presidente da República • Ato tácito ou expresso • Tem prazo de 15 dias úteis para sancionar ou vetar • Findo o prazo tacitamente se sanciona o PL Atenção! Não existe veto tácito => Necessário haver motivação • Veto pode ser político ou jurídico • Jurídico: modalidade prévia de controle de constitucionalidade preventivo • Político: conveniência e oportunidade • Razões do veto têm que ser enviadas em até 48h ao CN 47 (!) Gustavo Binenbojn - Veto jurídico pode ser objeto de controle judicial • STF entende que o veto é insuscetível de controle judicial Pergunta: Quando o Presidente veta ele encerra o processo legislativo? R: Veto não é terminativo • CN tem a obrigação de apreciar o veto para manter ou derrubar • Caso não seja feita a pauta do congresso fica obstada – art. 66, §4 • Regras no Brasil: Não há regras ¯\_(ツ)_/¯ • Durante décadas os vetos não foram analisados • Praxe constitucional não avaliar e nunca trancou a pauta do congresso • É um caso de anomia constitucional 48 • Veto à lei dos royalties => Primeira vez que o CN quis analisar um veto • RJ impetrou MS: CN não pode analisar sem antes verificar os demais • Liminar do Fux não permitiu que se analisasse o veto dos royalties sem antes votar todos os demais • Impôs uma ordem cronológica • Voto do Fux não prevaleceu e se analisou o veto pontual dos royalties • STF deixou a cargo do PL analisar e apreciar os vetos • Desde então o CN passou a ter a praxe de os analisar Ex: PL A – “Não é permitido pena de morte”. Possível veto somente do “não”? R: Veto pode ser total ou parcial • Sendo parcial recai sobre um dispositivo inteiro • Caput, alínea, parágrafo • Vetar uma palavra muda o sentido da lei 49 Pergunta: Qual a diferença entre Sanção e Promulgação? R: Sanção é ato de vontade. Promulgação é um dever constitucional • Promulgação incorpora a lei ao ordenamento • Veto derrubado impõe que o Presidente promulgue a lei • É uma obrigatoriedade • Presidente tem 48h para promulgar Pergunta: E se o Presidente não fizer? R: Presidente do Senado => Vice-presidente do Senado • E se esse não fizer? • A CF não informa • Doutrina: Vice-presidente do Senado incorre em crime de responsabilidade porque é a última autoridade 50 Caso Aula 9 Câmara de Vereadores da Cidade aprovou lei que torna obrigatório a prestação do serviço militar por 3 anos, antiga reivindicação do “Movimento Cidade Segura”, sediado naquela localidade. Uma vez encaminhada para o gabinete do Prefeito ele alega estar em dúvida quanto à sua constitucionalidade e a obrigatoriedade de sua aplicação. Chama a Procuradoria Geral do Município para um parecer. Você é o (a) Procurador Geral do Município. Como orientaria o Prefeito? Pode o Prefeito negar a aplicação da lei por inconstitucionalidade? 51 Medida Provisória Pergunta: Em regra, quem inova no ordenamento jurídico? R: Legislativo • Poder normativo é monopólio do Poder Legislativo • Desenho clássico de divisão de poderes Executivo não tem poder normativo • Final século XX e século XXI – Executivo absorveu parcela do poder normativo • Poder judiciário também absorveu: SV e Sentença Aditiva • Deslocamento normativo para o Executivo tem a ver com agilidade e expertise • Executivo tem quadros técnicos e o Legislativo não • Nos EUA as Agências Reguladoras atuam ativamente desde o New Deal • PL é moroso; espaço apto a debate e deliberação; não pode ter atropelos • Sociedade contemporânea demanda atividade legislativa céleres, urgentes • Executivo assumiu parcelas de poder normativo para atender as demandas 52 Obs: América Latina se excede em poder normativo ao executivo • Hiperpresidencialismo => Concentração de poder no Chefe do Executivo • MP, iniciativas de PL privativa, (!) José Afonso da Silva – rechaça a MP. Afirma que não deveria existir. • MP tem uso excepcional: relevância e urgência • Banalizou-se o uso • Executivo “pauta” a pauta do legislativo em razão do excesso de MP’s • A reconfiguração da teoria de Montesquieu beira a uma hegemonia do Executivo 53 Contexto do surgimento da MP • A Carta de 69 admitia edição de norma primária pelo Chefe do Executivo • Decretos-lei • Foi usada em excesso pelo governo militar • DL era aprovado automaticamente se o CN não o deliberasse em 60 dias • Constituinte 86 refinou o modelo do DL • Em casos de urgência o Executivo poderia tomar a frente • MP deve ser usada com cautela • Art. 62/CF – MP somente se houver um cenário de relevância e urgência • STF nunca fez controle da rel/urg por alegar ser ato discricionário sujeito a controle político • Executivo exagera no uso das MP’s mas o CN aceita essa dinâmica 54 • Redação originária não impôs limites temáticos ou temporais para reedição • Cabia MP até mesmo para Direito Penal (favorável ao réu e se não criasse tipo penal) • Executivo reeditava ilimitadamente MP’s com convalidação das anteriores • MP tinha prazo de 30 dias • Reedição ilimitada mantinha a MP eternamente em vigor • Resgatava o viés do DL que a CF/88 quis rechaçar• Todo dia 29 Executivo mandava nova MP convalidando a anterior • CN não deliberava sobre MP na prática • Esse é o contexto da EC 32 que alterou o regramento da MP • Trouxe vedações materiais e temporais • Não é possível reeditar nem adentrar em temas de LC, por exemplo 55 Pergunta: Qual a natureza jurídica da MP? R: Ela tem natureza dúplice • Norma primária com força igual da lei mas de caráter provisório • Ou se converte em lei ou deixa de existir • “Projeto de lei”; inicia processo de conversão MP em Lei • MP produz efeitos de norma jurídica e inicia processo legislativo de conversão Obs.: MP objeto de ADI com deferimento de cautelar se suspende a MP como norma e não o processo de conversão Obs2.: Projeto de conversão emendado somente produz efeitos quando se transformar em lei 56 Atenção! MP tem natureza provisória • Não revoga norma anterior => Suspende sua eficácia • Norma somente é revogada se MP for convertida em lei Pergunta: MP pode versar sobre DF? R: Doutrina não é unânime • Lei delegada não pode – art. 68. Logo, MP não poderia • Art. 62, I não impede (!) Sarmento - Pode versar sobre DF mas não pode restringi-los • Restrição é matéria reservada a lei Obs.: art. 62 veda MP para processo civil e penal mas nada fala de processo do trabalho • STF aceita MP para proc. do trabalho • Mas talvez tenha sido apenas esquecimento do constituinte derivado e não um silêncio eloquente 57 Pergunta: O que uma MP tem que ter? R: Relevância e urgência Relevância e urgência • STF não costuma se esmiuçar • São conceitos vagos que não podem ser colocados em uma moldura Matéria reservada a LC • MP não pode tratar de temas reservados a LC • STF não admitia antes da alteração da EC 32 Pergunta: Matéria de LO pode ser feita MP? Pergunta: Matéria de LO votada como se fosse LC. Pode MP alterar? R: Sim - LC 70 • Tema reservado a LO => MP poderia atingir 58 Matéria disciplinada em PL aprovada pelo CN pendente de sanção/veto • Presidente não pode fazer MP porque não gostou de algum PL • Vetar e somente então fazer uma MP • STF já invalidou MP por conta disso Matéria tributária • Admite MP mas seus efeitos somente após conversão em lei • Exercício financeiro seguinte Prorrogação • MP vale por 60 dias prorrogáveis por 60 dias • Prorrogação automática • Prazo total de uma MP: 120 dias • CF expressamente vedou reedição de MP dentro de ano legislativo • Prazo fica suspenso durante o período de recesso do CN 59 Trancamento de pauta • Ao atingir 45 dias de tramitação a MP entra em regime de urgência • Forma de forçar o CN a analisar as MP’s • Trancamento da pauta põe pressão para o CN converter ou não a MP • Trancamento reforça o Executivo como articulador da pauta do CN Pergunta: Trancamento de pauta atinge qual processo legislativo? R: Somente o processo legislativo de LO • LC, EC e CPI não ficam obstados – Câmara • Tentativa de recuperar o controle da Pauta • Articulação político do Presidente da Câmara • M i c h e l T e m e r Ex: MP com 45 dias. Trancou a pauta da Câmara. Ela votou e remeteu ao Senado. Já chega trancando a pauta. 60 Comissão Mista • CF exige que a MP passe por uma Comissão Mista de deputados e senadores • Inúmeras MP’s foram feitas sem passar por lá • Caso paradigmático foi o Instituto Chico Mendes • STF ficou em uma saia justa imensa Efeitos da MP • Antes da EC 32 • MP não convertida => CN deliberaria sobre os efeitos da MP naquele ínterim • Na prática não ocorria porque as MP’s eram reeditadas eternamente • CN deliberaria para não ter efeitos desconstituídos retroativamente • Após EC 32 • Se o CN não editar DL para regular os efeitos da MP rejeitada ou que tenha perdido a eficácia seus efeitos serão mantidos Atenção! MP apresentada não pode ser retirada • Necessário nova MP que revogue a anterior • CN analisa duas MP’s para conversão 61 Obs.: MP convertida em lei sem alteração no CN não passa por sanção e veto • MP vai ao Presidente para Promulgação – Resolução 1/2002 do CN • Havendo mudança vai para sanção e veto Obs2.: A CF não menciona MP para Estados e Município • Só caberá se a Constituição do Estado tiver previsão • Não se trata de mera simetria Atenção! EC 32 trouxe efeitos importantes que não estão na CF • Artigo 2º - MP anteriores foram mantidas sem prazo de validade até que o CN as analise 62 Lei Delegada • Ato externa corpuris • Solicitação do Presidente ao CN para legislar sobre determinado tema • Editada exclusivamente pelo Presidente • Congresso aprova por resolução – Art. 68, §2º • Legislando além do delegado => CN sustará o excedente por Decreto Legislativo • Tem limitações similares as da MP – Art. 68, §1 • Não é utilizada porque há MP Atenção! Lei Delegada se classifica em: 1. Delegação típica: Não há apreciação posterior pelo CN • Presidente edita e promulga a lei 2. Delegação atípica: CN analisa em votação única a lei delegada editada • Não pode fazer nenhuma emenda; apenas ratifica ou não 63 Decreto Legislativo e Resolução • Normas editadas interna corporis pelo Legislativo • Não passa pelo Executivo Decreto Legislativo – Art. 49 • Implementa atribuições da competência do CN • Regimento interno estabelece o procedimento • Presidente do Senado que publica o DL Obs.: DL regulamento efeitos de MP não convertida – art. 62, §3 Obs2.: Decreto Legislativo que internaliza tratado internacional 64 Resolução – Art. 51 e 52 • Regulamenta temas de interesse da Câmara, Senado ou Congresso Nacional • Regimento de cada Casa determina o processo legislativo • Presidente da Casa promulga • Art. 68, §2; Art. 155, §1, IV; 65 Emenda Constitucional • PCR é menos que o PCO • Não tem papel de refundar; é condicionado, não inicial, não ilimitado • PCR admite a reforma Pergunta: Como ocorre? Quem faz? Qual órgão responsável? R: No Brasil é o próprio Congresso • Argentina – Convoca-se uma Assembleia Especial • EUA - Coordenação entre órgãos de níveis diferentes • CN e Assembleias Legislativas • NCL – Oitiva da população para reformar o texto 66 Pergunta: Possível fazer alteração constitucional a qualquer momento? R: Não. Há limitações Limites circunstanciais • Momentos que a CF não pode ser alterada • Vigência de intervenção federal, Estado de sítio ou defesa Limites temporal • Previsão temporal para alteração • A CF 88 impõe limite temporal negativo • EC não aprovada não se pode mais debater naquela sessão legislativa Atenção! Veda-se a dupla revisão • Fazer uma mudança dizendo que o que era clausula pétrea não é mais • Então se faz uma segunda mudança para promover o resultado que inicialmente se queria impedir 67 Obs.: Há três formas de reforma do texto • Revisão constitucional – Art. 2 e 3 do ADCT – EC de Revisão 01/94 • Reforma constitucional – Art. 60 • Tratado internacional – Art. 5, §3 Quem tem poder para iniciar emenda? • Rol do art. 60 é taxativo? • Sendo exemplificativo poderia se aceitar iniciativa popular • Interpretação teleológica que reforça papel do cidadão • Povo é o titular do poder constituinte • Iniciativa popular seria uma forma de gestar alterações políticas não interessante aos políticos68 Quem delibera • PEC é discutida e votada em 2 turnos com 3/5 dos votos • Não é sessão unicameral • Inicia-se pela Câmara, salvo PEC originada no Senado ou por Assembleias Legislativas • Casa vota duas vezes o mesmo texto • Na prática é uma votação só porque fazem no mesmo dia da sessão • Regimento interno prevê interstício mínimo entre votações • Fica a critério da Casa obedecer • STF não interfere por se tratar de norma regimental • Violação de regimento é regra interna corporis (!) Duprat - Não é questão regimental. É fraude constitucional • Duas votações seguidas não é compatível com a vontade constituinte • É frustrar o lapso temporal entre elas Atenção! Quórum é de 3/5 do total e não dos presentes • Não é um quórum excessivamente elevado 69 Atenção! Alterações de redação não exigem retorno para Iniciadora Quando não pode reformar • Intervenção federal, Defesa ou Sítio • Brasil se vale das intervenções brandas para não obstar reformas à constituição Limites materiais • Cláusulas pétreas; constitucionalismo intergeracional Obs.: ADIn 939 – Leading Case • STF efetuou controle de constitucionalidade em Emenda 70 Poder Executivo • CF/88 estabeleceu eleições diretas e em dois turnos • Chapa única de presidente/vice • Vice substitui o Presidente em todas as suas funções • Vice pode suceder o presidente • Presidente da Câmara e do Senado também podem substituir o Presidente mas não o suceder • Elege-se quem obtém maioria absoluta no 1º turno (sem contar brancos e nulos) • 2º turno: maioria dos votos válidos • Art. 77, §4 – Morte => Segundo mais votado • Posse ocorre em 01/01 => Sessão extraordinária Obs.: Executivo adotou o sistema Presidencialista • Presidente é Chefe de Estado e Chefe de Governo • Criação dos EUA => auxiliado por Ministros de Estado 71 • Art. 76/CF => âmbito federal Pergunta: O que faz o Presidente da República? R: Art. 84/CF – atribuições de Chefe de Estado (VII, VIII e XIX) Pergunta: As competências do Presidente são taxativas? R: São exemplificativas – Art. 84, XXII Pergunta: Podem ser delegadas? R: Sim, mas de forma restrita – Art. 84, §único 72 Impedimento e Vacância • Cargo da Presidência pode vir a ficar vago • Temporária: viagem, doença, etc • Permanente: cassação, renúncia ou morte • Há sucessão pelo Vice em caso da vacância e substituição em impedimentos • Sucessão – caráter definitivo • Substituição – caráter temporária Pergunta: Michel Temer tem vice? Assumiu a Presidência por qual rito? R: Não tem vice. Sucessão via cassação da Dilma Pergunta: Quem substitui Michel se ele não tem Vice? R: Art. 80/CF 73 Pergunta: Presidente e Vice renunciam aos cargos. Quem assume o país? R: Depende – Art. 81 • Primeiros 2 anos de mandato: novas eleições em 90 dias • Últimos 2 anos de mantado: eleições em 30 dias realizadas pelo Congresso Nacional Obs.: Até ocorre a eleição o cargo fica ocupado temporariamente pelas autoridades do art. 80/CF Atenção! Os eleitos cumprirão mandato tampão! Estruturas que evitam a acefalia do Poder Executivo • Não ter nenhuma autoridade no comando da Chefia 74 Pergunta: Michel Temer vai se ausentar por mais de 15 dias do país. Pode? R: Sim, se obtiver autorização do CN – Art. 49, III • Não tendo autorização ocorre a perda do cargo 75 Responsabilidade do Presidente • Responde por crime comum perante o STF • Denúncia criminal somente com autorização política da Câmara • Responde por crime de responsabilidade no Senado – impeachment • Collor foi o primeiro Presidente afastado no âmbito da democracia • Antes dele outros haviam sido, mas de forma autoritária A. Crime Comum – Art. 86 • Prevê a irresponsabilidade relativa • Presidente não é responsabilizado por atos estranhos às suas funções • Infrações penais comuns são ilícitos penais praticados em razão da função • Infração pratica antes do mandato ou em sua vigência mas sem relação com a função presidencial ficam obstadas 76 Atenção! Infrações de natureza cível, administrativa, fiscal, tributária não impede a responsabilização • Imunidade penal relativa apenas impede a persecução penal em crimes não atrelados ao ofício ou anteriores ao mandato • Praticando no exercício da função cabe ao PGR oferece denúncia • Aceite política da Câmara • Autorizando => Julga-se no STF • Perda do cargo é efeito reflexo da sentença penal Atenção2! Presidente somente é preso mediante sentença condenatória Atenção3! As imunidades do Presidente não são extensíveis aos Gov/Pref 77 • Art. 86 existe para que o Presidente foque em sua função e não em ações penais • Fatos ligados ao exercício da função são julgados no STF mediante autorização da Câmara • Presidente é afastado das funções e responde perante o STF B. Impeachment • CF não tipifica crime de responsabilidade • Traz uma moldura constitucional para que o legislador faça a tipificação – Art. 85/CF • Lei 1079/50 tipifica os crimes. • Lei de direito penal; somente a União pode legislar 78 Procedimento • Câmara instaura o processo e o Senado julga • STF: tem que haver ampla defesa na Câmara e no Senado • Art. 51, I – Câmara faz juízo de admissibilidade • São necessários 2/3 para abrir o processo • A deflagração do Impeachment é por iniciativa popular • Qualquer cidadão pode propor a ação • Compete ao Presidente da Câmara aceitar ou arquivar • Do arquivamento é cabível recurso ao Plenário • Aceitando inicia-se contraditório e ampla defesa • Relatório votado em Comissão Especial • Instauração do impeachment é juízo político • Autorizando, ruma para o Senado • Presidente fica afastado por 180 dias – art. 86/CF • Após a instauração do processo no Senado • Não autorizando, morre o processo 79 • Art. 52, I – Senado julga crime de responsabilidade • Faz novo juízo de admissibilidade • Ocorrerá toda fase de ampla defesa e contraditória novamente • Senado julga sendo presidido pelo Presidente do STF • Decisão gera a perda do mandato e inabilitação Obs.: Collor renunciou durante julgamento para evitar a inabilitação • Senado julgou e condenou mesmo assim • MS no STF denegou a ordem e manteve a condenação e sanção Obs2.: Impeachment da Dilma se fracionou o art. 52, I • 61 votos para Crime de responsabilidade • 42 votos para Inabilitação 80 Controle Judicial • Qual é o papel do controle jurisdicional do processo de impeachment? 1. Jurisprudência norte-americana: não há nenhum controle jurisdicional 2. Defesa: alegava que por ser direito penal deveria haver controle profundo de tudo 3. STF: caminho intermediário • Faz controle da parte instrumental, mas não adentrava no mérito da decisão política 81 Poder Judiciário 82 Pergunta: Quais são as funções do PJ? Decidir conflitos • Função mais básica; aplicar a lei no caso concreto • Escola da exegese: “boca da lei” Controlar os demais poderes • Soluciona os conflitos entre poderes levado a sua apreciação • Guardião da constituição – art. 102 • Atos lesivos (omissão/ação) feito pelos demais poderes estão sujeito a sua análise (!) Dalmo Dalari – Juiz exerce poder político • Está inserido em um Poder constituído • Aplica direito; aplica norma 83 Autoadministração • Autonomia administrativa, financeirase funcional • Faz os próprios concurso • Propõe seu orçamento Tutela Direitos Fundamentais • Grande projeto político do Texto de 88 • Há inúmeros remédios constitucionais • Direitos subjetivos, normas autoaplicáveis 84 Estrutura do PJ • Art. 92/CF organiza a estrutura do PJ • Define seus órgãos e os hierarquiza • Art. 93 exige LC para organizar a magistratura • LC 35/79 – LOMAN foi recepcionada • É lei de iniciativa privativa do Presidente do STF • Desde 88 não foi proposta uma nova • A magistratura impõe o princípio da unidade => há apenas uma lei da magistratura • A magistratura é uma • Magistrado estadual ou federal obedecem os ditames da LOMAN 85 CNJ CJF STF STJ TRF's Juiz federal TJ's Juiz de direito TST TRT's Juiz do trabalho TSE TRE's Juiz eleitoral STM Auditorias militares • PJ é poder constituído • Dentro da estrutura hierarquizada o STF é órgão independente • Os demais órgãos do PJ ficam escalonados competencialmente ao STF • “Justiça comum” se divide em Federal e Estadual • “Justiça especial” são especializações de certas matérias • Justiça do trabalho, eleitoral e militar • Sob ótica federativa apenas a estadual é de ente subnacional • As demais estruturas são federais Características do sistema do PJ brasileiro Pergunta: Como os membros do PJ são escolhidos? R: Concurso público => salvo exceções constitucionais Atenção! Poucos países adotam substancialmente esse modelo 1. Indicação política 2. Burocrático => modelo francês • Formação voltada para ser juiz, burocrata 3. Eleição => modelo bastante vigente nos EUA Pergunta: Qual modelo é melhor? R: Aquele que melhor se adequa às necessidades da sociedade Cuidado! Modelo brasileiro tem problemas!! • Carreira elitizada • Forma de seleção é a mais justa • Não compete ao Governador nomear juízes de direito • Não compete ao Presidente da República nomear juízes federais • Modelo brasileiro propicia o ingresso de uma visão de sociedade bastante plural => concurso público Pergunta: Há idade mínima para ser Juiz? TJSP TJPE TRT/RJ TJPR Ingresso na Carreira A CF exige concurso • Concurso de provas e títulos com acompanhamento da OAB em todas as fases • Qual cargo o juiz aprovado assume? • Estatuto impõe que é de juiz substituto • Federal, estadual, trabalho... início da carreira é como substituto Pergunta: Há algum requisito para ser juiz? R: Aprovação no concurso e três anos de atividade jurídica • Ser professor universitário, analista judiciário, delegado, residente jurídico, entre outros que envolveram prática da atividade jurídica Promoção As regras de promoção têm íntima relação com a CF • A CF estabelece como ocorre • Progressão na carreira adota dois critérios alternadamente: • Antiguidade • Merecimento Obs.: Abriu uma vaga por antiguidade e foi preenchida, a próxima será por merecimento • Promoção ocorre de entrância em entrância • Na estrutura federal não existe essa organização • Cargo sem classes => Promoção de substituto para federal e deste para desembargador • Na justiça estadual há inúmeras comarcas com diversas entrâncias • Estrutura disposta por lei estadual – CODJERJ Atenção! Juiz que estiver inserido na lista de promoção por merecimento mais de 3 seguidas ou 5 vezes alternadas tem direito subjetivo à promoção – art. 93, II, a Atenção 2! Somente pode concorrer por merecimento se estiver no rol dos 20% mais antigos do Tribunal. Isso evita que um juiz novo na carreira ultrapasse os mais antigos – art. 93, II, b A. Merecimento • Feita lista tríplice • Juiz que integrar a lista por 3 vezes consecutivas ou 5 vezes alternada tem que ser promovido • Adota critério objetivo: Frequência e produtividade • Escolha tem que ser fundamentada Atenção! Somente pode concorrer se o juiz estiver na lista dos 20% mais antigos. Cuidado! Lista tríplice para o TJ quem escolhe o nome é o próprio tribunal. Sendo TRF quem escolhe é o Presidente da República – Art. 107/CF • Se o nome figurar 3 ou 5 vezes a escolha é reduzida a zero – jurisprudência do STF • TRF faz apenas a lista tríplice e encaminha ao presidente B. Antiguidade • Aquele que está há mais tempo no cargo progride • Tribunal pode rejeitar promoção por antiguidade • Necessário voto de 2/3 do tribunal; membro mal visto pelo Tribunal Obs.: A alínea e impede a promoção do juiz que não cumprir os prazos do CPC. Mas esses prazos são impróprios. Na prática, basta o juiz fundamentar que seu acervo é grande para impedir o respeito dos prazos elencados • Tribunais fazem cursos para qualificar o juiz • Feitura do curso é exigida para antiguidade • Não é requisito essencial para promoção por merecimento. Quinto Constitucional – art. 94 • 1/5 das vagas do TJ e TRF são compostas por advogados e membros do MP • Quinto envolve advocacia e MP • Respectivos órgãos farão lista sêxtupla e as remetem para os tribunais • Tribunais formam a lista tríplice • Chefe do Executivo nomeia • Governador => TJ • Presidente => TRF Obs.: MP e OAB alternam entre si. Membro do MP e advogados têm que ter 10 anos de atuação Pergunta: Quinto constitucional é uma promoção? Pergunta: E se a composição do tribunal não for múltiplo de 5? Tribunal tem 28 membros => 1/5 = 5.6 R: Quem ficará com número de vagas menor é o magistrado de carreira para se respeitar o quinto. O arredondamento é a favor do quinto. Logo, o quinto em um tribunal de 28 membros se arredonda para 6 Atenção! Nos Tribunais há interferências política na composição • Promoção para Tribunal => CF estabelece as regras • Há interferência política na escolha quando se trata do quinto Pergunta: Como um juiz de direito vira desembargador? Como um juiz federal vira juiz federal de segunda instância? TJ e TRF R: Progressão na carreira ou nomeação política (quinto) • Há vagas para juízes de carreira • Há vagas para advogados • Há vagas para membros do Ministério Público Pergunta: Por que existe essa pluralidade de ingressantes na segunda instância? R: Para oxigenar o sistema • Quanto mais próximo do topo das instâncias do PJ maior é a tendência de que as escolhas se tornem mais políticas Ex: Ministro do STF ou de tribunal superior
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