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CASO C. 3 Prática simulada I (Proc. Civil)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ESPÍRITO/SE
Gerson, brasileiro, solteiro, médico, portador da carteira de identidade nº 8562314 SSP/ES, inscrito no CPF nº 742.652.895-45, e-mail: gerson22@hotmail.com, residente no conjunto Carmelândia, Xinguara nº 72, bairro: Ponta Grossa, CEP: 48632-560 em Vitória/ES, por seu advogado João Antonio de Sousa Santos, conjunto Tapajós, rua: Borborema nº 09, bairro: Tapanã, CEP: 66833-290, Belém/PA, para fins do artigo 158 e 171, inc. II, do CPC, vem a este juízo, propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Em face de Bernardo, brasileiro, viúvo, mecânico, portador da carteira de identidade nº 8521473 SSP/BA, inscrito no CPF nº 256.321.485-93, e-mail: bernardo67@gmail.com, residente em Recreio dos Andeirantes, rua: A, Quadra 12 nº 11, Bairro: Angelim, CEP: 563248, em Salvador/BA e Janaína, menor impúbere, neste ato devidamente representada por sua genitora Claudia Rodrigues Damasceno, brasileira, casada, costureira, portadora da carteira de identidade nº 6524789 SSP/RJ, inscrita no CPF nº 852.147.963-21, e-mail: claudia14@gmail.com, residente no conjunto Verdejante, rua: Camélia, nº 74, Bairro: Arouche, CEP: 85299-753, em Macaé/RJ, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. 
DOS FATOS
Ocorre que o autor Gerson é legítimo credor de Bernardo, conforme se extrai da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), vencida em 10 de outubro de 2016, conforme anexo aos autos; o fato principal da ação seria de que Bernardo dias após o vencimento da dívida e não pagamento desta, fez uma doação, de seus dois imóveis, um localizado na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo/SE, no valor de R$ 300.000,00, para sua filha Janaína, menor impúbere, residente em Macaé/RJ, com sua genitora, com estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício em favor do próprio executado, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme certidão de ônus reais. Cumpre ressaltar que às dívidas de Bernardo já ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, e o imóvel doado para sua filha encontra-se alugado para terceiros.
DOS FUNDAMENTOS
Tendo em vista os fatos mencionados, fica evidente que os promovidos agiram de forma dolosa e de meio ilícito utilizado pelo devedor com o fato de resguardar os imóveis de uma possível execução judicial, proveniente, pois, das inúmeras dívidas que o Bernardo possui, tanto é que as doações se deram logo após o vencimento da dívida contraída, tornando-se insolvente; resultando em nítida fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transações, em concordância com o que dita o artigo 158, CC, (“Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos”). Ressalta-se que o negócio jurídico também está corrompido pelo vício de nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este o domínio de fato sobre os bens, onde fica explicito o objetivo de burlar a justiça e os direitos dos credores em uma ação executiva judicial, nesse sentido expõe o artigo 171, II, CC, (“Além dos casos expressamente declarados na Lei, é anulável o negócio jurídico: II- Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”).
DO PEDIDO
Diante do exposto, o autor requer a este juízo:
 A - Conceda a gratuidade de justiça.
B – Designação da audiência de Conciliação ou Mediação e intimação do réu para seu comparecimento.
C – Cite os promovidos para comparecer à Audiência de Conciliação.
D – Intime o promovido para contestar, caso não haja acordo.
E – Julgue a ação procedente para anular o negócio jurídico, condenando os promovidos ao pagamento de custas processuais.
DAS PROVAS
Protesta e requer provar os fatos alegados por todos os meios de prova em direito admitidos.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Termos que, 
Pede e confia deferimento.
Belém(PA), 03 de setembro de 2018.
João Antonio de Sousa Santos
 OAB-(PA)5.117

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