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Sociologia - Resumo Sociologia - Resumo Unidade I II e III

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U.1 T.1
2 ANTECEDENTES DA SOCIOLOGIA
A sociologia é uma área de estudos que surgiu no inicio da modernidade com o intuito de compreender a sociedade de um modo geral ou até mesmo nas suas peculiaridades.
O período anterior a modernidade é conhecido é conhecido como idade Média e, historicamente, esta situada entre o século V e o século XV (encontra-se o termo pré-modernidade para este período) neste período conhecido como via de regra, como idade média, a religião teve um papel relevante na vida das pessoas de um modo geral, bem como influenciava na politica educação, cultura e na organização da sociedade e, até mesmo em seu entendimento.
A visão do mundo predominante no período medieval era a teocêntrica. Do grego (théos: Deus), o teocentrismo medieval significava que deus era o mais importante na vida das pessoas, ou seja, deus era a medida de todos as coisas. Desta forma, a sociedade medieval, composta pelo clero, nobreza e servos, era tido como a vontade de Deus e assim se postulava que, se a sociedade teria de ser diferente , Deus a teria feito de modo diferente.
3 SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Nos séculos XV e XVI, período da entrada da modernidade, o homem toma consciência das suas capacidade racionais para desvendar os segredos da natureza e as emprega na busca da solução dos seus problemas de entendimento do mundo. Neste sentido, a cultura teocêntrica vigente até então perde espaço para a cultura antropocêntrica (antropo: homem: medida de todas as coisas.
De acordo com Andery, Micheleto e Sério (1996, p.175):
[...]na nova visão de mudo, que veio a substituir a medieval, o homem, no seu sentido mais genérico, era a preocupação central. As relações Deus-homem, que eram enfatizadas pelo teocentrismo medieval, foram substituídas pelas relações homem e natureza.
Neste período acorreram vários eventos que estavam em consonância com tal mentalidade. Brevemente destacaremos os mais importantes, a saber:
RENASCIMENTO COMERCIAL – no sistema feudal da idade média a economia era basicamente agraria e autossuficiente. E a riqueza de uma pessoa era medida pela quantidade de terra. Contudo, a partir da segunda metade da idade média, o comercio começou a ser reativado.
RENASCIMENTO URBANO – na idade média a vida era predominante no campo, as pessoas viviam em castelos para obter uma segurança maior, ou ainda em mosteiros.
AS GRANDES NAVEGAÇÕES – a descoberta da américa (1494) por Cristóvão Colombo, a chegada às índias (1498), por Vasco da Gama, e o descobrimento do Brasil (1500), por Pedro Alvares Cabral, contribuíram para ampliar o mundo conhecido e eliminar a ideias de que o mundo era plano, de que havia monstros nos mares, entre outras ideias.
AS INVENÇÕES – a pólvora era usada pelos chineses para a fabricação de fogos de artifício. Os árabes a introduziram na europa. Revolucionou a arte da guerra. A bússola, que os chineses conheciam, os italianos aperfeiçoaram. O papel foi introduzido pelos árabes na Europa, a imprensa do alemão João Guttenberg, sendo que o primeiro livro impresso foi a bíblia, em 1445.
RENACIMENTO CIENTIFICO – os descobrimentos, o racionalismo e a preocupação com a natureza estimularam as pesquisas científicas.
REFORMA RELIGIOSA OU REFORMA PROTESTANTE – foi, grosso modo, um movimento com características religiosas, politicas e econômicas. Iniciou com Lutero na Alemanha, no século XVI – (vale destacar que outros pensadores já estavam criticando a igreja anteriormente).
RENASCIMENTO CULTURAL - que foi um movimento intelectual, artístico e literário ocorrido na Europa, especialmente na Itália, nos séculos XV e XVI, o qual teve entre suas características: inspirações nas obras da antiguidade greco-romana, a exaltação da vida, o sensualismo e o gosto artístico.
3.1 MENTALIDADE MEDIEVAL E METALIDADE RENASCENTISTA: DIFERENÇAS
A diferença de Mentalidade medieval e a renascentista, na forma didática existe duas formas diferentes de pensar:
A visão predominante na mentalidade medieval era o Teocentrismo: “Deus é o centro de tudo”. Na mentalidade renascentista predominava o Antropocentrismo: o ser humano no centro das atenções e valoriza-se a vida terrena.
Na mentalidade medieval, o ser humano era visto com certo desprezo, pois este era pecador. Desta forma, o homem deveria aceitar o sofrimento, pois o homem merece sofrer porque é pecador.
Na mentalidade medieval, a vida terrena, bem como os bens materiais e os corpo tinham pouca importância.
Na mentalidade medieval, tudo o que acontece na natureza deve ser explicado pela vontade de Deus (a ordem social, castigos de Deus, pestes, terremotos).
Na mentalidade medieval, as pessoas se conformar com o mundo tal como ele é, porque foi Deus que o quis assim.
Na mentalidade medieval a natureza é fonte de pecado. Para a mentalidade renascentista, o homem faz parte da natureza e deve conhece-la para conhecer a si próprio.
E finalmente, na mentalidade medieval a razão (capacidade humana de pensar) deve estar subordinada a Fé. Na mentalidade renascentista, a fé deve prevalecer no sentido religioso, mas a razão deve ter prioridade sabre a fé quando o assunto é o estudo da natureza.
Frente ao exposto anteriormente e ao cenário vigente no final da idade média, Andery, Micheleto e sério (1996, p. 177) afirmam que:
[...] aliada ao rompimento do mundo medieval, rompeu-se também a confiança nos velhos caminhos para a produção do conhecimento: a fé, a contemplação não eram mais consideradas vias satisfatórias para chegar a verdade.
O iluminismo foi um movimento intelectual que tinha como objetivo entender e organizar o mundo a partir da razão, contrariando os princípios religiosos.
A Sociologia nasceu em um ambiente de profundas mudanças sociais. Assim, a ciência que estuda a sociedade foi constituída paulatinamente desde o século XVI com as correntes de pensamentos que estabelecem os alicerces da modernidade europeia ( o racionalismo, o empirismo e o iluminismo).
A partir da segunda metade do século XVIII, com a primeira revolução industrial e p surgimento do proletariado, crescem as pressões para um maior participação politica e a urbanização intensificou-se, recriando uma paisagem industrial muito distinta da que antes existia.
A revolução industrial obrigou a um registro mais continuo e preciso do tempo da vida social. O empresário passou horas de trabalho e a exigir seu cumprimento. O avanço tecnológico como:
- a criação da lançadeira (1733);
- o tear mecânico (1738);
- a maquina a vapor (1768);
- a locomotiva a vapor (1821); e
- as guerras impulsionaram a criatividade e os mercados consequentemente (matérias-primas e produtos industriais).
Portanto a revolução industrial foi um conjunto de transformações econômicas e sociais que acompanham o surgimento desses novos avanços tecnológicos.
Antes a 1936 a sociologia era conhecida como Física social, Sociologia vem do Latim socius e do grego logos, significando estudo social.
O QUE FAZ A SOCIOLOGIA? A sociologia de modo bem simples, é o estudo sistemático do comportamento social e dos grupos humanos. Ela focaliza as relações sociais e como essas relações influenciam o comportamento das pessoas e como as sociedades, a sina de tais relações se desenvolvem e muda.
UNIDADE 1 Tópico 2
BREVE APROXIMAÇÃO COM OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: A preocupação de compreender o comportamento humano surgiu no início do século XIX. O mundo contemporâneo é muito diferente do passado e a missão da Sociologia é ajudar-nos a compreender o mundo em que vivemos e os alertar para aquilo que possa ocorrer no futuro.
A Sociologia é fascinante, provocativa e aplicável, principalmente quando a sociedade passa por mudanças drásticas, ex.: o processo de industrialização.
A Sociologia tem importantes consequências práticas. Ela permite compreendermos um determinado conjunto de acontecimentos sociais, aumentando nossa sensibilidade cultural e possibilitando, principalmente, o autoconhecimento.
AUGUSTE COMTE: O PENSAMENTO POSITIVISTAE AS REALÇÕES SOCIAIS: “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”.
Ainda no século XIX tivemos o surgimento de um novo método científico de estudo da sociedade. Na busca de tentar entender as transformações sociais, suas consequências para a sociedade e o futuro da nova sociedade que estava emergindo, é que, a partir do 1826, Auguste Comte (1798 a 1857) cria em sua residência, o Curso de Filosofia Positiva. Em 1830 publica o curso em 6 volumes até 1942, no 5º volume dedicou-se à ideia de fundar uma disciplina dedicada ao estudo científico da sociedade.
Na busca de fazer com que a Sociologia fosse reconhecida como ciência e para que o homem se desenvolvesse completamente, a sociedade deveria passar por Três Estados, onde o homem deveria aprender a utilizar sua inteligência como fonte de inspiração nas suas atitudes. Então foi criada a 1ª Lei dos Três Estados, conforme livro de Comte, Curso de Filosofia Positiva (1973):
Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas da atividade, desde seu 1º voo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes do exame atento do passado. Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por 3 estados históricos diferentes:
1º Estado Teológico: o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais + ou – numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo.
2º Estado Metafísico: que nada mais é do que simples modificação geral do 1º, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada um uma entidade correspondente.
3º Estado Positivo: o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do Universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e de similitude. A explicação dos fatos, reduzida então a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência tende cada vez mais a diminuir.
ORDEM E PROGRESSO: para Comte, no estado positivo o pensamento humano ganharia coerência racional à qual ele estivera sempre destinado. Nesse sentido, o positivismo depois de ter implementado em sua plenitude se tornaria a expressão do poder espiritual da sociedade moderna, funcionando como regulador das relações sociais. 
A união do conhecimento positivo passa a ser coletiva em busca da fraternidade universal e da convivência em comum. A conexão entre teoria e experiência é baseada no conhecimento das ações repetitivas dos fenômenos e na antecipação científica. O estágio positivo corresponde à atividade fabril e a transformação da natureza em mercadorias.
Após os trabalhos de Comte se baseiam na construção de uma “religião da humanidade”, cuja liturgia é baseada no catolicismo romano, estabelecida em O CATECISMO POSITIVISTA. Assim, a doutrina positivista ganha força religiosa com credo na ciência.
O positivismo é uma corrente de pensamento que apregoa o predomínio da ciência e do método empírico sobre os devaneios metafísicos da religião.
O positivismo causou forte repercussão; traços positivistas são facilmente percebidos em diferentes atividades da vida humana. Este chegou no Brasil por volta de 1850, trazido por brasileiros que estudaram na França, alguns, alunos de Comte. Já o positivismo como forma de religião se destaca no Apostolado Positivista, a partir de 1881, criado por Miguel Lemos e Raimundo Teixeira.
O positivismo atuou como uma reação filosófica contra a doutrina confessional católica, que era, até então, a única no país. Nesta luta de ideias, surge em 1876 a fundação da Sociedade Positivista Brasileira no Rio de Janeiro. Entretanto, o núcleo central do positivismo foi transferido para o Recife, por iniciativa de Tobias Barreto, Silvio Romero e Clóvis Bevilácqua.
A doutrina positivista acabou moldando-se ao país, sendo aceita por um grupo reduzido de estudiosos. Teve destaque Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1833-1891), professor da Escola Militar e defensor do princípio positivista de valorização do ensino para que fosse alcançado um estado democrático. Entretanto, se, para Comte, o ensino na Europa deveria se destinar às camadas pobres, no Brasil acontece o contrário.
A filosofia positivista tornou-se fundamental no debate político brasileiro no século XIX, porque o regime republicano foi instalado sob sua base teórica. Consideremos o dia 15/11 como o apogeu do pensamento positivista no Brasil, devido ao enorme número de adeptos de Comte que assumiram cargos importantes no governo de Benjamin Constant.
Dentre as numerosas influências do positivismo no Brasil citamos: o lema “Ordem e Progresso” da bandeira; a separação da Igreja e do Estado; o decreto dos feriados; o estabelecimento do casamento civil e o exercício da liberdade religiosa e profissional; o fim do anonimato da imprensa; a revogação das medidas anticlericais e a reforma educacional.
Bandeira do Brasil : Decreto nº 4 de 19/11/1889, preparado por Benjamin Constant, membro do Governo Provisório. A ideia da bandeira do Brasil deve-se ao professor Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil. Tendo colaboradores como: Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Decio Vilares.
O positivismo i9nfluenciou na Proclamação da República e na formação intelectual dos militares. Também presente na organização estatal elaborada por Vargas e no seu projeto burguês de desenvolvimento para o país, e na tomada de poder pelos militares em 1964. Além disso, destacamos que, de forma direta ou indireta, as matrizes do Positivismo tiveram influência na forma de pensar a educação do Brasil.
O positivismo não compartilha dos princípios da representação eleitoral recomendados pela democracia liberal burguesa. Os Positivistas, o direito ao voto é um dogma metafísico ou popular.
ÉMILE DURKHEIM: nasceu em 15/08/1858, em Epinal, noroeste da França, próximo a fronteira com Alemanha. Filho de judeus, não seguiu o caminho do rabinato. Formou-se em Direito e Economia, porém sua obra prima é dedicada a Sociologia. Morreu em 15/12/1917, supostamente peã tristeza de ter perdido o filho na guerra, em 1916. Na 2ª metade do século XIX, é com Émile que a Sociologia realmente passa a existir, com objeto, método e objetivos claros e definidos.
Salienta que a compreensão da sociedade deve ser feita como sendo um conjunto de ideias, continuamente alimentadas pelos homens que fazem parte dela. Em 1895, escreve as Regras do Método Sociológico, dando caráter científico à Sociologia.
Para ele, a sociedade é superior ao indivíduo, afirmando que a explicação da vida social é determinada na sociedade, não no indivíduo. Ressalta que uma vez criadas pelo homem, as estruturas sociais funcionam de modo isolado dos indivíduos, influenciando suas ações. Identificou a sociedade como um fato sui generis e irredutível a outros,ou seja, os homens passam, mas a sociedade fica. A sociedade age sobre o indivíduo, impondo a ele um conjunto de normas de conduta social.
FATO SOCIAL: para Émile, a Sociologia deve ser um instrumento científico da busca de soluções para os desvios da vida social, tendo uma finalidade dupla: além de explicar os códigos de funcionamento da sociedade, teria como missão intervir nesse funcionamento por meio da aplicação de antídotos que pudessem mitigar os males da vida social. Assim, a sociedade, como qualquer outro organismo vivo, passaria por etapas com manifestação de estados normais e patológicos. O Estado Saudável seria o de convivência harmônica da sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, harmonia essa a ser obtida pelo exercício imperativo do consenso social. O Estado Mórbido ou Patológico seria caracterizado pelos fatos que colocassem em risco essa harmonia, de acordos de convivência, o consenso e, portanto, a adaptação e a evolução histórica natural da sociedade.
Pelo fato de a Sociologia ser, nessa concepção, uma espécie de medicina social, Émile criou o objeto que lhe permitisse explicar os códigos de funcionamento da sociedade: os fatos sociais que em sua definição é toda a maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.
Nesta definição destacamos que o modo como o homem age é sempre condicionado pela sociedade. Verifica-se que o fato social teria a capacidade de constranger, de vir de fora e de ter a validade para todos os membros da sociedade. Os fatos sociais possuem 3 características fundamentais: 1ª COERÇÃO SOCIAL: a força que os faros exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se com as regras das sociedades em que vivem, independente de suas vontades e escolhas. Essa força se manifesta quando um indivíduo adota um determinado idioma, quando se submeto a um determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a determinado código de leis. O grau de coerção dos fatos se torna evidente pelas punições a que o indivíduo está sujeito, quando se está contra elas e tenta se rebelar. As punições podem ser: legais ou espontâneas. Legais: são as prescritas pela sociedade, sob forma de leis, nas quais se identifica a infração e a penalidade subsequente. Espontâneas: são as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada á estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence. 2ª EXTERIORES: os fatos existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente , ou seja, eles são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostas por mecanismos de coerção social, como a educação, os sistemas de moedas, os instrumentos de crédito, as práticas profissionais, que funcionariam independentemente do uso que os indivíduos fizessem delas. 3ª GENERALIDADE: é social todo fato que é geral, que se repete em todos ao indivíduos ou, na maioria deles. Desse modo, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.
Quanto ao suicídio Émile concluiu que quanto maior a convivência em sociedade ou em família, menores eram os índices de suicídio. Concluiu também que o fenômeno não possuía uma origem exclusivamente psicológica, mas também sociológica, isto é, ele podia ser compreendido a partir de outros fatos sociais como a religião, situações econômicas etc.
Émile admitia que seu método era “conservador”, já que os fatos sociais eram difíceis de serem modificados; ele não imaginava que estes estavam imunes às transformações. Foi visto como um “evolucionista”, porque defendia que a sociedade seria cada vez mais justa e o indivíduo alcançaria sua “felicidade”, a partir de “um sentimento de solidariedade” que viria conjuntamente com uma “nova ordem moral”.
KARL MARX: nasceu no dia 05/05/1818, em Trier, província alemã do Reno. Economista, filósofo, historiador, sociólogo e socialista, morreu após a morte de sua mulher, em 1881, e de sua filha mais velha em 1882, faleceu em 14/03/1883. Na cerimônia de enterro, apenas com a presença de amigos e representantes operários de vários países, Engels pronunciou a oração fúnebre “[...] ele foi o mais odiado e o mais caluniado de todo o seu tempo... Morreu amado e venerado por milhares de operários revolucionários... Seu nome e sua obra passarão à posteridade”. Em sua lápide consta: “Operários de todos os países, uni-vos!”
Inicialmente seguiu os passos de seu pai estudando Direito em Bonn e Berlim, onde encontrou sua esposa, a aristocrata Jenny Von Westphalen. Sua trajetória o levou a Colônia, Paris, Bruxelas – onde publicou com Engels o Manifesto Comunista, de 1848 – até ser forçado ao exílio em Londres, pelo governo da Prússia, em 1849. Viveu na capital britânica pelo resto de sua vida. Em Londres, morou no Soho, depois em Kentish Town. Passava os dias devorando obras de economia e filosofia na sala de leitura do Museu Britânico, onde escreveu seu trabalho mais influente. O Capital.
O 1º volume de O Capital foi publicado enquanto vivia, os demais foram editados por Engels em 1883. Poucas pessoas esiveram no funeral de Marx, quando Engels previu: “O seu nome e sua obra vão perdurar ao longo do tempo”.
Documentos exibidos revelam que Marx, um dos principais pensadores do mundo, investiu 4 libras como um dos acionistas fundadores de um jornal da classe operária britânica, o The Industrial, que parou de circular em 1883. Os documentos mostram também que a polícia impediu que Marx conseguisse obter cidadania britânica. Há um relatório da polícia metropolitana londrina, que rejeita a tentativa. “Ele é um notório agitador alemão, o líder da Sociedade Internacional, e defensor de princípios comunistas. Este homem não tem sido leal ao rei”, escreve o sargento Reinnes, justificando a negativa de Marx.
Seu trabalho teve grande influência na formação dos regimes comunistas no início do século XX. Contribuiu muito para o campo da economia, sendo um dos principais intelectuais no século XX, influenciando o cenário político-econômico do século XX, criando a ideologia socialista em contraposição ao capitalismo.
Seus trabalhos mais importantes se encontram anteriores a Durkhein, mas, ao contrário deste sociólogo, Marx era discreto quanto a ideia de que a Sociologia pudesse englobar leis gerais e externas como aquelas das ciências naturais. Marx acreditava que cada época histórica é construída em torno de um tipo específico de produção econômica, organização de trabalho e controle de propriedade, criando sua própria dinâmica.
A partir de Marx a Sociologia assume uma postura mais crítica, buscando desmascarar e criar um novo sistema que supere o sistema capitalista. Marx foi um modelo de intelectual que soube muito bem unir a teoria com a prática. A maioria de suas obras aborda assuntos mais variados possíveis, desde filosofia, política, história, religião e economia, por isso tentar entender todo o seu pensamento é uma tarefa complexa. A contribuição teórica de Marx consiste, em síntese, na criação de paradigmas que até o momento não haviam sido discutidos pelo pensamento sociológico. 
Marx não falos apenas da exploração econômica do trabalhador, não se tratava apenas de uma crítica da distribuição de renda no capitalismo, mas criticava a escravidão do homem (trabalhador e capitalista) por coisas feitas por ele mesmo.
Um dos temas discutidos por Marx, cuja força ainda hoje podemos verificar, é o fetichismo da mercadoria, que seria a interpretação de como o modo capitalista de produção mercantiliza as relações, as pessoas e as coisas, como ele transforma as pessoas em mercadorias. O fetichismo representa uma contradição fundamental do capitalismo: há “relações materiais entre pessoas e relações sociaisentre coisas”.
Fetichismo é o exemplo mais simples do modo pelo qual as formas econômicas do capitalismo (valor, capital, lucro) ocultam as relações sociais subjacentes. A reificação significa a transformação dos seres humanos em seres semelhantes a coisas, que se comportam de acordo com as leis do mundo das coisas: caso especial de alienação.
MAX WEBER: nasceu na cidade de Erfurt, na Turíngia, em 21/04/1864. Em 1893 casou-se, no ano seguinte tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se transferiu para a de Heidelberg, em 1896. Dois anos depois sofreu sérias perturbações nervosas que o levaram a deixar os trabalhos docentes, só voltando às atividades em 1903. A partir de então só lecionou aulas particulares, salvo quando proferia conferências. Faleceu em 14/06/1920, em Monique.
Na mesma linha de Marx, duvidava de quaisquer alegações de que a Sociologia poderia ser como as ciências naturais e formular “leis” universais e eternas. Já ao contrário de Marx, afirmava que a análise sociológica deveria ser isenta de juízos de valor, ou objetiva e neutra em questões morais. 2º ele, o objetivo da Sociologia é identificar e entender como e por que nascem as regras da sociedade e como elas funcionam. Também ao contrário de Marx, a aparição do capitalismo não surgia unicamente das transformações econômicas, porque as ideias e valores culturais ajudam na constituição de uma sociedade e influenciam nossas ações individuais.
Weber afirmou que a Sociologia deve sempre buscar compreender os fenômenos “no nível do significado” dos atores, o que os atores veem e sentem durante suas ações na sociedade. Também é necessário examinar o contexto cultural criado quando atores sociais interagem. A análise sociológica deve ater-se a 2 situações: a 1ª às experiências dos atores; a 2ª aos sistemas culturais e sociais nos quais os atores são inseridos.
Weber defende que a desigualdade não é uma simples questão de a pessoa “ter e não ter” com relação a quem detém os meios de produção;ela é parte de um processo mais amplo de diferenças e de hierarquias. Em Marx, o status e o poder simplesmente derivam da classe; já Weber, isso nem sempre foi verdadeiro.
A obra de Weber é marcada pela análise teórica e empírica dos fatos econômicos, históricos e culturais, bem como pelo seu compromisso em fazer ciência, sem cair em pressupostos valorativos ou em concepções do mundo. Algumas vezes a sua escolha pelo ecletismo e o seu ponto de vista particular sobre o papel da ciência causou certo entrevero entre ele e alguns intelectuais e suas teses acadêmicas da época.
U.1 T.3
LIÇÕES IMPORTANTES DA SOCIOLOGIA COMTEMPORÂNEA
Pierre Bourdieu nasceu me Deguin, sul da França, em 1º de agosto de 1930. Frequentou o prestigiado liceu parisiense louis-Le-Grand, em 1950, e completou sua agrégation em filosofia na École normale Suerieure. Como parte de seu serviço militar, lecionou na Argelia e assim vivenciouo colonialismo francês em primeira mão. Mais tarde, entre 1959 e 1962, Bourdieu lecionou filosofia na Sarbonne e em meados dos anos 60 tornou-se diretor de estudos na École de Hautes Études em Sciences Sociales de Paris e do centro de sociologie Européenne. Ficou conhecido na década de 60, através dos estudos sobre os mecanismos de construção da desigualdade social.
Dada a complexibilidade da obra de Pierre Bourdieu. É preciso cuidados na leitura se suas obras; o mesmo cuidado que o próprio Bourdieu aplica a seus escritos. Sua sociologia cresceu em torno de uma ideia-força, que ele desenvolveu e aplicou em diferentes problemáticas. Entre elas se destacam:
A – uma preocupação em analisar a desigualdade e a diferença de classes em um nível estrutural e não ideológico, mas sem sucumbir a ilusão “objetivista” do estruturalismo.
B – uma preocupação em permitir que a ciência vá além clichês, estereótipos e classificações dos doxa universalmente inquestionáveis e, como consequência, explica as relações de poder inscritas na realidade social, em um campo social.
Em grande parte, a postura teórica subjacente de Bourdieu foi apresentada em seu ensaio de 1970, como o titulo Na outline of a Theory of Pratic. 
Bourdieu delineia uma estrutura de três segmentos de conhecimento teórico, cujo o nível mais reflexível acabará sendo empregado para classificar os “classificadores”, para “objetivar o sujeito objetivante” e para “julgar os próximos árbitros de gosto”
PRIMEIRO NIVEL – experiência primaria, ou que Bourdieu também denominava nível “fenomenológico”, é conhecido de todos os pesquisadores de campo porque é a fonte de seus dados descritivos básicos a respeito do mundo familiar cotidiano – seja de sua própria sociedade ou de outra.
SEGUNDO NIVEL – quase tão familiar quanto ao anterior, é o do “modelo” ou do conhecimento “objetivista”. Aqui, o conhecimento “constrói as relações objetivas” (por exemplo, econômicas ou linguísticas) que estruturam a pratica e as representações da prática. Portanto não consegue encaixar elementos integrais a pratica: como “estilo”, “tato”, “destreza” e, em particular, “improvisação”. Da mesma forma, ao construir um modelo de pratica – por exemplo, troca de presentes – o conhecimento objetivista não pode encaixar “falhas” ou “estratégias” que possam solapar a universidade do modelo.
Alguns conceitos importantes na sociologia de Pierre Bourdieu merecem destaque:
Habitus – são disposições inculcadas pelas praticas familiares e sociais, que agem como automatismo nas maneiras de agir e designam o comportamento regular sem ser conscientemente coordenado e regido por alguma regra.
Hexis Corporal – (mitologia politica realizada, incorporada, que se torna disposição permanente, maneira durável de se portar, de andar, de sentir e de pensar): designa os mecanismos pelos quais a identidade social é inscrita no corpo, na linguagem e nas maneiras de ser. O corpo é lugar da historia incorporada.
Campo – (espaço social interior do qual ocorrem lutas por apropriação de diferentes bens): corresponde as esperas da atividade profissionais (e/ou publicas, que interagem entre si formando o que qualifica como rede de campos.
Capital – considera que existem espécies de capital e não apenas o capital econômico no sentido estrito (riqueza material, dinheiro, bens, valores imobiliários) e oferece os meios de conversão em outros capitais: 
- Campo social, (ligado ao acesso durável de uma rede de relações ou ao fato de pertencer a um grupo estável, onde o individuo pode mobilizar suas estratégias e multiplicar seu capital inicial;
- Capital cultural, (constituído pelos saberes, competências e outras aquisições culturais, este capital releva as desigualdades de performances e das honrarias, este capital assinala as diferenças e remarca a distinção entre classes sociai); 
- Capital linguístico - (a variedade linguística do grupo dominante se impõe como marca de prestigio, qualificando a maneira de falar e de se expressar dos dominados); 
- capital Escolar – (exemplo da distribuição diferenciada dos diversos capitais contribui com a legitimação e reprodução da posição no espaço social).
Poder simbólico – (poder invisível conhecido como tal e reconhecido como legitimo): designa não uma única forma, mas numerosas formas de exercício do poder, presentes na vida social.
Violência Simbólica – (designa a confiança, a obrigação, a fidelidade pessoal, a hospitalidade, o dom, a divida, a recompensa, a piedade, a generosidade e todas as demais virtudes que horam a moral do honrado): opõe-se a violência declarada e esta baseado nos efeitos da autoridade, geradora de disciplina. Sob o véu de uma relação encantada, as estratégias doces e serenas dissimulam a dominação.
Distinção – (maneira a cultivar a diferença): designa a superioridade que coloca um individuo ou uma categoria social acima das outras.
Legitimidade – para executar certas funções é necessário obter autorização e estar investido e uma autoridade legitima: somente o individuo autorizado a falar, e noqual os outros reconhecem esse direito, é susceptível de ser aceito em certas circunstancias.
Sociabilidade – (processo que se desenvolve ao longo de uma produção de habitus distintos): designa a obtenção ao longo do período de formação das categorias e valores, que fundamentam, justificam e explicam as praticas futuras do autor.
Reprodução – finalidade ultima dos mecanismos de exercício de poder, de legitimação de socialização.
3 - ZYGMUNT BAUMANN
 Zygmunt Baumann que nasceu na Polonia, em 1925, e exerceu suas atividades também no canada, estados unidos e australia, até chegar à Grã-Bretanh, onde, em 1971, se tornou professor titular da Universidade de leeds. Atualmente é professor emérito de Sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.
Bauman é também conhecido por ser o profeta da pós-modernidade, a seguir alguns comentários sobre algumas obras de Zygmunt:
Modernidade Liquida (2000): o sociólogo retrata que a modernidade liquida é leve, fluida e dinâmica e esta em oposição ao que a modernidade solida suplantou.
Amor liquido: sobre as fragilidades dos laços humanos (2003): para Baumann, na modernidade liquida os laços humanos tendem a ser mais frágeis tornando as relações menos seguras, incertas, duvidosas, ou seja, uma espécie de amor liquido, no qual os laços entre as pessoas não são de longo prazo.
O mal-estar da Pós-modernidade (1997): para Baumann o mundo em que nos encontramos é um mundo de incertezas, inseguras, medo, tecnologia que exclui, desemprego e ameaças diversas.
Sem meias palavras, o capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.
U.1 T.4
PERCORRENDO A SOCIOLOGIA NO BRASIL
	Muitos sociólogos contribuíram para a difusão da Sociologia no Brasil, dentre eles, podemos destacar: Oliveira Viana, Octavio Lanni, Betinho, Alberto Guerreiro Ramos, Ricardo Antunes, José Pastore, Fernando Henrique Cardoso, Francisco de Oliveira, entre outros. 	Cada qual a sua maneira utiliza abordagens distintas, e muitas vezes radicalmente opostas.
2 – UM AUTOR PARA ESTUDAR, NÃO PARA LER: GILBERTO FREYRE: 
Gilberto de Mello Freyre nasceu na cidade de Recife, capital de Pernambuco, no dia 15 de março de 1900. Filho do Dr. Alfredo Freyre educador, Juiz de Direito e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife e Autor do livro Dos 8 aos 80 anos UFPE. Inicia seus estudos freqüentando o Jardim da Infância até completar seus estudos secundários no Colégio Americano Gilreath, em 1908. Bacharelou-se artes liberais, na Universidade de Baylor, no Texas (EUA). Em seguida, fez pós graduação em Ciências Políticas, Jurídicas e Sociais na Universidade de Columbia, em Nova York.
Publicou sua tese de mestrado em 1933, com o titulo Casa grande & senzala trabalho que teve repercussão mundial e tornou-se obra de referencia para os estudos sociológicos sobre o Brasil. Entre outras livros de sua autoria destacam-se  Sobrados e mocambos, (1938) e Ordem e Progresso (1959), os três formam uma trilogia. Ele escreveu mais de 60 livros e muitos artigos em jornais e revistas, sendo o ganhador de prêmios internacionais com obras traduzidas em vários países. Gilberto Freyre morreu no dia 18 de Julho de 1987, em Recife.
Em Casa-Grande e Senzala, fez um estudo da colonização portuguesa, descrevendo a formação da família e do patriarcado brasileiro, bem como a importância da miscigenação étnica como traço cultural. Alertou que há sempre um motivo econômico, no caso brasileiro a monocultura latifundiária, por trás das relações raciais. Neste livro, Casa-Grande, complementada pela senzala, nucleia um sistema econômico q influenciou mto a vida brasileira por vários anos.
No livro seguinte, Sobrados e Mucambos, apresentou a decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento das elites urbanas. No livro, Freyre demonstra claramente a europeização das elites brasileiras:
a) no que tange às opções sexuais dos homens, q deixaram de preferir as mulatas em troca das francesas; 
b) na sala de estar das casas os pianos substituindo instrumentos de percussão;
c) o aparecimento das carruagens, das instituições bancárias, dos cafés, hotéis;
 	Ocorre tbm o surgimento do romantismo no meio intelectual brasileiro, influenciando o nascimento de uma "civilização brasileira", expressa nas pequenas coisas: nos talheres, nas saias das mulheres, nas cartolas dos homens, as casas-grandes se transformam em sobrados europeus e as relações de poder tbm se modificam.
No último livro da trilogia, Ordem e Progresso, apresenta-se a derrocada final do patriarcado no Brasil, principalmente após o surgimento do trabalho livre. Nesta obra, Freyre aborda o Brasil republicano, logo apos a monarquia e a escravatura, demonstrando a presença de um novo país, marcado pelo nascimento da industrialização, da chegada de imigrantes e pela urbanização.
3 – PENSADOR MARXISTA: FLORESTAN FERNANDES 
Nascido em São Paulo, no dia 22 de julho de 1920. Sua luta pela vida começou já na infância, para conquistar o próprio nome - já que patroa de sua mãe o chamava de Vicente, por considerar que Florestan não era nome de pobre - e sobreviver. Começou a trabalhar aos seis anos, o que o impediu de completar o curso primário e o levou a se formar no curso de madureza (supletivo). Em seguida, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1947, formando-se em ciências sociais. Doutorou-se em 1951 e foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra. Florestan Fernandes em SP, no dia 10/08/95.
"Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade" Florestan Fernandes
Sociólogo e professor universitário com mais de cinquenta obras publicadas, transformou as ciências sociais no Brasil e estabeleceu um novo estilo de pensamento. Seu trabalho de professor o fez reconhecido internacionalmente. Foi mestre de sociólogos renomados, como Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso. Cassado com base no AI-5, em 1969, deixou o país e lecionou nas universidades de Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Yale (EUA). Retornou ao Brasil em 1972 e passou a lecionar na PUC-SP. Não procurou reintegra-se à USP, da qual recebeu o título de professor emérito em dezembro de 1985.
Sociólogo e professor universitário com mais de 50 obras publicadas, transformou as Ciências Sociais no Brasil e estabeleceu um novo estilo de pensamento. Foi reconhecido internacionalmente e foi mestre de sociólogos renomados como Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso.
Florestan sempre incentivou o uso da crítica sociológica para o entendimento das contradições profundas da sociedade brasileira. O ponto de partida para uma análise crítica da sociedade estava em seus padrões ou estruturas, ou seja, nos fundamentos da organização social.
Seus principais temas de interesse em sociologia foram:”[...] análise critica do capitalismo dependente no contexto do capitalismo monopolista, relações sociais, estruturas de classes da sociedade brasileira, ideologia e papel do intelectual nos embates sociais e políticos”.(Ferreira, 2001)
O cjto de suas obras esta relacionado com a dominação burguesa e a busca de uma alternativa para a emancipação desta dominação.
Segundo o sociólogo Celso Frederico, na visão florestaniana o subdesenvolvimento caracteriza, com traços nítidos e quem sabe definitivos, a sociedade brasileira: [...] a peculiaridade da formação social brasileira deixou de herança “uma sociedadecivil não civilizada”, uma burguesia débil, incapaz de propor um projeto nacional e ampliar a democracia. [...] o modelo clássico da revolução burguesa foi substituído pela acomodação da classe dominante com o imperialismo e a manutenção de sua “democracia restita” com todos os seus subprodutos (patrimonialismo, mandonismo, paternalismo clientelismo e fisiologismo politico).
4 – O INTELECTUAL INFLUENTE: FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (FHC)
Nascido no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1931, foi casado com a antropóloga Ruth Corrêa Leite Cardoso (19.set.1930 – 24.jun.2008) e tem três filhos. Sociólogo formado na Universidade de São Paulo, afirmou-se desde o final dos anos 60 como um dos mais influentes intelectuais latino-americanos na análise de temas como os processos de mudança social, desenvolvimento e dependência, democracia e reforma do Estado. A partir de uma bem sucedida carreira acadêmica e intelectual, Cardoso teve participação ativa na luta pela redemocratização do Brasil. Eleito Senador do Estado de São Paulo, foi Membro Fundador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 1988 e liderou a bancada do partido no Senado até 10/92 . Foi Ministro das Relações Exteriores (10/1992 a 05/1993), e da Fazenda (05/1993 a 03/1994). Foi tbm Presidente do Brasil por 2 mandatos de 01/95 a 12/02
Ex-Professor catedrático de Ciência Política, e atual Professor Emérito da Universidade de São Paulo, foi diretor Associado de Estudos na École des Hautes Études en Sciences em Paris e professo visitante no no Collège de France e na Universidade de Paris-Nanterre. Ocupou a cátedra Simon Bolívar na Universidade de Cambridge e ensinou nas Universidades de Stanford e em Berkeley.
FHC seus principais livros publicados no Brasil são Capitalismo e escravidão no Brasil meridional (1962), Empresário industrial e desenvolvimento econômico no Brasil (1964), Mudanças sociais na América Latina (1969), Política e desenvolvimento em sociedades dependentes (1971), O modelo político brasileiro (1972), Autoritarismo e democratização (1975), Democracia para mudar (1978), As idéias e seu lugar (1980), Perspectivas: idéias e atuação política (1983), A democracia necessária (1985), A construção da democracia (1993), Negros em Florianópolis: relações sociais e econômicas (2000).
É também coautor de: Dependência e desenvolvimento na América Latina (com Enzo Faletto, 1969), São Paulo 1975: crescimento e pobreza (et alii, 1975), Os partidos e as eleições no Brasil (com B. Lamounier, 1975), Amazônia: expansão do capitalismo (com G. Muller, 1977), O Presidente segundo o sociólogo. Entrevista a Roberto Pompeu de Toledo (1998), O mundo em português. Um diálogo (com Mário Soares, 1998). 
Nos últimos anos, a chamada globalização financeira vem sendo crescentemente as cartas no concerto das nações. Neste sentido, a Teoria da Dependência, uma das teorias mais estudadas no campo acadêmico, tem a nos ensinar, ou a nos lembrar, q as situações de dependência assumem mtas formas, q cada uma delas exige atenção especial e q dependência e crescimento econômico não são incompatíveis. Portanto, crescimento não significa “entrar no Primeiro Mundo” 
5 – SERGIO BUARQUE DE HOLANDA (SBH) E O HOMEM CORDIAL
"De Sérgio Buarque de Holanda deve-se falar com a mesma alegria que ele sempre manteve. Nunca houve homem mais sábio, nunca houve homem mais erudito, nunca houve homem de maior seriedade intelectual. Mas também nunca houve ninguém mais brincalhão, alegre e até moleque, quando fosse o caso". Antonio Candido.
Nasceu em SP, em 1902 e faleceu em 1982. Depois de lecionar em varias instituição de educação superior, tornou-se em 1956, catedrático da civilização Brasileira na Faculdade de Filosofia da Universidade de SP. É autor de vários livros dentre os quais destacam: Cobra de Vidro (1944), Caminhos E Fronteiras (1956, Cia das Letras 1994), Visão do Paraíso(1958), Livro dos Prefácios (cia das letras 1996) e O Espirito e a Letra (Cia das Letras 1996). Entretanto a sua obra mais conhecida na contemporaneidade é Raízes do Brasil (1936), q esta na vigésima sexta edição (cia das letras 1995), e foi traduzida para o italiano, espanhol, japonês, alemão e francês.
Raízes do Brasil, revela alguns aspectos importantes da cultura brasileira e do comportamento dos brasileiros. Na obra ele tbm procurou diferenciar a América colonizada pelos portugueses da América colonizada pelos espanhóis, evidenciando e criticando a formação patrimonialista brasileira. 
No capitulo IV do livro “O semeador e o ladrilhador” SBH compara a presença espanhola com a presença portuguesa. Afirm q a presença espanhola deixou registrada sua grande vontade de criar cidades mais organizadas, diferentemente dos portugueses, q ele considerava mais desorganizados em termos geométricos.
No capitulo V, q é o mais comentado no campo acadêmico, SBH apresenta “o homem cordial”. Neste capitulo ele faz uma critica as “virtudes brasileiras”, porque, para ele, é o homem do coração, q se opõe ao homem da razão; o cordial não quer dizer ser “bom”, ser cortes, mas sim quer dizer da “emoção”, a qual perturba a instituição das regras democráticas. Raízes do Brasil contribui para uma critica de nossa sociedade não democrática, principalmente qdo trata, ainda no cap. V, sobre a compreensão e a distinção fundamental entre os domínios do publico e do privado, buscando em Max Weber uma definição do funcionário patrimonial.
Para o funcionário “patrimonial”, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático, em que prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos. A escolha dos homens que irão exercer funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Falta a tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático. O funcionalismo patrimonial pode, com a progressiva divisão das funções e com a racionalização, adquirir traços burocráticos. Mas em sua essência ele é tanto mais diferente do burocrático, quanto mais caracterizados estejam os dois tipos.”
SBH sustenta ainda q: No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal. 
Em suma, o q SBH discute em sua compreensão é q o famoso jeitinho brasileiro e a suposta falta de formalidade do brasileiro fariam com q ele fosse avesso a impessoalidade da burocracia estatal. 
UNIDADE 2 Tópico 1
MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE EM DISCUSSÃO: com a modernidade Deus foi substituído pela ciência, ou seja, buscou-se amparo na ciência com o intuito de entender o funcionamento do mundo e mais: até mesmo alterar muitas das estruturas existentes, como a física e a química. E assim, o homem moderno abandona Deus e busca com a razão seguir seus próprios passos. Toda via na atualidade, tem-se questionado muito se o que se postulava na modernidade ainda é plausível de se aceitar. Ou se novas ideias estão surgindo ou já surgiram e se substituem as postuladas na modernidade.
Neste sentido, na atualidade tem-se postulado que estamos vivendo um novo período, conhecido como pós-modernidade. É claro que esta posição não é unânime, porém é possível encontrarmos referências da pós-modernidade no campo da Sociologia ou até mesmo em outras áreas, com maior ou menor intensidade.
PÓS-MODERNIDADE: é o nome designado para as mudanças que aconteceram por volta dos anos 50 em diante, em diversos campos, entre eles: as ciências, as artes, avançostecnológicos (computação, ciência cognitiva etc). E além disso,a pós-modernidade tomou corpo por volta dos anos 60 na arte pop e nos anos 70 quando chega a filosofia. (FERREIRA, 1987).
No campo da economia, a produção de modo geral é em grande escala, tanto de bens duráveis quanto descartáveis. A cada dia novas marcas vão surgindo e novos produtos surgem, como que num passe de mágica, buscando atender os mais variados estilos de personalidades. O mercado fez envelhecer os produtos em curto espaço de tempo. Este ritmo de produção tem levado as pessoas a consumir cada vez mais, pois fazer parte do mercado na atualidade é poder consumir, é ter cartão de crédito, ou seja, o mercado reconhece quem consome. Por essa característica, define-se também a pós-modernidade como a era do consumo. (FERREIRA, 1987).
2º Sung (1992), a pós-modernidade é uma crítica radical aos postulados da modernidade. No campo da filosofia, as ideias pós-modernas têm como propósito desmontar, demolir o discurso filosófico da modernidade que tem se sustentado na razão, na felicidade e na liberdade, que são os baluartes da modernidade. 
2º Sell (2006, p. 230-231): [...] se o projeto da modernidade foi gestado e implementado ao longo da era moderna (século XV a XIX, o sonho de produzir a emancipação humana a partir da razão começa a ser questionado. Fenômeno como as duas grandes guerras e o questionamento dos filósofos como Friedrich Nietszche (2000) e Martin Heidegger (1997), ou mesmo a chamada Escola de Frankfurd (ADORNO e HORHEIMER, 1985), entre outros, começaram a mostrar também o lado regressivo e negativo da razão. Diante desse contexto, teóricos sociais e filósofos como Jean François Lyotard (1988), Jacques Derrida (1973) Michel Foucault (1988), Vattimo (1996), Boavantura Souza Santos (1987), Zigmunt Baumann (1999) e outros apontam para o esgotamento da modernidade. Diante do fracasso do projeto da razão iluminista para construir uma sociedade supostamente livre e emancipada eles decretam o fim da era moderna. Estaríamos em uma nova etapa da vida social: a “pós-modernidade”. Apesar de aceitarem a crítica aos limites da razão ocidental, encarnada na ciência e na técnica, teóricos sociais como Jurgen Habermas (1985), Anthony Giddens (1991), Ulrich Beck (1997), Alain Touraine e outros discordam deste ponto de vista. Para eles, o processo de autoquestionamento da modernidade não indica os deslocamentos da modernidade para além do horizonte moderno. Na verdade as transformações da modernidade não conduzem ao seu fim, a uma relação mais crítica e consistente para o horizonte moderno.
Há quem diga que a pós-modernidade é um movimento de ruptura, de crise ou de incredulidade. Em muitos dos discursos postulados ou até mesmo sustentáculos do pensamento moderno têm perdido sentido, tais como razão, verdade, progresso, dentre outros.
Adeptos da pós-modernidade postulam que ela traz novos estilos de vida e de filosofias e, além disso, perpassam pelo cotidiano ideias como: o vazio, o niilismo, o nada e principalmente a falta de valores e sentido de vida. 2º Castro “[...] o pós-modernismo implica numa ruptura com o passado, imprimindo no espírito humano um estado dominante de ansiedade e confusão.” Ou ainda, as pessoas são uma mistura de diversos estilos, ou cada um tem seu estilo, seu gosto, o que interessa é viver o agora e aproveitar tudo o que a vida tem, sem se preocupar com o futuro.
Hoje a privacidade está aberta ao público, através das redes sociais. Ou ainda podemos saber muitas coisas da individualidade das pessoas, seu histórico pessoal ou profissional, aspectos da sua conduta moral, que está aberta ao mundo, principalmente se seus atos foram filmados. 
Além da vida privada ser aberta ao público e os padrões éticos serem relativizados, há ainda uma série de palavras novas que surgiram e fazem parte do vocabulário das pessoas: Era da Informação, Gestão do Conhecimento, Globalização, Era pós-industrial, Fim do emprego, Era do serviço, Onda do Social, óbito de algumas profissões, Cibercultura, Multiculturalismo, cibercrimes, second life, ciberespaço, pós-humano.
Novas invenções: laser, internet, clonagem, fax, celular, skype, neurochip, avanços nas neurociências, biogenética, drogas inteligentes, transgênicos, androides ciborgues, inteligência artificial, robótica, biocomputação, entre outras inúmeras inovações que não param de imergir.E, dependendo do ponto de vista, o mencionado pode ser tido como característica da pós-modernidade ou não.
Este é um momento ímpar na sociedade, devido as questões mencionadas anteriormente e às discussões em defesa da vigência da pós-modernidade, ainda em pleno vapor em algumas áreas de estudo. Há que faz distinção entre a modernidade e a pós-modernidade, como na proposta de Castro (2007).
DISTINÇÃO ENTRE MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE
	MODERNA
	PÓS-MODERNA
	Industrial
	Pós-industrial
	Fordismo, capitalismo organizado
	Pós-fordismo, capitalismo desorganizado
	Período histórico
	Categoria meta-histórica
	Propósito e projeto
	Jogo e aleatoridade
	Integração e concentração
	Dispersão e fragmentação
	Grande narrativa
	Pequena narrativa, antinarrativa
	Hierarquia, crença no progresso e na razão, análise, antirromantismo
	Anarquia, indeterminação, irracionalidade, apocalipse, romantismo
	Criação, totalização
	Descontrução, destotalização
	Compreensão, problematização e desestabilização da representação da realidade
	Interpretação, problematização e descentralização da realidade em si
	Transcendência
	Imanência
	Produção de bens
	Produção de informação
	Sociedade industrial, energia, recursos, tecnologia mecânica
	Sociedade da informação, conhecimento e informação
	Mecanização
	Informática
	Valor do trabalho
	Valor do conhecimento
	Distinção entre processamento e disseminação do conhecimento
	União de processamento e disseminação de conhecimento
Não há consenso se estamos na modernidade ou pós-modernidade ou se atingimos a modernidade ou é apenas um período de transição. Contudo é correto dizer que estamos vivendo um período de constantes mudanças, avanços científicos extraordinários e, muitas vezes, questionáveis, e também de muitas mudanças de comportamento, como ausência de valores, cada um faz o que quer, não se está nem aí com os outros, entre diversas outras manifestações que ocorrem no nosso cotidiano. Vivemos com imprevisibilidade nos cenários e de constantes mudanças. 2º Drucker, a sociedade em poucas décadas têm se organizado e mudado a sua visão de mundo, valores básicos fundamentais, a estrutura social e política, as artes.
Podemos dizer que a “crise da modernidade”, seja ela entendida em si mesma ou como um processo de passagem para a pós-modernidade, é um momento no qual a sociedade tem buscado afastar-se da racionalização e cientificismo. Mas há os que defendem que os hostes modernos devem ser seguidos pela sociedade e atacam veementemente os postulados da pós-modernidade.
Ideologias presentes na vida do homem pós-moderno, 2º Barth (2007):
Materialismo: faz com que o indivíduo obtenha certo reconhecimento social pelo simples fato de ganhar muito dinheiro, ou ainda, o que importa é ter e não o ser e, para isso, não se medem esforços para se ter, mesmo se necessário cancelar os valores éticos;
Hedonismo: o que se postula é o prazer de acima de tudo, a qualquer preço, não importando muitas vezes as consequências;
Permissivismo: tudo é permitido, e neste sentido, tudo é bom, desde que você se sinta bem;
Relativismo: a subjetividade dita as regras, e não há nada absoluto, nada totalmente bom ou mau e as verdades são oscilantes.
Consumismo: o ideal de consumo de uma sociedade capitalista não tem outro horizonte, além da multiplicação ou da contínua substituição de objetos (ainda que em perfeito estado de uso) por outros cada vez melhores. O resultado disto é a cultura do desperdício, onde se vive para consumir e essa é a única imagem valorizada.
Niilismo: o homem liberal é aberto, pluralista,transigente, tolerante, capaz de dialogar com quem defende posturas totalmente distintas e contrárias às suas, o que somente o leva a uma indiferença relaxada.
Barth aponta que a marca registrada ou constante do homem pós-moderno configura-se na pluralidade, novidade, secularização, irracionalidade e imersão no universo.
U.2 T.2
2 ORGANIZAÇÕES: DIVERSIDADES DE METÁFORAS
Morgan (1999) postula que é necessário ler as organizações das mais variadas formas e, para isso, na sua obra imagens da organização, apresentada metáforas para as organizações: 
- As organizações vistas maquinas;
- As organizações vistas como organismos;
- as organizações vistas como cérebros;
- as organizações vistas como cultura;
- organizações vistas como unidade politicas;
- as organizações vistas como prisões psíquicas;
- as organizações vistas como fluxo de transformações;
- as organizações vistas como instrumento de dominação.
Administradores eficazes e profissionais de todos os tipos e estágios, não importa que estejam executivos, administradores públicos, consultores organizacionais, políticos ou sindicalistas, precisam desenvolver suas habilidades na arte de “ler” as situações que estão tentando organizar ou administrar. (MORGAN, 1999, p. 15)
2.1 ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO MAQUINAS
Frederico desenvolveu o principio de que os homens deveriam ser ensinados a temer os seus oficiais mais que ao inimigo. A nova tecnologia foi acompanhada e reforçada pela mecanização do pensamento e da ação humana.
Em 1832, Charles Baddage, inventor de uma das primeiras formas de computador matemático, publicou um tratado defendendo o enfoque cientifico da organização e da administração, bem como enfatizou a importância do planejamento e da adequada divisão do trabalho.
Ao agir mecanicamente, o individuo enfatiza a rapidez (tempo) a o controle de tarefas especificas (produção. Sendo assim , o profissional é uma engrenagem e sua potencialidade corporal, desta forma, fica engessada e o raciocínio parcialmente bloqueado.
As organizações planejadas e operadas como se fossem maquinas são comumente chamadas de burocracias. Quando se fala de organização, habitualmente se pensa num estado de relações ordenadas entre partes claramente definidas que possuem alguma ordem determinada.
A mais importante contribuição a essa teoria foi do sociólogo alemão Max weber, concluiu que as formas burocráticas rotinizam os processos de administração exatamente como a maquina rotiniza a produção.
Para weber, o tipo puro de organização burocrática é o mais eficiente no sentido técnico e o melhor aparelhamento para exercer dominação sobre os seres humanos. Pode ser aplicado a qualquer tipo de situação e contexto. O seu traço mais racional é o exercício do poder com base no saber técnico.
Entretanto, Morgan (1999) aponta algumas forças e limitações da metáfora da maquina. Ára Morgan (1999, p. 37) 0 enfoque mecanicista da organização funciona bem somente sob condições nas quais as maquinas operam bem, ou seja:
 A – quando existe tarefa continua a ser desempenhada;
B – quando o ambiente é suficientemente estável para assegurar que os produtos oferecidos sejam os apropriados;
C – quando se quer produzir semore exatamente o mesmo produto;
D – quando a precisão é a meta;
E – quando as partes humanas da maquina são submissas e comportam-se de acordo com o planejado.
Entretanto, pensar as organizações sob enfoque da metáfora mecânica tem os seus pontos fortes, ma também há limitações. Em particular elas podem ser (MORGAN, 1999, p. 38):
A – criar formas organizacionais que tenham grande dificuldades em se adaptar a circunstancias de mudanças;
B – desembocar num tipo de burocracia sem sginficado e indesejável;
C – ter consequências imprevisíveis e indesejáveis a medida que os interesses daqueles que trabalham na organização ;
D – ter um efeito desumanizante sobre as empregados, especialmente sobre aqueles posicionados em níveis mais baixos de hierarquia organizacional.
2.2 AS ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO ORGANISMOS
Conforme Morgan (1999), é conceber as organizações como sistemas vivos, as quais existem em um ambiente, mas para sobreviverem dependem da satisfação das suas varias necessidades. Assim, se olhamos para a natureza, veremos diversas espécies, cada qual com as suas particularidades, mas de modo geral, é geral, é possível ver no interior de cada espécie as que se adaptam, as que morrem , as que têm anomalias, dentre outras características.
Em virtude das limitações na forma de pensar as organizações como maquinas, pensadores começaram a refletir sobre as organizações tendo como inspiração a biologia, principalmente a teoria de evolução de Darwin,da qual é possível extrair algumas analogias.
De acordo com Morgan, (1999, p. 44):
As organizações Burocráticas, tendem a funcionar mais eficazmente em ambientes que são estáveis ou, de alguma forma, protegidos, e que tipos muitos diferentes são encontrados em regiõesmais competitivas e turbulentas, tais como empresas de alta tecnologia, nos campos aeroespacial e microeletrônica. 
2.3 AS ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO CÉREBROS
É comum, atualmente, em certas áreas falar sobre neurociência, cérebro artificial , neurochip.... entretanto, destaca-se que o cérebro também serviu/serve de metáfora para entendimento das organizações. Conforme Morgan (1999, p. 83).
[...] o cérebro dessa forma, oferece uma metáfora obvia para a organização. Particularmente se a preocupação é melhorar a capacidade de inteligência organizacional. Muitos administradores e teóricos organizacionais apenas tocaram superficialmente neste ponto, limitando a sua atenção a ideia de que a organização necessita de um cérebro ou uma função semelhante ao do cérebro [...] que sejam capazes de pensar para o resto da organização, controlar a integrar sobre tudo na atividade organizacional. 
As metáforas também tem as suas forças e limitações, conforme Morgan (1999). Quando as forças destacam-se:
A – É aprendizagem organizacional (pessoal) e a capacidade de se auto-organiza-rem;
B – a compreensão de como a administração estratégica pode ser planejada para facilitar o apreender;
C – ela oferece meios através dos quais podem ir além da limitada racionalidade que caracteriza muitas organizações presentes e nos quais há de se ver outro lado da capacidade cognitiva, capacidade holística, analógica, intuitiva e criativa do hemisférico direito do cérebro.
D – proporciona meios valiosos de pensar sobre como desenvolvemos na computação e outras tecnologias em microprocessamento podem ser usados para facilitar novos estilos de organização.
Quanto as fraquezas identificam-se (MORGAN, 1999, P. 113):
 A – existe um período de não se levar em conta importantes conflitos entre os requisitos da aprendizagem e auto-organização, por um lado, e das realidades de poder e controle, por outro;
B – o fato de que, desde que qualquer movimento no sentido da auto-organização deva ser acompanhado por importantes mudanças de atitudes e valores, as realidades do poder podem ser reforçadas pela inercia de quem vem das suposições e crenças existentes.
2.4 AS ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO CULTURAS
Uma das formas de ver as organizações é através da metáfora da cultura. Vale destacar que a palavra cultura deriva do verbo latino colore, que significa cultivar, ideia de cultivo, do processo de arara terra.
No âmbito organizacional também se tem pensado neste sentido (cultura Organizacional), e para Morgan (1999), as questões culturais envolvem valores, crenças, ritos, mitos, do lugar e das pessoas que rodeiam a empresa. E neste sentido, pode-se dizer que os aspectos culturais influenciam o comportamento, a forma de agir e pensar e até mesmo planejar a organização.
A metáfora da cultura também tem suas forças e limitações. Quanto a força, nas palavras de Morgan (1999), temos:
A – enfatiza o significado simbólico ou mesmo “magico” da maioria dos aspectos racionais da vida organizacional.Em temos gerais, esta metáfora centraliza a atenção dobre o lado humano da organização, que outras metáforas ignoram ou encobrem.
B – repousa sobre sistemas de significados comuns e, portanto, em esquemas interpretativos que criam e recriam esse sentido, abrindo-se um novo foco e caminho para a criação da ação organizacional.
C – interpreta a natureza e o significado das relações da organização com os ambientes. As organizações escolhem e estruturam o seu ambiente através de um conjunto de decisões interpretativas. Neste sentido, a natureza torna-se visível através da cultura.
D – ajuda a compreender a mudança organizacional, uma vez que mudanças também dependem da mudança de imagens e valores que devem guiar as ações, e não apenas de tecnologia, estrutura e habilidades.
Dentre as suas limitações, aponta-se que a metáfora pode revelar-se manipuladora e totalitária na sua influencia e todas as pessoas constroem ou representam as suas realidades, mas não necessariamente pela sua própria escolha. (Morgan, 1999).
Pouca informação sobre cultura estrangeria pode acabar em gafe: Barreiras culturais estão entre os fatores que impedem o sucesso da negociação.
Alessandro Teixeira, da Apex-Brasil, conta a historia de uma fabricante de cera depilatória que recebeu um pedido dos emirados árabes – onde mulheres usam burca. O produto foi embarcado com a embalagem tradicional, na qual havia a imagem das pernas de uma mulher. “A remessa voltou, e ela teve de reembalar e reenviar”, afirma Teixeira.
UNIDADE 2 Tópico 3
HOMEM CONTEMPORÂNEO: CONSCIENTE DA QUALIDADE DE VIDA: o sociólogo Alberto Guerreiro Ramos se distingue no cenário intelectual brasileiro como um intelectual de grande importância internacional. Nasceu em 1915, na cidade de Santo Amaro da Purificação, Bahia, faleceu em 06/04/1982, em Los Angeles, Califórnia. Em 1956, foi incluído pelo sociólogo clássico Pitirim A. Sorokin entre outro autores eminentes que contribuíram para o progresso mundial da disciplina da Sociologia. Como professor, pesquisador e autor, Alberto esteve associado a 4 importantes instituições como DASP, ISEB/MEC, EBAP/FGV, University os Southern California (ISC) e UFSC. Além da carreira acadêmica, exerceu mandato político como deputado federal.
2º Ramos, sobre a sociedade, as pessoas deveriam unir-se em grupos naturalmente pela comunhão e não pelo interesse – característica da solidariedade orgânica. Ele tinha um pensamento conservador, valorizava a cultura, a moral do homem, criticando a sociedade moderna que torna as pessoas extremamente utilitárias, fúteis e egoístas.
Em defesa da abordagem substantiva nas instituições: uma das fontes de inspiração para Alberto, foi o pensamento do amigo JOHN PFIFFNER: A teoria administrativa não pode mais legitimar a racionalidade funcional das organizações, como tem feito amplamente. O problema básico do passado era superar a escassez dos bens materiais e serviços elementares. Nesse período, grande parte do esforço no ambiente de trabalho foi técnico e socialmente necessário e mesmo inevitável, o que não ocorre hoje. O que leva as organizações sociais às crises é o fato de que, por sua estrutura organizacional e forma de operação, admitem que antigas carências continuem a ser básicas, enquanto, na realidade, o homem contemporâneo está consciente de que as carências críticas pertencem a outro grupo, isto é, relacionam-se a necessidades além do nível de simples sobrevivência. Assim o darwismo social, que tem validado tradicionalmente a teoria e a prática da administração, tornou-se obsoleto por força das circunstâncias. Este artigo é uma tentativa de reavaliação da evolução da teoria administrativa. Usa modelos de homem como referencia (Isto é, o homem operacional, o homem reativo e o homem parentético).
A partir do final do século XIX vem ocorrendo uma dramática mudança de orientação nas abordagens à organização e ao trabalho. Nesse contexto, o influente sociólogo William Graham Summer afirmou que não haveria maneira de integrar o interesse de empregados e empregadores.
Verifica-se que uma atmosfera de crise envolve as organizações contemporâneas e se reflete na teoria que sobre elas foram formuladas. Tanto no campo profissional como no acadêmico, os indivíduos vivenciam progressivamente esta crise no seu dia a dia. No hodierno, o ambiente interno e externo das organizações é influenciado por um elevado grau de falta de clareza e confusão. Diversos estudiosos concluíram que está surgindo um novo modelo de homem cujo desenvolvimento e esclarecimento são essenciais para ultrapassar o estado crítico da arte e da teoria da administração. James Carroll, por exemplo, vê uma “[...] conscientização crescente” que está “transbordando e inundando[...] os sistemas sociais existentes”. Também revela o surgimento de um novo tipo de personalidade que não mais “[...] se ajusta facilmente à estrutura de valores organizacionais e institucionais baseada em percepções e interesses previamente fixados”. (CARROL).
As orientações de Carroll, estão baseadas na ideia de que necessitamos um ponto de referência, para desenvolver algum senso de direção no trato com os problemas administrativos e perceber que tipos de circunstâncias sociais contemporâneas estão afetando atualmente cada indivíduo e as organizações. De fato, afirma Ramos, a história contemporânea está gerando um novo tipo de homem, o qual denominou de “O homem parentético”.
Ramos procurou reavaliar a evolução da teoria administrativa, usando como pontos de referência modelos de homem, a saber, o homem operacional, o homem reativo e o homem parentético. 
Na teoria administrativa o homem operacional corresponde ao Homo economicus da economia clássica, ao Homo sociologicus, amplamente adotado pelo modelo acadêmico de sociologia e ao Homo politicus que David Truuman (1965), Cristian Bay (1965) e Scheldon Wolin (1969) descreveram como o modelo predominante na ciência política vigente.
A validade do homem operacional está tacitamente aceita. Como recurso organizacional essa abordagem implica: 1) um método autoritário de alocação de recursos, no qual o trabalhador é visto como ser passivo que deve ser programado por especialistas para atuar dentro da organização; 2) um conceito de treinamento como uma técnica para “ajustar” o indivíduo aos imperativos da maximização da produção; 3) uma visão de que o homem é calculista, motivado por recompensas materiais e econômicas e, como trabalhador, é psicologicamente diferente de outros indivíduos; 4) uma visão de que a administração e teoria administrativa são isentas ou neutras; 5) uma indiferença sistemática às premissas éticas e de valores do ambiente externo; 6) o ponto de vista de que aspectos da liberdade pessoal são estranhos ao modelo operacional; 7) um conceito de que o trabalho é essencialmente adiamento da satisfação.
A alternativa para contrapor o homem operacional surgiu dos estudos de Hawthorne. Foi o início da Escola de Relações Humanas, que considerava o homem mais complexo do que consideravam os teóricos tradicionais. Os humanistas: a) tinham uma visão mais sofisticada da natureza da motivação do homem; b) não negligenciaram o ambiente social externo à organização e, por essa razão, definiram a organização como um sistema social aberto; c) perceberam o papel desempenhado, no processo de produção, pelos valores, sentimentos e atitudes.
O modelo de homem desenvolvido para os humanistas pode ser chamado de “homem reativo”. Para os humanistas, como também para seus antecedentes, o sistema industrial e a empresa funcionam como variáveis independentes e, embora tivessem sempre preocupados com os trabalhadores e suas motivações, os objetivos buscados não foram realmente alterados. Eles desenvolveram procedimentos para a cooptação de grupos informais, o uso de ‘aconselhamento pessoal’ e habilidade para lidar com as relações humanas individuais com o objetivo de estimular reações positivas em consonância com as metas da empresa. Os humanistas percebiam o trabalhadorcomo um “ser reativo”, tendo como objetivo principal a adaptação do indivíduo ao contexto de trabalho e não seu crescimento individual. Isto ocasiona uma total inserção do trabalhador na organização, transformando-o no que W. H. Whyte Jr. Chamou de “homem organizacional”.
Alguns aspectos do contexto operacional, deixados de lado no passado, recebem hoje uma importante atenção. Ex.: agora o processo recebe maior atenção do que a estrutura; as tarefas do que as rotinas; estratégias ad hoc do que princípios e prescrições, bem como o que tem sido chamado de organização em mudança, organizações não hierárquicas e administração participativa.
Ramos destaca que estes progressos são consideráveis, mas periféricos. Do mesmo modo, a atual teoria e prática administrativas não são adequadas às necessidades presentes. 2º Ramos “[...] conceitos de mudança organizacional, por exemplo, são formulados em termos reativos, isto é, testados quanto a sua capacidade de responder acriticamente às flutuações de seus ambientes e sem assumir a responsabilidade pelos padrões de qualidade e prioridade desse mesmo ambiente”. Essa teoria reativa baseia-se em uma visão ingênua da natureza dos insumos e produtos. Considera que os insumos consistem em pessoas, materiais e energia, neutralizando os fatores ético e valorativo do ambiente, cuja racionalidade e legitimidade são simultaneamente ignoradas.
Outro aspecto envolve a integração indivíduo/organização. Os defensores da integração omitem o caráter básico, duplo da racionalidade. Em outras palavras, existe uma racionalidade cujos padrões nada tem a ver com comportamento administrativo. Trata-se da racionalidade substantiva, de Mannheim, que é um atributo intrínseco do indivíduo como ser racional, e nunca pode ser vista como pertencente a qualquer organização.
Para Ramos, o modelo do homem parentético pode prover a teoria administrativa de sofisticação teórica para enfrentar os desafios e problemas que provocam as tensões entre a racionalidade substantiva e a racionalidade funcional.
Karl Mannheim teorizou sobre os tipos de racionalidade: Racionalidade Funcional: diz respeito a qualquer conduta, acontecimento ou objeto, na medida em que esse é reconhecido como apenas um meio de atingir uma determinada meta. Sua influência ilimitada sobre a vida humana solapa suas qualificações éticas. Essa racionalidade tende a despojar o indivíduo [...] de sua capacidade de sadio julgamento. Ele vê um declínio de crítica do indivíduo, na proporção do desenvolvimento da industrialização. Racionalidade Substantiva: é um ato de pensamento que revela percepções inteligentes das inter-relações de acontecimentos numa situação determinada, atos dessa natureza tornam possível uma pessoa orientada por “julgamentos independentes”. Essa racionalidade constitui a base da vida humana ética, responsável. É estreitamente relacionada com a preocupação em resguardar a liberdade. Nesta racionalidade seus pressupostos e seu sentido ganham importância, preferindo agir na esfera do “porquê”, participando da esfera do “como” apenas por acidente.
Na realidade, o homem parentético não pode deixar de ser um participante na organização. Mesmo sendo autônomo, não pode ser psicologicamente enquadrado como aqueles indivíduos que se comportam de acordo com os modelos reativo e operacional. O homem parentético possui uma consciência crítica altamente desenvolvida dos princípios de valor presentes no dia a dia. “Parentético” é derivado da noção de Husserl de “em suspenso” e “parênteses”. A atitude crítica suspende ou coloca entre parênteses a crença no mundo comum, permitindo ao indivíduo alcançar um nível de pensamento conceitual e, portanto, de liberdade.
2º Ramos, o homem parentético é um reflexo das novas circunstâncias sociais, que ocorrem principalmente nas sociedades industriais avançadas. De fato, os padrões de comportamentos tendem a se difundir nas sociedades industriais avançadas e só existem residualmente em sociedades em estágios anteriores de evolução. Por exemplo, tais padrões somente puderam ser percebidas em indivíduos excepcionais como Socrates, Bacon e Maquiavel, o que Lane chama de “[...] diferenciação entre o ego do ambiente interno e do externo”, o que lhes possibilitou perceber suas respectivas sociedades, excluindo-se do ambiente interno, quanto do externo, podendo, dessa forma, examiná-los com uma visão crítica, enquanto a massa da população adotava interpretações convencionalmente estabelecidas.
A exclusão equivale aqui a incluir, a colocar o ambiente entre parênteses. O homem parentético está apto a classificar o fluxo da vida diária para examiná-lo e avaliá-lo como um expectador. Afasta-se do meio familiar, tenta romper com suas raízes; torna-se um estranho em seu próprio meio social, possibilitando maximizar sua compreensão de vida. Em outras palavras, a atitude parentética é a capacidade psicológica do indivíduo de separar a si mesmo de seu ambiente interno e externo. Ele se desenvolve quando termina o período da ingenuidade social; o que Lane chama de sociedade “informada”, é o habitat natural do homem parentético.
O homem parentético está eticamente comprometido com valores que conduzem à primazia da razão substantiva, tendo uma relação com o trabalho e com a organização muito peculiar. Não se esforça demasiadamente para obter o sucesso, segundo os padrões convencionais. Atribui grande importância ao eu e teria urgência em encontrar um significado para a vida. Não aceitaria acriticamente padrões de desempenho, embora pudesse ser um grande empreendedor quando lhe atribuísse tarefas criativas. Não trabalharia apenas para fugir à apatia ou indiferença, porque o comportamento passivo vai ferir seu senso de autoestima e autonomia. Esforçar-se para influenciar o ambiente, para retirar dele tanta satisfação quanto pudesse. Seria ambivalente em relação à organização, “[...]sua ambivalência seria derivada de sua compreensão de que as organizações, como são limitadas pela racionalidade funcional, têm de ser tratadas segundo seus próprios termos relativos” (RAMOS).
U.2 T.4
TRABALHO E EDUCAÇÃO
No decorrer da historia, o trabalho em alguns períodos não foi visto com bons olhos. Porem, devido as necessidades, principalmente econômicas, a concepção de trabalho foi sofrendo mutações. Assim, se em um determinado período (Grecia e Roma antiga, ou Brasil colonial) o trabalho era executado pelos escravos, atualmente esse forma de trabalho não é mais adequada as necessidades econômicas e, inclusive, o trabalho é tipificado como crime no art. 149, do Código Penal.
Na historia, tivemos o trabalho escravo, servil e até mesmo do proletário. Entretanto cim a globalização e inovações tecnológicas, tem se discutido qual sera o futuro do trabalho, quais suas competências e habilidades serão necessárias para se estar no mercado de trabalho no futuro. Ou até mesmo, como se tem postulado, se a educação é um dos caminhos de qualificação para o trabalho e em q se deve pautar.
2 – TRABALHO NA HISTORIA: BREVES CONSIDERAÇÕES
Ao buscar entender o q significa trabalho, veremos q ele está, grosso modo, associado a labuta, tortura. Na antiguidade não era visto como atividade digna e, sim, atividade para escravos.
Na idade media, o trabalho era desenvolvido pelos servos e, inclusive no Brasil até 1988 o trabalho poderia ser feitos pelos escravos (que em troca de seu trabalho recebiam os 3p: pano (roupa), pau (surra) e pão (comida).
Com o surgimento do capitalismo, surge o trabalho assalariado, desenvolvido pelos proletários, os quais em troca de salario vendiam a sua força física ou mental. E com este salario deveriam conseguir manter a alimentação, moradia, saúde entre outros.
	Conforme a CLT, Art. 76  – Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de

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