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Relatório Quimica Alimentar

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Escola Superior de Tecnologia e Gestão 
Instituto Politécnico de Viana do Castelo 
 
 
 
 
Relatório dos Trabalhos Práticos para Determinação do Valor Nutricional 
de Iogurte e de Cereais de Pequeno-Almoço 
 
Laboratórios de Química Alimentar 
Engenharia Alimentar 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: 
 Juceila Rodrigues 
 Mariana Gomes 
 Mónica Pinto 
 
 
 
Abril de 2018 
 
1. Objetivos: 
 
- Efetuar a análise nutricional de um iogurte e de cereais de pequeno almoço, nomeadamente 
no que diz respeito à humidade relativa, à atividade da água (aw); ao teor de açúcares redutores; 
ao teor de gordura; e ao teor proteico. 
 
- Verificar a adequação dos métodos experimentais utilizados para os dois tipos de amostra 
 
2. Procedimento 
Relativamente aos protocolos experimentais utilizados nas aulas práticas foram efetuadas 
as seguintes alterações: 
 A amostra prevista era de queijo e as análises foram realizadas para um iogurte de 
aroma e cerais de pequeno almoço. 
A. Determinação da humidade e da atividade da água 
As massas iniciais das amostras foram alteradas tendo em conta a percentagem de água 
prevista e a obtenção de um valor de água mensurável. 
 
Tabela 1 – Alterações efetuadas relativamente às massas de amostra utilizadas na determinação da 
humidade relativa 
Método Massas previstas no 
protocolo (queijo) 
Massas utilizadas na 
alteração 
Iogurte Secagem em Estufa 5 g 5 g 
Bidwell-Sterling 10 g 5 g 
Cereais Secagem em Estufa 5 g 5 g 
Bidwell-Sterling 10 g 40 g 
 
Relativamente à preparação da amostra, os cereais foram triturados num almofariz. Para o 
iogurte foi necessário misturar com areia de forma a dispersar melhor a amostra e evitar a 
formação de crosta. 
 O tempo de residência das amostras na estufa foi de 2 horas. 
 
B. Determinação do teor de açúcares redutores 
Relativamente à preparação das soluções padrão de glucose, a diluição da solução original 
de 1,50 g/l, não foi realizada para um volume de 50ml. Em alternativa, as diluições foram 
realizadas diretamente para os tubos de ensaio, para um volume final de 4ml, utilizando uma 
micropipeta. 
 
Novamente foram ajustados os valores de massa a utilizar, de forma a obter resultados 
mensuráveis. 
Tabela 2 – Alterações efetuadas relativamente às massas de amostra utilizadas na determinação do 
teor de açúcares redutores 
Amostra Massas previstas no 
protocolo (queijo) 
Massas utilizadas na 
alteração 
Iogurte 70 mg 300mg 
Cereais 70 mg 70mg 
 
Na preparação das amostras sem hidrólise, só foi realizado um ensaio, em vez dos dois 
indicados no protocolo. 
 
C. Determinação do teor de gordura 
Foram novamente ajustados os valores de massa a utilizar, de forma a obter resultados 
mensuráveis. 
Tabela 3 – Alterações efetuadas relativamente às massas de amostra utilizadas na determinação do 
teor de gorduras 
Amostra Massas previstas no 
protocolo (queijo) 
Massas utilizadas na 
alteração 
Iogurte 3 g 5 g e 10 g 
Cereais 3 g 5 g 
 
 
D. Determinação do teor proteico 
As atividades foram realizadas de acordo com os protocolos. 
Foi necessário padronizar a solução de ácido clorídrico utilizada, com Na2CO3. 
 
 
 
3. Apresentação e análise dos resultados 
 
A. Determinação da humidade e da atividade da água 
A percentagem de humidade (H%) foi determinada utilizando dois métodos diferentes, a 
secagem em estufa e o método Bidwell-Sterling. 
Para a determinação pelo método de secagem em estufa foram usados os seguintes 
cálculos: 
𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 − 𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 
 
𝐻(%) =
𝑚á𝑔𝑢𝑎
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 100 
 
 
Tabela 4 – Humidade relativa do iogurte pelo método de secagem 
Amostras mamostra (g) mamostra seca(g) mágua (g) H(%) 
AVV2 4,950 0,8727 4,0773 82,37 
AVV1 8,321 1,3392 6,9818 83,91 
0.0.0 5,188 0,9187 4,2693 82,29 
456 6,185 1,0958 5,0892 82,28 
 
 
Tabela 5 – Humidade relativa dos cereais de pequeno almoço pelo método de secagem 
Amostras mamostra (g) mamostra seca(g) mágua (g) H(%) 
RicK 4,5397 4,3176 0,2221 4,892 
Ana 4,1296 3,4334 0,6962 16,86 
Bob 4,9741 4,7311 0,2430 4,885 
Rock 4,6936 4,4681 0,2255 4,804 
 
O valor da humidade relativa para a amostra “Ana” não foi contabilizado para a média, 
devido à imprecisão do valor obtido (apresenta um desvio muito grande). 
No método Bidwell-Sterling obtém-se o volume de água diretamente sendo necessário 
usar o valor da massa volúmica desta para o cálculo, assim, 
 
𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 𝜌 × 𝑉á𝑔𝑢𝑎, em que 𝜌(20℃) = 0,99825𝑔/𝑚𝑙 
𝐻(%) =
𝑚á𝑔𝑢𝑎
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 100 
 
Tabela 6 – Humidade relativa do iogurte pelo método de Bidwell-Sterling 
Amostras mamostra (g) Vágua (mL) mágua(g) H(%) 
I1 5,58 3,8 3,79 68 
I2 5,60 3,9 3,89 70 
 
 
Tabela 7 – Humidade relativa dos cereais de pequeno almoço pelo método de Bidwell-Sterling 
Amostras mamostra (g) Vágua (mL) mágua(g) H(%) 
C3 39,19 0,5 0,499 1,3 
C4 39,41 2,0 1,997 5,1 
 
 
De seguida apresentam-se os valores da densidade relativa como a média dos ensaios 
efetuados: 
Tabela 8 – Comparação da humidade relativa obtida em cada um dos métodos para os dois 
tipos de amostra 
Amostras H(%) método de secagem em estufa H(%) método Bidwell- Sterling 
Iogurte 82,71 69 
Cereais 4,860 3,2 
 
A diferença obtida entre o método de secagem em estufa e o método de Bidwell-Sterling 
é mais evidente para o iogurte. Esta diferença poderá explicar-se pelo o tempo de realização da 
ebulição no segundo método, que pode não ter sido suficiente para fazer uma boa separação 
da totalidade da água. Além disso algumas gotas podem ter ficado retidas no condensador, e 
uma vez que a quantidade medida é tão pequena, a percentagem de erro será grande. 
Por outro lado, o valor da massa volúmica da água utilizado foi para uma temperatura 
de 20℃, no entanto não foi medida a temperatura real da água. 
 
Relativamente ao método de secagem em estufa os valores podem estar inferiores aos reais, 
uma vez que, temperatura da estufa estava a 126ºC, enquanto que no protocolo indicava 130 a 
133ºC, e, cumulativamente, o tempo de permanência na estufa foi apenas de 120 minutos (o 
tempo sugerido pelo professor é de 4h), o que poderá ter levado a que a quantidade de água 
evaporada tenha sido inferior à quantidade de água existente nas amostras. Estas podem ainda 
ter perdido humidade durante o manuseamento na pesagem. Ainda assim este será o método 
que apresenta resultados mais de acordo com o esperado. 
De referir ainda que, no caso dos cereais a trituração não ficou homogénea e os pedaços 
maiores podem não ter permitido uma boa evaporação da água. 
 
 
Foi ainda determinado o valor da atividade da água (aw), tendo-se obtido os seguintes 
resultados: 
 
Tabela 8 – Atividade da água para o iogurte e para os cereais de pequeno almoço 
Amostra aw 
Iogurte 0,970 
cereais 0,352 
 
 
De acordo com os resultados obtidos para a atividade da água podemos inferir a 
diferença entre o tipo de degradação/microrganismos que podem afetar a conservação do 
iogurte e dos cereais. 
 
Figura 1 – Velocidade relativa da reação de degradação em função com a atividade da água 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgwmEAB/aula-1-tecnologia-alimentos-i-farmacia 
De acordo com a figura 1, no caso dos cereais (aw= 0,352), estes ficam mais sujeitos ao 
escurecimento não-enzimático e auto-oxidação lipídica. Já no que se refere ao iogurte, a sua 
elevada atividade da água (aw= 0,966) faz com que fique sujeito à ação de mofos, leveduras e 
bactérias, bem como à deterioração por reações enzimáticas,escurecimento não enzimático e 
auto-oxidação lipídica. 
 
 
 
B. Determinação do Teor de açúcares redutores 
Prepararam-se as soluções padrão de ácido 3,5-dinitro-salicílico (DNS) e foram lidos os 
respetivos valores de absorvâncias. 
 
Tabela 9 – Valores das concentrações das soluções padrão e respetivas absorvâncias 
Padrões C (g/L) Absorvâncias 
(540nm) 
P1 0,301 0,226 
P2 0,602 0,574 
P3 0,903 1,051 
P4 1,204 1,355 
P5 1,505 1,592 
 
 
Com os valores obtidos traçou-se a reta de calibração. 
 
 
Figura 2 – Reta de calibração 
 
Com base nos valores de absorvância obtidos para as amostras foram depois inferidos 
os valores das respetivas concentrações (g/L) a partir da reta de calibração. 
A massa de açúcar foi determinada com base no valor da concentração de açúcares(C) 
e do volume das soluções (𝑉 = 0,05𝑙) usando a expressão 𝑚𝑎çú𝑐𝑎𝑟 = 𝑐 × 𝑉. 
y = 1,1671x - 0,0943
R² = 0,9861
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
A
b
so
rv
ân
ci
a
Concentração (g/L)
 
 
Calculou-se depois o teor de açúcares na amostra: 
 % 𝐴çú𝑐𝑎𝑟𝑒𝑠 =
𝑚𝑎çú𝑐𝑎𝑟
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 100 
 
 
Tabela 10 – Determinação do teor de açúcares no iogurte 
Amostras Absorvância concentração (g/L) maçúcar(g) mamostra(g) % açúcares 
3.0 0,188 0,242 0,0121 0,2514 4,81 
3.1 0,899 0,851 0,0426 0,3504 12,1 
3.2 1,139 1,057 0,0528 0,3648 14,5 
4.0 0,160 0,218 0,0109 0,2669 4,08 
4.1 1,089 1,014 0,0507 0,3690 13,7 
4.2 0,999 0,937 0,0468 0,2982 15,7 
 
 
Tabela 11 – Determinação do teor de açúcares nos cereais 
Amostras Abosrvância concentração (g/L) maçúcar(g) mamostra(g) % açúcares 
1.0 0,224 0,273 0,0136 0,0712 19,1 
1.1 1,002 0,939 0,0470 0,0728 64,5 
1.2 1,014 0,950 0,0475 0,0779 61,0 
2.0 0,033 0,109 0,0055 0,0752 7,25 
2.1 1,195 1,105 0,0552 0,0772 71,6 
2.2 1,139 1,057 0,0528 0,0715 73,9 
 
 
Os valores de absorvância/concentrações das amostras 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0 deram valores 
elevados de açucares redutores, mesmo não se tendo realizado hidrólise, pois seria de esperar 
que estes valores fossem próximos de zero. 
No caso do iogurte, sendo feito a partir do leite, possui lactose, e esta é em parte 
redutora, o que significa que mesmo só dissolvido com água (sem hidrólise) existe uma pequena 
percentagem de açúcares redutores que é detetada por este método. 
Este é aliás uma das desvantagens deste método: quando existem na amostra outras 
substâncias que sejam redutoras pode haver um erro por excesso. Desta forma podemos 
concluir que também nos cereais podem estar presentes outros açúcares redutores para além 
da glucose. Por essa razão se indica na apresentação de resultados % de açúcares e não % de 
glucose. 
 
Por outro lado, os valores referidos anteriormente foram extrapolados relativamente à 
reta de calibração o que não é correto fazer-se. 
 
Tabela 12 – Comparação do valor médio do teor de açúcares redutores obtido experimentalmente no 
iogurte e nos cereais de pequeno almoço, com o valor indicado nos rótulos 
 
% açúcares 
Valor experimental Valor do rótulo 
iogurte 14,0 12,4 
cereais 67,7 79,2 
 
Os valores obtidos para os cereais possuem uma maior discrepância em relação ao valor do 
rótulo. Este facto pode explicar-se pela presença de polissacarídeos nos cereais, como o amido, 
que apenas tenham sofrido uma hidrólise parcial. Assim, parte dos açúcares não hidrolisados 
não é detetado por este método (que apenas deteta açúcares redutores). Ou seja, a utilização 
de um protocolo que estava definido para o queijo, pode não ser o mais indicado para este tipo 
de alimento, pelo que deveria ser utilizado um método de análise diferente. 
O valor experimental obtido para o iogurte, ligeiramente superior ao do rótulo, pode dever-
se à presença de outros açúcares (como a lactose) que influenciam o resultado final. 
Os erros associados aos valores experimentais podem ainda estar relacionados com a 
preparação das soluções padrão e da obtenção dos valores de absorvância. Por exemplo, o valor 
das absorvâncias têm tendência a diminuir com o aumento do tempo de contacto com o DNS 
(Vasconcelos, 2013) 
 
 
C. Determinação do Teor de gorduras 
Para a determinação do teor de gorduras foi utilizado o método de Schmid-Bondzynski-
Ratzlaff (extração com mistura de solventes). O cálculo foi efetuado do seguinte modo: 
%𝑔𝑜𝑟𝑑𝑢𝑟𝑎 =
𝑚𝑙í𝑝𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 100 
 
Tabela 13 – Determinação do teor de gordura nos cereais 
 mamostra (g) mlípidos (g) % gordura 
Iogurte 
I1 10,2602 ----- ----- 
I2 10,0276 ----- ----- 
I3 5,08780 0,0810 1,59 
I4 5,09860 0,0818 1,60 
cerais C5 5,01320 0,0765 1,53 
C6 5,09600 0,0662 1,30 
 
 As amostras I1 e I2 foram descartadas pois a emulsão criada não permitiu uma 
conveniente separação. A utilização de uma massa mais de três vezes superior ao indicado no 
protocolo não foi por isso bem sucedida. 
 Aliás, esta dificuldade de separação ocorreu praticamente em todas as amostras, devido 
ao limite de tempo, o que pode ter levado a uma recolha deficiente do total de lípidos. Parte 
dos lípidos foram ainda recolhidos com uma pipeta de Pasteur, no caso do iogurte, tendo alguma 
parte ficado aí retida e não tendo sido contabilizada. Os resultados comparativos da tabela14 
mostram que os valores experimentais estão abaixo dos indicados no rótulo. 
 
Tabela 14 – Comparação do valor médio do teor de gordura obtido experimentalmente no iogurte e nos 
cereais de pequeno almoço, com o valor indicado nos rótulos 
 %gordura 
 Valor experimental Valor do rótulo 
iogurte 1,60 2,0 
cereais 1,41 1,7 
 
 Outras hipóteses que permitem explicar esta diferença prendem-se com o facto de o 
tempo de hidrólise e o número de lavagens não terem sido suficientes. Para além disso, o iogurte 
estava já com bolor, o que pode alterar a sua composição. 
 Por outro lado, alguns autores referem que a escolha do solvente e o tratamento 
químico inicial leva a diferenças significativas nos resultados. Por exemplo, o éter etílico pode 
extrair, para além de glicerídeos oxidados, aminoácidos e pigmentos. Assim, os resultados 
obtidos com este solvente deveriam ser sistematicamente maiores do que os obtidos com 
outros solventes (como o hexano). O tratamento químico (ácido clorídrico) pode levar à 
degradação de da amostra, nomeadamente de algumas lipoproteínas e fazer aumentar o valor 
obtido. Por exemplo, o iogurte escureceu durante o aquecimento com o ácido clorídrico, o que 
evidencia alterações na composição da amostra. 
De referir também que os valores apresentados nos rótulos podem não corresponder ao 
valor real da amostra em questão e ter também um erro associado à sua quantificação. 
 
D. Determinação do teor de proteínas 
Para a determinação do teor de proteínas foi necessário padronizar a solução de ácido 
clorídrico utilizada, com Na2CO3. 
Tabela 15 – Padronização da solução de ácido clorídrico 
Ensaio m (Na2CO3) (g) V(HCl)gasto (ml) [HCl] (mol/l) 
1 0,1004 15,40 0,1230 
2 0,1010 15,35 0,1242 
3 0,0999 15,15 0,1244 
4 0,1027 15,60 0,1242 
 
 
 Assim, a média dos ensaios será de [HCl] =0,1240 mol/l. 
Foi depois determinado o volume de HCl gasto na titulação de cada amostra (após o 
processo de digestão e da destilação), com o devido acerto para um branco do solvente. 
A massa de nitrogénio foi determinado tendo em conta o número de moles gasto de HCl, 
que, pela estequiometria das reações, será igual ao número de moles de N presente na amostra. 
𝑛𝑁 = 𝑛𝐻𝐶𝑙 = 𝑉𝐻𝐶𝑙𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 × 10
−3 × [𝐻𝐶𝑙] 
𝑚𝑁 = 𝑛𝑁 × 𝑀𝑁 = 𝑉𝐻𝐶𝑙𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜× 10
−3 × [𝐻𝐶𝑙] × 𝑀𝑁 
O teor de proteína é determinado tendo em conta a massa de nitrogénio presente na 
amostra, multiplicada pelo fator de conversão(F) que tem em conta a composição proteica 
habitual dos produtos analisados: 
%𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒í𝑛𝑎 =
𝑚𝑁
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 100 × 𝐹 
 
fator de conversão lacticínios 6,38 
fator de conversão cereais 5,70 
 
 
Tabela 16 – Determinação do teor de proteína no iogurte 
 mamostra (g) VHCl gasto (ml) mN (g) % Proteína 
I4 0,5062 1,50 0,002604 3,28 
I5 0,5726 1,40 0,002430 2,71 
I6 0,5485 1,60 0,002778 3,23 
 
 
Tabela 17 – Determinação do teor de proteína nos cereais 
 mamostra (g) VHCl gasto (ml) mN (g) % Proteína 
C1 0,5898 5,30 0,009201 8,89 
C2 0,5072 4,30 0,007465 8,39 
C3 0,5005 4,55 0,007899 9,00 
 
 
 
 
 
 
Tabela 18 – Comparação do valor médio do teor de gordura obtido experimentalmente no iogurte e nos 
cereais de pequeno almoço, com o valor indicado nos rótulos 
 
% Proteína 
Valor experimental Valor do rótulo 
iogurte 3,07 3,0 
cereais 8,76 7,4 
 
 Os resultados obtidos mostram que o teor médio de proteína está dentro dos valores 
indicados no rótulo. 
No caso do iogurte este valor é superior aos mínimos estabelecido por lei para o iogurte (no 
caso do Brasil este valor é de 2,9%). A não alteração dos valores iniciais de massa de amostra 
prevista no protocolo permitiu que o processo de digestão fosse bem sucedido (principalmente 
no caso do iogurte onde a formação de espuma poderia interferir no resultado final). 
Relativamente aos cereais embora o valor obtido esteja ligeiramente acima do indicado no 
rótulo, é um resultado bastante aceitável, e consideramos que este método se adapta bem ao 
tipo de alimento. Além disso, o valor apresentado no rótulo provém de uma média que não é 
específica para o alimento contido em cada embalagem, pois este pode diferir em composição 
de acordo com a matéria prima utilizada. 
 
 
 
 
Conclusões 
Com base nos resultados obtidos podemos elaborar um rótulo com a informação nutricional 
de cada amostra (iogurte e cereais de pequeno almoço), onde facilmente analisamos a coerência 
dos mesmos: 
 
Tabela 19 – Valor nutricional (por 100g) obtido a partir dos resultados experimentais para o iogurte 
Io
g
u
rt
e 
Valor nutricional (por 100g) 
Energia (Kcal) 82,8 
Energia (KJ) 352 
Humidade 82,7 g 
Açúcares 14,0 g 
Gorduras 1,60 g 
Proteínas 3,07 g 
 
 
 
Tabela 20 – Valor nutricional (por 100g) obtido a partir dos resultados experimentais para os cereais 
de pequeno almoço 
ce
re
a
is
 
Valor nutricional (por 100g) 
Energia (Kcal) 319 
Energia (KJ) 1354 
Humidade 4,9 g 
Açúcares 67,7 g 
Gorduras 1,41 g 
Proteínas 8,76 g 
 
Efetuando alguns cálculos simples verificamos que a soma do teor de humidade, açúcares, 
gorduras e proteínas para cada alimento é, 
Tabela 21 – Comparação dos resultados globais obtidos para o iogurte e para os cereais de pequeno 
almoço 
 Iogurte cereais 
Soma (%) 101,4 82,8 
 
 No caso do iogurte os resultados globais (soma) mostram que os resultados obtidos para 
cada parâmetro medido devem estar bem determinados pois a soma é bastante próxima dos 
100%. É claro que os valores apresentados na tabela 19 são diferentes dos apresentados no 
rótulo do iogurte (ver anexo). Como já foi referido anteriormente, os valores dos rótulos são 
obtidos como um a média e são mantidos para vários batch produtivos. Assim, os valores 
apresentados no rótulo não são específicos da amostra analisada, uma vez que a composição da 
matéria prima em cada batch pode variar. Para além disso cada determinação está sempre 
associado um erro experimental. Estes factos permitem explicar as discrepâncias entre os 
valores obtidos e os do rótulo. 
 
 No que concerne aos cereais de pequeno almoço, os resultados obtidos são mais 
discrepantes no teor de açúcares redutores, pelos factos referidos na análise dos resultados. 
Para além disso, o valor global (82,8%) resultante da soma do teor dos vários componentes 
apresenta uma diferença de 20% face aos 100% esperados. 
 Existem várias hipóteses que explicam este resultado. Em primeiro lugar os métodos 
utilizados nas determinações estavam previstos para uma amostra de queijo. O facto de termos 
utilizado cereais de pequeno almoço e termos mantido os métodos pode levar a resultados 
abaixo dos esperados, por degradação da amostra, ou extrações incompletas (como parece ter 
sido o caso da incompleta hidrólise do amido presente e consequente diminuição no valor 
obtido para os açúcares redutores, ou a escolha do solvente utilizado na extração dos lípidos). 
Por outro lado, é provável que a quantidade de fibra presente nos cereais possa afetar 
o resultado global, pois não foi determinada. De acordo com o rótulo do produto seria de 
esperar um valor de 7,4% de teor de fibra o que reduziria substancialmente a diferença de 
resultados. 
 
 Concluímos deste modo que as alterações efetuadas aos protocolos, no que respeita ao 
iogurte, foram bem conseguidas e os métodos utilizados adaptaram-se bem à utilização do 
iogurte em vez do queijo. 
No que concerne à utilização dos cereais de pequeno almoço deveria ser utilizado outro 
método para a determinação de açúcares que se coadune com o tipo de alimento e que permita 
determinar também os açúcares mais complexos (amido e celulose), incluindo a determinação 
do teor em fibras. Para a quantificação do amido podemos sugerir a utilização de enzimas 
específicas para a degradação de amido em glucose, ou então isolar o amido através de 
complexação com iodo. Para a quantificação das fibras (celulose) seria necessário eliminar, 
através de processos químicos adequados, todos os outros componentes e determinar 
posteriormente através da quantificação do resíduo seco. 
 
 
 
4. Bibliografia 
 
 
✓ Preciosa Pires, Protocolos Experimentais para as Aulas Práticas da Disciplina de 
Química Alimentar, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de 
Viana do Castelo, Viana do Castelo, 2018 
✓ J. L. Multon, Analysis of Food Constituintes, Wiley-VCH,Inc, USA, 1997 
✓ Cerwyn S. James, Analytical Chemistry of Foods, Blackie Academic and Professional, 
London, 1995 
✓ Guilherme Moraes Dornemann, Comparação de Métodos para Determinação de 
Açúcares Redutores e Não-Redutores, Escola de Engenharia, Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, 2016 
✓ Maria Auxiliadora de Brito RODAS, Regina Maria Morelli Silva RODRIGUES, Harumi 
SAKUMA, Lana Zanetti TAVARES, Cássia Regina SGARBI, Welitania C.C. LOPES; 
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA, HISTOLÓGICA E VIABILIDADE DE BACTÉRIAS 
LÁCTICAS EM IOGURTES COM FRUTAS; Campinas, 2001 
 
 
 
Anexo 1 
 
 
Figura 3 – Rótulo com as referências nutricionais da amostra de iogurte utilizada 
 
 
Figura 4 – Rótulo com as referências nutricionais da amostra de cereais de pequeno almoço 
utilizada

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