Buscar

O PAPEL DOS SINDICATOS NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O PAPEL DOS SINDICATOS NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Victor Samuel Assunção Moreira
	A negociação coletiva foi um instrumento criado para fornecer mais democracia nas barganhas entre os indivíduos. Sua ideia é possibilitar um acordo mútuo, em que ambas as partes negociantes saiam beneficiadas. No âmbito das relações de trabalho, esse mecanismo contribui massivamente para estabelecer um certo equilíbrio entre o empregado e o empregador. Porém, nem todas as convenções coletivas são feitas de forma justa e contrabalançada pois, eventualmente, há uma disparidade entre as pessoas envolvidas no que tange a concentração de poder. 
	Martinez Abascal (1995) mostra que “a potencialização da suplementariedade e da complementariedade realmente não supõe um avanço na negociação coletiva, entendida em seu sentido reivindicativo tradicional, senão que, pelo contrário, somente produz retrocesso na proteção do trabalhador". Logo, ainda que a negociação coletiva tenha bons pressupostos, na prática, isso não significa que seu resultado será equilibrado. 
	O papel dos sindicatos é, através de um ordenamento jurídico, manter o equilíbrio de forças nas negociações coletivas, fazendo com que uma parte não se sobressaia ante a outra, fazendo com que a vontade efetiva de um determinado grupo seja considerada em pauta. Para isso, essas instituições devem se manter atuantes, mobilizados em ouvir as demandas da categoria que o requisita. 
	No Brasil, até o final de 2017, existia o chamado imposto sindical compulsório, que era um imposto obrigatório pago por trabalhadores aos sindicatos. Os resultados dessa lei foram desastrosos para o trabalhador. Além de onerar mais sua folha de pagamento, essa contribuição proporcionou aos sindicatos uma certa segurança, fazendo com que eles trabalhassem de forma menos assídua. Em 2018, uma mudança na Lei nº 13.467/2017, tirou a obrigatoriedade desse imposto e já em abril o volume total de arrecadação do setor foi de R$102,5 milhões, representando uma queda de 90% em relação ao ano anterior. Gravas (2018), em uma reportagem para o jornal Estadão informa que “um dos efeitos percebidos após a reforma trabalhista é a volta dos sindicatos para ações de rua, seja com mais mobilizações nas portas de fábricas ou no maior esforço direcionado a aumentar a quantidade de sindicalizados. A maior parte das entidades diz ter reforçado as equipes de campo, mesmo com um quadro mais enxuto. Funcionários que antes só exerciam atividades internas foram deslocados”. 
REFERÊNCIAS
CUNHA, Alexandre. Sindicatos: Estrutura e Papel na Sociedade Moderna. Disponível em: <https://atfbc.jusbrasil.com.br/artigos/111843899/sindicatos-estrutura-e-papel-na-sociedade-moderna>	
GAVRAS, Douglas. Seis meses após reforma trabalhista, arrecadação de sindicatos desaba 88%. 04 de junho de 2018, São Paulo. Disponível em: <https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,seis-meses-apos-reforma-trabalhista-arrecadacao-de-sindicatos-desaba-88,70002336300>
MARTÍNEZ ABASCAL, Vicente-Antonio. La relación Ley-negociación colectiva en la reforma de la normativa laboral: una adaptación del Derecho del Trabajo a la dimensión de la empresa?. Artigo publicado na revista Relaciones Laborales, no. 15/16, 1995.

Continue navegando