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Conclusão O conceito de experiência carrega um ideal de superação entre a separação de campos como: sensação e sentido, percepção e cognição, natureza e cultura, que devem possuir certa cumplicidade para que posteriormente possa ser representada. O corpo fornece os meios para unificar esses campos. Segundo Merleceu-Ponty, a percepção sensível não nós da impressões caóticas que o pensamento deve organizar, mas um esquema hierarquizado de figura e fundo. A experiência adquirida dos sons, cheiros e imagens estão articulados, que criam certo contexto afetivo individual, remetendo a sua vida. Não são estímulos singulares, mas são elementos que fazem a mediação de um simbolismo que só posso conhecer porque primeiro a reconheço através dos movimentos do meu corpo. O corpo possui um domínio dualístico que percorre polos, na qual, é totalmente natural e totalmente cultural, criando significação ao discurso, dando a ele a condição de sua possibilidade. O modo pelo qual compreendemos corporalmente nosso mundo diz respeito à operação de sentidos encarnados ou melhor, à capacidade ativa do corpo de explorar as situações sociais e responder a suas demandas. O corpo é imagem específica de como ela se concretiza a partir do outro, através dos ensinamentos. Nisso podemos interligar e esclarecer que a doença não é somente de causa natural, como esclarecia os primeiros antropólogos da saúde, pois a natureza nunca se apresenta como um dado puro, e sim por uma significação intercalada. Segundo Casey, caso o corpo não portasse e expressasse a cultura, se não a implicasse e explicasse, seria ele mesmo um fantasma: uma sombra sem sangue de seu vigor plenamente enculturado. O discurso sobre experiência permite estudar dimensões importantes da doença e do tratamento. Os aspectos biomédicos focam no tratamento e omitem a dimensão de sentido, enquanto, que o estudo social faz uma abordagem de representação, na abordagem simbólica da doença. Quando se trata de doença o antropólogo deve enaltecer dois aspectos para seu estudo, que são: compreender a experiência subjetiva da aflição e atentar para os processos sociais criado pelos indivíduos para legitimizar certas experiências de sentir-se mal, visando uma comunicação de suas aflições. Não devemos esquecer de analisar que a doença no mundo da cultura estão diretamente relacionadas ao fato de que a doença usualmente se constitui como uma situação problema. A antropologia da saúde deve enaltecer o processo contínuo pela qual os indivíduos tomam uma posição de existência, e salientar a importância da cultura como ferramenta para a orientação, sendo uma ferramenta continuadamente vivida.
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