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Os especialistas em recursos humanos dizem
que no idioma chinês crise se escreve com o
mesmo ideograma usado para a palavra
oportunidade. Segundo eles, na China os dois
seriam sinônimos. Já os otimistas mais
entusiasmados, acostumados a ver o lado bom
até dos incêndios e terremotos, também pregam
que toda crise tem seu lado positivo.
Sem ser adepto das filosofias chinesas e
apesar de ser levemente pessimista – como
convém a todo empresário latino-americano que
ainda continua empresário - acredito que essa
escassez de energia elétrica pela qual passa o
Brasil também tem seu lado positivo,
ressalvados os estragos feitos na economia.
Um cínico diria que, com o racionamento, o
disciplinado trabalhador - ou nós brasileiros -
acabou ganhando um aumento de salário, na
casa dos modestos R$ 100,00, por conta da
eletricidade que, meio na base da ameaça,
aprendeu a economizar. No mínimo serão R$
1.200,00 por ano, que certamente acabarão
injetados diretamente no mercado de consumo.
Também não sei se é simpático dizer - neste
momento em que milhares de freezers foram
desligados e em que milhões tomam banho de
água fria – que gastávamos mais energia
elétrica do que precisávamos. Simpático ou não,
a verdade é que, mesmo sem os 10% de
eletricidade racionada (coisa que equivale a
desligar uma termelétrica de 6 mil
MegaWatts), a vida continua, mais ou menos
como dantes, um pouquinho mais apagada,
talvez.
Miudezas à parte, acredito que o lado
positivo da crise está, em primeiro lugar, na
quebra do mito do Brasil como paraíso da
energia farta barata. Desde 1990, quando o
Collor foi eleito presidente da República temos
alertado contra esse mito. Tanto que, como vice-
presidente da ABDIB - Associação Brasileira da
I n f r a - E s t rutura e Indústria de Base –
coordenamos uma campanha institucional,
alertando para a gravidade da falta de
investimentos em infra-estrutura, com especial
ênfase no setor elétrico. Previmos que ia faltar
eletricidade porque não se investia na
c o n s t rução de novas hidrelétricas e nossas
profecias só não se realizaram naquela época
porque outra tragédia aconteceu antes: o Brasil
parou de crescer e o consumo de eletricidade
não aumentou, estagnou.
O outro lado positivo é que, mais uma vez, foi
preciso uma crise energética para que o
a g r i b u s i n e s s brasileiro, em especial o setor
sucroalcooleiro, voltasse a ser olhado com o
respeito que ele merece pelo espaço que ocupa
na economia nacional. Só no Estado de São
Paulo o setor responde por 36% da mão-de-obra
agrícola e por 20% da arrecadação. Em
resumo, é o segmento mais importante da
economia estadual. Na crise do petróleo dos
anos 70 o setor sucroalcooleiro deu mostras de
sobra da sua capacidade de rápida mobilização
e alta eficácia na utilização da biomassa.
Trabalhou com garra e vigor e graças ao Álcool
o País economizou algo em torno de US$ 141
bilhões em petróleo equivalente que deixou de
comprar, de 1976 a 2001, computando-se os
juros da dívida que não foi gerada.
81
A hora e a vez da
b i o m a s s a
Agora o sistema cana de biomassa pode fazer
algo semelhante pela energia elétrica.
Felizmente, as altas esferas nacionais já
sabem – e o ministro Pratini de Moraes tem
tudo a ver com isso – que uma tonelada de cana
equivale, energeticamente, a um barril de
petróleo. Considerando-se as previsões para
esta safra e os investimentos que estão sendo
feitos na melhoria tecnológica de caldeiras,
turbinas e geradores, com linhas de crédito
abertas pelo BNDES, preparamo-nos para
colocar nas linhas de transmissão 2.000
Megawatts (MW) já em 2002.
O próximo salto de curto prazo
desse programa será a co-
geração de 3.000MW por
safra, suficientes para iluminar
30 cidades como Campinas. Na
verdade é uma cifra modesta,
se considerarmos que o
potencial do setor poderá ser
otimizado com investimentos
para melhoria de eficiência na produção de
vapor, tecnologia de turbinas e geradores. E
ainda, se houver incentivo para a mecanização
do corte de cana crua, além de ganhos
ambientais com o fim das queimadas, haverá
considerável acréscimo de biomassa nas
caldeiras, com a utilização da palha e ponta da
cana. Com palha, ponta e bagaço, caldeiras e
turbinas mais eficientes, o potencial do setor
chegará a 12 mil MW, mais de 17% da atual
potência elétrica instalada no Brasil (70mil MW).
As vantagens da biomassa renovável são
obvias e inegáveis na co-geração de energia
termelétrica: 
a) sua oferta coincide com o período de seca, e
por conseqüência, dos níveis mais baixos dos
reservatórios das hidrelétricas; 
b) é solução nacional, assim como os equipa-
mentos necessários, produzidos no País com
tecnologia própria ou transferida; 
c) os empregos que advém do ciclo sucro-
alcooleiro completo, bem como da produção
de equipamentos, são gerados aqui e não nos
EUA ou Europa; 
d) o custo da energia elétrica co-gerada é livre
de risco cambial. Igualmente, independe do
preço do petróleo, ou seja, terá sempre
impacto positivo na balança comercial; 
e) o ciclo de utilização da biomassa favorece a
perspectiva de decréscimo no preço de
energéticos como o álcool e, por extensão, da
gasolina na qual ele é
adicionado como oxige-
nante. Pois o álcool, ao
contrário do que se pensa,
barateia o preço da gaso-
lina à qual é adicionado
como aditivo antidetonante
e oxigenante; e 
f)o ciclo completo de
utilização do sistema cana
(ponta, palha e bagaço) é de queima
completa; ambientalmente limpo, contribui
para reduzir as emissões de dióxido de
carbono (CO2), o pior agente do efeito estufa
Chegar aos 12MW não será impossível, mas,
é obvio, exigirá a incrementação de um
programa de longo prazo, que não pode ficar
apenas restrito a auxiliar momentâneo de uma
crise que sabemos, será passageira. Se o
G o v e rno brasileiro definir claramente sua
matriz energética e o papel de cada energético
no contexto global, acredito que haverá um
futuro positivo e promissor onde o agribusiness –
tradicional gerador de postos de trabalho e forte
consumidor de insumos industriais –
desempenhará papel chave na reativação da
indústria de máquinas e equipamentos, dando
fôlego também à implantação de novas
termelétricas e hidrelétricas, estas últimas de
construção lenta e dispendiosa.
82
As vantagens da biomassa
renovável são óbvias e
inegáveis na co-geração de
energia termelétrica.
O setor sucroalcooleiro mostra-se preparado
para dar sua contribuição na superação da crise
energética e na consolidação de um programa
que, a exemplo do Programa do Álcool,
fortalecerá um dos setores mais estratégicos e
de maior irradiação social da economia
brasileira.
83
Maurilio Biagi Filho
Presidente do Conselho Superior de Infra-estrutura e Meio Ambiente (Cosema) da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp) e vice-presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib)
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