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MATERIAL COMPILADO PELO PROF CID D´ÁVILAUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 01/05 Noções de Geometria Descritiva O desenho técnico, tal como nós o entendemos hoje, foi desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de representação gráfica que existiam até aquela época não possibilitavam transmitir a idéia dos objetos de forma completa, correta e precisa. Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que têm três dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo, uma folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura). Esse método, que passou a ser conhecido como método mongeano, é usado na geometria descritiva. E os princípios da geometria descritiva constituem a base do desenho técnico. Representação de um objeto de acordo com os princípios da geometria descritiva. À primeira vista, pode parecer complicado. Mas, com uma certa prática, todos poderão desenvolver a habilidade necessária para a construção e interpretação das formas representadas pela Geometria Descritiva. Para começar, é preciso entender o que é um desenho projetivo, ou Projeção Ortogonal (também conhecida como Projeção Ortográfica). As formas de um objeto representado em perspectiva isométrica apresentam certa deformação, isto é, não são mostradas em verdadeira grandeza, apesar de conservarem as mesmas proporções do objeto. Além disso, a representação em perspectiva isométrica nem sempre mostra claramente os detalhes internos de uma peça. Na indústria, em geral, o profissional que vai produzir uma peça não recebe o desenho em perspectiva, mas sim sua representação em projeção ortogonal. Acima, na perspectiva, a base do cilindro (que é uma circunferência), aparece distorcida. No sistema de projeção ortográfico (ou ortogonal), representado abaixo, as formas estão com suas dimensões reais (verdadeira grandeza) Sistema de projeção Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será feita por sua projeção sobre um plano. A projeção ortogonal é uma forma de representar graficamente objetos tridimensionais em superfícies planas, de modo a transmitir suas características com precisão e demonstrar sua verdadeira grandeza. Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer três elementos: o modelo, o observador e o plano de projeção. Modelo É o objeto a ser representado em projeção ortográfica. Qualquer objeto pode ser tomado como modelo: uma figura geométrica, um sólido geométrico, uma peça ou mesmo um conjunto de peças. O modelo geralmente é representado em posição que mostre a maior parte de seus elementos. Exemplos de modelos: formas geométricas, objetos, ou peças Observador É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo. Para representar o modelo em projeção ortográfica, o observador deve analisá-lo cuidadosamente em várias posições. Posições diferentes do observador e a imagem resultante da observação: A. vista superior B. vista lateral C. vista frontal A B C Plano de projeção É a superfície onde se projeta o modelo. Uma tela é um bom exemplo de plano de projeção: MATERIAL COMPILADO PELO PROF CID D´ÁVILAUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 02/05 MATERIAL COMPILADO PELO PROF CID D´ÁVILAUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 03/05 Projeção Ortográfica ou Ortogonal Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será feita por sua projeção sobre um plano. Desenho resultante da projeção de uma forma retangular sobre um plano de projeção. Os raios projetantes tangenciam o retângulo e atingem o plano de projeção formando a projeção resultante. PLAN O DE RO E ÃO P J Ç RETÂNGULO NO ESPAÇO RETÂNGULO PROJETADO RAIOS PROJETIVOS Como os raios projetivos, em relação ao plano de projeção, são paralelos e perpendiculares, a projeção resultante representa a forma e a verdadeira grandeza do retângulo projetado. PL E R O E O ANO D P J ÇÃ A Toda superfície paralela a um plano de projeção se projeta neste plano exatamente na sua forma e em sua verdadeira grandeza (A) Quando a superfície é perpendicular ao plano de projeção, a projeção resultante é uma linha (B). As arestas resultantes das interseções de superfícies são representadas por linhas,e as superfícies inclinadas são representadas em sua dimensão reduzida (C). Este tipo de projeção é denominado Projeção Ortogonal (do grego ortho = reto + gonal = ângulo), pois os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção. B C Cada diedro é a região limitada por dois semiplanos perpendiculares entre si. Os diedros são numerados no sentido anti- horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do relógio. 2 1 3 4 O método de representação de objetos em dois semiplanos perpendiculares entre si, criado por Gaspar Monge, é também conhecido como método mongeano. Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a projeção ortográfica no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro. Entretanto, alguns países, como por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, representam seus desenhos técnicos no 3º diedro. Os planos de projeção podem ocupar várias posições no espaço. Em desenho técnico usamos dois planos básicos para representar as projeções de modelos: um plano vertical e um plano horizontal que se cortam perpendicularmente. Esses dois planos, perpendiculares entre si, dividem o espaço em quatro regiões chamadas diedros. Para simplificar o entendimento da projeção ortográfica passaremos a representar apenas o 1º diedro, o que é normalizado pela ABNT. Chamaremos o semiplano vertical superior de plano vertical. O semiplano horizontal anterior passará a ser chamado de plano horizontal. L R L P ANO VE TI CA PLANO HO RIZONTAL MATERIAL COMPILADO PELO PROF CID D´ÁVILAUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 04/05 Como os sólidos são constituídos de várias superfícies, as projeções ortogonais são utilizadas para representar as formas tridimensionais através de figuras planas. A Figura abaixo mostra a aplicação das projeções ortogonais na representação das superfícies que compõem, respectivamente, um cilindro, um paralelepípedo e um prisma de base triangular. Pode-se observar que as projeções resultantes são constituídas de figuras iguais. PROJEÇÃO PLANIFICADA Olhando para a projeção planificada, vêem-se as formas planas resultantes da projeção. Percebe-se que é impossível identificar as formas espaciais representadas, pois cada uma das projeções pode corresponder a qualquer um dos três sólidos. Isto acontece porque a terceira dimensão de cada sólido não está representada pela projeção ortogonal. Para fazer aparecer a terceira dimensão é necessário fazer uma segunda projeção ortogonal olhando os sólidos por outro lado. A figura abaixo mostra os três sólidos anteriores sendo projetados nos planos vertical e horizontal e fazendo-se, posteriormente, o rebatimento do plano horizontal até a formação de um único plano na posição vertical. PROJEÇÃO PLANIFICADA (ÉPURA) R O EBATIMEN T Olhando para cada um dos pares de projeções ortogonais, representados na Épura acima, e sabendo que eles correspondem, respectivamente, às representações dos três sólidos vistos por posições diferentes, pode-se obter a partir das figuras planas o entendimento da forma espacial de cada um dos sólidos representados. MATERIAL COMPILADO PELO PROF CID D´ÁVILAUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 05/05
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