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LICITAÇÕES – NOÇÕES ELEMENTARES 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
 
Com o objetivo de orientar e esclarecer algumas dúvidas, a Consultoria Jurídica da 
Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA disponibiliza este manual aos servidores, 
Técnico-Administrativos e Docentes, da Universidade, onde estão reunidas informações 
necessárias para conhecimento sobre licitações. 
 
 
1. Aspectos Gerais 
Licitação é o procedimento administrativo formal em que a Administração 
Pública convoca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), 
empresas interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e 
serviços. 
A Lei nº 8.666/93 regulamentou o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, 
e estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, 
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
De acordo com essa Lei, os contratos celebrados com terceiros na Administração 
Pública devem ser necessariamente precedidos de licitação, ressalvadas as hipóteses de 
dispensa e de inexigibilidade de licitação. 
A licitação objetiva selecionar a proposta mais vantajosa, de relação custo 
benefício, maior qualidade X menor preço. Destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e 
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, 
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
 
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administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos 
que lhes são correlatos. 
A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 
Uma vez definido o objeto que se quer contratar, é necessário estimar o valor 
total da obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização de pesquisa de 
mercado. É necessário, ainda, verificar se há previsão de recursos orçamentários para o 
pagamento da despesa e se esta se encontrará em conformidade com a Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
Após apuração da estimativa, deve ser adotada a modalidade de licitação 
adequada, com prioridade especial para o pregão, quando o objeto pretendido referir-se a 
bens e serviços comuns listados no Decreto nº 3.555/00, que regulamenta esta modalidade. 
 
2. Modalidades de Licitações 
As modalidades de licitação definem o rito, ou seja, as fases pelas quais se 
processará o certame. 
São seis as modalidades de licitação: 
a. Concorrência: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu 
objeto. 
 
b. Tomada de preços: é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas 
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas, observada a necessária qualificação. 
 
c. Convite: é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente 
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número 
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu 
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da 
apresentação das propostas. 
Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo 
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o 
 
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convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem 
cadastrados não convidados nas últimas licitações. 
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos 
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes 
exigidos, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no 
processo, sob pena de repetição do convite. 
d. Concurso: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição 
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios 
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência 
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
 
e. Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a 
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens 
imóveis prevista no art. 19 da Lei nº 8.666/93, a quem oferecer o maior 
lance, igual ou superior ao valor da avaliação. 
 
f. Pregão: é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços 
comuns, onde a disputa pelo fornecimento se dá através de sessão pública, 
presencial ou eletrônica (via internet), por meio de propostas e lances, para 
a classificação e habilitação do licitante que ofertou o menor preço. 
 
 As modalidades de licitação são geralmente definidas em razão do valor do futuro 
contrato. A exceção é o pregão, escolhido em razão do bem ou serviço a ser licitado. 
 Para a realização de obras, as modalidades podem ser convite, tomada de preços 
ou concorrência, de acordo com o valor. 
 Para a aquisição de bens ou serviços, as modalidades podem ser convite, tomada 
de preços ou concorrência, de acordo com o valor, ou pregão, independentemente do valor 
e de acordo com o objeto. 
 Para a venda de bens, as modalidades de licitação podem ser concorrência ou 
leilão. 
 
3. Limites para a Escolha da Modalidade de Licitação 
 A escolha das modalidades de licitação será determinada em função dos seguintes 
limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: 
 
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a. Concorrência: 
� Obras e serviços de engenharia: acima de R$ 1.500.000,00; 
� Compras e outros serviços: acima de R$ 650.000,00. 
 
b. Tomada de preços: 
� Obras e serviços de engenharia: até R$ 1.500.000,00; 
� Compras e outros serviços: até R$ 650.000,00. 
 
c. Convite: 
� Obras e serviços de engenharia: de R$ 15.000,00 até 150.000,00; 
� Compras e outros serviços: de R$ 8.000,00 até R$ 80.000,00. 
 
d. Pregão: 
� Não há limites de valores. 
 
4. Tipos de Licitação 
 O tipo de licitação não deve ser confundido com modalidade de licitação. Ele 
define o critério de julgamento da licitação utilizado pela Administração para a seleção da 
proposta mais vantajosa, o qual deve estar previsto no edital. 
 São três os tipos de licitação mais utilizados para aquisição: 
a. Menor Preço: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a 
Administração é a de menor preço. É utilizado para compras e serviços de 
modo geral e para contratação e bens e serviços de informática, nos casos 
indicados em decreto do Poder Executivo. 
 
b. Melhor Técnica: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para 
a Administração é escolhida com base em fatores de ordem técnica. É 
usado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente 
intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, 
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e em 
particular, para elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos 
básicos e executivos. 
 
c. Técnica e Preço: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para 
a Administração é escolhida com base na maior média ponderada, 
considerando-se as notas obtidas nas propostas de preço e de técnica. É 
obrigatório na contratação de bens e serviços de informática, nas 
modalidades tomada de preços e concorrência. 
 
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�Para a hipótese de venda, o tipo de licitação é o de maior lance ou oferta. 
 
5. Fases da Licitação 
As licitações, em todas as modalidades, têm uma fase interna e uma fase externa. 
 
 FASE INTERNA OU PREPARATÓRIA 
 Depois de verificada a necessidade de aquisição ou contratação de obra ou de 
serviço pela Administração, inicia-se o procedimento licitatório com vários procedimentos 
internos, esta é a fase interna da licitação que é anterior à publicação e divulgação do ato 
convocatório que visa a estabelecer a necessidade da contratação e seus parâmetros, tais 
como: 
� Especificação do objeto; 
� Estimativa do valor da contratação; 
� Indicação dos Recursos; 
� Escolha da Modalidade e Tipo de Licitação; 
� Elaboração do Edital (Descrição do Objeto, Prazo e Condições, 
Requisitos de Habilitação, Critérios para Julgamento, Condições de 
Pagamento). 
 Esses procedimentos formais são executados por uma Comissão de Licitação. 
 
 
FASE EXTERNA OU EXECUTÓRIA 
Nesta fase os interessados em contratar com o poder público passam a fazer parte 
do procedimento. Suas subfases modificam-se conforme a modalidade licitatória adotada e 
constituem-se basicamente em: 
a. Publicação do Edital/Carta Convite 
A publicação do instrumento convocatório é o meio de divulgação da existência 
da licitação. 
De acordo com o art. 41, § 1º da Lei nº 8.666/93: "Qualquer cidadão é parte 
legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade...". Ou seja, tanto o licitante 
quanto o cidadão comum podem impugnar o edital. Nada impede que o licitante que 
oferece a impugnação continue participando do certame. Seu direito de participação 
permanece até o trânsito em julgado da impugnação. 
 
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b. Habilitação das Licitantes 
Nesta etapa, apura-se a idoneidade e capacidade dos licitantes para executar o 
objeto do futuro contrato através da apresentação das propostas e dos documentos 
relacionados nos arts. 27 a 31 da Lei 8.666/93. 
Para habilitação nas licitações, exige-se dos interessados a documentação relativa à 
habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade 
fiscal e o cumprimento no disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, 
isto é, a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de 
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos. 
Nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e 
leilão, esta documentação poderá ser dispensada, no todo ou em parte. 
 
c. Classificação das Propostas de Preços 
Antes do julgamento propriamente dito, é feita uma análise das propostas 
apresentadas pelos licitantes habilitados para verificação de viabilidade e/ou execução da 
contratação, assim como a conformidade da proposta com o instrumento convocatório. 
De tal modo, há uma classificação pela ordem de preferência, segundo critérios 
objetivos constantes do edital/convite. 
Por isso, a proposta deve conter informações claras e precisas sobre: 
� Especificações do material a ser fornecido ou serviço a ser prestado; 
� A forma de execução do contrato; 
� O preço proposto; 
� Condições de pagamento; 
� Prazo de validade da proposta; 
� Outras informações necessárias. 
Após esta análise, ocorre o julgamento que é realizado conforme o tipo de 
licitação e demais critérios previstos no instrumento convocatório. 
 
d. Julgamento 
O julgamento baseia-se em critérios objetivos e públicos constantes no ato 
convocatório, edital ou carta convite, e nos artigos 43, 44 e 45 da Lei 8.666/93. 
 
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A Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite deve realizar o julgamento 
em conformidade com os seguintes tipos de licitação, exceto na modalidade “concurso”: 
� Menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa 
para a Administração determinar que será vencedor o licitante que 
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou 
convite e ofertar o menor preço; 
� Melhor técnica; 
� De técnica e preço; 
� De maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão 
de direito real de uso. 
Por fim, a classificação dos participantes é definida e o licitante com melhor 
proposta torna-se o vencedor do certame. 
 
e. Adjudicação e Homologação 
Adjudicação é a atribuição do objeto da licitação ao licitante vencedor do certame. 
Opera objetivamente quanto ao objeto da licitação. Não traz, necessariamente, o sentido de 
outorga, mas o de garantia de um direito. 
A adjudicação não é obrigatória, em presença da prevalência do interesse público, 
porque a Administração pode, a qualquer tempo, diante de circunstâncias justificáveis, 
concluir pela não-adjudicação, suspendendo ou arquivando o processo de licitação. Não é, 
contudo, livre porque será praticada em função do que já aconteceu nas fases anteriores. A 
adjudicação só pode ser feita em favor do primeiro licitante classificado, embora não seja 
automática. 
A adjudicação, embora não seja uma fase essencial da licitação, é através dela que 
a Administração atinge a finalidade principal do processo, indicando o contratante 
escolhido através dos diversos procedimentos do processo de licitação. 
A adjudicação não se confunde com a contratação. A adjudicação indica o 
licitante vencedor e a conveniência da homologação. Se, à Comissão de Licitação compete 
o julgamento e a classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação 
constantes do Edital, como normatiza o inciso V, do art. 43, da Lei nº 8.666/93, a ela 
compete o ato de adjudicação do objeto da licitação ao primeiro classificado. A adjudicação 
não vincula a pessoa administrativa ao licitante vencedor, por ser um ato meramente 
declaratório. A adjudicação sem a homologação não produz efeitos jurídicos fora do 
processo de licitação. Só a homologação os produz. Homologando a licitação, a autoridade 
superior convalida o ato de adjudicação da Comissão de Licitação. 
 
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O primeiro licitante classificado tem direito à adjudicação, mas a Administração 
pode ou não homologar essa mesma adjudicação, por ato de autoridade. A recusa à 
homologação deve ser, no entanto, motivada. 
A adjudicação a qualquer outro licitante construirá flagrante ilegalidade, capitulado 
o ato como crime, como normatiza o art. 90 da referida lei. 
Com a adjudicação a Comissão de Licitação esgota as faculdades que lhe são 
concedidas por lei. O ato de adjudicação pode ser expresso na ata de julgamento da 
licitação ou em ato autônomo. 
Nas licitações na modalidade convite, nas quais se admite um modelo impresso e 
simplificado de ata, nela já pode vir expresso o termo de adjudicação, já nas concorrências e 
tomadas de preços, a adjudicação deve se constituir de um ato autônomo, que a Comissão 
de Licitação pode praticar em momento outro que não o do julgamento. A adjudicação 
estabiliza o julgamento. 
A adjudicação, por si só, não defere o direito do licitante à homologação, que 
pode ser negada pela Administração por motivo de ilegalidade do procedimento ou 
conveniência de interesse público, em despacho fundamentado. 
A homologação é a ratificação de todo o procedimento e atos licitatórios para que 
se produzam os efeitos jurídicos necessários. Cabe a autoridade competente verificar a 
legalidade dos atos praticados na licitação e a conveniência da contratação do objeto 
licitado para a Administração. É o ato que encerra a licitação, abrindo espaço para a 
contratação. 
 
 f. Contratação e Execução do Objeto 
É a fase contratual entre o órgão público e a empresa vencedora. 
Contratado o objeto da licitação, cabe à Administração designar o responsável 
pela gestão do contrato. Seu papel é representar a Administração nas questões cotidianasdo Contrato, tais como as de verificar se as especificações e condições contratuais estão 
sendo cumpridas, determinar correções nos serviços eventualmente mal executados, 
propor penalidades, se for o caso, e realizar o recebimento do objeto. 
A legislação determina que, para cada contrato firmado no âmbito da 
Administração Pública, seja designado formalmente um fiscal e que se mantenha registro 
escrito de todos os eventos importantes relacionados ao contrato. 
 
 
 
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6. Responsáveis pela Licitação 
 Consideram-se responsáveis pela licitação, os agentes públicos designados pela 
autoridade de competência, mediante ato administrativo próprio, para integrar comissão de 
licitação, ser pregoeiro ou para realizar licitação na modalidade convite. 
 A comissão de licitação é criada pela Administração com a função de receber, 
examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos ao cadastramento de 
licitantes e às licitações nas modalidades de concorrência, tomadas de preços e convite. 
 Pode ser permanente e especial. Será permanente quando a designação abranger a 
realização de licitações por período determinado de no máximo doze meses. Será especial 
quando for o caso de licitações específicas. 
 É constituída por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles 
servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da 
Administração responsáveis pela licitação. 
 A investidura dos membros das comissões permanentes não pode exceder a um 
ano. Quando da renovação da comissão para o período subseqüente, é possível a 
recondução parcial desses membros. A lei não admite apenas a recondução da totalidade. 
 Os membros da comissão de licitação respondem solidariamente pelos atos 
praticados, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e 
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. 
 Nas pequenas unidades administrativas a na falta de pessoal disponível, em caráter 
excepcional e só em convite, a comissão pode ser substituída por servidor designado para 
esse fim. 
 No caso de pregão, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio são designados 
dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação para, dentre outras 
atribuições, receberem a proposta escrita e os lances verbais, analisar a aceitabilidade da 
proposta e efetuar sua classificação, habilitar o licitante e adjudicar o objeto vencedor. 
 
 
7. Exceção à Regra de Licitar 
 A possibilidade de compra ou contratação sem a realização de licitação se dará 
somente nos casos previstos em lei. São os casos em que a licitação é legalmente 
dispensada, dispensável ou inexigível. 
 São exceções à regra de licitar: 
 a – Dispensa 
 
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 Os casos de dispensa de licitação estão previstos no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, 
entre os quais citamos os seguintes: 
� Obras e serviços de engenharia abaixo de R$ 15.000,00; 
� Compras e outros serviços abaixo de R$ 8.000,00; 
� Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
� Nos casos de emergência ou calamidade pública; 
� Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, 
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a 
Administração; 
� Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis 
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; 
� Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens 
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a 
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em 
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado; 
� Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das 
finalidades precípuas da administração; 
� Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de 
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas 
pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
� Para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso 
da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação 
de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por 
órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para 
esse fim específico. 
 
 b – Inexigibilidade 
 É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 
 
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� Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, 
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade 
ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio 
do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo 
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades 
equivalentes; 
� Para a contratação de serviços técnicos, enumerados no art. 13 da Lei nº 
8.666/93, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória 
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e 
divulgação; 
� Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente 
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública. 
 
8. Anulação e Revogação da Licitação 
 A licitação poderá ser revogada ou anulada. Revoga-se o que é lícito, mas não é 
conveniente ao interesse público, decorrente de fato superveniente devidamente 
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta. Anula-se o que é ilegal. A 
revogação ou a anulação podem ocorrer na instância administrativa ou na esfera judiciária, 
devendo ser amplamente justificadas e passíveis de recurso administrativo. 
 A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo 
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos 
regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a 
responsabilidade de quem lhe deu causa. 
 
9. Quem não pode participar da Licitação 
 Não poderão participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de 
obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: 
� O autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; 
� A empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do 
projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, 
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital 
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; 
 
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� O servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável 
pela licitação. 
 É permitido ao autor do projeto a participação na licitação de obra ou serviços, ou 
na execução, apenas na qualidade de consultor ou técnico, desde que nas funções de 
fiscalização, supervisão ou gerenciamento, e exclusivamente a serviço da Administração. 
 
 
Legislação Utilizada 
Lei nº 8.666, de 21/06/93. 
Lei nº 8.883, de 08/06/94. 
Lei nº 9.648, de 27/05/98. 
Lei nº 9.854, de 27/10/99. 
Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA 
CONJUR - Consultoria Jurídica 
Elaborado por Magda Luiza Torres Barreto 
Agosto/2008

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