Buscar

Atps fundamentos

Prévia do material em texto

Atps fundamentos
|
Desafio – Teoria do Serviço Social
Movimento de Reconceituação do Serviço Social
Importância dos Seminários no Serviço Social
Correntes Positivista e Fenomenológica no Serviço Social
Dialética no Serviço Social
Considerações Finais
Bibliografia.
TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL
Em nosso contexto o Serviço Social é uma profissão cujo processo de construção não aconteceu de forma contínua e linear, da sua gênese à sua trajetória sócio-histórico, possuem características complexas, que nem sempre são apreendida e compreendida pela sociedade e até mesmo dentro da própria categoria há apreensões divergentes quanto ao seu processo de transformação e atuação profissional. Neste texto pretendemos entender como uma profissão que surge no seio da Igreja Católica, que teve sua base teórica os conceitos morais, confessional do Neotomismo, em meio a uma conjuntura sócio-histórica e contexto institucional, tem hoje em sua fundamentação teórica e prática o método dialético de Karl Marx. Para entender todo esse processo de renovação crítica do Serviço Social se faz necessário pontuarmos a denuncia do conservadorismo profissional, iniciada ainda na década de 1960 e desenvolvida nas décadas de 1970 a 1980, sob a influência do Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano, contextualizando a conjuntura histórica da época no mundo e principalmente na América latina.
CONSERVADORISMO PROFISSIONAL
O Serviço Social tem sua origem na sociedade capitalista, mediante as necessidades da divisão sócio-técnica do trabalho, marcado por um conjunto de variáveis que vão desde a alienação, a contradição ao antagonismo.Neste contexto, no Brasil, o Serviço Social buscou afirmar-se historicamente como uma prática de cunho humanitária, através da legitimação do Estado e da proteção da Igreja, a partir da década de 1940. O Conservadorismo profissional pode ser identificado na prática profissional desta época, onde ação profissional consistia em forma de intervir na vida dos trabalhadores, ainda que sua base fosse à atividade assistencial; porém seus efeitos eram essencialmente políticos: através do “enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mutua colaboração entre capital e trabalho” (IAMAMOTO, 2004, p. 20).
Conforme Iamamoto (2004, p. 20-21) observa-se que diferentemente da caridade tradicional, que se limitava à reprodução da pobreza, a profissão propõe: ação educativa, preventiva e curativa dos problemas sociais através de sua ação junto às famílias trabalhadoras; Diferentemente da assistência pública, por desconhecer a singularidade e as particularidades dos indivíduos, o Serviço Social passa a orientar a “individualização da proteção legal”, entendida como assistência educativa adaptada aos problemas individuais; Uma ação organizativa entre a população trabalhadora, dentro da militância católica, em oposição aos movimentos operários que não aderiram ao associativismo católico. Iamamoto e Carvalho conceituam o conservadorismo profissional como:
[...] uma forma de intervenção ideológica que se baseia no assistencialismo como suporte de uma atuação cujos efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento das populações pobres e carentes, o que engloba o conjunto das classes exploradas. Não podetambém ser desligado do contexto mais amplo em que se situa a posição política assumida e desenvolvida pelo conjunto do bloco católico: a estreita aliança com o ‘fascismo nacional’, o constituir-se num polarizador da opinião de direita através da defesa de um programa profundamente conservador, a luta constante e encarniçada contra o socialismo, a defesa intransigente das relações sociais vigentes.(CARVALHO, in IAMAMOTO e CARVALHO, 1988: 221-222)
Enfatiza-se que o “Serviço Social emerge como uma atividade com bases mais doutrinarias que científica no bojo de um movimento de cunho reformista-conservador” (IAMAMOTO, 2004, p. 21). E mesmo com o processo de secularização e ampliação do suporte técnico-científico da profissão, com o desenvolvimento das escolas e faculdades de Serviço Social, sob influência das Ciências Sociais no marco do pensamento conservador, do Serviço Social americano.Com o processo de desenvolvimento econômico no Brasil principalmente o desenvolvimento da indústria automotiva na década de 1950, as mazelas da “questão social”, demandaram aos assistentes sociais uma ação profissional, de abordagem individual, grupal e de comunidade. A abordagem comunitária foi definida Ammam como: Processo através do qual os esforços do próprio povo se unem aos das autoridades governamentais, com o fim de melhorar as condições econômicas, sociais e culturais das comunidades, integrar essas comunidades na vida nacional e capacitá-la a contribuir plenamente para o progresso do país. (1984, p.32 aput ONU 1962, p.25)
A partir da incorporação teórica e metodológica da abordagem comunitária no Serviço Social,conforme Netto (2005) os profissionais passaram a sentir maior sensibilidade no tocante as questões macrossociais, além disso, o autor destaca que esta forma de intervenção estava “mais consoante com as necessidades e as características de uma sociedade como a brasileira – onde a “questão social” tinha magnitude elementarmente massiva”. Esta nova realidade profissional vai marcar o inicio da erosão das bases do Serviço Social “tradicional”, no qual “o assistente social quer deixar de ser um ‘apostolo’ para investir-se da condição de ‘agente de mudança’”
(2005, p. 138).
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO
Seu acontecimento nos países latinos americanos (Chile, Argentina, Peru e Uruguai), segundo Faleiros (1981), consistiu em um movimento de crítica ao positivismo e ao funcionalismo e a fundamentação da visão marxista na história e estrutura do Serviço Social. Nos anos 60, os movimentos e lutas sociais, o desenvolvimento de experiências reformistas na América Latina, o surgimento da revolução cubana, a luta de guerrilhas e a reflexão em torno do processo de dependência acentuaram a insatisfação de muitos assistentes sociais que se viam como ‘bombeiros’, chamados a apagar pequenos incêndios, a atuar no efeito da miséria, a estabelecer contatos sem contribuir efetivamente para a melhoria da vida cotidiana do povo. (FALEIROS, 1981, p.117).
Podemos afirmar que o Movimento de reconceituação do Serviço Social na América Latina constituiu-se numa expressão de ruptura com o Serviço Social tradicional e conservador; e na possibilidade de uma nova identidade profissional com ações voltadas às demandas da classe trabalhadora cujoeixo de sua “preocupação da situação particular para a relação geral – particular”, e passa a ter “uma visão política da interação e da intervenção” (FALEIROS, 1981, p.133).
Este movimento de reconceituação buscou o processo de renovação crítica do Serviço Social tem sua marca atrelada ao circuito sócio-político e histórico da América Latina anos de 1960; período marcado pela efervescência dos movimentos sociais, determinado tanto pela crise mundial do padrão de acumulação capitalista, gerados após a II Guerra, como à inserção dos países latinos na nova divisão internacional do trabalho com a implantação da política econômica desenvolvimentista que veio para ampliar as contradições e as desigualdades sociais. 
Em meio a toda essa efervescência política, destaca-se ainda os impactos da Revolução Cubana e os movimentos políticos vinculados ao socialismo e ao marxismo como a experiência do Chile. Todos estes fatores foram decisivos na inquietação dos assistentes sociais quanto o seu papel profissional mediante as expressões da “questão social”. As ações profissionais passaram a ser questionadas quanto a sua eficácia mediante a realidade social brasileira, assim como os fundamentos teóricos e metodológicos que fundamentavam sua prática. O que resultou na união de um grande grupo heterogêneo de profissionais “interessados em promover efetivamente o desenvolvimento econômico e social”, marcando assim os primeiros passos para a renovação profissional.(NETTO,2005, p.10).
O PROCESSO DE RENOVAÇÃO CRÍTICA DO SERVIÇO SOCIAL
BRASILEIRO A PARTIR DA DECADA DE 1980.
O processo de renovação crítica do Serviço Social étambém conhecido como o processo de ruptura do Serviço Social com o tradicionalismo profissional. Este processo não aconteceu de imediato, mas iniciou-se a partir de questionamentos e reflexões críticas acerca do seu conteúdo metodológico e da sua prática profissional, explicitando assim, os conflitos e contradições existentes, configurando novas possibilidades de ação voltadas para a classe trabalhadora.
No Contexto que a ditadura militar no Brasil proporcionou o fortalecimento do conservadorismo no interior da profissão, foi também responsável no primeiro momento a uma renovação modernizadora da profissão ainda que sob uma direção fascista imposta por esta conjuntura, possibilitou também a emergência da renovação da categoria profissional, dando inicio ao processo de ruptura profissional, em ressonâncias das tendências que, na Reconceituação, apontavam para uma crítica radical ao tradicionalismo. 
Todo esse processo ora apresentado vai resultar na construção de um novo projeto ético – político profissional, vinculado a um projeto societário, propondo uma nova ordem social, voltado à equidade e a justiça social, numa perspectiva de universalização dos acessos aos bens e serviços relativos às políticas sociais.
Neste contexto a profissão busca o compromisso com a classe trabalhadora, através do aprimoramento intelectual, baseada na qualificação acadêmica e alicerçada na concepção teórico-metodológicas crítica e sólida.
CONCLUSÃO
Vimos que na tradição marxista vinculada ao Serviço Social ocorreu tanto nos países de capitalismo avançado como na América do Norte e Europa Ocidental, como nos países emdesenvolvimentos da América Latina. Esta relação não aconteceu por acaso, foi fruto da crise da profissão com a herança conservadora tradicionalista, da pressão exercida pelos movimentos sociais revolucionários e ainda pela atuação do movimento estudantil. Esta relação do Serviço Social com a teoria marxista foi possível para compreender o significado social da profissão, contribuir na reflexão de intervenção sócio profissional e, sobretudo para fundamentar a teoria e a prática profissional. Cuja conquista fundamental foi “a consciência do profissional de sua condição de trabalhador, que rebate na organização política da categoria e na reflexão marxista que, gradativamente, se apropria da realidade social, apreendendo o trabalho como elemento fundante da vida social” (BARROCO, 2006). Como vimos o Serviço Social no Brasil é caracterizado, pela herança do Movimento de Reconceituação, pois, como bem afirma Netto (2005), é impossível imaginar o Serviço Social crítico, sem atrelá-lo a esta herança, mesmo tendo a convicção de que há uma pluralidade ideológica e teórica, própria da diversidade que é formada a categoria profissional, ainda que sob a égide de um projeto ético-político que faz a crítica ao tradicionalismo.
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
O Assistente Social é um profissional especialmente habilitado para identificar e atuar em problemas de educação, saúde, trabalho, justiça e segurança entre outras áreas, planejando e executando políticas públicas comunitárias, podendo também atuar diretamente com os indivíduos, famílias, grupos, empresas e comunidades. Diante disto, esta análise visa buscar de formaabrangente e tendo como objetivo considerar as forças sociais que inspiraram as iniciativas do Movimento de Reconceituação do Serviço Social e toda sua problemática dentro de um contexto social. É necessário que se revejam os conceitos básicos da Sociologia e a importância dos mesmos para a compreensão da história cotidiana, para isso vamos voltar um pouco à história para obter uma melhor compreensão de todo esse processo histórico. 
No final da década de 50 e no início da década de 60 houve uma crise dos padrões de acúmulos capitalistas, tendo como exemplo desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitscheck (JK), tal crise foi marcada pela internacionalização da economia e pelo fortalecimento do setor privado e do capital internacional. A responsabilidade a política econômica assume nesse período, faz com que a política social do Brasil passe a ser em segundo plano, tendo como medida significativa à instituição e a regulamentação da lei orgânica da Previdência Social.
A profissão do Serviço Social se firma no Brasil, mas este trabalho favorece a classe burguesa numa sociedade onde impera o capitalismo fazendo com que surjam pessoas que possam trabalhar a favor das classes dominantes para que a classe menos favorecida sinta-se amparada. Com o apoio da Igreja Católica exercem um trabalho de assistencialismo o que criou o mito de que o profissional de Serviço Social e aquele que faz caridade.
O Serviço Social só passa a ter uma significância maior durante a década de 50 quando a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos internacionais empenham-se em sistematizar e divulgar o Desenvolvimento deComunidade (DC) para unificar a população aos planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
Os assistentes sociais se comprometiam com essa nova perspectiva. Grande parte deles assumia o posicionamento dos cristãos de esquerda entrando para o Movimento de Educação de Base (MEB), organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, começando com um trabalho de alfabetização, depois para animação popular e um trabalho de sindicalização, onde alguns destes assistentes sociais utilizam à cultura popular de Paulo Freire.
O Serviço Social é bastante marcado com suas perspectivas e possibilidades de avanços na época da Ditadura Militar.
O Brasil passou por um regime Militar que podemos comparar com o regime totalitário acontecido na Alemanha, esta época amarga aconteceu no período de 1964 a 1985 e caracterizou-se pela falta de democracia, suspensão dos direitos constitucionais, censura, concentração de renda, pensamentos capitalistas, perseguição política e repressão a todos que eram contra o regime militar. Para compreendermos é necessário enfatizar este contexto histórico, pois foi neste período da Ditadura Militar que nasceu a necessidade do Movimento de reconceituação do Serviço Social. Precisamente ao ano de 1964, quando o Presidente João Goulart apresentou um projeto de reformas econômicas e sociais que almejava garantir melhores condições de vida nas diversas camadas populares e promover a emancipação econômica brasileira sendo que esta estratégia não tinha o objetivo de quebrar a hierarquia de classes, mas todo este processo de reforma aborreceu os conservadores capitalistas pois os mesmos tinham medoque a nação vivenciasse um regime socialista e assim providenciaram a derrubada de João Goulart por meio de um golpe militar. daí então as eleições para cargos mais importantes, como presidente, foram suspensas, assim como muitas liberdades individuais e tendo início um longo período da ditadura militar que é considerado um dos acontecimentos mais marcantes da história recente do Brasil neste contexto muitas pessoas foram presas, torturadas e assassinadas, casas eram invadidas, entre muitas outras violações dos direitos humanos.
Neste período o país foi governado por militares como os generais Castello Branco, Arthur da Costa e Silva, Emilio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista Figueredo. Vale ressaltar que no governo Médici conhecido como “ Anos de Chumbo” devido o aumento da repressão e censura o país também passou por um “Milagre Econômico” com o objetivo de desenvolvimento era conseguido com grandes projetos financiados pelo capital externo, com isso, de 1968 a 1973 a economia brasileira cresceu a uma media de 12% ao ano, os fatores que contribuíram foram os empréstimos externos e investimentos estrangeiros, a expansão industrial (automóveis e eletrodomésticos), aumento das exportações industriais e produtos agrícolas (soja, laranja), mas os salários ficaram baixos a mortalidade infantilaumentou, cresceu a miséria da população e também foi a época das grandes obras entre elas, a ponte Rio – Niterói e a estrada Transamazônica, foi também nesta época que o Brasil sagrou-se tricampeão mundial de futebol no México em 1970 todos esses “fatores positivos” era usado pelo governo militar como propaganda aseu favor .
O fim do “Milagre” se deu em 1973, último ano do governo de Médici por motivos internos e externos assim o “Milagre Econômico” começou a dar sinais de esgotamento , uma vez que internamente, as classes média e alta já não conseguiam comprar a enorme quantidade de mercadorias produzidas pela indústria, e as classes populares devido aos seus baixos salários, continuavam com o poder aquisitivo reduzido o que apresentava a eficiência de produção e a falta de equidade para a aquisição das mercadorias. Já externamente, o preço do barril de petróleo aumentou quatro vezes, o que provocou um forte abalo na economia brasileira, pois cerca de 80% do combustível que o país consumia era importado. Para este petróleo, o Brasil gastava quase a metade do que conseguia com as exportações foi marcado pelo reaparecimento de classe trabalhadora no cenário político e pela desmistificação do “milagre econômico” brasileiro.
“O Serviço Social latino–americano é sensibilizado pelos desafios da prática social. Sua resposta mais significativa se consubstancia na mais ampla revisão já ocorrida na trajetória dessa profissão, que tem aproximadamente seis décadas de existência. Essa resposta é o movimento de reconceituação. Esse perfilou-se, como um movimento de denúncia - de autocrítica e de questionamentos societários – que tinha como contra face um processo seletivo de busca da construção de um Serviço Social latino-americano, saturado de historicidade, que apostasse na criação de novas formas de sociabilidade a partir do próprio protagonismo dos sujeitos coletivos” (Iamamoto, 2001, p. 207. grifo a autora). 
Osreflexos resultaram na desmobilização e mudança dos movimentos políticos que se fortaleciam no período populista, tais como o MEB (Movimento de Educação de Base), sindicalismo rural e movimentos de alguns segmentos da categoria dos assistentes sociais que atuavam buscando os interesses dos setores populares sendo que após o Golpe Militar de 64, o espaço de atuação profissional dos assistentes sociais se limitam na execução das políticas sociais em expansão dos programas de Desenvolvimento da Comunidade e atuando na eliminação da resistência cultural que representasse obstáculos ao crescimento econômico e integração aos programas de desenvolvimento do Estado também neste contexto, a política social torna-se uma estratégia para minimizar as consequências do capitalismo monopolista marcado pela super exploração da força do trabalho e pela grande concentração de renda.
“O Brasil desempenhou, ao lado da Argentina, Chile e Uruguai, um papel de destaque na articulação das inquietudes profissionais do continente. Sedia em Porto Alegre, em 1965, o I Seminário Regional Latino- Americano de Serviço Social tido, por muitos analistas, como o marco inicial do movimento de reconceituação no continente” ( Iamamoto, 2001, p.209). 
A circunstância da sociedade brasileira neste período de regime militar e apresentação da política social remetem o Serviço Social a assumir uma pratica com tendências modernizadoras, visando ações profissionais modernas e assim com essa mudança na postura da prática do Serviço Social foi marcado o momento inicial do Movimento de Reconceituação do ServiçoSocial no Brasil e posteriormente a Renovação do Serviço Social este processo de renovação assume três pontos que norteia: Perspectiva modernizadora, Perspectiva de reatualização do conservadorismo e Perspectiva da ruptura. Neste quesito os assistentes sociais começam a desenvolver um intenso processo de discussões interna na busca de um novo perfil profissional e de uma identidade com as classes trabalhadoras já que a formação profissional do assistente social é pautada pela eficiência e modernização da profissão, considerando-se fundamental o planejamento, a coordenação, a administração, a capacitação profissional para atuação a nível de micro, macro e participação em equipes inter profissionais, sendo isso conceitos fundamentais para a formação do assistente social a partir destas definições foram imprescindíveis as realizações dos Seminários que trataram da Teorização do Serviço Social: Araxá (19 à 26 /03/ 1967) –Teorização do Serviço Social , Teresópolis (10 à 17 /01/1970) – Metodologia do Serviço Social, Sumaré e Alto da Boa Vista (20 à 24/ 11/1978 – Cientificidade do Serviço Social. Os documentos utilizados nestas discussões são considerados marcos históricos do Serviço Social.
A partir de 1970 assenta a perspectiva marxista no contexto do Serviço Social brasileiro, com influência de Althusser, com uma concepção das instituições adotadas como aparelho ideológico do Estado, segundo o Movimento de Reconceituação que destaca a militância política na efervescência do Populismo.
“O que importa ressaltar – para os fins da presente análise – é que se a descoberta do marxismo pelo Serviço Social latino-americanocontribui decisivamente para um processo de ruptura teórica e prática com a tradição profissional, as formas pelas quais se deu aquela aproximação do Serviço Social com o amplo e heterogêneo universo marxista foram também responsáveis por inúmeros equívocos e impasses de ordem teórica, política e profissional cujas refrações até hoje se fazem presente” ( Iamamoto, 2001, p.210). 
Houve uma conscientização da categoria pela necessidade de construção e alternativas profissionais e uma transformação da sociedade brasileira, nas ultimas três décadas o Serviço Social entrando no contexto da Nova República (1968-1990) na América Latina, com maior força no Brasil, isto a partir da segunda metade da década de 70, reagindo às profundas desigualdades sociais a opressão e a exploração da grande maioria da população pelas oligarquias, latifundiárias e a burguesia nacional. 
Teve uma grande exaustão da classe média, dificuldade salarial e generalização da miséria, que atingiu grande parte da população brasileira com uma grande inflação, causando uma grande crise econômica marcada pela recessão no período 1980-1983. Essas crises retrataram a eficiência e a falta de equidade.
Diante disto à assistência social passou a ser empregada de forma a administrar a miséria social, evitando o aprofundamento da questão social, estendendo assim as bases do governo podendo ter um domínio no setor popular mais marginalizado, com isso pretendia-se exaurir e imobilizar a organização e resistência desses grupos enquanto classe e foi com essa ideologia que os profissionais romperam e assim deixaram de ser meros executores. 
[...] oeixo de debate brasileiro, até meados dos anos 70, diferencia-se radicalmente das temáticas polarizadoras da reconceituação na maioria dos países latino-americanos. Dessa forma, o enfretamento como herança da reconceituação vai dar-se tardiamente no Brasil , no bojo da crise da ditadura, quando o próprio revigoramento da sociedade civil faz com que se rompam as amarras do silencio e do alheamento político forçado a qual foi submetida a maioria da população no cenário ditatorial. (Iamamoto, 2001, p. 215). 
Conclui-se que no período de Ditadura Militar surgiu a necessidade de Reconceituação do Serviço Social que se constituiu em um esforço para desenvolvimento da proposta de ação profissional condizente com as especificidades do contexto latino-americano, ao mesmo tempo em que se configurou com um processo amplo de questionamento e reflexões críticas da profissão. Foi motivado pelas pressões sociais e mobilizações dos setores populares, historicamente marcada pela intransigência das desigualdades de classes e das questões sociais, em face do acúmulo do capitalismo, tal Movimento também é marcado pela perspectiva de ruptura com o denominado Serviço Social tradicional, implicando a não neutralidade das ações profissionaise possibilitando o estabelecimento de vinculo orgânico dos profissionais com as classes populares, em uma perspectiva de transformação social. 
Hoje a profissão do Serviço Social é muito admirada porque e vista como o médico da sociedade, pois profissional é politizado e bem dotado de conhecimentos, compreendendo assim que ainda nos dias atuais mesmo diante de todas as limitações, sejam elassociais, institucionais, ou profissionais, ainda existe este a vontade de sempre melhorar o exercício profissional, no qual caberia aos Assistentes Sociais orientar à abertura de “caminhos” nos quais possa exercer seu auto-governo de acordo com seus valores, crenças, anseios e aspirações.
IMPORTÂNCIA DOS SEMINÁRIOS DE SERVIÇO SOCIAL
A expressão Serviço Social foi usada pela primeira vez em 1904, nos Estados Unidos, para identificar uma Escola de Boston que atuava com assistência social, ou seja, faziam praticas que mereciam gratidão por importantes serviços.
A profissão surge no final do século XIX, em 1898, na cidade de Nova York, Estados Unidos. Devido à elevação da sociedade burguesa e o surgimento de classes sociais, a burguesia necessitava de alguém para cuidar da área social do proletariado, dessa forma exerceriam um controle sobre os proletários.
“Da Idade Média até o século XIX a assistência era encarada como forma de controlar a pobreza e ratificar a sujeição daqueles que não tinham posses ou bens materiais” (MARTINELLI, 2006).
A burguesia inglesa aliada ao Estado e a igreja, criou a Sociedade de Organização da Caridade, a primeira da Europa que tinha por finalidade racionalizar e organizar a assistência.
Quando emergiu para o Brasil, nas décadas de 1930, 1940, o Serviço Social possuía uma característica assistencial e controladora.
Nos primeiros anos, até 1950, o Serviço Social no Brasil apresentava-se na linha de influência francesa no campo médio-social, com o objetivo de ajudar os pacientes a utilizar convenientemente o tratamento médico-hospitalar, e de empresa para a promoçãode bem-estar do operário. Ambos enfocavam também a família, pois não era possível ajudar um de seus membros sem ajudar também os demais. O Serviço Social apresentava, portanto característica familiar e partenalista; suas funções consistiam na seleção dos clientes para obtenção de benefícios materiais: gratuidade, medicamentos, alimentos, auxílios em espécie ou no encaminhamento a obras sociais que os poderiam melhor atender.
A definição adotada para o Serviço Social era de Loneux: ”Serviço Social é o conjunto de esforços feitos para adaptar o maior número possível de indivíduos à vida social ou para adaptar as condições da vida social as necessidades dos indivíduos”.
Em resumo: o Serviço Social, neste primeiro período, apresentava-se com características assistencialistas, apoiando-se em valores confessionais e com uma atuação empírica.
Os assistentes sociais não tinham ainda capacidade de percepção crítica da utilização de outros processos e técnicas, numa situação de desenvolvimento que começavam apenas a descobrir.
Os anos decorridos de 1949 a 1967, entre o l Congresso Brasileiro de Serviço Social e o Seminário de Araxá sobre “Teorização do Serviço Social”,compõem um período de mudanças extremamente rápidas para o Serviço Social,mudanças de uma prática empírica para a procura de uma atuação cientifica.
Os três processos definem-se e sistematizam-se. As escolas oferecem disciplinas para cada um; treinam-se os alunos primeiro em Serviço Social de Casos, depois em Serviço Social de Grupo e finalmente em organização de comunidade, obedecendo, portanto, a uma ordem lógica de complexidade: o individuo. O grupo, acomunidade.
O Serviço Social de Casos era mais bem definido em relação aos demais, pois tinha sido mais estudado nos Estados Unidos e assimilado pelos assistentes sócias brasileiros; era tido como método básico do Serviço Social, apesar de se reconhecer que o Serviço Social, como método, fornecia uma base comum aos processos: o estudo, o diagnóstico, o tratamento, base essa considerada perfeitamente adaptada ao Serviço Social de Casos, mas que deixava os assistentes sociais pouco à vontade quando se tratava do Serviço Social de Grupos ou de Organização da Comunidade.
O Serviço Social do Grupo passou do campo da recreação ao da educação de adultos, por Influência do SESI; foi aplicado, também, em hospitais, sanatórios, clinicas de orientação, escolas, etc. levando assim a uma diferenciação com a “terapia do grupo”. Seu emprego ficava menos claro quando se tratava de situações como no ensino e na supervisão do Serviço Social. Surgiram assim, diversas linhas de pensamentos apoiadas em experiências analisadas e discutidas, porém nenhuma conclusiva.
Em 1959, Helena Iracy Junqueira, num trabalho sobre “Princípios básicos na aplicação dos métodos do Serviço Social”, afirma: Serviço Social apresenta-se hoje como uma atividade que orientada por uma filosofia do homem e da sociedade com base em conhecimentos científicos atua através de métodos especializados, buscando promover o reajuste de individuo e grupos às condições mais satisfatórias de vida, bem como promover melhor aparelhamento da comunidade para bem entender as necessidades humanas de seus componentes.
Em 1960, o relatório brasileiro para a X Conferência Internacional deServiço Social, em Roma, observa que em nosso país a expressão Serviço Social possui dois sentidos: um largo e outro restrito. No primeiro caso, enquadram-se as locuções Serviço Social ou Serviços Sociais, como sinônimos de entidades e obras tais como instituições para menores, ambulatórios ou clinicas gratuitas, que também são designadas como “Serviços Assistenciais.” No sentido restrito, Serviço Social “é um método pelo quais os indivíduos, os grupos e as comunidades são ajudados, por profissionais devidamente formados em escolas especializadas, a identificar suas necessidades e interesses a promover os meios para solucionar ou satisfaze-los.”.
Estas definições mostram que, neste período, o Serviço Social reconhecia a necessidade de uma filosofia do homem e da sociedade para ajudá-lo através de processos de abordagem individual, grupal e comunitário, mas que tais processos deveriam ser metódicos, técnicos de intervenção na realidade; era o esforço para sair da esfera do empirismo para um método científico.
Os exemplos de aplicação do processo de “Desenvolvimento e Organização de Comunidade” ilustram trabalhos realizados em pequenas comunidades, com objetivos limitados e em geral de caráter material; procuravam solucionar problemas imediatos da comunidade, mas nem sempre integrando planos maiores: municipais ou regionais.
As teorias psicológicas do Serviço Social de Casos e os princípios rogerianos de não-diretividade,”centrados no cliente “, assimilados pelos assistentes sociais,os faziam equiparar as comunidades ao cliente,individualizando-as e lhes dando direito de decisão,escolha e responsabilidade,execução epotencialidade,que estas comunidades ainda não possuíam.
Surgiram várias obras, centros sociais ou comunitários, como projetos independentes, em vários pontos do país. Alguns, em escala reduzida, deram bons resultados no momento. Mais tarde, apareceram Conselhos de moradores, Comissões e Vizinhança, etc., procurando solucionar necessidades maiores, os quais esbarraram de dificuldades: planos regionais de desenvolvimento que nem sempre, incluíram aquela pequena comunidade; falta de recursos técnicos e financeiros para levar avante os projetos; infiltração de elementos políticos nos Conselhos de Comissões, transformando-os em “grupos de pressão”. 
O Serviço Social é considerado um instrumento de socorro e de servir, junto a outros de maior força política, com uma ampla compreensão, que são requisitos para a continuidade da Organização Social.
A reflexão sobre a profissão na direção que está, procura compreender bem as implicações que intervem na realidade de um projeto de classe.
A analise desenvolvida aumenta a relação de apropriação e denominação na sociedade capitalista,estabelecendo a partir da mesma o Serviço Social diante da reprodução do controle social da formação de idéias.
“No caso de assistência a pobreza, o resultado final a que se assiste não é a eliminação do fenômeno, mas a institucionalização da pobreza.” Aquilo que inicialmente era um problema social, na medida em que vinha ser institucionalizado, passou ser uma questão sob controle.
À medida que o capital só se sustenta de mais-valia, as lutas dos agentes sociais travam um combate sem fim, por diferentes interesses.
“O assistente social se dedica aoplanejamento de serviços sociais por eles planejados para a população.”
O surgimento do Serviço Social se deu no período que o capitalismo ingressava sua fase monopolista, sendo o Estado o regulador das relações sociais em razão das oposições de idéias que existe ente capital-trabalho.
O surto industrial atraiu para as cidades aqueles que se encontravam na lavoura, daí surge um novo segmento de trabalhadores e, com eles uma serie de situações de conflitos.
Com condições sub-humanas os trabalhadores eram excluídos de qualquer política de seguridade,e eram expostos a duras jornadas de trabalho.Surgem as mobilizações para as condições miseráveis que viviam, fossem reconhecidas pelos capitalistas exigindo assim uma postura correta.
Essas reivindicações buscam melhores condições de vida na questão social, Assim os capitalistas reconheceram que não era mais possível dominar através da repressão, causando conflitos que interferiam negativamente na produção. 
Os agentes sociais foram influenciados pela com intenções que vão além da caridade.
A Igreja Católica aliada com a burguesia mantém a população pobre sobre controle, uniram-se para reprimir as manifestações dos trabalhadores e calar sua expressão política e social.
A exploração, repressão, dominação política eram realizadas sob a ação da caridade, a assistência servia para controlar a pobreza e ratificar a sujeição, seja ela por assistência prestada pela burguesia ou por instituições religiosas.
A Igreja realizava curso intensivo de formação para moças em 1932, pelas cônegas de Santo Agostinho. Este curso era promovido pelo CEAS (Centro de Ação Social de São Paulo) compatrocínio e controle da Igreja Católica, com a necessidade de permanência devido a obras que a classe dominante realizava.
As moças eram jovens formadas nas escolas religiosas de ensino, faziam parte das classes dominantes e setores ricos. Para a capacitação destas foram promovidos vários cursos: filosofia, moral, legislação do trabalho, doutrina social, enfermagem, etc. dessa forma atuariam com intervenção direta junto ao proletariado.
A semelhança entre os países é que todos têm como objetivo a contribuição de uma ordem social, política, econômica e melhoria de vida para a classe trabalhadora.
CORRENTES POSITIVISTA E FENOMENOLÓGICA NO SERVIÇO SOCIAL
A crise da ditadura, depois de meados dos anos 1970, contribuiu para que a perspectiva modernizadora perdesse a sua hegemonia.Tanto o seu reformismo não foi incorporado pelos assistentes sociais mais tradicionais, como o seu conservadorismo atrelado à ditadura não atendeu aos segmentos profissionais críticos.Isso resultou na formação de outras duas direções do processo de renovação do Serviço Social: a perspectiva da reatualização do conservadorismo e a perspectiva da intenção da ruptura, discutidas no Seminário de Sumaré (1978).A principal representante da perspectiva da reatualização do conservadorismo foi Anna Augusta de Almeida. Os teóricos não se apoiaram na abordagem positivista e na marxista, mas na abordagem fenomenológica. As pesquisas de Anna Augusta de Almeida e de outros autores que discutiram o Serviço Social na perspectiva da reatualização do conservadorismo não vislumbraram mudanças na organização da sociedade.Sem discutir as causas, nem os conflitos,a perspectiva da reatualização do conservadorismo trouxe à tona elementos do conservadorismo e do pensamento católico, imprimindo-lhe um novo formato. 
A perspectiva da intenção de ruptura discute a relação entre o Serviço Social e a sociedade e se manifestou no âmbito dos movimentos democráticos e/ou das classes exploradas e subalternas, do início dos anos 1960. Os assistentes sociais, portanto, que fizeram a opção política de trabalhar em favor dos explorados e subalternos, conceberam as primeiras idéias da perspectiva da intenção de ruptura. Mas esse pro-cesso foi interrompido com o golpe de 1964. Essa perspectiva emergiu de 1972 a 1975, com a experiência do grupo da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais, que desenvolveu o “Método BH”, durante a ditadura. O “Método BH” é um trabalho de crítica teórico-prática ao tradicionalismo. A consolidação acadêmica da intenção de ruptura se deu no final da década de 1970 e primeiro terço da década de 1980, quando as universidades apresentavam alguns trabalhos de conclusão de pós-graduação e de ensaios sobre a intenção de ruptura. 
Despontavam as faculdades do Rio, de São Paulo e de Campina Grande. Nesse momento, as elaborações teóricas beneficiaram-se da produção teórica anterior, da crise na ditadura e do movimento de abertura da sociedade. Até o início da década de 1980, as pesquisas na perspectiva da intenção de ruptura ainda não se pautavam nas fontes originais do marxismo, apesar do seu rigor intelectual. Por isso, as pesquisas realizadas com base nas fontes teórico-metodológicas originais do marxismoclássico representavam um avanço.
O espalhamento da intenção de ruptura ocorreu de 1982 a 1983, quando o debate do Serviço Social na perspectiva da intenção de ruptura estendeu-se para o conjunto dos profissionais. O avanço dessa perspectiva é visível nas contribuições teóricas que desvelaram o Serviço Social brasileiro e latino-americano, pautadas em fontes originais. São produções teóricas que vão das origens da profissão até o Serviço Social na sua contemporaneidade, sem contar, ainda, outros eventos que a ela se reportam. Mas ainda se observa uma distância entre “a intenção de romper com o passado conservador do Serviço Social e os indicativos práticos profissionais para consumá-la”.
DIALÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL
O primeiro aspecto é por demais conhecido à relação entre a profissão e o ideário católico na gênese do Serviço Social brasileiro, no contexto de expressão e secularização do mundo capitalista. Relação que vai imprimir a profissão caráter de apostolado fundado em uma abordagem da “questão social” como problema moral e religioso e numa intervenção que prioriza a formulação da família e do individuo para solução dos problemas e atendimento de suas necessidades materiais, morais e sociais. O contribuinte do Serviço social, nesse momento, indicara sobre valores e comportamentos de seus “clientes” na perspectiva de sua integração a sociedade, ou melhor, nas relações sociais vigentes.
Os referenciais orientadores do pensamento e da ação do emergente Serviço Social tem sua fonte na doutrina Social da Igreja, no ideário franco- belga de ação social e no pensamento de São Tomás de Aquino (século XII eleescreveu obra filosófica caracterizada por uma perspectiva humanista e metafísica do ser que vai marcar o pensamento da Igreja Católica).
Na relação com a Igreja Católica que o Serviço Social brasileiro vai fundamentar a formulação de sues primeiros objetivos político/ sociais orientando-se por posicionamento de cunho humanista conservador contrários aos ideários liberal e marxista na busca de recuperação da hegemonia do pensamento social da igreja face a “questão social”. Este Serviços Social, emergente foi marcado com os postulados filosóficos tomistas de dignidade da pessoas humana; sua perfectibilidade, sua capacidade de desenvolver potencialidades; a natural sociabilidade do homem, ser social e politico; a compreensão da sociedade como união dos homens para realizar o bem comum ( base de todos) e a necessidade da autoridade para cuidar da justiça geral.
Com o conservadorismo católico caracterizando os anos iniciais do ServiçoSocial brasileiro a partir dos anos, 40, a ser tecnificado ao entrar em contato com o Serviço Social norte-americano e suas propostas de trabalho permeados pelo caráter conservador da teoria social positivista.
Efetivamente, a reorientação da profissão, apara atender as novas configurações do desenvolvimento capitalista, exige a qualificação e sistematização de seu espaço sócio- ocupacional tendo em vista atender as requisições de um Estado que começa a implementar políticas no campo social.
Nesse contexto a legitimação do profissional, expressa em seu assalariamento e ocupação de um espaço na divisão sócio-tecnica do trabalho, vai colocar o emergente Serviço Socialbrasileiro frente a matriz positivista, na perspectiva de ampliar seus referenciais técnicos para a profissão. Este processo, que vai construir o que Iamamoto (1992, 9.21) denomina de “arranjo teórico doutrinário” caracterizado pela junção do discurso humanista cristão como suporte técnico- cientifico de inspiração na teoria social positivista, reitera para a profissão o caminho do pensamento conservador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mundo capitalista passou e passa por muitas transformações. Principalmente no seu modo operacional. No princípio, tínhamos um sistema que pouco se importava com os danos nas relações sociais. Esse modelo se arrastou por décadas, com o predominante de obter o lucro acima de tudo, e com a exploração extrema dos recursos naturais, com o fato de acreditarem na capacidade infinita da natureza em prover insumos para sua produção.
O chamado Movimento de Reconceituação iniciou-se ao redor de 1965, sendo um processo de ruptura com o SS norte-americano.
O profissional de serviço social realiza trabalho essencialmente socioeducativo e está qualificado para atuar nas diversas áreas ligadas á condução das políticas públicas e privadas, tais como planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria. Ampara e ajuda para emancipar, produzindo sujeitos críticos e livres.
Como contribuições práticas para o Serviço Social Reconceituado, resultou na introdução do pensamento marxista, em uma análise crítica do Serviço Social tradicional vigente, em reformulações teóricas e práticas e novos instrumentais teórico-metodológicos comprometidos com as classes operárias.
O serviço social se utilizade instrumental científico multidisciplinar das ciências humanas e sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da questão social (desemprego/ saúde), isto é no conjunto de desigualdade que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação provada dos frutos do trabalho. É um profissional qualificado que, privilegiando uma intervenção investigativa, através da pesquisa e análise da realidade social, atua na formulação execução e avaliação dos serviços, programas e políticas sociais que visão a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social
BIBLIOGRAFIA
DESAFIO - FALEIROS, V. de P. Metodologia e Ideologia do trabalho Social. 2ª ed. São Paulo:
Cortez, 1981.
FALEIROS, V. de P. Reconceituação do Serviço Social no Brasil: uma questão em
movimento? Rev. Serviço Social e Sociedade, nº. 84. São Paulo: Cortez, 2005, p. 21-
36.
IAMAMOTO, M. e CARVALHO, R. de, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil:
esboço de uma interpretação histórico-metodológica. – 6ª ed. São Paulo: Cortez, 1988.
IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. – 7ª ed. São
Paulo: Cortez, 2004.
MARTINELLI, M. L. Serviço Social: identidade e alienação. – 7ª ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2ª ed., São Paulo: Cortez,
1992.
NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil .
CORRENTES DO POSITIVISTA E FENOMOLÓGICA NO SERVIÇO SOCIAL - BookUniderp63_Serviço Social.indb 1511/16/09 1:45:54 PM
Unidade Didática – Fundamentos Históricos e Teóricos do Serviço Social

Continue navegando