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AGRAVO DE INSTRUMENTO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DA ____ CAMARA CIVIL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
COMARCA: 2ª Vara Civil da Comarca de Juiz de Fora/MG
PROCESSO Nº: XXXXXXXXXX
JOÃO (SOBRENOME), brasileiro, solteiro, professor, portador do RG sob o nº XXX, inscrito no CPF XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, cidade XXXX/XX, vem, por seu advogado, nos autos da AÇÃO XXX que move em face de PEDRO (SOBRENOME), brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, portador do RG sob o nº XXX, inscrito no CPF XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, na cidade de Rio de Janeiro/RJ vem perante Vossa Excelência interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em face da decisão de folhas XXX, com cabimento no artigo 944, II e fundamento no artigo 1.015, I, ambos do Código Civil vigente.
I – DO PREPARO:
	O agravante comprova o preparo recursal através da juntada, em anexo, do comprovante de pagamento da guia de custas recursais.
II – DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS:
	O agravante junta cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado nos termos do artigo 425, IV do Código de Processo Civil, e, entre elas, encontram-se as seguintes peças obrigatórias:
Cópia da petição inicial
Cópia da contestação
Cópia da petição que ensejou a decisão agravada
Cópia da decisão agravada
Cópia da certidão da respectiva intimação
Cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado
III – DOS ADVOGADOS DAS PARTES:
	O agravante subscreve nome e endereço completo do advogado das partes:
	
	Advogado do agravante: (nome e sobrenome), OAB nº XXX, com escritório profissional situado na Rua XXX, nº XXX, bairro XXX na cidade de XXX/XX.
	Advogado do agravado: (nome e sobrenome), OAB nº XXX, com escritório profissional situado na Rua XXX, nº XXX, bairro XXX na cidade de XXX/XX.
IV – DOS FATOS:
	
	João celebrou, em 1º de outubro de 2012, contrato por escrito de locação com Pedro, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) meses, ficando acordado que o valor do aluguel seria de R$ 3.000,00 (três mil reais) e que, dentre outras obrigações, João não poderia lhe dar destinação diversa da residencial. João ofertou fiador idôneo.
	Após um ano de regular cumprimento da avença, o locatário passou a enfrentar dificuldades financeiras. Pedro, depois de quatro meses sem receber o que lhe era devido, ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, requerendo, ainda, antecipação de tutela para que o réu/locatário fosse despejado liminarmente, uma vez que desejava alugar o mesmo imóvel para Francisco.
	O magistrado recebe a petição inicial, e defere a medida liminar pleiteada, concedendo o prazo de 72 (setenta e duas) horas para João desocupar o imóvel, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais).
V – DOS FUNDAMENTOS:
	Ocorre que o nobre magistrado deferiu a liminar impondo ao locatário que desocupe o imóvel no prazo de 72 (setenta e duas horas), sob pena de multa diária no valor de R$ 2.000,00. Em razão disto, resta evidente a necessidade de reforma da decisão agravada, eis que não observou os requisitos determinados no art. 59, parágrafo 1º da Lei das Locações (Lei 8.245/91), onde determina que na concessão de liminar, será dado prazo de 15 dias para desocupação do imóvel, vejamos:
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:
(...)
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009.
	Com a devida vênia ao julgador “a quo”, em sua decisão de folha XXX, não merece prevalecer, tendo em vista que o autor não ofereceu caução correspondente a três meses de aluguel, como estabelece o referido artigo da Lei 8.245/91.
	Conforme relatado acima, os requisitos para a concessão da liminar são evidentes e não foram cumpridos. O seu deferimento tem sido prejudicial para o agravante, haja vista que se encontra impossibilitado de exercer seus direitos de forma plena, não dispondo de tempo hábil para tal resolução.
	Neste sentido colaciono jurisprudência:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO. FALTA DE PAGAMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. DESPEJO IMEDIATO DO LOCATÁRIO. POSSIBILIDADE. PURGA DA MORA. NÃO COMPROVADA. AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA DE CONTRATO QUE NÃO INVALIDA O CUMPRIMENTO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DA EXISTENCIA DE VÍCIO IMPUTADO AO CONTRATO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NECESSIDADE. PRESENTES OS REQUISITOS LEGAIS AUTORIZADORES DO DESPEJO IMEDIATO. 1. A Lei de Locações (Lei nº 8.245/91), em seu artigo 59, §1º, IX e §3º, determina expressamente os requisitos necessários para o deferimento de medida liminar de despejo. Além das hipóteses previstas na Lei de Inquilinato, para fins de concessão da medida liminar de despejo, deverão estar presentes os requisitos do artigo 300 do CPC/15, autorizadores da concessão da tutela antecipada, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 2. O ajuizamento de ação anulatória de contrato de compra e venda, locação e afins não invalida, em sede de cognição sumária, o cumprimento do contrato de locação, nos termos em que celebrado, mormente quando não se há notícia do deferimento de liminar naquele feito, bem como inexistente prova contundente do vício que se imputa ao contrato. Necessidade de ampla dilação probatória. 3. Presentes os requisitos legais autorizadores do despejo imediato, quais sejam, (I) prestação de caução; e (II) ausência de notícia quanto à purga da mora depois de oportunizado o oferecimento de contestação. Inteligência do art. 59, § 1º, da Lei nº 8.245/91. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70075908905, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adriana da Silva Ribeiro, Julgado em 07/03/2018) (grifei)
	No mesmo sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO. FALTA DE PAGAMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. DESPEJO IMEDIATO DO LOCATÁRIO. POSSIBILIDADE. MATÉRIA DE FATO. CASO CONCRETO. A Lei de Locações (Lei nº 8.245/91), em seu artigo 59, §1º, IX e §3º, determina expressamente os requisitos necessários para o deferimento de medida liminar de despejo. Além das hipóteses previstas na Lei de Inquilinato, para fins de concessão da medida liminar de despejo, deverão estar presentes os requisitos do artigo 300 do CPC/15, autorizadores da concessão da tutela antecipada, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70075953604, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adriana da Silva Ribeiro, Julgado em 07/03/2018)(grifei)
	Restou evidente não estarem presentes os requisitos que autorizam a concessão da liminar de despejo. Verifica-se que o agravante foi ferido em seu direito de defesa, uma vez que fora determinado prazo de 72 horas para desocupação do imóvel, contrariando a lei específica que estipula prazo de 15 dias. Neste prazo, pode o locatário evitar a rescisão do contrato e tornar nula a liminar de desocupação se, depositar o valor, conforme dispõe o parágrafo 3º do artigo 59 da Lei nº 8.245/91. Vejamos:
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário.
			(...)
§ 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação doimóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)
	No mesmo sentido pode ser citado o artigo 62, II, da Lei nº 8.245/91 que resguarda ao locatário e ao fiador o direito do pagamento do débito atualizado no prazo da contestação. Vejamos:
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
(...)
II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
	Não obstante essa injustiça, o julgador ainda aceitou o pedido de liminar sem mesmo o autor da ação ter realizado o caucionamento de que trata o parágrafo 1º da Lei nº 8.245/91, requisito essencial para tal decisão, vejamos:
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:
	Assim, notório é o prejuízo causado ao agravante que, não sendo caçada a liminar, ficará sem local para morar.
VI – DO EFEITO SUSPENSIVO:
	Desta forma, e em consonância com o artigo 1.019, I do Código de Processo Civil, poderá o relator do Egrégio Tribunal, ao Receber o agravo de instrumento, e distribuído incontinenti, atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão. Ainda, o artigo 300 do Código de Processo Civil vigente determina que a liminar, no agravo, poderá ser concedida se estiverem presentes os perigos de dano irreparável ou de difícil reparação e fundamento relevante, o que é o caso em tela, tendo em vista que se o despejo ocorrer o agravante ficará sem moradia.
VII – DAS RAZÕES DO PEDIDO:
Diante do que fora exposto, o agravante requer seja concedido o efeito suspensivo da liminar, pleiteado pelo agravado, com fundamento no artigo 1.019, I do Código de Processo Civil vigente, visto que a decisão agravada proferida pelo magistrado não cumpriu os requisitos acima explanados e, se cumprida, resultará em lesão grave e de difícil reparação ao agravante.
VIII – DOS PEDIDOS:
	Ante o exposto, requer:
A) Intimação da parte agravada, na pessoa do seu advogado(a) para no prazo de 5 dias contrarrazoar;
B) A juntada do comprovante de pagamento de preparo em sede de julgamento do Tribunal de Recursos;
	C) A juntada das peças obrigatórias (em anexo) conforme art. 1017, I;
D) Seja deferido o efeito suspensivo pleiteado nos termos das razões acima expostas para suspender a decisão liminar de despejo ora agravada, até o julgamento do mérito do presente recurso;
E) Intimar o agravado para caucionar no valor equivalente à 3 meses de aluguel (art. 59 parágrafo 3º);
F) Caso o agravado recolha o caução no valor equivalente a 3 meses de locação, requer seja intimado o agravante para que efetue o pagamento total do débito em 15 dias, sob pena de despejo.
	
	 
NOVO HAMBURGO, 28 DE MARÇO DE 2018.

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