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ARTIGO DE HISTÓRIA DAS MULHERES (COMANDANTA RAMONA)

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ENTRE A VIDA E A LUTA: A FIGURA DA COMANDANTA RAMONA NO EXÉRCITO ZAPATISTA
Beatriz Gambini e Iandra Castoldi
Resumo
Neste breve artigo pretende-se traçar, em linhas gerais, a importância da comandanta do Exército Zapatista de Libertação Nacional para as questões femininas de equidade de gênero. A figura de Comandanta Ramona como membro integrante do movimento zapatista, demonstrará os limites e contradições de uma rebelião de caráter não eurocêntrico e antiliberal. Visa, em suma, resgatar a história e a memória de uma mulher que, insistentemente apagada, proveu mudanças profundas na sociedade mexicana de sua época e contemporaneamente. 
Palavras-chave: Comandanta Ramona; decolonialidade; gênero; mulher 
Resumen
En este breve artículo se pretende trazar, en líneas generales, la importancia de la comandanta del Ejército Zapatista de Liberación Nacional para las cuestiones femeninas de equidad de género. La figura de Comandanta Ramona como miembro integrante del movimiento zapatista, demostrará los límites y contradicciones de una rebelión de carácter no eurocéntrico y antiliberal. En suma, rescatar la historia y la memoria de una mujer que, insistentemente apagada, proporcionó cambios profundos en la sociedad mexicana de su época y contemporáneamente.
Palabras clave: Comandanta Ramona; decolonialidade; gênero; mujer
Introdução
O presente artigo busca analisar a figura de Comandanta Ramona como mulher e indígena, considerar os impactos e mudanças proporcionados por esta na sociedade mexicana, principalmente de Chiapas, como também na estrutura do Exercito Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Pretende-se, também, discutir a importância da presença de uma mulher no comando de um movimento armado, revolucionário não somente na transformação das práticas sociais vigente, como também na mentalidade então analisada.
 Comandanta Ramona também será contemplada quanto sua importância para um novo olhar sobre o papel da mulher na busca pela descolonialidade de gênero. O levantamento sobre a História e a educação enquanto espaços de silenciamento e/ou enunciações serão aqui trazidos como objetivos de mudança. A investigação se dará, por fim, na reflexão sobre a resistência da Comandanta que conseguiu, no entanto, ultrapassar os diversos conflitos sociais na sua luta pela construção de uma educação, economia, política e vida autônomas.
2. Uma mulher e sua trajetória: Comandanta Ramona e o Zapatismo
O movimento zapatista emergiu por meio de Emiliano Zapata, a partir da Revolução Mexicana, com demandas que visavam à soberania popular indígena e camponesa, a reforma agrária e, principalmente, a autonomia desses povos. Após o assassinato de Zapata, em 10 de abril de 1919, este se tornou o principal símbolo de resistência mexicana para os povos indígenas que, desde a colonização, lutam para obter espaço político no México.
 Zapata tornou-se sinônimo de luta e resistência. Inspirados na luta e ideais do Zapatismo, em primeiro de janeiro de 1994, ocorreu a primeira insurreição armada zapatista – este sendo considerado o primeiro movimento social a declarar combate a globalização do liberalismo e contra o acordo de livre comércio da América do Norte.[2: NETTO, Sebastião L. F. Vargas. A mística da resistência: culturas, historias e imaginários rebeldes nos movimentos sociais latino-americanos. São Paulo, 2007, pp. 91-92.]
O Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) busca refletir sobre as sequelas da colonização espanhola e combater, simultaneamente, ao imperialismo neoliberal estadunidense. A luta indígena e camponesa por autonomia torna-se parte da resistência contra a existência da colonialidade reinventada na contemporaneidade. Através da busca pelo reconhecimento de existência e legitimidade de seus povos, propõem, então, uma decolonialidade a partir da união entre indígenas e camponeses. Buscam resgatar suas culturas, línguas, economias e cosmovisões – invadidas, violentadas e silenciadas com a chegada espanhola e, mais tarde, com a imposição imperialista norte americana.[3: Conceito utilizado por María Lugones ao explicar a relação da herança colonial contemporânea. Conceito este de Aníbal Quijano]
Dentre os principais nomes presentes na luta zapatista destacou-se Ramona, primeira comandanta do Exército Zapatista de Libertação Nacional. Propôs, enquanto líder, mudanças tanto no âmbito nacional do Estado mexicano como na própria estrutura do movimento zapatista. Mulher indígena e de origem maia do grupo Tzotzil, seu nome verdadeiro permanece ainda desconhecido. Ramona - como era chamada - tornou-se, ao lado do subcomandante Marcos, um dos principais símbolos e uma das lideranças do EZLN no estado insurgente de Chiapas. 
Juntou-se ao grupo armado antes do levantamento de janeiro de 1994. Referência no combate pelos direitos das mulheres indígenas, a comandanta foi a primeira integrante do comando zapatista a deixar a região, em 1996, para participar de uma conferência na Cidade do México.  Faleceu em janeiro de 2006, após dez anos de luta contra um câncer nos rins. [4: Sobre as origens da Comandanta, ver: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/r/ramona-comandanta. Acesso em 27/06/2018]
Lutou pelo espaço feminino indígena e camponês. Passou a reivindicar, assim, voz para o duplo silenciamento das mulheres: a lógica do papel feminino dentro do sistema colonial, e depois capitalista imperialista norte americano, e pela própria condição de mulher dentro de um movimento liderado por homens. Em sua trajetória percorreu, durante dois anos, até as zonas mais pobres do norte de Chiapas – Canadãs e os Altos – em busca de melhor compreensão sobre a natureza dos problemas das mulheres indígenas. Incorporou a sua resistência inéditos assuntos sobre as desigualdades de gênero e as humilhações presentes nos costumes de sua tradição e cultura.[5: BELAUSTEGUIGOITIA, Marisa. Debate Feminista Vol. 33 (ABRIL 2006), p.121.]
O Zapatismo, assim como seu exército, não se separa integralmente da lógica operante, impositivamente, no México. O modelo eurocêntrico – e a concepção de superioridade masculina – exclui, para sua manutenção, as particularidades organizacionais das sociedades astecas e maias. A contaminação provinda da colonização inferiu, deste modo, na divisão dos papéis de gênero dessas culturas. Os resquícios do patriarcalismo europeu tornaram-se presentes, portanto, nas disposições sócio-culturais destas comunidades. 
Um dos objetivos da primeira comandanta mulher foi, neste contexto, o de “retradução” do movimento zapatista. As demandas trazidas das mulheres indígenas pela Ramona tornar-se-iam, então, parte integrante das demais reivindicações. A visibilidade feminina, outrora restrita, obteve luz. O papel preestabelecido feminino, que se encontrava somente em voga quando relacionado a assuntos familiares, ganhou outra dinâmica. 
Ramona não só traduziu para idiomas e línguas, mas mudou o significado, reinterpretou a rebelião zapatista, incorporando uma ênfase, um acento de equidade entre homens e mulheres, a proposta de igualdade de cidadãos dos indígenas para o resto da nação, o que contribuiu significativamente e o movimento rebelde foi considerado inovador e verdadeiramente representativo. (BELAUSTEGUIGOITIA, 2006, p.124).
A tradução de Ramona sobre o Zapatismo possibilitaria a construção de uma nova sociedade. O processo de esquematização e tradução dos espaços políticos, acadêmicos e jurídicos foi uma das manifestações mais revolucionárias e democráticas do Exército Zapatista. A capacidade transformadora da comandanta dentro da organização, assim como aponta Maria Lugones, demonstra-se somente possível através do reconhecimento da posição dual do sujeito, encontrada no lócus fraturado. Significaria dizer, em outros termos, que apenas a partir da condicionante feminina da comandanta – inserida em uma sociedade restritamente patriarcal –, a mesma pôde interpretar de maneira distinta e igualitária o sentido do movimento. [6: Para saber mais sobre o conceitode lócus fraturado, ver: LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014, pp.948-950]
Assim, ver a colonialidade é revelar a degradação mesma que nos dá duas interpretações da vida e um ser interpretado por elas. A única possibilidade de tal ser jaz em seu habitar plenamente esta fratura, esta ferida, onde o sentido é contraditório e, a partir desta contradição, um novo sentido se renova. (LUGONES, 2014, p.946)
Ramona propôs mais uma luta: a da dignidade das mulheres indígenas, ao elevar suas demandas dentro da luta tradicionalmente masculina. Batalhou pela visibilidade da mulher indígena e camponesa, para que estas passassem a serem vistas como sujeitas de suas historias, assim como agentes políticas e sociais em seu próprio meio. Recusava o apagamento do colonizador em afirmar a negação e vazio que a “fêmea” colonizada representara. Caminhou, neste sentido, em “rumo a um feminismo descolonial” . [7: BELAUSTEGUIGOITIA, Marisa. “Ramona: el derecho a descansar”. Debate Feminista Vol. 33 (ABRIL 2006), p.124.][8: LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014, p.939.]
Uma das maiores conquistas proporcionadas por Ramona foi a Ley Revolucionaria de Las Mujeres. A base material para rebelião das mulheres indígenas, proposta pela comandanta, a partir dessas leis, criaram um território essencial para a busca de seus direitos. Ressignificou, neste sentido, a posição da mulher dentro do cenário zapatista.
Esta lei recomporia o pacto social entre mexicanos e mexicanas, entre mulheres e homens indígenas, formulando dez demandas distintas: as mulheres, sem importar sua raça, credo, cor ou filiação, tem direito a trabalhar e a receber um salario justo; tem direito a participar dos assuntos da comunidade e a possuir um cargo se elegidas, livre e democraticamente; tem direito a educação. As mulheres tem direito a escolher seu/sua parceiro(a) e não são obrigadas a se casarem. Nenhuma mulher poderá ser golpeada ou maltratada fisicamente nem por familiares nem por estranhos. Os delitos de intenção de violação serão castigados severamente. As mulheres poderão ocupar cargos de direção e também cargos militares nas forças armadas revolucionarias. As mulheres terão todos os direitos e obrigações que apontam as leis e regulamentos revolucionários. (BELAUSTEGUIGOITIA, 2006, p.123).
A Comandanta Ramona, seguindo María Lugones, estaria para “além da lógica categorial”. Isto porque, em suma, não atende aos padrões eurocêntricos acerca do gênero feminino, ou seja, constitui-se enquanto mulher não branca, ademais seu posicionamento social, político e econômico colonizado. Transpôs, no entanto, esta barreira. Em sua trajetória, a afirmação da mulher colonizada – e não apenas uma “fêmea” – resistiu na busca da decolonialidade do corpo feminino e de gênero, a partir da emancipação feminina e na participação da mulher na luta social, política, econômica e cultural do Exército Zapatista de Libertação Nacional.[9: LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014, p.935.][10: Sobre decolonialidade de gênero ver: LUGONES, 2014, p.940.]
3. História e educação em perspectiva: as lutas específicas da Comandanta Ramona e seu “lugar de fala”
A história explicita as relações de poder forjadas social e temporalmente. Isto significa dizer que, em sua produção, há aqueles que detêm os “locais de fala”, os sujeitos, e os que são, diametralmente, silenciados. A invisibilidade de sujeitos marginalizados torna-se, portanto, consequencia inerente desse processo de silenciamento. No caso latino-americano, tais relações formaram-se e consolidaram-se a partir da colonização.[11: COLLING, Ana Maria e TEDESCHI, Losandro Antonio. “O Ensino de História e os estudos de gênero na historiografia brasileira”. In: História e Perspectivas, Uberlândia]
A perspectiva histórica da mulher latina foi relegada ao esquecimento. Suas poucas aparições foram tratadas sob a forma de representações – na maioria negativas. Os relatos dos viajantes, no tempo colonial, descreviam as mulheres nativas enquanto seres bonitos e perigosos e, por isso, passíveis à possessão de seus corpos e posteriormente ao abandono. Não eram encaradas, afinal, como humanas. [12: COLLING, Ana Maria e TEDESCHI, Losandro Antonio. “O Ensino de História e os estudos de gênero na historiografia brasileira”. In: História e Perspectivas, Uberlândia]
As marcas da colonização sobre as mulheres, no entanto, pouco são tratadas em suas conseqüências contemporâneas – além de sua irreflexão na educação. A dupla subordinação da mulher latina a empurra à obscuridade da não reprodução de seus feitos e de sua voz. Este é o caso da Comandanta Ramona. 
Comandanta do Exército Zapatista de Libertação Nacional, Ramona detinha como objetivos pessoais a reivindicação e promoção do direito das mulheres – através da postulação da Ley Revolucionaria de las Mujeres – e o reconhecimento da educação autônoma dos povos indígenas. Seus anseios eram, em suma, a descolonização nas relações de poder entre gêneros e a validade sobre outros tipos de saber.
Ramona não falava espanhol. A linguagem enquanto forma de dominação cultural e, ao mesmo tempo, de resistência era compreendida a partir do reconhecimento da identidade indígena renegada pelo Estado mexicano na educação. Sua luta contribuiu, dentre outros feitos, na objetivação da legitimidade de conhecimentos de um grupo social excluído do relato histórico “oficial”. A valorização de outra construção discursiva sobre a história, outrora marginalizada, possibilitaria sua reconstrução sob viés democrático – a partir da construção de seus sujeitos por si. Significaria, em outras palavras, o resgate da cosmovisão indígena e, simultaneamente, o reconhecimento da descolonização do ensino. [13: Seu idioma chama-se Tzotzil. É nome, também, do grupo étnico do qual pertencia.][14: COLLING, Ana Maria e TEDESCHI, Losandro Antonio. “O Ensino de História e os estudos de gênero na historiografia brasileira”. In: História e Perspectivas, Uberlândia]
A questão sobre a resistência feminina também traria mudanças nesse modelo educacional autônomo. Isso porque a equidade entre gêneros era também uma reivindicação de Ramona. A assunção de posições políticas, sociais e militares de prestígio por mulheres, consequentemente levaria a conscientização de sua não descriminação no ensino. Tratar-se-ia, portanto, de uma educação que, apesar de sua base cultural indígena – que detinha traços do patriarcalismo –, se reinventaria a partir das demandas de gênero presentes.[15: Como previa a Ley Revolucionaria de Las Mujeres ]
As relações de poder demarcadas tanto nas posições sociais quanto no relato histórico, no entanto, delimitam à Comandanta Ramona um papel secundário na história do movimento zapatista. Apesar da posição de destaque em alto cargo militar, sua imagem e memória desaparecem ao lado da figura de seu subalterno, o subcomandante Marcos. Mesmo em vida, suas colocações, em comícios ou entrevistas, sobre a questão de gênero e a especificidade das violências contra a mulher, eram sabotadas. Suas falas eram mal traduzidas ao espanhol, sempre reduzidas a poucas frases, ou, às vezes, a textos “preestabelecidos” pelo subcomandante. [16: LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014]
O movimento zapatista, antes de Ramona, atendia as demandas femininas somente em questões do âmbito familiar/do lar. A luta verdadeiramente revolucionária das mulheres zapatistas encontrou voz somente quando uma pôde falar por todas. E, no entanto, sua história permanece obscurecida diante um “intricado jogo de relações de poder e saber que instituem a realidade” . Realidade esta insistente em negar o “lugar de fala” protagonista de uma mulher na liderança. O não reconhecimento de Ramonaenquanto sujeito histórico e transformador termina por subjugá-la ao espaço inócuo do desconhecido.[17: COLLING, Ana Maria e TEDESCHI, Losandro Antonio. “O Ensino de História e os estudos de gênero na historiografia brasileira”. In: História e Perspectivas, Uberlândia p. 312]
4. Conclusão
Comandanta Ramona representou os silêncios provocados por uma história contaminadamente masculina. Apesar de sua participação ativa e essencial no movimento zapatista, continua a permanecer na posição secundária de importância quando comparada a seus companheiros homens de luta. Colocá-la como protagonista significará reescrever a história sob viés dos silenciados, os tornando sujeitos de suas próprias representações. A transformação almejada por Ramona começará quando o esquecimento não for mais o espaço reservado para mulheres – sobretudo não brancas. 
BIBLIOGRAFIA
BELAUSTEGUIGOITIA, Marisa. “Ramona: El derecho a descansar”. Debate Feminista Vol. 33 (ABRIL 2006).
COLLING, Ana Maria e TEDESCHI, Losandro Antonio. “O Ensino de História e os estudos de gênero na historiografia brasileira”. In: História e Perspectivas, Uberlândia (53): 295-314, jan./jun. 2015. 
LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014.
NETTO, Sebastião L. F. Vargas. A mística da resistência: culturas, historias e imaginários rebeldes nos movimentos sociais latino-americanos. São Paulo, 2007.

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