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ARTIGOS exercício aeróbico para pacientes com DM

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DERMATOFUNCIONAL
•	 Radiação	ultravioleta	e	psoríase
•	 Fototerapia	e	cicatrização	de	queimaduras
DIABETES
•	 Glicemia	e	parâmetros	cardiovasculares	em	
fisioterapia	aquática
COLUNA
•	 Reposicionamento	da	cabeça	e	dor	cervical
•	 Protocolos	de	fisioterapia	em	pós-operatório		
de	cirurgia	cardíaca
TREINAMENTO
•	 Parâmetros	eletromiográficos	nos	exercícios		
da	articulação	glenoumeral
DIABETES
•	 Insulina	em	fonoforese	no	tratamento		
de	úlceras	diabéticas
•	 Diabetes	e	disfunções	pélvicas	femininas
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ISSN 1518-9740
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www.atlanticaeditora.com.br
16 anos
Fisioterapia B
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Nessa edição
CADERNO PILATES
Fisioterapia Brasil
P h y s i c a l T h e r a p y B r a z i l
(Ano 2015, vol. 16, nº 2 - 81-160)
EDITORIAL
E aí vamos publicar? Mario Antonio Baraúna .............................................................................................................................. 83
ARTIGOS ORIGINAIS
Os efeitos da radiação ultravioleta nas lesões cutâneas de mulheres portadoras de psoríase, 
Hedioneia Maria Foletto Pivetta, Caroline Prochnow, Patrícia Hilbig Lucas, Luciana Cezimbra Weis ........................................... 84 
O alongamento estático interfere no desempenho da força isométrica e ativação muscular durante 
o exercício de cadeira extensora? Felipe Heylan Nogueira de Souza, Rodrigo Ramalho Aniceto, 
Ana Cristina Nóbrega Marinho Torres, José Onaldo Ribeiro de Macêdo, 
Maria do Socorro Cirilo de Sousa, Elvis Costa Crispiniano ........................................................................................................... 90
Comportamento da glicemia, pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca em indivíduos 
com diabetes mellitus tipo 2 praticantes de fisioterapia aquática, Marília Gomes da Silva, 
Caliandra Letiere Coelho Dias, Clarice Zuquetto Viana Roso, Márcia Prado Kettermann, 
Muriel Gonçalves de Vargas, Alecsandra Pinheiro Vendrusculo ...................................................................................................... 96
Ativação do centro de força e da musculatura respiratória de idosas 
com e sem incontinência urinária de esforço, Sinara Porolnik, Melissa Medeiros Braz, 
Juliana Falcão Padilha, Enio Júnior Seidel .................................................................................................................................... 101
Fototerapia acelera cicatrização de queimaduras em ratos desnutridos, 
Katiuscia Pereira da Silva, Marcel Nani Leite, Samuel Straceri Lodovichi, 
Luciana Maria dos Reis, Saulo Nani Leite, Marco Andrey Cipriani Frade .................................................................................... 107
Comparação do reposicionamento da cabeça em jovens assintomáticos e com dor cervical, 
Felipe José Jandre dos Reis, Bruno Alexandre Mendes Cardoso, Débora Rodrigues Jatobá, 
Adriana de Macedo, Leandro Calazans Nogueira ......................................................................................................................... 113
Análise dos parâmetros eletromiográficos do músculo deltoide posterior nos exercícios 
crucifixo invertido e remada baixa no pulley da articulação glenoumeral, 
Frank Shiguemitsu Suzuki, Bruno Miguel dos Santos, Roberta Luksevicius Rica, 
Alexandre Lopes Evangelista, Aylton Figueira Junior, César Augusto Souza Casarin, 
Andrey Jorge Serra, Francisco Luciano Pontes Junior, Charles Ricardo Lopes, Danilo Sales Bocalini ........................................... 118
Características dos pacientes do sexo masculino com disfunção erétil do município 
de Santa Maria/RS, Larissa Fernandes, Letícia Fernandez Frigo .................................................................................................. 123
CADERNO PILATES ....................................................................................................................................................129
Modos somáticos de atenção de praticantes do Método Pilates, Daniela Meirelles Lagranha, 
Adriane Vieira, Christiane Garcia Macedo ................................................................................................................................... 131
Desenvolvimento e validação de um método de avaliação do nível de prática no método 
Pilates por meio de exercícios do próprio método, Giselen Benedetti, Cláudia Tarragô Candotti, 
Kaanda Nabilla Souza Gontijo, Gabriela Manosso Bampi, Jefferson Fagundes Loss ..................................................................... 137
Comparação da cinemática e atividade muscular e de joelho e tornozelo entre três exercícios 
de footwork do Método Pilates, Isabel C.N. Sacco, Ivye L.R. Pereira, Bergson W.C. Queiroz, Daniella R. Gomes .................... 145
Efeito de um programa de exercícios baseado no método Pilates sobre a postura 
de crianças: um estudo piloto, Vanessa Salgado Silva, Joana Cardoso Mascarenhas, 
Aline Mendonça de Sá, Cloud Kennedy Couto de Sá .................................................................................................................. 152
OPINIÃO
As que se autorizam a ser as pessoas que não querem ser, Marco Guimarães............................................................................ 158
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ......................................................................................................................................159
EVENTOS ........................................................................................................................................................................160
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Fisioterapia Brasil
Editor
Mario Antônio Baraúna (Universidade Federal de Uberlândia – MG)
Conselho científico
Abrahão Fontes Baptista (Universidade Federal da Bahia – BA)
Anamaria Siriani de Oliveira (USP – Ribeirão Preto)
Dirceu Costa (Uninove – São Paulo)
Elaine Guirro (Unimep – São Paulo)
Espiridião Elias Aquim (Universidade Tuiuti – Paraná)
Fátima Aparecida Caromano (USP – São Paulo)
Guillermo Scaglione (Universidade de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Hugo Izarn (Universidade Nacional Gral de San Martin – Argentina)
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Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCAR – São Paulo) 
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RobertoSotto (Universidade de Buenos Aires – UBA – Argentina)
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Grupo de assessores
Antonio Coppi Navarro (Gama Filho – São Paulo)
Antonio Neme Khoury (HGI – Rio de Janeiro)
Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro)
João Santos Pereira (UERJ – Rio de Janeiro)
José Roberto Prado Junior (Rio de Janeiro)
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Jorge Tamaki (PUC – Paraná)
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Luci Fabiane Scheffer Moraes (Univ. do Sul de Santa Catarina)
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cristiana@atlanticaeditora.com.br
83Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Editorial
E aí vamos publicar?
Prof. Dr. Mario Antonio Baraúna
Recordo-me quando vi pela primeira vez o entusiasmo 
de uma colega, ao anunciar o aceite de seu trabalho por uma 
revista científica. Confesso não ter entendido por que tama-
nha alegria e tampouco o “porquê” de valorizar o feito. Isso 
revelava o sinal dos tempos; naquele tempo a formação de 
profissionais estava voltada apenas para o “exercer” da profis-
são, se bem que até hoje muitas escolas ainda assim procedam. 
Muito embora as coisas tenham mudado e evoluído, pouco 
valor se dá à produção científica e inúmeros são os alunos 
que não sabem o real valor de uma publicação.  Participar de 
grupos de pesquisa para quê? Essa lacuna também persiste 
na formação de alunos. Por vezes esse é o reflexo de inúme-
ros membros de um corpo docente, que para ser professor 
acredita-se bastar ser um profissional experiente. O grande 
número de escolas que abriram também contribuiu para a 
adesão deste professor, o que é proporcionalmente inverso 
ao número de mestrados.
Assim criou-se um círculo vicioso. O aluno então fica 
alheio a este pequeno e seleto grupo de pesquisadores; mas 
eis que chega o último ano do curso. Fala-se então em TCC, 
temcece! Não trabalho de conclusão de curso ou me engana 
que eu gosto; muitos professores nem sequer sabem fazê-lo, 
mas é “ejijencia” ETA! Esse seria um bom momento para 
realizar-se um trabalho que teria grandes chances de publica-
ção. Mas é para valer? Será que haverá tempo? Os professores 
estão preparados para serem orientadores? Eles percebem por 
este trabalho?  O tempo está passando e o aluno diz: “Eu nem 
defini o tema”; outro: “Não consigo dormir”; ainda outro: “Será 
que teremos mesmo que realizá-lo?”
A metodologia científica então faz falta, porém inúmeros 
são os currículos que só a proporciona aos alunos nos primei-
ros semestres e por vezes os professores não estão adequados 
aos conteúdos que poderiam de forma prática realizar um 
trabalho científico. Falar então em estatística é caso de polícia.
Mas eis que surge um santo milagreiro. Faremos um estudo 
de caso ou uma revisão bibliográfica. O aluno volta a dormir e 
os colaboradores da seleção de um trabalho científico não, por 
que publicar se as revistas não aceitam os trabalhos? desculpa 
esfarrapada, pois quando o caso apresentado é raro merece 
ser publicado, quando a revisão é boa, artigos recentes e de 
várias origens, por que não?
E aí não há publicação, mas cumpriram-se as normas, 
o aluno foi aprovado. Soubesse eu o valor desta publicação, 
não teria ficado pasmado com o feito da minha colega, e 
com um currículo competitivo, eu, com certeza, teria muito 
mais facilidade para conseguir um melhor emprego dentre 
os demais colegas. E aí vamos publicar?
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 284
Os efeitos da radiação ultravioleta nas lesões 
cutâneas de mulheres portadoras de psoríase
The effects of ultraviolet radiation on cutaneous injuries 
in women with psoriasis
Hedioneia Maria Foletto Pivetta, D.Sc.*, Caroline Prochnow, Ft.**, Patrícia Hilbig Lucas, Ft.**, 
Luciana Cezimbra Weis, M.Sc.***
*Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, **Centro Universitário Franciscano – UNI-
FRA, ***Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA
Resumo
Introdução: A psoríase é uma doença inflamatória crônica da 
pele que causa manchas bem definidas, às vezes levemente salientes, 
rosadas ou avermelhadas, cobertas de escamas apresentando-se em 
distintos graus. A radiação ultravioleta (RUV) consiste em recurso 
terapêutico possível para o tratamento da psoríase. Objetivo: Verificar 
os efeitos da RUV sobre as lesões cutâneas da psoríase, na qualidade 
de vida e no stress. Métodos: Pesquisa de caráter quasi experimental 
com pré e pós-teste, sem grupo controle, em que participaram qua-
tro mulheres com idade entre 20 e 51 anos portadoras de psoríase 
do tipo vulgar. Utilizou-se como instrumentos de pesquisa uma 
ficha de avaliação para portadores de psoríase, o questionário de 
qualidade de vida (QV) e o questionário de nível de stress (QE). As 
participantes foram submetidas a 15 sessões de radiação ultravioleta 
B (RUVB) de banda estreita. A análise quantitativa dos dados foi 
realizada através dos testes estatísticos de Kolmogoroff-Smirnov e 
t de Student. O nível de significância usado foi de p = 0,05. Re-
sultados: Os escores da QV variaram de 5 a 10 (7,58 ± 1,981) no 
pré-teste e 8,2 a 9,3 (8,75 ± 0,6351) no pós-teste. Os escores do 
QE variaram de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no pré-teste, sendo que no 
pós-teste essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 ± 0,5188). Conclusão: A 
RUV mostrou-se eficaz no tratamento das lesões psoriáticas, porém 
não se obteve resultados significativos. Para melhor comprovação, 
acredita-se que seria necessária a continuidade no tratamento e um 
maior número de amostra.
Palavras-chave: Fisioterapia, psoríase, qualidade de vida, 
radiação ultravioleta.
Artigo original
Abstract
Introduction: Psoriasis is a chronic inflammatory skin disease 
which causes well-defined pink or reddish, slightly elevated patches 
covered with silvery scales presenting different severity levels. The 
UV radiation consists in a therapeutic measure in the treatment 
of psoriasis. Objective: To verify the effects of the UV radiation on 
skin lesions of psoriasis, on quality of live and, ultimately, on stress. 
Methods: After the 15th application of the proposed treatment, a 
questionnaire was applied. During this quasi-experimental resear-
ch, with pre and post-test, with no control group, we performed 
a quantitative analysis of data obtained through statistical tests of 
Kolmogorov-Smirnov and Student t test. The significance level used 
was p = 0.05.  Participants included four women, 20 to 51 years 
old, with psoriasis vulgaris. The research instruments consisted in an 
evaluation record for each patient, a quality of life questionnaire and 
a stress level questionnaire. Results: The statistical analysis identified 
that the results were different regarding the questionnaires on quality 
of life and stress levels. The QV scores varied from 5 to 10 (7.58 
± 1.981) on the pre-test and from 8.2 to 9.3 (8.75 ± 0.6351) on 
the post-test. The QEscores varied from 6 to 2 (1.600 ± 0.6683) 
on the pre-test and from 5 to 1.6 (1.225 ± 0.5188) on the post-
-test. Conclusion: The UV radiation was effective in the treatment 
of psoriatic lesions; however no significant results were obtained. 
Further investigation, continued treatment and more pacientes 
would be necessary.
Key-words: Physical therapy, psoriasis, quality of life, ultraviolet 
rays.
Recebido em 15 de dezembro de 2012; aceito em 20 de outubro de 2014. 
Endereço de correspondência: Hedioneia Maria Foletto Pivetta, Rua Recanto Verde, 5, lot. Santos Dumont, Camobi, 97604-105 Santa Maria RS, 
E-mail: hedioneia@yahoo. com.br
85Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Introdução
Atualmente observa-se uma ampla variedade de proble-
mas relacionados à pele. As afecções cutâneas mostram-se de 
formas diferentes e atingem várias partes do corpo. Dentre 
essas afecções a psoríase se destaca como uma patologia com 
incidência crescente e que está intimamente implicada com 
a qualidade de vida das pessoas. 
A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que 
causa manchas bem definidas, às vezes levemente salientes, ro-
sadas ou avermelhadas, cobertas de escamas apresentando-se em 
distintos graus. Essas manchas proporcionam desconforto físico 
e psicossocial e atinge cerca de 1% a 3% da população [1]. É de 
etiologia desconhecida, tendo períodos de exacerbação que agra-
vam no clima seco de inverno e distribuem-se quasi sempre de 
forma simétrica [2]. Estudos indicam que há forte predisposição 
genética na psoríase, sendo que a herança é poligênica com risco 
de cerca de 10 vezes maior para familiares de primeiro grau [1].
Os períodos de exacerbação da psoríase podem estar 
relacionados aos fatores psíquicos do cotidiano da pessoa 
e está fortemente ligado aos aspectos emocionais. As lesões 
provocadas pela psoríase podem causar limitações e dificul-
dades no convívio social, pudor, sentimento de discriminação 
e baixa autoestima, o que vem a repercutir sobre a qualidade 
de vida dos portadores [2]. A psoríase leva ao aumento da 
morbidade, influenciando negativamente a qualidade de vida 
e ocasionando significativo impacto socioeconômico para o 
sistema de saúde [3].
O tratamento da psoríase pode se medicamentoso e ou 
tópico, este por sua vez é representado pela fototerapia que 
tem sido de grande auxílio para tratamento de algumas afec-
ções de pele. Os efeitos da fototerapia estão baseados nas 
ações da radiação ultravioleta (UV) de imunossupressão 
local, redução da hiperproliferação epidérmica e apoptose de 
linfócitos T [1,4]. A RUVB interfere na produção de proteí-
nas e ácidos nucléicos, que leva à redução da proliferação de 
queratinócitos. O intuito é suprimir a doença por seu efeito 
antiinflamatório e imunossupressor uma vez que ocorre a 
redução do número de células de Langerhans, com prejuízo à 
habilidade de apresentação de antígenos, enquanto há redução 
de secreção de citoquinas nos macrófagos [1,5,6].
Assim, com o propósito de minimizar as lesões e as conse-
quências físicas e psicossociais provocadas pela psoríase, este 
estudo teve por objetivo verificar os efeitos da RUV sobre a 
pele, qualidade de vida e stress de mulheres portadoras de 
psoríase, colocando-se como questão norteadora da pesquisa: 
Qual a eficácia da RUV nas afecções cutâneas provocadas pela 
psoríase? Existe influência da RUV na qualidade de vida e 
nível de stress dessas pessoas?
Material e métodos
Esta pesquisa teve caráter do tipo quasi experimental 
com pré e pós-teste sem grupo controle. Pertence ao Grupo 
de Pesquisa Promoção da Saúde e Tecnologias Aplicadas a 
Fisioterapia, Linha “Tecnologias aplicadas à saúde”.
O estudo foi realizado na clínica escola de Fisioterapia da 
Instituição responsável. Os sujeitos de pesquisa constituíram-
-se de quatro mulheres procedentes do grupo de autoajuda ao 
portador de psoríase do Município e também voluntárias que 
aderiram à pesquisa a partir da divulgação da mesma através 
da imprensa escrita local. 
 Como critério de inclusão estipulou-se: mulheres com 
idade entre 20 e 55 anos, portadoras de psoríase do tipo 
vulgar, que aceitaram participar da pesquisa. Foi escolhido 
grupo do sexo feminino devido à aparência estética, por ser 
um fator de maior relevância para a mulher, assim como as 
alterações hormonais que podem influenciar os níveis de 
estresse [2]. 
As participantes selecionadas assinaram o Termo de Con-
sentimento Livre e Esclarecido (TCLE) concordando com 
sua participação. O projeto de pesquisa foi submetido ao 
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do 
Centro Universitário Franciscano - UNIFRA, previamente ao 
início da coleta de dados, conforme a resolução do Conselho 
Nacional de Saúde nº 196/96, e aprovado conforme registro 
215.2010.2. 
Como instrumento de pesquisa foi utilizado uma ficha de 
avaliação para portadores de psoríase, elaborado pelas autoras, 
e o diário de campo para anotações consideradas relevantes 
durante o desenvolvimento da pesquisa. A ficha continha 
dados de identificação da paciente e informações quanto à 
psoríase, tais como, localização, fase em que se encontra, se 
possuía antecedentes familiares, forma das lesões, tempo que 
foi diagnosticado e se era tabagista. 
Após a seleção das pacientes, aplicaram-se os questionários 
de qualidade de vida e nível de stress [3], também instru-
mentos de pesquisa. O questionário de qualidade de vida 
em dermatologia foi adaptado de Andrew y Finlay, validado 
para língua portuguesa por Martins, Arruda e Mugnaini [4].
Os questionários foram aplicados no início e ao final das 
15 aplicações de ultravioleta nas regiões que a participante 
elencasse como aquela que mais lhe causava incômodo ou 
constrangimento, sendo estas: cotovelo e joelho. O instru-
mento de qualidade de vida consistiu em questões fechadas, 
relacionadas às atividades de vida diária, atividades sociais, de 
lazer e de trabalho. O questionário relacionado ao stress foi 
composto por afirmações, às quais foram atribuídos valores 
de 0 a 3. Quanto maior o escore obtido, maior predisposição 
do paciente para desfiguração, prurido e mais surtos, ou seja, 
stress.
Inicialmente obteve-se contato com as participantes 
esclarecendo os objetivos da pesquisa, as condutas a serem 
realizadas e o preenchimento dos questionários juntamente 
com o TCLE. Para a coleta dos dados as participantes foram 
orientadas a não usar nenhum creme na pele, hidratante, 
pomadas e não se expor ao sol para não alterar os resultados 
da pesquisa. Foi utilizado Ultravioleta pedestal e lâmpada 
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 286
Philips, sendo está uma indicação para o tratamento de 
psoríase, utilizando-se um saiote para centralizar o foco 
da radiação UV sobre a área dermatológica de tratamento. 
Elencou-se a radiação ultravioleta B (RUVB) de pequena 
faixa, entre 311 e 313 nm, denominada UVB de banda 
estreita (narrow band). 
No segundo momento realizou-se o Teste de Saidman ou 
teste de eritema mínimo (DEM) para determinar a sensibilida-
de de cada paciente frente às radiações de UV e determinar o 
tempo de aplicação inicial de cada uma. As pacientes iniciaram 
com o tempo de 7 minutos, quando se percebeu alteração na 
coloração da pele, exceto a paciente C que obteve coloração 
rosada aos 5 minutos iniciando com esse tempo; conforme 
a observação do eritema mínimo, relatos das pacientes e a 
adaptação da pele, aumentaram-se a cada sessão dois minutos 
o tempo das aplicações chegando aos 15 minutos, no máximo. 
Foram realizadas 15 aplicações no total, em dias alternados 
três vezes por semana, e todas alcançaram o tempo máximo 
de 15 minutos. 
A proposta inicial da pesquisa contemplou o uso da 
fotodocumentação padronizada como método de avaliação. 
Entretanto, por problemas técnicos ocorridosno momento 
de coleta no pré-teste optou-se por descartar os dados. Assim, 
para a análise da pele com psoríase durante o tratamento 
optou-se por utilizar as informações contidas no diário de 
campo usado pelas pesquisadoras no decorrer da pesquisa.
A análise dos dados foi realizada mediante a aplicação 
do teste t de Student, pois os dados seguiram a normal após 
a aplicação do teste de Kolmogoroff-Smirnov. As diferenças 
entre as médias antes e as médias depois foram estudadas pelo 
teste t de Student considerando amostras pareadas e a hipótese 
alternativa unilateral. O nível de significância utilizado foi de 
p = 0,05. Também se realizou a análise descritiva simples para 
os dados compilados no diário de campo das pesquisadoras. 
Resultados
Constituíram-se participantes da pesquisa quatro mulheres 
portadoras de psoríase vulgar, com idade entre 24 e 51 anos 
com média de 37,5 anos. Destas, 03 possuíam antecedência 
de lesões psoriáticas na família de primeiro ou segundo grau 
de parentesco e 01 não apresentava história familiar dessa 
natureza. A caracterização das participantes da pesquisa pode 
ser observada no quadro.
Quadro I - Caracterização geral das participantes. 
Características
 Paciente
Local psoríase
Fase da 
doença
Forma da 
lesão
Tempo da 
lesão
Tempo diag-
nóstico
Tabagismo
A Todo corpo Crônica Placas 14 anos 10 anos Sim
B Todo corpo Crônica Escamas 20 anos 20 anos Sim
C Cotovelo, joelhos e mãos Crônica Placas 25 anos 25 anos Não
D
Tornozelo cotovelos e 
coxas
Crônica
Placas com 
escamas
+ 40 anos + 40 anos Sim
Percebe-se que as mulheres A, B, possuíam distribuição 
das lesões em todo o corpo (membros superiores e inferiores 
e tronco), entretanto para a aplicação da RUV, neste estudo, 
elencou-se a região dos joelhos para paciente A e a região dos 
cotovelos para paciente B. A paciente C (com lesões nos coto-
velos, joelhos e mãos) elegeu a região dos cotovelos e a paciente 
D (com lesões em tornozelos, cotovelos e coxas) aplicou-se 
na região dos cotovelos. Como a distribuição das lesões era 
extensa, para fins de pesquisa elencou-se uma única região, 
sendo essa escolhida por motivação pessoal de cada paciente.
Quanto ao exame físico realizou-se teste de sensibilidade 
utilizando estesiômetro para sensibilidade superficial e pro-
funda e gelo para sensibilidade térmica, sendo que nenhuma 
participante apresentou alterações.
A análise estatística realizada possibilitou identificar que 
os resultados foram distintos quanto aos questionários de 
qualidade de vida (QV) e nível de stress (QE). O quadro 2 
apresenta esses resultados. 
Quadro 2 - Média e desvio padrão dos questionários de qualidade 
de vida e stress pré e pós-tratamento.
N Minimum Maximum Média DP
MQVA 4 5 10 7,58 1,981
MQVD 4 8,2 9,3 8,750 ,6351
MQEA 4 ,6 2,0 1,600 ,6683
MQED 4 ,5 1,6 1,225 ,5188
Valid (listwise) 4
MQVA: média qualidade de vida antes; MQVD: média qualidade de 
vida depois; MQEA: média questionário stress antes; MQED: média 
questionário stress depois.
Os escores da qualidade de vida variaram de 5 a 10 (7,58 ± 
1,981) no pré-teste. No pós-teste variaram de 8,2 a 9,3 (8,75 
± 0,6351). Observa-se que no pós-teste os escores foram mais 
altos e com maior homogeneidade, verificado pelo menor 
desvio padrão. Porém, embora tenha ocorrido aumento dos 
escores, ou seja, melhora na qualidade de vida, este não foi 
estatisticamente significativo (observável no quadro 3).
Os escores do QE variaram de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no 
pré-teste, e no pós-teste essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 
± 0,5188). Esses escores denotam que no pós-teste houve 
melhora do stress, porém estatisticamente não demonstrou 
significância.
87Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Quadro 3 - Diferença entre as médias pré e pós-tratamento de-
monstrada pelo teste t de Student.
Média N DP
Std. Error 
Mean
Pair 1 MQVA 7,58 4 1,981 ,990
MQVD 8,750 4 ,6351 ,3175
Pair 2 MQEA 1,600 4 ,6683 ,3342
MQED 1,225 4 ,5188 ,2594
MQVA: média qualidade de vida antes; MQVD: média qualidade de 
vida depois; MQEA: média questionário stress antes; MQED: média 
questionário stress depois.
O quadro 3 demonstra o resultado do teste t que evi-
denciou diferença significativa entre a média pré e pós para 
a variável MQE (p = 0,044), mas não mostrou diferença 
significativa para as médias da variável MQV. 
Utilizou-se também a análise subjetiva das lesões pso-
riáticas a partir dos apontamentos dos diários de campo 
das pesquisadoras. Neste observou-se melhora nos aspectos 
cutâneos das lesões psoriáticas. Estes dados são apresentados 
de acordo com manifestações de cada participante e estão 
disposta no quadro 4.
No decorrer das aplicações, notou-se nítida melhora das 
lesões das pacientes A, B e D, enquanto a paciente C não obte-
ve grandes alterações. Foi relatado pelas participantes melhora 
da autoestima, o que pressupõe diminuição do nível de stress.
Pode-se dizer que pelos relatos das participantes e pela 
diminuição da extensão das lesões, diminuição do prurido e 
escamação a RUV teve efeito positivo na amostra estudada. 
Acredita-se que esses fatores determinaram a melhora no stress 
e na qualidade de vida dessas mulheres apesar da cronicidade 
das lesões.
Discussão 
O tratamento da psoríase abrange desde tratamento 
tópico, fototerapia, agentes imunomoduladores e imunossu-
pressores [9]. A escolha da modalidade de fototerapia deve 
basear-se em outros fatores além da eficácia, incluindo segu-
rança, resposta prévia ao tratamento, gravidade da psoríase e 
adesão ao tratamento [10]. A fototerapia pode ser classificada 
de acordo com o tipo de irradiação utilizada, sendo UVA ou 
UVB. Consiste em opção terapêutica de modo isolado ou 
associado a outros medicamentos tópicos e/ou sistêmicos, 
com o objetivo de se obter controle rápido das dermatoses [1].
 As lesões psoriáticas, neste estudo, apresentaram-se distri-
buídas nos cotovelos, joelhos, pés, mãos, região sacral e couro 
cabeludo. Em outros casos, as lesões podem se espalhar por 
todo o corpo [2], como é relatado por estudiosos ao referirem 
que as lesões podem aparecer em todo o corpo, porém sendo 
mais raro [1]. A generalização por toda a pele denomina-se 
forma entrodérmica. Formas de difícil controle são represen-
tadas pelas psoríases artropática e eritrodérmica [6] as quais 
não se constituíram foco dessa pesquisa. 
O tipo mais comum de psoríase é a denominada vulgar, 
caracterizada por pápulas e placas róseas e vermelhas que 
são de tamanhos variáveis, nitidamente demarcadas, secas e 
usualmente cobertas com camadas de finas escamas prateadas 
[7,11], o que vem ao encontro dos achados deste estudo, uma 
vez que a psoríase vulgar apresentou-se na forma de placas e 
escamas, encontradas nas regiões dos cotovelos, joelhos, couro 
cabeludo, região lombo-sacra. 
É uma doença de etiologia desconhecida, seu curso varia 
individualmente, porém, em geral, tende a assumir caráter 
crônico [6,12]. Acomete homens e mulheres, em qualquer 
idade, com picos de incidência na segunda e quinta décadas de 
vida, associados a diferentes antígenos de histocompatibilida-
de. Pesquisadores afirmam que a psoríase possui etiologia 
genética, mas também envolve aspectos ambientais, 
geográficos e étnicos [1]. 
Muitos pacientes podem apresentar diversas formas de 
recidiva e piora do quadro. Existem fatores agravantes para 
manifestação da psoríase como irritação da pele causada por 
pressão, traumatismos e queimaduras por exposição ao sol, 
abuso crônico de álcool, stress físico, alguns medicamen-
tos, infecções crônicas ou obesidade [13]. Outros autores 
[1,14,15] também evidenciam que o estresse emocional, 
medicamentos, clima e ainda o tabagismo, no qual existe um 
maior risco para lesões psoriáticas em placa crônica, também 
podemdesencadear ou agravar a doença.
Neste estudo, os escores do questionário de stress variaram 
de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no pré-teste, sendo que no pós-teste 
Quadro 4 - Dados do diário de campo-avaliação subjetiva das lesões no pré e pós-fototerapia.
Características
 
 Paciente
Escama-
ção
Vermelhidão Prurido/
ardor
Ressecamento Avaliação
da paciente pós fototerapia
A Sim Leve Intenso Sim Ausência de ardor/ prurido. Redução na 
extensão da lesão e escamação.
B Não Intensa Intenso Não Melhora no aspecto visual e redução das 
lesões.
C Não Moderada Moderada Sim Pouca mudança nas lesões. Alívio do 
ardor.
D Sim Leve Ausente Sim Redução da extensão das lesões.
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 288
essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 ± 0,5188), não conferindo 
resultado estatisticamente significativo. A psoríase tem uma 
relação muito íntima com a área emocional, no seu fator de-
sencadeador ou potencializador, tanto o stress físico ou emo-
cional tem repercussões em inúmeras dermatoses [16]. Stress é 
um estado que ocorre quando a pessoa se depara com eventos 
que colocam em perigo seu bem-estar físico ou psicológico e 
quando tentam superá-los excessivamente podem esgotar os 
recursos do corpo e torná-lo mais vulnerável à doença [17]. 
Torrezan [18] concorda que o stress excessivo promove des-
gaste do organismo e aumenta a suscetibilidade às doenças, 
tendo relação com seu aparecimento ou agravamento.
Como já mencionado anteriormente, a psoríase é uma 
doença de distribuição global que acomete ambos os sexos e 
ampla faixa etária. Optou-se estudar a faixa etária de jovens 
e adultos que se encontram em períodos de maior estresse 
físico e emocional. Essa tese se confirma conforme achados 
[18-20] de que nessa faixa etária o desconforto e uma série de 
alterações levam a um grande estresse e uma baixa qualidade 
de vida. Nessa pesquisa a qualidade de vida apresentou escores 
de 5 a 10 (7,58 ± 1,981) no pré-teste, e após as sessões de fo-
toterapia os resultados variaram de 8,2 a 9,3 (8,75 ± 0,6351).
Em um estudo clínico que teve por objetivo avaliar as 
dimensões de experiências estigmatizadoras do paciente com 
psoríase, foram identificados problemas relativos à autoestima, 
isolamento social, rejeição, diferenças quanto à idade, tempo 
de doença e gênero. Problemas associados à aparência física e 
socialização também foram relatados em estudo de pacientes 
com psoríase, e o impacto da doença apresentou-se mais 
intenso na faixa etária de 18 a 45 anos [19]. O que se sabe é 
que não existe cura para psoríase. A estratégia do tratamento 
é minimizar a severidade da lesão melhorando a qualidade 
de vida do paciente [1,3,11].
Existem tratamentos que utilizam agentes terapêuticos 
tópicos ou sistêmicos, biológicos e fototerapia que não visam 
cura, apenas mantém a doença em remissão melhorando o 
bem-estar do paciente. A fototerapia, utilizada neste estudo, 
é uma modalidade terapêutica empregada para tratamento de 
várias dermatoses, inclusive a psoríase. A radiação UVB é um 
tratamento eficaz para a psoríase, pois penetra na pele e retarda 
o rápido crescimento das células. A luz UV tem propriedades 
anti-inflamatórias, antiproliferativa e imunossupressora. A 
radiação UVB que alcança somente a epiderme, assim como 
o UVA, tem se mostrado mais efetiva nas lesões psoriáticas. 
Estudo realizado que investigou a indicação de dois tipos 
de fototerapia no tratamento da psoríase refratária à terapia 
tópica (UVB banda estreita e UVA) identificou que as pres-
crições de UVB banda estreita excederam as de UVA devido 
ao menor número de contraindicações, menor possibilidade 
de efeitos colaterais [12].
O efeito da radiação ultravioleta pode ser explicado pela 
absorção dos raios por cromóforos endógenos, e as reações 
fotoquímicas resultantes alteram a biologia cutânea, levando 
ao efeito terapêutico biológico desejado [20,1]. A radiação 
UVB interfere no DNA nuclear, levando a formação de 
fotoprodutos, principalmente dímeros de pirimidina, que 
interferem na progressão do ciclo celular, diminuindo ou 
bloqueando sua multiplicação. Tem ação direta sobre os que-
ratinócitos, alterando-os na sua estrutura e função por meio 
de fenômenos imunológicos e maior produção de citocinas 
imunossupressoras [20-22].
Estudo realizado com pacientes com psoríase tratados 
com fototerapia mostrou redução de 80% da severidade de 
área da lesão com redução das lesões na ordem de 70% [23]. 
Desse modo, como não tem cura, o tratamento visa dimi-
nuir as lesões e prolongar o tempo das recidivas, melhorando 
a qualidade de vida do paciente e, consequentemente, seu 
convívio social, diminuindo também seu stress [2].
Conclusão
No presente estudo comprovou-se que houve diminuição 
nas lesões psoriáticas, melhorando a autoestima, o que pro-
porcionou resultados significativos sobre os níveis de stress. O 
efeito da radiação ultravioleta mostrou-se eficaz no tratamento 
das lesões, porém não apresentou resultados significativos na 
melhora da qualidade de vida. Para melhor comprovação do 
resultado sugere-se maior tempo de aplicação da fototerapia 
tendo em vista a cronicidade das lesões. 
Entretanto, considera-se que as melhoras obtidas carecem 
de maior tempo de acompanhamento, bem como exigem 
outros estudos com amostras maiores envolvendo ambos os 
gêneros. Sugerem-se, ainda, estudos que possam averiguar 
os efeitos de outros recursos terapêuticos que atuem sobre as 
lesões, mas também sobre os níveis de stress desses pacientes, 
diretamente implicado com a dermatose estudada.
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Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 290
O alongamento estático interfere no desempenho 
da força isométrica e ativação muscular durante 
o exercício de cadeira extensora?
Static stretching interferes in performance of the isometric force 
and muscle activation during knee extension exercise?
Felipe Heylan Nogueira de Souza, Ft., Esp.*, Rodrigo Ramalho Aniceto, M.Sc.**, Ana Cristina Nóbrega Marinho Torres, Ft., 
D.Sc.***, José Onaldo Ribeiro de Macêdo, M.Sc.****, Maria do Socorro Cirilo de Sousa, D.Sc.*****, 
Elvis Costa Crispiniano, Ft., M.Sc.****
 *Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP) e Professor da Faculda-
de Maurício de Nassau (UNINASSAU), **Doutorando em Educação Física pelo Programa Associado de Pós-Graduação em Educa-
ção Física UPE/UFPB (PAPGEF UPE/UFPB) e Professor das FIP, ***Professora da UNINASSAU, ****Professor das FIP, *****As-
sociada da UFPB e do PAPGEF UPE/UFPB
Resumo
O estudo teve como objetivo analisar os efeitos agudos do 
alongamento estático no desempenho da força isométrica e ativação 
muscular no exercício de cadeira extensora. A amostra foi composta 
por 29 homens jovens, aparentemente saudáveis com idade 21,89 
± 3,35 anos. Os sujeitos foram submetidos a um protocolo de 
alongamento estático passivo durante 30 segundos e relaxado por 
30 segundos (3 vezes), a intensidade foi controlada pela Escala de 
Esforço Percebido na Flexibilidade. A atividade eletromiográfica do 
vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto femoral (RF), e o teste 
de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) foram coletados 
durante o exercício de cadeira extensora em quatro momentos: antes 
do alongamento, imediatamente após, e 15 minutos e 30 minutos de 
recuperação. Utilizou-se o teste t de Student pareado para comparar 
os valores de pré e pós-testes. Os resultados demonstraram que 
não houve diferença na CIVM após o alongamento (p > 0,05), no 
entanto, a ativação muscular do RF foi maior em 15 minutos e 30 
minutos de recuperação (p < 0,05). Conclui-se que o alongamento 
estático com 30 segundos de duração, não afeta o desempenho da 
força muscular isométrica, apesar de aumentar a ativação muscular 
do RF após 15 minutos e 30 minutos.
Palavras-chave: eletromiografia, força muscular, exercícios de 
alongamento muscular.
Artigo original
Abstract
The main purpose of this study was to analyze the acute effects 
of the static stretching on the performance of isometric force and 
muscle activation in knee extension exercise. The sample was com-
posed by 29 young men, apparently healthy, 21.89 ± 3.35 years old. 
The subjects were submitted to a static stretching protocol during 
30 seconds and relaxed during 30 seconds (3 times), the intensity 
was monitored by the Scale of Perceived Exertion in the Flexibility. 
The electromyography activity of the vastus medialis (VM), vastus 
lateralis (VL) and rectus femoris (RF), and the maximal voluntary 
isometric contraction test (MVIC) were collected during knee ex-
tension exercise at four moments: before stretching, immediately 
after, and after 15 minutes and 30 minutes of recovery. Analysis 
from the paired samples t-test was performed to compare the pre 
and pos-tests values. The results demonstrated no difference on the 
MVIC after stretching (p > 0.05); however, the muscle activation 
of the RF was bigger 15 minutes and 30 minutes of recovery (p 
< 0.05). It is concluded that the static stretching with 30 seconds 
duration, does not affect performance of isometric muscle strength, 
despite increase muscle activation of the RF after 15 minutes and 
30 minutes.
Key-words: electromyography, muscular strength, muscular 
stretching exercises.
Recebido em 12 de janeiro de 2013; aceito em 19 de novembro de 2014. 
Endereço para correspondência: Felipe Heylan Nogueira de Souza, Rua Getúlio Vargas, 85, Centro, 58735-000 Teixeira PB, E-mail: f_heylan@
hotmail.com 
91Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Introdução
Os exercícios de alongamento muscular têm sido alvo 
de numerosos estudos que objetivaram investigar os efeitos 
do alongamento na ativação muscular [1,2], as propriedades 
elásticas-passivas [3], a capacidade funcional do músculo [3] 
e de contração muscular [4], a força muscular isométrica [5] 
e dinâmica [2,6,7], a potência [8], o trabalho muscular [9], 
o torque [8,10,11], a amplitude de movimento [8,9,12], 
a flexibilidade [4,13, 14], o equilíbrio, a propriocepção, o 
tempo de movimento [15], o tempo de reação [15,16], o 
desempenho da marcha [12] e do salto vertical [17], a rea-
bilitação osteomuscular [4] e a prevenção de lesões [18,19].
De acordo com os tipos de alongamentos temos: estático, 
balístico, dinâmico e por facilitação neuromuscular proprio-
ceptiva (FNP) [20]. O alongamento estático tem sido uma 
técnica bastante utilizada para análise do desempenho da força 
e aplicabilidade a situações práticas. Porém, não há um con-
senso estabelecendo em relação ao alongamento e a geração 
de força muscular, já que as evidências atuais mostram que 
a utilização de exercícios de alongamento antes do exercício 
com pesos, pode ser inadequada [10,21], apontando que a 
técnica estática pode induzir a perda aguda da força muscular 
[1,17,22]. Em contrapartida, outras investigações não veri-
ficaram redução significativa na força após a realização dessa 
técnica [2,5,6,11,16, 23-27]. De acordo com o estudo de 
revisão sistemática de Kay e Blazevich [28], tais achados são 
dependentes da relação dose-reposta, dessa forma, a duração 
e a intensidade de alongamento são determinantes. 
Adicionalmente, a contradição entre os estudos deve-se 
aos vieses metodológicos e o protocolo de alongamento uti-
lizado, haja vista que a maioria dos estudos relata a duração 
de alongamento, mas não utiliza instrumentos para controle 
da intensidade, por exemplo, escalas de percepção subjetiva. 
Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo anali-
sar os efeitos agudos do alongamento estático no desempenho 
da força e ativação muscular no exercício de cadeira extensora. 
Nossa hipótese é que o alongamento estático não interfere no 
desempenho da força e ativação muscular.
Material e métodos
Caracterização da pesquisa e aspectos éticos
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa experimen-
tal, pois examina a relação de causa e efeito entre as variáveis 
independente e dependente. O presente estudo foi aprovado 
pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas 
de Patos (#041/2011). Informados sobre os objetivos da pes-
quisa e procedimentosempregados, bem como os possíveis 
riscos e benefícios do estudo, foi solicitada de forma voluntária 
a assinatura individual do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido.
Amostra
A amostra foi composta por 29 homens jovens, estudantes 
universitários, aparentemente saudáveis, fisicamente ativos, 
com idade (21,89 ± 3,35 anos), massa corporal (72,26 ± 7,91 
kg), estatura (174,86 ± 4,74 cm) e índice de massa corporal 
(IMC) (23,36 ± 1,87 kg/m2). Foram incluídos na pesquisa 
indivíduos entre 19 e 30 anos, não obesos (IMC entre 18,5 
e 24,5 kg/m²) e sem distúrbios ou doenças que alterassem 
o desempenho muscular. Foram excluídos indivíduos que 
apresentavam dor, bloqueio articular ou cirurgias prévias que 
contra indicasse a prática de exercício ou de alongamento.
Instrumentação
Para a coleta de dados utilizou-se o Eletromiográfo Miotool 
400 de quatro canais (Miotec Equipamentos Biomédicos Ltda, 
Porto Alegre, Brasil), com amplificador de ganho em 100x, faixa 
de rejeição a modo comum de 110db. A captação mioelétrica 
foi realizada por eletrodos descartáveis autoadesivos do tipo 
passivo da Maxicor® (Paraná, Brasil), compostos por espuma 
adesivada, rebite de prata (Ag/AgCl), gel condutor de celulose 
sólido e protegido por uma lâmina de PVC. Para avaliação da 
força muscular foi acoplada ao eletromiógrafo uma célula de 
carga do tipo BERMAN construída em alumínio com strain 
gauge, e capacidade nominal de 200 kgf de tração ou compres-
são, calibrada antes do experimento através de uma anilha com 
20 kg de carga, obtendo-se um sinal inicial de 0,00.
Para a realização dos esforços isométricos de extensão de 
joelho foi utilizada, uma cadeira extensora da Physicus® (São 
Paulo, Brasil) com dimensões: 103 x 43 x 171 cm. Os dados 
antropométricos foram coletados com o auxílio de uma balan-
ça analógica da marca Micheletti® com fita métrica integrada 
modelo 33 (São Paulo, Brasil).
Protocolo experimental
Os procedimentos de preparo e posicionamento dos ele-
trodos para avaliar a ativação muscular no exercício, seguiram 
as recomendações do SENIAM (Surface Electromyography 
for a Non-Invasive Assessment of Muscles), órgão responsável 
pela divulgação e padronização de estudos que utilizam a 
eletromiografia de superfície [29]. Após a preparação da pele 
com higienização abrasiva com álcool a 70%, e tricotomia do 
local de acoplamento dos eletrodos em sujeitos com excesso 
de pelos na região, os eletrodos foram colocados no ventre 
dos músculos: vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto 
femoral (RF) do membro inferior dominante.
Na fase inicial (pré-teste) os sujeitos foram posicionados 
na cadeira extensora, sendo orientados a realizar extensão do 
joelho dominante, partindo da posição inicial de 90º até a 
posição final estabelecida em 30º, realizando uma contração 
isométrica voluntária máxima (CIVM) durante cinco segun-
dos. Durante as contrações os sujeitos, foram verbalmente 
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 292
encorajados pelo avaliador a realizar força máxima sendo 
nesse momento coletado juntamente a atividade eletromio-
gráfica dos músculos. Após ter sido completada a fase inicial 
de execução do exercício, foi concedido um intervalo de 
recuperação de três minutos, logo após iniciou-se o protocolo 
de alongamento e em seguida, a fase final da sessão de testes 
(pós-teste) conforme protocolo supracitado em três momentos 
distintos: imediatamente após o protocolo de alongamento, 
e 15 minutos e 30 minutos de recuperação. Esse período de 
recuperação de 15 minutos entre as medidas foi decidido para 
que os músculos tivessem uma recuperação antes de uma nova 
repetição, evitando uma possível fadiga, e não mascarando 
desta forma os resultados da pesquisa.
Durante o alongamento muscular, os sujeitos foram po-
sicionados em decúbito lateral, o membro foi mantido em 
posição estacionária em seu maior comprimento possível por 
um período de 30 segundos e relaxado por 30 segundos [1]. 
Este procedimento se reproduziu por três vezes consecutivas 
[7]. De acordo com Pinheiro e Góes [13], a intensidade de 
tensão no alongamento deve ser aplicada até o sujeito referir 
um incômodo, desconforto, tensão sem dor, leve sensação de 
alongamento ou até o terapeuta sentir uma rigidez ou restrição 
ao movimento. Dessa forma, para avaliar a percepção subjetiva 
de esforço do alongamento, utilizou-se um método adimen-
sional através da Escala de Esforço Percebido na Flexibilidade 
(PERFLEX) conforme Figura 1, que possui cinco níveis de 
intensidade em forma de descritores verbais, variando de 0 
a 110, para que o avaliado possa traduzir em números seus 
pensamentos de esforço enquanto se exercita, demonstrando 
a sensação correspondente à amplitude de movimento reali-
zado: de 0 a 30 – normalidade; de 31 a 60 – forçamento; de 
61 a 80 – desconforto; de 81 a 90 – dor suportável; e de 91 a 
110 – dor forte [30]. Para este estudo utilizou a zona de 61 
a 80 pontos como controle da intensidade de alongamento.
Análise estatística
A normalidade dos dados foi confirmada pelo teste de 
Shapiro-Wilk. Para as variáveis da root mean square máxima 
(RMS), expressos em microvolts (μV), e da força muscular 
expressa em quilogramas força (kgf ), utilizou-se o teste t de 
Student pareado para comparar os valores de pré e pós-testes. 
Os dados são apresentados em média ± desvio padrão com 
nível de significância adotado de p < 0,05. As análises foram 
realizadas no SPSS 16.0.
Resultados
A Figura 2 demonstra o desempenho da força muscular 
durante CIVM antes e após o protocolo de alongamento. 
Podemos observar que não houve diferença significativa na 
força muscular imediatamente após o alongamento (39,54 ± 
13,86 kgf; p = 0,740), 15 minutos (40,58 ± 14,44 kgf; p = 
0,683) e 30 minutos (39,76 ± 13,67 kgf; p = 0,855) de recu-
peração, quando comparado aos valores antes do protocolo 
de alongamento (39,97 ± 15,33 kgf ).
Figura 2 – Desempenho da força muscular durante contração iso-
métrica voluntária máxima antes e após o protocolo de alongamento.
 
0
10
20
30
40
50
60
FSA FALI FAL15 FAL30
Fo
rç
a 
m
us
cu
la
r (
kg
f)
FSA = força muscular sem alongamento; FALI = força mus-
cular imediatamente após o protocolo de alongamento; FAL15 = 
força muscular após 15 minutos de recuperação; FAL30 = força 
muscular após 30 minutos de recuperação. 
Figura 1 - Escala de Esforço Percebido na Flexibilidade (PERFLEX).
Nível
Descrição da 
sensação
Efeito Especificação
0 – 30 Normalidade Mobilidade
Não ocorre qualquer tipo de alteração em relação aos componentes
mecânicos, componentes plásticos e componentes inextensíveis.
31 – 60 Forçamento Alongamento
Provoca deformação dos componentes plásticos e os componentes
elásticos são estirados ao nível submáximo.
61 – 80 Desconforto Flexionamento
Provoca adaptações duradouras nos componentes plásticos, elásticos 
e inextensíveis.
81 – 90 Dor suportável Possibilidade de lesão
As estruturas músculo-conjuntivas envolvidas são submetidas a um 
estiramento extremo, causando dor.
91 – 110 Dor forte Lesão
Ultrapassa o estiramento extremo das estruturas envolvidas incidindo, 
principalmente, sobre as estruturas esqueléticas.
Fonte: Dantas et al. [30].
93Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Em relação aos níveis de ativação muscular (RMS) dos 
músculos VM, VL e RF durante CIVM antes e após o pro-
tocolo de alongamento (Figura 3), encontrou-se diferença 
significativa apenas no RF em 15 minutos (659,64 ± 223,37 
μV; p = 0,020) e 30 minutos (638,56 ± 181,95 μV; p = 
0,041) de recuperação, quando comparado aos valores antes 
do alongamento (613,87 ± 185,62 μV).
Figura 3 - Níveis de ativação muscular (RMS) dos músculos 
vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto femoral (RF) durante 
contração isométrica voluntária máximaantes e após o protocolo 
de alongamento.
0
200
400
600
800
1000
1200
AL0 ALI AL15 AL30
RM
S 
(µ
V)
VM VL RF
*
*
ALO = ativação muscular sem alongamento; ALI = ativação muscular 
imediatamente após o protocolo de alongamento; AL15 = ativação 
muscular após 15 minutos de recuperação; AL30 = ativação muscular 
após 30 minutos de recuperação; *Significativamente diferente da ALO.
Discussão
O presente estudo teve como objetivo analisar o efeito 
agudo do alongamento estático no desempenho da força e 
ativação muscular no exercício de cadeira extensora. Nossa hi-
pótese foi comprovada parcialmente Os principais resultados 
demonstraram que o alongamento estático não interfere no 
desempenho da força muscular isométrica, e aumenta apenas 
a ativação muscular do RF após 15 minutos e 30 minutos 
de recuperação.
Corroborando nossos resultados, o estudo de Albuquerque 
et al. [6] observou que o desempenho da força muscular di-
nâmica na extensão do joelho (dinamômetro isocinético) não 
sofre alterações significativas após o protocolo de alongamento 
em mulheres. Nesse sentido, Silva et al. [5] encontraram 
achados semelhantes na força muscular isométrica, quando 
homens realizaram o teste de preensão manual após o alon-
gamento, entretanto, nesse estudo, observou-se em mulheres, 
redução da produção de força. 
No presente estudo, possivelmente não houve diferença 
na força muscular, devido ao teste de CIVM ser realizado 
antes e após o protocolo de alongamento na mesma sessão 
experimental, apesar de no estudo de Albuquerque et al. [6] 
o protocolo de alongamento e o pós-teste foram realizados 
48 horas após o pré-teste, mas mesmo assim diferenças sig-
nificativas não foram encontradas. De fato, a ausência de um 
grupo controle sem a realização de alongamento, limitou a 
explicação dos nossos achados.
Simic et al. [22], em um estudo de meta-análise, con-
cluíram que o alongamento estático realizado antes do 
exercício tem significativos efeitos agudos negativos sobre o 
desempenho da força muscular máxima e explosão muscular, 
entretanto, os efeitos agudos correspondentes a potência 
muscular ainda não estão claros. De acordo com os autores, 
a magnitude do efeito negativo induzido pelo alongamento 
estático foi mais pronunciada nos testes de força isométrica 
quando comparado aos testes de força dinâmica.
Em relação à duração do alongamento, Simic et al. [22] 
observaram que quando o alongamento é realizado em curta 
duração de ≤ 45 segundos existe um menor efeito agudo ne-
gativo sobre o desempenho da força muscular máxima (pooled 
estimate = –3,2%; mais provável efeito trivial), diferentemente, 
de 45–90 segundos (pooled estimate = –5,6%; provável efeito 
negativo) e > 90 segundos (pooled estimate = –6,1%; quase 
certo efeito negativo). Adicionalmente, em outro estudo de 
revisão sistemática, Kay e Blazevich [28] concluíram que o 
protocolo de alongamento com duração ≤ 45 segundos pode 
ser utilizado pré-exercício sem riscos de diminuição signifi-
cativa na força, entretanto, durações longas de alongamento 
(por exemplo, ≥ 60 segundos) são mais propensos em causar 
uma pequena ou moderada redução no desempenho. Neste 
Quadro 4 - Dados do diário de campo-avaliação subjetiva das lesões no pré e pós-fototerapia.
Características
 
 Paciente
Escama-
ção
Vermelhidão Prurido/
ardor
Ressecamento Avaliação
da paciente pós fototerapia
A Sim Leve Intenso Sim Ausência de ardor/ prurido. Redução na 
extensão da lesão e escamação.
B Não Intensa Intenso Não Melhora no aspecto visual e redução das 
lesões.
C Não Moderada Moderada Sim Pouca mudança nas lesões. Alívio do 
ardor.
D Sim Leve Ausente Sim Redução da extensão das lesões.
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 294
estudo, foi encontrado para duração < 30 segundos (pooled 
estimate = –1,1% ± 1,8%) e 30–45 segundos (pooled estimate 
= –4,2% ± 2,7%).
Nesse sentido, quando o alongamento é realizado com 
tempo de duração até 30 segundos, diversos estudos repor-
taram não haver reduções significativas na força muscular, 
durante o exercício de flexão plantar [16,27], preensão manual 
[5,23], supino horizontal [2,24,25], leg press [24], flexão do 
joelho [26] e extensão do joelho [6,11]. Possivelmente, no 
presente estudo, não houve diferenças significativas, devido à 
duração do protocolo de alongamento de 30 segundos, achado 
este que apresenta semelhança com os estudos.
Apesar de termos encontrado aumento na ativação muscu-
lar do RF após 15 minutos e 30 minutos de recuperação, este 
não foi capaz de interferir no desempenho da força muscular 
isométrica. Possivelmente tais resultados foram influenciados 
pela interação entre fatores neurais e mecânicos [1,17], haja 
vista, que no estudo de Silveira et al. [2] os resultados demons-
traram que o alongamento estático não interfere no desempe-
nho da força e na ativação muscular. Adicionalmente, Ogura 
et al. [26] utilizando o mesmo protocolo de alongamento 
de 30 segundos com 30 segundos relaxado, encontraram 
aumento na flexibilidade dos isquiotibiais durante o teste de 
sentar e alcançar, porém, não houve diferenças significativas 
no teste de CIVM. Nesse mesmo sentido, Siatras et al. [11] 
confirmaram tais achados.
A contradição dos achados encontrados na literatura é 
resultante de diversas diferenças nos desenhos experimen-
tais, protocolo de alongamento, diferenças interindividuais, 
tamanho da amostra, equipamentos utilizados entre outros 
aspectos. No presente estudo, buscamos controlar as variáveis 
intervenientes, porém, apresenta-se como limitação a falta de 
uma sessão controle. 
Conclusão
O alongamento estático, quando realizado com 30 se-
gundos de duração antes do exercício de cadeira extensora, 
não afeta o desempenho da força muscular isométrica, apesar 
de aumentar a ativação muscular do RF após 15 minutos e 
30 minutos de recuperação. De acordo com a literatura, a 
relação dose-resposta depende do volume do alongamento, 
sendo demonstrado que quando este é realizado até 30 se-
gundos de duração, parece não influenciar negativamente no 
desempenho da força muscular. O alongamento estático pode 
ser utilizado antes dos exercícios com pesos, todavia sugere-se 
realizar uma sessão isolada de alongamento na perspectiva 
de almejar os objetivos específicos desse tipo de movimento.
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Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 296
Comportamento da glicemia, pressão arterial sistêmica 
e frequência cardíaca em indivíduos com diabetes 
mellitus tipo 2 praticantes de fisioterapia aquática
Behavior of glucose, systemic blood pressure and heart rate in pacientes 
with diabetes type 2 performing aquatic physical therapy
Marília Gomes da Silva*, Caliandra Letiere Coelho Dias*, Clarice Zuquetto Viana Roso*, Márcia Prado Kettermann*, 
Muriel Gonçalves de Vargas**, Alecsandra Pinheiro Vendrusculo, Ft., M.Sc.***
*Acadêmica do curso de fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria/RS, **Graduada em fisioterapia 
pelo UNIFRA, ***Professora orientadora, docente do curso de fisioterapia do UNIFRA, especialista em fisioterapia ortopédico-Trau-
matológica pela ACG
Resumo
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é hoje considerado um 
problema de saúde pública. A fisioterapia aquática é indicada para 
diabéticos, pois ajuda no controle glicêmico. Objetivo: Este estudo 
analisou o comportamento da glicemia, PAS e FC pré e pós um 
programa de fisioterapia aquática em indivíduos diabéticos tipo 2 
e sedentários. Material e métodos: O programa consistiu-se de 36 
sessões. Cada sessão foi dividida em aquecimento, exercícios prin-
cipais e relaxamento. Utilizou-se a escala de Borg para determinar 
a intensidade dos exercícios. A PA foi aferida no início e final das 
sessões e a FC foi analisada a cada 5 minutos. Os testes sanguíneos de 
glicemia foram realizados pré, pós 4, 8 e 12 semanas de fisioterapia 
aquática. Resultados: A PAS e a FC aumentou conforme a intensidade 
do exercício em função da elevação do débito cardíaco. Já a PAD 
pouco variou, acontecendo redução significativa de 38,3% da glice-
mia dos participantes. Conclusão: Concluiu-se após os resultados que 
o programa foi muito significativo, pois contribuiu para o controle 
glicêmico tipo 2, diminuindo a FC de repouso, aumentando a PAS 
de acordo com a intensidade do exercício e proporcionando melhor 
condicionamento físico.
Palavras-chave: glicemia, pressão arterial sistêmica, frequência 
cardíaca, diabetes mellitus 2, fisioterapia aquática.
Artigo original
Abstract
Introduction: Diabetes mellitus (DM) is today considered a 
public health problem. The aquatic therapy is recommended for 
diabetic because it helps in glycemic control. Objective: This study 
analyzed the behavior of glucose, SBP and HR before and after a 
program of aquatic physical therapy in patients with type 2 diabe-
tes and sedentary. Methods: The program consisted of 36 sessions. 
Each session divided into warm-up, main exercises and relaxation. 
We used the Borg scale to determine the intensity of exercise. BP 
was measured at the beginning and end of sessions and HR was 
evaluated every 5 minutes. The blood glucose tests were performed 
pre, after 4, 8 and 12 weeks of aquatic physical therapy. Results: 
The SBP and HR increased with exercise intensity as a function 
of elevation of cardiac output. The DAP changed little, and there 
was a significant reduction of 38.3% of participants blood glucose. 
Conclusion: We concluded that the program contributed to improve 
the glycemic control, lowering resting HR, increasing SBP according 
to the intensity of exercise, and providing better physical condition. 
Key-words: blood glucose, blood pressure, heart rate, diabetes 
mellitus 2, aquatic physical therapy.
Recebido em 23 de agosto de 2013; aceito em 17 de novembro de 2014. 
Endereço para correspondência: Marília Gomes da Silva, Avenida Presidente Vargas, 1924/201, 97015-512 Santa Maria RS, E-mail: mariliagds@
msn.com, alec@unifra.br
97Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2
Introdução
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica 
que se caracteriza por umexcesso de glicose no sangue de-
vido à falta ou ineficácia da insulina, hormônio produzido 
pelo pâncreas endócrino [1]. Essa síndrome constitui hoje 
um problema de saúde pública em razão de sua elevada 
prevalência, acentuada morbidade e mortalidade e, por fim, 
repercussões econômicas e sociais decorrentes do impacto 
dessas complicações [2].
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes [3], o DM 
tipo 2 representa a forma mais comum da doença, abran-
gendo 85 a 90% do total de casos e ocorre frequentemente 
em pacientes com mais de 40 anos, com forte predisposição 
genética e familiar, obesos e sedentários.
Segundo Iwasenko [4], no Brasil, as taxas de incidência 
do diabetes vêm aumentando muito, exatamente pela urba-
nização que leva ao sedentarismo e ao acesso a alimentos 
industrializados, que contêm maiores índices de gordura e 
que favorecem o aumento de peso.
O tratamento do DM tipo 2 é realizado com hipogli-
cemiantes orais e/ou insulina, controle da dieta alimentar e 
prática regular de exercícios físicos. Esses ajudam a diminuir 
e/ou manter o peso corporal, reduzem a necessidade de 
hipoglicemiantes orais, diminui a resistência à insulina e 
contribuem para uma melhora do controle glicêmico, pois 
a glicose serve como combustível para os músculos em ativi-
dade, o que, por sua vez, reduz o risco de complicações [5].
No âmbito da fisioterapia, a fisioterapia aquática é 
indicada para diabéticos, pois segundo Koury [6], facilita 
o movimento, aumenta o suprimento sanguíneo para os 
músculos, aumenta o metabolismo muscular, diminui a 
pressão arterial sistêmica pelos efeitos da pressão hidrostá-
tica, aumenta a circulação periférica e leva ao relaxamento 
muscular geral [7], ajuda no controle glicêmico melhorando 
a sensibilidade à insulina e tolerância à glicose [8]. Esses 
resultados são alcançados através dos princípios físicos da 
água que levam a alterações fisiológicas diferentes do exercício 
em meio terrestre.
Diante do exposto acima, o objetivo deste trabalho foi 
avaliar o comportamento da glicemia, frequência cardíaca 
e pressão arterial sistêmica durante um programa de fisio-
terapia aquática, em portadores de DM tipo 2, sedentários.
Material e métodos
Esta pesquisa caracterizou-se por ser do tipo quase-
-experimental, apresentando um delineamento de pesquisa 
do tipo pré e pós-teste sem grupo controle, pois, para Jerry 
e Nelson [9], nem todas as pesquisas em que uma variável 
independente é manipulada se encaixam perfeitamente em 
um dos delineamentos experimentais verdadeiros.
A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa 
do Centro Universitário Franciscano-UNIFRA sob o registro 
159.2010.2 e após a aprovação entrou-se em contato com a 
amostra.
A amostra deste estudo foi composta por 3 indivíduos do 
sexo feminino e 1 indivíduo do sexo masculino, convidados 
de forma aleatória e voluntária a participar do estudo, com 
média e desvio padrão de 66,66 ± 14,04 anos, respectiva-
mente, com diagnóstico clínico de DM tipo 2 da cidade de 
Santa Maria/RS. Os critérios de inclusão foram indivíduos 
que apresentaram diagnóstico médico de DM tipo 2, pres-
crição médica para realização de atividades no meio líquido, 
com independência funcional sem comprometimento cogni-
tivo e que não praticassem atividade física regularmente. Os 
critérios de exclusão foram distúrbios visuais como a cegueira, 
insuficiência renal, erupções cutâneas, hipertensão não con-
trolada, portadores de insuficiência cardíaca congestiva não 
controlada e lesões neurológicas que pudessem influenciar 
no resultado.
No primeiro encontro foi assinado o termo de consen-
timento livre e esclarecido e realizou-se uma entrevista com 
cada um dos participantes que preencheram uma ficha de 
avaliação contendo dados pessoais e dados referentes à doença.
No segundo encontro, esclareceram-se as dúvidas dos 
participantes e realizou-se o teste de glicose, utilizando 
aparelho da marca Accutrend Plus, sendo que estes testes 
foram realizados na primeira avaliação, ou seja, avaliação Pré, 
avaliação Pós 1 (após 4 semanas), avaliação Pós 2 (após 8 
semanas) e avaliação Pós 3 (após 12 semanas do programa de 
fisioterapia aquática). Para a coleta da glicose os participantes 
permaneciam em jejum. A coleta de sangue foi realizada 
em uma sala do Laboratório de Práticas Profissionais da 
UNIFRA, sempre pelo mesmo avaliador.
Para a aferição da pressão arterial (PA) durante as sessões 
de fisioterapia aquática, os participantes tiveram um período 
de dez minutos de repouso na posição sentada e após este 
período foi realizada a aferição da PA, através do método 
auscultatório, utilizando um esfigmomanômetro, colocado no 
membro superior esquerdo e um estetoscópio. Para a aferição 
da PA final os participantes foram chamados individualmente. 
A pressão foi aferida sempre pelo mesmo avaliador e os 
valores encontrados na aferição foram anotados na tabela de 
controle da PA.
Para aferição da frequência cardíaca (FC), cada participan-
te utilizou um frequencímetro cujos valores foram verificados 
de 5 em 5 minutos durante toda a sessão. Os dados foram 
anotados na tabela de controle da FC.
O programa de fisioterapia aquática foi realizado durante 
12 semanas, com frequência de três sessões semanais, totali-
zando 36 sessões. Destas 36 sessões, 4 sessões foram utilizadas 
para as avaliações Pré, Pós 1, Pós 2, e Pós 3. Anteriormente ao 
início do programa de fisioterapia aquática, foram realizadas 
duas sessões de adaptação ao meio líquido e a utilização da 
Escala de sensação subjetiva ao esforço de Borg.
A intensidade do programa foi controlada através da 
Escala de sensação subjetiva ao esforço de Borg, que ficou 
Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 298
exposta durante as sessões de fisioterapia aquática para que 
cada participante pudesse identificar a sua sensação subjetiva 
de esforço. A intensidade dos exercícios foi pré-determinada 
pelas pesquisadoras.
A sessão de fisioterapia aquática foi dividida em 3 etapas: 
Etapa I: aquecimento, Etapa II: exercícios aeróbios e Etapa 
III: relaxamento. O aquecimento consistia em 10 minutos 
de caminhada em diferentes sentidos, saltitos e coreografias 
variadas e utilizou- se o nível 11 (leve) da escala de Borg em 
todas as sessões. Os exercícios aeróbios tiveram duração de 
30 minutos, sendo utilizados 2 minutos para cada exercício, 
os quais foram divididos em exercícios para membros 
superiores e membros inferiores e tronco. Os exercícios 
para membros superiores consistiam em ombro em flexão 
a 90° realizavam flexão e extensão de cotovelo, abdução e 
adução de ombro com o braço estendido. Caminhada para 
frente resistida com a prancha imersa em posição vertical. Os 
exercícios para membros inferiores consistiam em abdução 
e adução de quadril com o joelho flexionado com o uso de 
caneleiras de 2 kg, saltos na cama elástica, Step (variações 
– sobe e desce de frente, sobe e desce para o lado). Os 
exercícios para tronco e abdômen consistiam em rotação 
de tronco bilateral com o uso da prancha imersa na posição 
horizontal, abdominal na posição horizontal com o uso do 
espaguete, bicicleta com o uso de espaguete. A intensidade 
utilizada nos exercícios aeróbios nas primeiras 4 semanas foi 
de pouco intenso (13) e nas 8 semanas seguintes, utilizou-se 
o nível intenso (15) da escala de Borg. O relaxamento teve 
duração de 10 minutos onde foram realizadas técnicas de 
Ai Chi (uplifting, enclosing, folding, gathering) associado 
a músicas de relaxamento, técnicas de Bad Ragaz (padrão 
passivo) e finalizando com mensagens para relaxar.
Análise estatística
Foi aplicado o teste Kolmogoroff-Smirnoff para verificar 
a normalidade dos dados. Como este teste mostrou que 
os dados de PAS e PAD não podem ser estudados como 
pertencentes à distribuição normal, as diferenças da média 
inicial

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