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LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 6: FRASE, ORAÇÃO E PARÁGRAFO
Introdução
Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência.
Além disso, identificaremos o papel dos operadores argumentativos e a contribuição desses elementos para que possamos compreender os textos.
Objetivos
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos:
Explicar a estrutura do texto escrito;
Distinguir os operadores argumentativos;
Relacionar os conceitos de coesão e coerência;
Reconhecer a função da pirâmide invertida no texto.
Linguagem e coerência
A intenção de um anúncio publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos – como na propaganda a que acabamos de assistir.
Você percebeu que o título da propaganda já é bem sugestivo?
Honda HR-V – a revolução na sua garagem
Essa “revolução” que o novo Honda representa nos remete a cinco momentos distintos da história – simbolizados pelas imagens do anúncio –, que mudaram o comportamento da sociedade.
São eles:
A Revolução Francesa; O movimento hippie; A queda do muro de Berlim A marcha pela liberdade e A primeira vez em que o homem pisou na Lua.
Nesse texto publicitário, portanto, é a linguagem não verbal que nos permite fazer tal associação – aquilo que dá sentido ao comercial e, consequentemente, torna-o coerente!
Vamos entender melhor, a seguir, o conceito de coerência.
Atenção!
Em gêneros textuais como a propaganda, podem coexistir tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
Coerência e semântica do texto
A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual.
Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”.
Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto.
Analise os exemplos a seguir:
Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. 
Eu comprei uma casa grande na rua ao lado.
1° CASO: A sequência é agramatical e, portanto, incoerente, porque não segue as regras da gramática da língua portuguesa.
2° CASO: Possui coerência e é dotado de significação.
Mas o que precisamos fazer para tornar nossos textos coerentes? Vejamos...
Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não.
Imagine que você recebeu a seguinte mensagem pelo celular:
Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem.
Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação.
Cabe a nós identificarmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. Afinal:
Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito.
Agora que você já entendeu a noção de coerência, vamos conversar, a seguir, sobre coesão.
Atenção!
Veja alguns casos de incoerência:
Comprei um carro jovem. -> “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro”
Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. -> falta de conhecimento do significado da palavra “viúva”.
Exemplo:
Me dsj fldds pq to apx
(Me deseje felicidades porque estou apaixonado.
Coesão
Antes de começarmos nossa discussão sobre a noção de coesão (um fenômeno que acontece dentro do texto, pois envolve processos que relacionam seus elementos e organizam a sequência textual – como vimos nessa notícia.), leia a reportagem:
Príncipe William, Kate e filhos deixam palácio e seguem para casa de campo.
Você percebeu, através dos destaques em negrito no texto da reportagem, as estratégias usadas pelo redator para evitar repetições no texto?
Vejamos alguns termos que substituíram palavras e expressões:
“Príncipe William e sua mulher” -> “seus”, “casal”;
“Princesa Charlotte” -> “que”, “princesa”, “menina”, “sua”, “nova princesa”, “criança”;
“Rainha Elizabeth II” -> “que”.
Esses são os chamados mecanismos coesivos.
Conheça, a seguir, os tipos de coesão.
Coesão referencial
Como vimos, a coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes.
Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir: 
A menina saiu cedo de casa (a menina) e foi para o trabalho.
Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração.
Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de:
SINÔNIMOS
Os sinônimos são aquelas palavras que possuem significado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido..
Exemplos
O automóvel estacionado na rampa para deficientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado.
Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”.
2. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto.
Disponível em: <http://www.dm9ddb.com.br/?p=983>. Acesso em: 21 jul. 2015
Em função do slogan de uma campanha publicitária, que ficou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de eficiência para muitas pessoas.
3. A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu)   O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica)
Nesse caso, o uso do eufemismo (figura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses.
Atenção!
O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não significa que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo:
O menino é alto. ≠ O menino é elevado.
Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo?
Veja alguns significados da palavra alto:
(latim altus, -a, -um) 
Adjetivo
1. Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO
2. Elevado.
3. Excessivo.
4. Erguido.
5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas).
6. Mais antigo. = REMOTO
7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta).
8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro).
[...]
Fonte
ALTO. In: DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. (2008-2013). Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/alto>. Acesso em: 1 jul. 2015.
EXPRESSÕES EQUIVALENTES
Como vimos no texto anterior sobre o príncipe William e sua família, para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir:
“O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”.
Fonte
O DIA Online
Publicação: 19 abr. 2015. Disponível em: <http://odia.ig.com.br/diversao/celebridades/2015-04-19/roberto-carlos-comemora-aniversario-de-74-anos-com-show.html>. Acesso em: 1 jul. 2015.
HIPÔNIMOS E HIPERÔNIMOS 
Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos significados das palavras.
HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome.
HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome.
Veja o exemplo a seguir: 
Aquele Chevette está estacionado na rampa para deficientes. O carro será rebocado.  
Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”.
Sendo assim, temos:
	Hiperônimos
	Hipônimos
	ANIMAL
	gato, cachorro, boi, urso
	FRUTA
	maça, laranja, banana, uva
	DOENÇA
	gripe, pneumonia, dengue, sarampo
PRONOMES
Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir:
O aluno ficou com dúvidas sobre o conceito. 
Ele pediu uma nova explicação ao professor.
NUMERAIS
Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir:
O mural indica dois avisos:
O primeiro refere-se à matrícula
O segundo, (refere-se) à formaturaNesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Você notou?
Exercício
1. Leia o parágrafo a seguir:
“Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”.
Agora:
a) Destaque e identifique os mecanismos de 
coesão referencial. 
b) Reescreva o trecho utilizando hiperônimos.
Gabarito
“Tenho uma grande amiga (1) chamada Ana. Ela (2) gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, Ø (3) caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga (1) aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque Ø (3) gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”.
(1) = Substituição por expressão equivalente
(2) = Substituição por uso de pronome
(3) = Elipse
b) “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer essas frutas sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de legumes”.
2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição:
“Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Computadores, tablets e celulares ficam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso a computadores, tablets e celulares”.
Gabarito
“Hoje em dia, o número de pessoas que usa computadores, tablets e celulares é enorme.
Esses eletrônicos ficam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso de aos aparelhos”.
Coesão sequencial
Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual.
Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação através da(s):
Veja o exemplo a seguir:
Antes, ele acreditava que não tinha jeito.
Agora, ele está mais esperançoso.
Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois.
O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova.
Nesta sequência, há uma ordem de ações.
Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas.
Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito.
Operadores argumentativos e discursivos
Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações.
Vamos explicá-los através de exemplos. Analise as frases a seguir e observe o significado que veiculam:
Exemplo 1
A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa.
Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se beneficiou porque a prova foi fácil.
Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio?
O operador argumentativo “até”.
Exemplo 2
Os pais dele investiram tanto na educação do filho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade.
Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o filho estudaria em uma universidade.
No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo?
Exemplo 3
Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado.
Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo? 
Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão.
Exemplo 4
Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela. 
Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto.
Exemplo 5
Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo. 
Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justificativa ao que foi dito.
Exemplo 6
O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado.
Sinafe seguros
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/13225/imagens/velho3.jpg>. Acesso em: 17 jul. 2015.
Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida.
Exemplo 7
Disponível em: 
<http://www.mobilizado.com.br/wp-content/uploads/2012/10/coca_copa.png>. Acesso em: 04 Ago. 2015
Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”.
Exemplo 8
O que acontece quando você se sente linda?
Disponível em: 
<http://vivalinda.boticario.com.br/estilo-de-vida/beleza-gera-beleza>.Acesso em: 21 jul. 2015.
Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda.
Exercício
Leia o seguinte texto:
“Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual  pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’ a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite ‘corrompe’ a língua”.
Fonte
FERREIRA, A. C. F. As variações da língua. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1999. Disponível em: <http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/v00003.htm>. Acesso em: 1 jul. 2015.
Neste paragráfo, os operadores argumentativos destacados introduzem:
Uma conclusão.
Uma finalidade.
Uma redefinição.
Uma soma de argumentos.
Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Leia o texto a seguir:
“Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator qualificado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, enfim, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”.
Fonte
SILVA, D. da. Antes de entrar no elevador. In: ______. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007. p. 46.
Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz:
Uma finalidade.
O desenvolvimento de uma ideia.
Uma condição para que algo aconteça.
Uma confirmação do que foi dito antes.
Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus. Os magos não eram três e não eram reis. E provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas fisionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas na época em que a lenda se formou.
Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali ficaram até 1.164, quando foram levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”.
Fonte
SILVA, D. da. A lenda dos três reis magos. In: ______. A língua nossa de cada dia. Osasco: NovoSéculo, 2007.
Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz:
Uma finalidade.
O desenvolvimento de uma ideia.
Uma condição para que algo aconteça.
Uma confirmação do que foi dito antes.
Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Não é novidade que o assunto ‘meio ambiente’ veio para ficar em todas as esferas da nossa vida. [Expressões] como ‘responsabilidade ambiental’, ‘desenvolvimento sustentável’, ‘ecologicamente correto’, na verdade, já nos soam familiares há algum tempo, mas, com tanta informação circulando por aí, fica difícil entender precisamente o que significa cada um deles, ainda mais porque, vira e mexe, surge um novo conceito que passa a ficar em evidência”.
Fonte
RODRIGUES, T. Editorial Faça parte. Aquecimento Global, ano 1, n. 7, nov. 2008.
Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz:	
Explica a ordem dos fatos. 
Expressa uma generalização.
Atua na continuidade do texto.
Introduz o desenvolvimento de uma ideia.
Liga termo que representa soma de argumentos.
Coesão e coerência
Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa escrita.
Mas será que isso sempre acontece?
Para descobrir, analise a propaganda a seguir:
Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”.
Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente?
A resposta é: NÃO! Sabe por quê?
Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial.
Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção.
Veja, a seguir, outros exemplos da relação entre coesão e coerência no texto.
Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre.
Vejamos o motivo através do seguinte exemplo: Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso.
Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo de ideia que se queria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo?
Então, onde está o erro? Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens.
Logo, o correto seria:
Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso
Atenção!
Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. 
Como vimos, a coerência é responsável pela construção do significado do texto. Por isso, quando falta algo, não conseguimos perceber a sequência linguística como um texto, certo?
Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15):
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”.
Fonte
REVISTA Língua Portuguesa, n. 16, 2009
Você sentiu alguma dificuldade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele.
Isso significa que:
Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência.
Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente?
Vejamos...
Analise o diálogo apresentado por Koch e Travaglia (2001, p. 24):
- O telefone!
- Estou no banho!
- Certo.
O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente?
Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que estava no banho.
Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente.
Atenção!
COERÊNCIA = sentido do texto;
COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos.
Exercício
Leia o período a seguir:
Ela comprou muitos vestidos na nova loja, mas não comprou nenhuma roupa.
Este enunciado apresenta problema de:
Coesão, porque não há elos coesivos suficientes.
Coerência, porque há uma contradição entre as orações.
Coesão, porque a palavra “roupa” substitiu a palavra “vestidos”.
Coerência, porque a conjunção “mas” deveria ser substituída por “no entanto”.
Em um texto coerente, é INCORRETO afirmar que:
Os fatos devem estar relacionados diretamente e explicitamente.
Não devem surgir elementos que contradigam aquilo que já foi apresentado.
É preciso acrescentar novas informações ao que já foi produzido, mostrando a progressão do conteúdo.
As informações não precisam, necessariamente, estar relacionadas, porque o que vale é o conhecimento de mundo.
Leia um trecho da letra de uma canção:
Amor e sexo
Composição: Rita Lee e Roberto de Carvalho
 
Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
 
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema
 
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia
 
[...]
Disponível em: 
<http://letras.terra.com.br/rita-lee/74440/>. 
Acesso em: 2 jul. 2015.
Como a coerência é construída por meio do texto, ou seja, não é algo dado no próprio texto, assinale a opção que MELHOR analisa este trecho:
O título da canção nada acrescenta à questão da coerência textual.
A coerência do texto baseia-se na lista de frases que definem “sexo” e “amor”.
A coesão do texto justifica-se pela relação entre o título da canção e as frases afirmativas.
O texto não possui coerência, porque apresenta apenas uma sequência de frases afirmativas.
Cuidados com o emprego da língua
Agora, conheça algumas estruturas que podem afetar a coesão e a coerência de seu texto:
AO INVÉS DE x EM VEZ DE	
“Ao invés de” = ao contrário
“Em vez de” = em lugar de
Exemplos:
Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. 
Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto.
(CORRETO - ideias opostas)
Em vez de ir ao cinema, fui à festa.
(CORRETO - ideia de substituição)
Ao invés de ir ao cinema, fui à festa.
(INCORRETO - Ø ideias opostas
MUITAS VEZES x MUITAS DAS VEZES
A expressão correta é “muitas vezes”.
Exemplos:
Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades.
A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO
“A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento
“Em princípio” = em tese, teoricamente”.
Exemplos:
A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas.
Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova.
MESMO x IGUAL
“Mesmo” = um só
“Igual” = outro
Exemplos:
Estou com o mesmo problema do ano passado.
(= um só problema que se repete)
Estou com um problema igual ao do ano passado.
(= outro problema com as mesmas características)
TER x HAVER
“Ter” = indica posse
“Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre flexão de plural.
Exemplos:
Eu tenho dois cachorros.
(= os cachorros têm um dono)
Há dois cachorros na sala.
(= os cachorros estão em determinado ambiente)
TODO x TODO O
“Todo” = qualquer
“Todo o” = inteiro
Exemplos:
Ele é capaz de fazer todo trabalho.
(= qualquer trabalho)
Ele é capaz de fazer todo o trabalho.
(= o trabalho inteiro)
AO 
CONTRÁRIO DE x DIFERENTEMENTE
“Ao contrário” = ideias opostas
“Diferentemente” = ideias distintas
Exemplos:
Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveu entrar à direita.
Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje. 
REFERÊNCIAS DESTA AULA
KOCH, I.; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.

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