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Aula 09 TELETRASMITIDA DE PSICOLOGIA

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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
Prof.: Francisco Barreto
Tema da Apresentação
ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
	Aula 9 – Jovens em conflito com a lei
Tema da Apresentação
AULA 9
ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
Conteúdo Programático:
Características psicológicas importantes na adolescência;
Componentes sociais e psicológicos vinculados à adolescência e violência;
Ato infracional do adolescente e
Medidas socioeducativas. 
Tema da Apresentação
AULA 9
ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI. COMO SE RESOLVE ESSA QUESTÃO? (I)
	Segundo o mapa da Violência de 2012, a taxa de mortalidade por causas externas de crianças e adolescentes de 1980 para 2010 passou de 6,7% do total de óbitos para 26,5%. 
	Como causas externas são consideradas aquelas que estão fora do organismo humano, como quedas e acidentes, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios.
	
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI. COMO SE RESOLVE ESSA QUESTÃO? (II)
	Estes números apontam que a violência, em toda a sua complexidade, tem engolido cada vez mais as crianças e os adolescentes, apesar de todo o aparato jurídico protetivo existente há décadas no Brasil.
	Diante desta realidade a reflexão urge, porque os adolescentes envolvidos com violência sejam na condição de vítimas ou executores, como nos caso de adolescentes infratores, sempre evidenciam a exclusão social a que estão imersos.
	Na situação de vítima, acontece a exclusão do bem-estar social, físico mental; na situação de agressor, ao ser criminalizado, surge a estigmatização e o preconceito encarando este adolescente como uma “sementinha do mal” e excluindo-o da possibilidade de cidadania e desconsiderando-o como um sujeito de direitos.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
O PERÍODO CONHECIDO COMO ADOLESCÊNCIA (I)
	Afim de delimitarmos a temática da aula, precisamos conceituar o que é considerado adolescência: Se na “letra da lei” a adolescência é o período entre 12 e 18 anos, psicossociologicamente o enquadre conceitual não deve ser tão simples. A adolescência é o período que ocorre a partir da puberdade. 
	No que se refere à adolescência, ela é reconhecida pelas grandes mudanças psicológicas e sociais pelas quais a menina e o menino irão passar até adquirir a identidade adulta. 
	É um conceito das ciências humanas e sociais que surge no século XX para explicar exatamente as mudanças de ordem sociopsicológica dos jovens.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
O PERÍODO CONHECIDO COMO ADOLESCÊNCIA (II)
	Nos meninos, o surgimento do pomo de adão, o aparecimento dos pelos pubianos e axilares, engrossamento da voz e nas meninas, o surgimento dos pelos pubianos e axilares, o crescimento das mamas, o alargamento do quadril, o acúmulo de gordura nas nádegas e nas coxas etc.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
DURAÇÃO DA ADOLESCÊNCIA
	Na nossa sociedade, a adolescência dura, aproximadamente, os 10 anos seguintes à puberdade.
	A explicação de o porquê a adolescência durar tanto na nossa sociedade, deve-se à complexidade de nossa organização social e a tecnologia cada vez mais avançada, acarretando a necessidade de mais tempo para a transmissão do conhecimento e a preparação para a vida adulta. 
	Então, os nossos jovens ainda ficam sob os cuidados dos pais até completarem a etapa de profissionalização para, então, assumirem o status de adultos independentes.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA (I)
	É comum, na adolescência, o adolescente se apresentar como vários personagens, flutuando entre diversas identidades, muitas vezes incoerentes, com o objetivo de construir o seu autoconceito enquanto adulto. 
	Neste processo, há um progressivo afastamento dos pais, por não reconhecerem as atitudes e ações evidenciadas pelos jovens, mas que se apresenta como necessário para a passagem da dependência infantil para a independência adulta.
	A problemática do adolescente começa com as mudanças corporais, com a definição do seu papel na procriação e segue-se com mudanças psicológicas. Tem que renunciar a sua condição de criança; deve renunciar também ser tratado como criança, já que a partir desse momento se é chamado dessa maneira será com um matiz depreciativo, zombador ou de desvalorização. (Arminda Aberastury, 1981, p.16)
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA (II)
	Para dar conta desta intensa crise de identidade, o adolescente volta-se para o seu mundo interno procurando refúgio nas suas fantasias, e com um aumento do sentimento de onipotência relacionadas ao mundo exterior para lidar com sentimentos como a ansiedade e as angústias típicas deste período. 
	Neste quadro de profunda mudança existencial, o adolescente evidencia uma forte tendência grupal, que lhe serve para dar segurança e apoio na construção do seu “eu” adulto, transferindo grande parte da dependência infantil na estrutura familiar (principalmente dos pais), para o grupo. 
	Esta característica é facilmente observada pela forma como os jovens lidam com o grupo e pelo grupo. Neste sentido, a tendência grupal representa uma transição necessária para alcançar autoconceito adulto.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
O MUNDO DAS DROGAS (I)
	“A sociedade em que vivemos, com seu quadro de violência e destruição, não oferece garantias suficientes de sobrevivência e cria uma dificuldade para o desprendimento. 
	O adolescente, cujo destino é a busca de ideais e de figuras ideais para identificar-se, depara-se com a violência e o poder e também os usa.” (Arminda Aberastury, 1981, p.19)
	A crise identitária, a fragilidade dos laços afetivos familiares, o investimento no grupo aliado à violência do mundo contemporâneo, pode levar o jovem ao mundo das drogas e à realização de ações violentas e até mesmo criminosas. 
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O MUNDO DAS DROGAS (II)
	Neste aspecto, a família é fundamental para apoiar o adolescente e tirá-lo deste obscurantismo. 
	Se o adolescente não encontra referências de segurança, valores e carinho em casa, ele vai procurar nas ruas, o que pode desviá-lo para o caminho dos atos ilícitos e infracionais. 
	E, neste momento, o grupo pode fazer a diferença para o bem ou para o mal, facilitando tal desvio de conduta.
	Nesta perspectiva, o mundo contemporâneo, onde predominam valores basilares de hiperindividualismo, hiperconsumismo, a superficialidade das relações que coisificam as pessoas e transformam-nas em mercadorias e a desigualdade e exclusão social que violentam as classes menos abastadas nos seus direitos fundamentais forma um caldo social propício para a realização de atos violentos e muitas vezes criminosos realizados por crianças e adolescentes. 
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O AMBIENTE FAMILIAR (I)
	Estudos mostram que a violência familiar contra crianças e jovens também é um fator de risco para o desencadeamento de comportamento violento pelos jovens. 
	
	“A despeito dessa “naturalização da violência”, sabe-se que a maioria dos jovens infratores testemunhou e foi vítima de violência doméstica. Essa experiência pode afetar a forma do adolescente interpretar a realidade, encarando como provocação pessoal situações banais. Também tende a limitar o seu repertório de reações a comportamentos violentos. A combinação desses dois fatores aumenta expressivamente o risco do jovem se envolver em brigas e, eventualmente, em atos delituosos.”Feizi Milani (2012)
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
O AMBIENTE FAMILIAR (II)
	Se a família, que deveria ser um reservatório de segurança e amparo para a personalidade em construção da criança e do adolescente, se transforma no seu pior pesadelo a partir de comportamentos danosos e violentos, isto pode comprometer sua percepção sobre o mundo, criando a representação de um local ameaçador e confuso.
	A consequência é a falta de confiança afetando sua educação, desenvolvimento e socialização, e trazendo como consequência a dificuldade no manejo de situações conflituosas e a ideia de que a violência é necessária para conquistar seu espaço ou garantir a sua sobrevivência. 
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI
 	Diante do quadro apresentado até então, uma das consequências mais graves que podem ocorrer é o desvio de conduta do jovem, pois significa que nem a família nem o Estado estão cumprindo seu papel de garantia de direitos das crianças e adolescentes para o seu pleno desenvolvimento de forma saudável e digna. 
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
	Quando um adolescente é pego realizando um ato infracional, cabe a aplicação de medidas socioeducativas que têm como objetivo garantir o acesso dele às oportunidades de superar sua condição de exclusão e a formação de valores positivos e de participação na vida social. 
	Sua aplicação levará em conta as características da infração, circunstâncias sociofamiliares e disponibilidade de programas. 
	As medidas socioeducativas são:
• Advertência - admoestatória, informativa, formativa e imediata;
• Reparação dos danos – restituição do bem, ressarcimento e/ou compensação da vítima;
• Prestação de serviços à comunidade – adequado acompanhamento e apoio da entidade que o recebe e utilidade do trabalho.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
	As medidas socioeducativas são:
• Liberdade assistida (art.119) – acompanhamento personalizado da equipe de orientadores sociais, ligada a programas de proteção e/ou formativos.
• Semiliberdade – afasta o adolescente do convívio familiar e da comunidade de origem, mas não restringe o direito de ir e vir. É um processo de transição entre a internação e o retorno à comunidade.
• Internação – (para atos infracionais graves) - Limitação do direito de ir e vir. Avaliação em períodos máximos de 6 meses. Tempo máximo de internação 3 anos. Permissão para atividades externas a critério da equipe e do juiz. Deve ser um estabelecimento apenas para adolescentes.
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ABORDAGENS SÓCIO-PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
RESUMINDO
Análise das características da violência;
 Motivações do adolescente ao ato infracional;
 Medidas socioeducativas.
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